terça-feira, 31 de dezembro de 2013

115 - em busca da felicidade

Queria começar o ano não odiando, não só porque é uma meta socialmente correta ou porque seria melhor aparentar certa compaixão diante dos inimigos, demonstrando alguma supremacia moral. Isto é o que de mais fácil podemos fazer: fingir.
Podemos dizer que o ódio é quase impossível de ser removido, se todos aqueles que dizem ser fácil acabar com o ódio estivessem na mesma situação que eu, diriam que realmente era impossível perdoar. Na verdade, esta justificativa não passa de hipocrisia e soberba. Perdoar é tão fácil quanto odiar. Basta algumas pessoas sugerirem uma distorção alheia e embarcamos em impressões ilusórias que se consolidam em sentimentos destrutivos rumo ao odiado.
Mas não tem como negar, ele[a] é o problema! Pleno de defeitos, indecisões e oposições ao que consideramos certo. Então eu sempre estou certo e o outro não tem como se defender das minhas lamúrias e queixas. Sob qual autoridade eu me defendo para poder usar o ódio como justificativa?
Contudo, nem todos odeiam. Justificamos este sentimento – que não existe, sarcasticamente dizendo – de mágoa, uma tristeza. Não sei quanto a você, mas todas as minhas tentativas de justificar o ódio como uma mágoa, me impediu de identificar e destruir o ódio. A mágoa é um véu para encobrir o ódio e dar-lhe uma imagem menos grotesca.
É o mesmo que fazemos com a raiva quando a chamamos de vergonha. Ter vergonha de uma incapacidade é sim, ter raiva de uma situação, de uma pessoa ou de si mesmo. Odiar direciona as nossas frustrações para uma situação, uma pessoa e – talvez – para nós mesmos. É um aspecto natural de autoflagelação e/ou de opressão. Ao odiar, nós nos transformamos em algo que supera em muito qualquer ação que odiemos. Duvido que o que odiamos é superior ao mal que criamos para nos proteger.
Criamos pensamentos de destruição, de discórdia, de opressão, de vingança, de retaliação, etc. com a mesma naturalidade com que justificamos estes atos vis com a ideia de que devemos triunfar diante das injustiças, recuperar o certo. Mesmo que para isso os nossos pensamentos sejam os piores possíveis. Sei que parece difícil perdoar e, portanto, escolhemos odiar.
Se tem uma coisa que eu aprendi é que o ódio pode até causar uma certa oportunidade de revanche que nos anime. E só estaremos sendo como aquele que odiamos. Se ele nos fere, o ferimos. Não vejo como, ao nos transformarmos em algo que odiamos para restabelecer o “certo”, nos mantermos “certos”. No entanto, eu sei que ao compreender como o outro sofre por ser assim, eu poderei ajuda-lo a não sofrer. Pois é horrível ser odiado, ao nos transformarmos em vingadores – sem justificativas, pois o ódio não tem – seremos odiados, e o feitiço se vira contra o feiticeiro.
O que fazer?
Observe o “problema” – geralmente o chamamos de ser humano –, imagine o que determinou que ele fosse assim. Perceba que também foi uma criança que aprendeu como agir através dos exemplos à sua disposição. Quais foram os seus obstáculos, quais foram as suas ferramentas morais disponíveis, quais as suas verdades? E descobrirá, que nestas condições, seríamos exatamente iguais, teríamos os mesmos medos.
Se usarmos a desculpa de que jamais seríamos assim, por causa das diferenças pessoais, aquele caráter que pertence ao espírito e é repassado ao ego, afirmo que estaremos nos enganando. O objetivo do espírito não é superar as expectativas, mas é de aprimorar-se naquilo que se propôs a fazer. Coisas de carma, vai entender!
Não acredite no que o ego impõe, pois o ódio está intimamente ligado aos medos, e estes com o ego. O ódio nos ancora a um passado desagradável e perpetua os medos. Pense, por que razão você se mantém sofrendo por um passado que não existe mais? O passado, por pior que fosse, deveria ser somente o acúmulo de experiências. Todos os erros do passado DEVERIAM ter existido, pois cumprem com os desígnios traçados pelo espírito. Se você sofre é porque ainda não entendeu a sua função. No post [004MH5 – onde menos esperar!] eu percebi, por causa de um desenho infantil, que não damos o devido valor às experiências do passado, sejam elas boas ou más.
Ter fé é confiar que qualquer escolha que fizermos sempre vai ser a certa. Portanto, ao acreditarmos que estamos doentes, ficaremos assim, cumprindo os desejos da alma. Mas se não quisermos acreditar na doença, assim como em todas as coisas que nos levam a sofrer, e entendermos que o ódio é apenas um sentimento que se opõe ao nosso, nem certo, nem errado. Por que insistimos em sofrer, em acusar todos pelos nossos infortúnios e sofrimentos?
Quem sabe a resposta comece a nascer ao ler a seguinte mensagem [007MH3 – fé sem perdão nãofunciona].
Da próxima vez que estiver a ponto de se queixar, lembre-se que um dia todos fomos crianças.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

114 - to December 31st.

No fim de ano tentamos refrear a mente e se concentrar em algumas metas para o próximo ano, baseadas em nossas experiências passadas, sejam elas boas ou más. Quero dizer, se as metas e planejamentos deste ano se realizaram conforme gostaríamos.

Não, felizmente as coisas saíram do controle. E em algum momento nos pegamos puxando os cabelos ou resmungando os pensamentos irrefreáveis. Ou passamos por um aperto, perdemos as oportunidades, tudo que construímos foi em vão e assim sucessivamente os obstáculos nos encurralaram. Considerem-se felizes!

Quando a vida se resume a manter o que se pode controlar, que não foge ao nosso controle, exigindo esforço que garantirão a felicidade, estamos nos iludindo, isto não é felicidade.

Os obstáculos exigem que a vida se movimente. Esta ação gera resultados, quase sempre inesperados, e nos obriga a reagir com certa indignação. Naturalmente gostaríamos de nos acomodar, mas nem sempre – na verdade, nunca –, esta inanição é sinônimo de felicidade.

Pense bem, os obstáculos são meios – hábeis – para se conseguir o fortalecimento de ideias e metas. Pouco sabemos das potencialidades da mente, se soubéssemos do que seríamos capazes, o sofrimento deixaria de existir. Não é uma condição de vantagem, mas sim de aplicabilidade. Como não temos razão para acreditar nestas palavras, seguimos esperando uma intervenção divina e que os problemas se resolvam ou desapareçam por si só.

Nunca pesou para que servem estes obstáculos, provas? Quais são os objetivos delas? Se pararmos para pensar, muito provavelmente estas fazem parte daquilo que chamamos metas. Pois então, neste próximo ano tenham certeza que por trás de suas metas e desejos estão oculto os obstáculos que possibilitarão alcançar seus sonhos. Não fiquemos parados diante do primeiro problema, nem maldizendo Deus – ou os outros –m, porque esta pode ser a grande oportunidade.

Não dizem que quando se fecha uma porta, Deus abre uma janela?! Quanto ao sofrimento que surge destes embates: não passam de ilusões daquilo que supomos certo ou errado. Daquilo que não queremos abrir mão. Dos nossos medos.



John Garrigues (1868-1944) foi um dos teosofistas mais influentes do século 20, mas trabalhou de modo anônimo. Co-fundador da Loja Unida de Teosofistas, LUT,  em 1909, ele escreveu vários livros e centenas de artigos durante mais de três décadas,  e cumpriu um papel chave na preservação da literatura teosófica original. O texto a seguir foi publicado inicialmente na revista “Theosophy”, de Los Angeles, em sua edição de julho de 1932 (pp. 394-395), sem indicação sobre nome de autor. Uma análise de seu conteúdo e estilo mostra que foi escrito por Garrigues. Título original: “Obstacles and Opportunities”.

Transformar fatos aparentemente negativos em potencialidades para o bem é o primeiro e o último passo no caminho da Sabedoria. [John Garrigues]

As circunstâncias não são nada mais e nada menos do que os meios - e os únicos meios eficazes - pelos quais o indivíduo pode experimentar conscientemente a natureza das suas ações, e assim conseguir conhecimento de primeira mão. Os acontecimentos e as circunstâncias são apenas lições criadas por ele mesmo e que tornam possível para ele erguer-se, de acordo com a Lei, através dos diversos níveis daquela grande Escola de autoaprendizado que nós chamamos de existência humana. Reconhecer que isso deve ser assim é comparativamente fácil para quem já percebeu que o ensinamento teosófico sobre a absoluta universalidade da lei faz todo sentido. Mas compreender de fato que é isso o que ocorre implica muito mais do que uma compreensão intelectual da Lei.  Para isso é necessária uma completa autoidentificação com o funcionamento da Lei.

Se alguns acontecimentos e circunstâncias ainda podem ser percebidos por nós como “ruins”, como “desfavoráveis”, ou como “obstáculos”, nós ainda temos que aprender o ABC da Vida. Podemos reconhecer mentalmente que a Lei governa o universo, mas ainda temos que compreender o funcionamento desta lei dentro de nós mesmos.

Se os acontecimentos atuais parecem ser obstáculos, se as circunstâncias atuais parecem desfavoráveis, se o cumprimento dos nossos deveres atuais parece atrapalhar-nos, então há alguma coisa errada; não com os nossos deveres atuais, mas com a nossa concepção de dever; não com as circunstâncias atuais, mas com o modo como usamos as circunstâncias; e não com os acontecimentos atuais, mas com a nossa atitude diante de todos os acontecimentos.

Nós costumamos pensar que alguns fatos são favoráveis e outros desfavoráveis?  Se pensamos isso, tanto os fatos favoráveis como os desfavoráveis estão obstaculizando o nosso verdadeiro Poder de Percepção. 

Imaginamos que as circunstâncias são uma questão de boa ou má sorte?  Neste caso, permanecemos como escravos das circunstâncias, e não compreendemos o nosso Poder Divino de Escolha.

Vemos o Dever como algo imposto a nós desde fora para dentro? Neste caso, cada dever nosso funciona como obstáculo, impedindo-nos de despertar a Vontade Espiritual. 

Pensamos que a vida é feita de obstáculos e oportunidades?  Então continuamos lamentando e comemorando, e lamentando de novo, e outra vez comemorando, ao invés de aprender com ambas as situações, compreendendo o significado e o propósito da existência humana.

Desde o ponto de vista da Alma, há um único obstáculo verdadeiro, e ele é a nossa dificuldade de ver, em tudo o que nos acontece, uma lição a ser aprendida e  uma oportunidade de ouro para aumentar a nossa força e a nossa compreensão. Seria possível adquirir conhecimento, sem eliminar a ignorância?  Seria possível obter força, sem vencer a fraqueza? Seria possível ter oportunidades, sem vencer obstáculos? A fraqueza vencida é a força.  A ignorância eliminada é o conhecimento. Os obstáculos superados são as oportunidades.  Aprender, ao invés de ter alternadamente prazer e sofrimento, é Sabedoria.

A maior oportunidade ao nosso alcance está no cumprimento consciente dos nossos deveres atuais, no uso correto das atuais circunstâncias, e na aceitação de bom grado dos acontecimentos atuais, quer eles pareçam favoráveis ou desfavoráveis. Quanto maiores as nossas dificuldades, maior a oportunidade para que nos tornemos mais fortes, mais sábios, e, portanto, mais úteis como membros da família humana.
A vida não consiste de uma sucessão de obstáculos e oportunidades.  Cada acontecimento é um obstáculo ou uma oportunidade, conforme o modo como olhamos para ele. Transformar fatos aparentemente negativos em potencialidades para o bem é o primeiro e o último passo no caminho da Sabedoria.  

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

113 - Muito Obrigado

Esta é minha última oportunidade de agradecer a todos que, de alguma forma, leram e compartilharam os posts que escrevo. Agradeço aos grupos que participo e todos aqueles que seguem “meios hábeis”, mas principalmente pelos artigos compartilhados que me ensinaram outras verdades.

Devo deixar de participar de alguns grupos, não que eu tenha sido expulso, mas porque os assuntos que abordo não são exatamente o tema de alguns grupos. Acho correto que seja assim. Quando eu comecei a expor os meus textos eu tinha dois objetivos: saber o que diferentes grupos pensam sobre; e expor algumas sementes de esperança.

Que esperança?!

Tive que aprender – e aceitar – que algumas verdades não são como imaginávamos. Eu tenho uma doença incurável e crônica, e se não fosse a força de vontade de perseverar e encontrar outros caminhos, talvez eu estivesse morto. Entre a resignação e outras verdades, existem provas do quanto nos acomodamos ao que nos dizem, ao ponto em que, mesmo diante de nós, não conseguimos ver que existem coisas extraordinárias.

Não estou falando de coisas imaginárias de um conto de fadas, mas de ciências que foram ignoradas e acuadas pelas ciências atuais, que denegriram as verdades chamando-as de crendices, mágicas de embusteiros, mentirosos.

No fim do século 19, as ciências se consolidavam através da máxima de que todas as coisas deveriam ser medidas, pesadas, catalogadas e compreendidas por meio de parâmetros definidos. Estes parâmetros criaram barreiras que impediriam que certas ciências jamais pudessem nascer. Felizmente a própria ciência descobriu o erro e começa a estudar tais “ciências ocultas” sob o prisma de teorias que precisavam ser explicadas e não conseguiam suporte no que elas determinavam e acreditavam como verdades. De que as comunicações celulares não são totalmente bioquímicas e sim vibracionais ou energéticas [Biologia da Crença, Bruce Lipton]. De que Darwin errou ao dizer que o mundo é regido pela sobrevivência do mais forte, como afirmou em uma de suas últimas cartas.

Enfim, existe uma infinidade de ciências ocultas que ressurgem e demonstram o improvável: de que eu posso me curar. As minhas tentativas tem sido incríveis, e não são só no âmbito do sobrenatural, mas envolvem uma reprogramação interior, a diluição de crenças errôneas, técnicas milenares e perseverança. Mas o pior dos nossos inimigos são os medos.

Quando eu comecei a escrever eu pensei que poderia trazer luz para aqueles que buscam alguma resposta. Nunca quis impor as minhas verdades, mas sou um exemplo aos que querem acreditar. Não admito que outros digam no que eu devo acreditar, senão naqueles que, por eu me conhecer bem, dizem o que as inspiram a perseverar. Pode parecer arrogância, porém se eu me resignar diante dos obstáculos talvez seja uma arrogância maior ainda. Não somos castigados por Deus ou pela nossa consciência com o objetivo de sofrer, esta é uma oportunidade de romper com a crença de que a resignação é aceitável e experimentar viver.

Muito obrigado pelos comentários, pelo carinho e um Feliz Natal.

Mateus Göettees

sábado, 21 de dezembro de 2013

112 - socorro

Faz um ano que o mundo acabou!

Em algum momento nós devemos nos perguntar se a doença vale o risco de não nos arriscarmos. É claro que existe uma vantagem em ficar doente, chamamos de ganhos secundários, mesmo que estes ganhos não nos pareçam agradável é o que suportamos para evitar algo maior.


 Aceitamos a omissão para evitar problemas ou acreditamos no inevitável porque não temos capacidade de solucionar os problemas. Enfim, tememos tantas coisas que a doença até pode ser suportável, mas chega uma hora que somos obrigados a rever tais conceitos ou crenças pois a dor se torna insuportável.
Então começa a rever as suas crenças, o modo como se justifica e julga os outros, para de culpa-los de suas incapacidades. Grita que quer se curar e experimenta sair do conforto do que te ditaram e começa a usar tudo que possa estar disponível. Não precisa esperar que Deus o salve usando os seus poderes mágicos. Lembram-se da estória do homem que espera que Deus lhe salve da enchente e acaba morrendo porque não quis usar o helicóptero, o barco, o tronco que Deus havia enviado?!
Temos à nossa disposição tantos meios hábeis para nos curarmos, inclusive de doenças incuráveis, que nem precisaríamos pedir por Deus. Não tema as novas resoluções e nem se iluda imaginando que só existe o que a ciência acredita. Sonhe, e perceba que Deus está te enviando socorro.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

DETONA RALPH

Em uma outra oportunidade eu comentei que as nossas vidas se pareciam com a de personagens de videogames [carma mario bros] porque somos controlados com o objetivo de executar determinada tarefa imposta pelo jogador/usuário, que no nosso caso poderíamos chamar de espírito.

E eu deixei bem claro – pelo menos tentei – que este destino não é tão inflexível assim. Temos um objetivo traçado pelo espírito, que somos nós aliás, e ele se encarrega de nos guiar, mas todo o resto para se alcançar este objetivo/destino dependerá do nosso livre-arbítrio. Quando este livre-arbítrio se funde ao ego, declarando veementemente que o espírito deve estar errado, então entramos em conflito e a máquina emperra.

Ralph sabe muito bem que para sair de seu papel de “detonador” malvado, para se tornar um herói não é fácil. Ele tem que preencher o espaço pelo qual foi criado. Conosco é assim, não suportamos fazer o que o destino quer e saímos em busca daquilo que possa promover felicidade.

Mas a felicidade não é um produto, não se pode ter felicidade ou compra-la eternamente, este estado é temporário e viciante. Estamos sempre aumentando as nossas expectativas para elevar o grau de satisfação do que chamamos de felicidade. Na verdade, Ralph percebe que a felicidade estava em cumprir o seu papel naquele jogo. E foi reconhecido por ser exatamente assim.

Isto me fez pensar em duas coisas: o bem e o mal são complementares, só podemos perceber o bem se o mal for assimilado. Não quer dizer que precisamos ser o “mal”, mas se não o reconhecermos, estaremos negligenciando todas os nossos aprendizados. Um pouco disto está explicito em 004MH5 – naruto. Segundo, a felicidade não é uma conquista, pertence a nós, porém nos comprazemos em criar ideias errôneas em relação a todas as coisas e assim se formaliza um estado de ausência que deprime. Será que, se não criássemos estes vínculos com o ter, não seríamos mais felizes?

Num jogo de videogame, o personagem deve seguir o seu destino como determinado pelo programador, sem espaço para rebeldias. No nosso mundo, o destino é apenas, ou são apenas direcionamentos que estão alinhados com as necessárias aquisições do espírito. Não quer dizer que teremos uma vida controlada, sem desejos e vontades próprias. Neste caso, quando extremo, a vida se encarrega de nos chamar ao compromisso. O que causa muito sofrimento se não entendermos que, por pior que pareça, talvez seja a alternativa mais fácil. É só nadar a favor.

E quem disse que a escolha de papeis indignos devem ser esquecidos? Ralph aprendeu que a sua função destrutiva permitia o crescimento das funções construtivas de todos os personagens. Portanto, pense duas vezes antes de condenar alguém que te pareça infringir sofrimentos e medos, porque ele pode ser uma ferramenta para o seu crescimento.

Em um desses dias li um comentário feito a um praticante do budismo que queria crescer, mais algumas pessoas e situações o prejudicava. Tal comentário sugeria uma retirada de campo, se afastar dos problemas e exercitar a compaixão em meio à serenidade. Concordo, contudo, ao se fugir destes embates – que são fórmulas mágicas – estaremos perdendo a chance de aprender o que viemos aprender. Parece difícil, mas é pior do que parece. O melhor é observar, alguns diriam discernir, e colher informações, sem se afligir.

De todos os ensinamentos budistas, o que mais gosto – depois da parábola do Detona Ralph – é a da Cidade fantasma: um grupo de viajantes, tendo ouvido falar de uma cidade cheia de tesouros, parte para enfrentar uma difícil jornada. Para chegar à cidade, teriam de percorrer uma estrada extremamente longa que atravessava desertos, florestas e terras perigosas.

Nenhum trecho dessa estrada era seguro e os viajantes teriam de ter muita coragem e persistência para atingir sua meta.

Haviam completado mais da metade da jornada e acabado de sair de uma densa floresta quando o guia, que conhecia bem o caminho, avisa que logo iriam se aventurar por um deserto. O sol escaldante e as fortes tempestades de areia provaram ser demais para eles. Os viajantes estavam tão cansados que começaram a perder a coragem e a querer desistir dos tesouros em troca da segurança de seus lares que haviam deixado para trás.

O guia, contudo, estava determinado a levar todos, não importando como. Ele usa então seus poderes místicos para fazer aparecer uma cidade no meio do deserto. Num instante, os viajantes tiveram uma visão fantástica. Surge do nada um lindo oásis repleto de árvores, por entre as quais veem uma cidade. Imediatamente, por entre as quais veem uma cidade.

Imediatamente, correram até lá com grande alegria. Todo o cansaço, as dores e o desânimo desapareceram num instante para dar lugar ao otimismo e à esperança. Eles se banharam, saborearam comidas deliciosas e dormiram tranquilamente.

Em suas conversas, nem se cogitava a ideia de desistirem da jornada e de retornarem aos seus lares. Na manhã seguinte, logo que despertaram, ficaram estarrecidos ao ouvir o guia dizer-lhes que tinham de deixar aquele lugar maravilhoso e seguir viagem. Mas este é com certeza o paraíso que procuramos por tanto tempo! – exclama um deles.

Não – responde o guia – os senhores ainda estão na metade da jornada. Este é somente um ponto de descanso, uma lugar para refrescarem-se. Acreditem!

O destino final é muito mais belo que esta cidade e não está tão longe. Agora que tivemos tempo para descansar e relaxar, vamos continuar nossa viagem. Dito isso, a cidade desapareceu na areia.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

O PONTO DE VISTA DEVERIA SER PECADO


Como alguém sabe que é inconveniente, quero dizer, além daqueles que obviamente não se tocam quando se intrometem e impõem os seus pontos de vista como se fossem magnânimos.

O importante é que em algum momento da vida – senão na totalidade das horas acordadas – seremos inconvenientes para alguém, porque o ponto de vista é um meio social de dizer que julgamos irrestritamente. Julgamos porque acreditamos que é uma ferramenta “lícita” para se determinar o quanto aquele se comporta em relação ao que consideramos certo ou errado.

Quando eu ouço alguém dizendo que somente discerne, não cria julgamentos, eu me preocupo com o grau de ilusão. Conforme o dicionário, discernimento é: capacidade de compreender situações, de separar o certo do errado ou, capacidade de avaliar as coisas com bom senso e clareza; juízo, tino. Então discernir – que não é julgar – é um sistema de avaliação mais arrogante, talvez um pouco mais benéfica quanto aos julgamentos irrestritos e difamatórios que presenciamos.

Ponto. Não vou mais julgar, discernir e nem cogitar a ação alheia. Por quê? Porque todas as relações e ações que ocorrem em nossas vidas são exatamente como são. O quê? Você não acredita em destino?! Nem eu.

O erro está em achar – julgar – que o destino nos dirige em todos os passos, mas ele apenas aponta a direção. Por exemplo: o destino é como uma cidade longínqua para onde nos dirigimos – que quase sempre nós desconhecemos. Os caminhos para se atingir o destino são tantos quanto o nosso livre-arbítrio admitir, porque na maioria das vezes nós nos negamos essa liberdade e criamos as nossas próprias prisões. Uma doença pode criar uma prisão se admitirmos que ela nos restringe, mas ela também amplia coisas, ideias, que desconhecíamos.

Contudo o destino não é só um. Temos milhares de pequenos destinos durante a vida e que exigem vários caminhos para percorre-los. Isto é uma dualidade, mas também a unidade intrínseca de todas as coisas.

Então, quando alguém me ofende com o seu ponto de vista eu tenho duas alternativas: aceitá-la em benefício do meu ego ou negá-la veementemente por ir contra o meu ponto de vista. Uma terceira: não lhe dar atenção se ela não acrescenta. Não estou falando de uma soberba – que pode acontecer, sim – nem de uma indiferença que definiria o seu ponto de vista como “autocrático”.

O meu dedo está levantado, caso queiram saber. Costumamos julgar – se quiser chamar de discernimento, vai em frente – com ou sem justificativas baseando-nos tão somente em nossas experiências e no que elas nos ensinou do certo ou errado. Isto é nadar contra a correnteza.

Não sei quanto a você, mas a noção de certo e errado é flexível e mutável, forjado nos exemplos que oferecemos aos nossos filhos. Quando julgamos o mal, o fazemos pela sua expressão manifestada e negligenciamos o que o transformou em mal. Sei que é difícil perdoar o mal, o sofrimento e a dor, mas podemos aprender que aqueles que nos causam o sofrimento estão apenas repetindo todo o sofrimento que experimentaram.

Todos já fomos crianças...

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

CONSTELAÇÃO FAMILIAR

Eu estava devendo algumas explicações sobre terapias, daquelas que experimentei e, sobretudo, das que somente conheci um breve testemunho.

De todas as terapias, a que mais me impressionou – mesmo que quase tudo que vi nestes dois últimos anos tenha me impressionado – foi a constelação familiar. Por quê?

Principalmente porque não sabia que estava “dentro” da terapia, participando ativamente desta experiência. E quando a gente desconhece o processo, não tem como controlar o resultado, nem mesmo de criar justificativas que pudessem explicar os eventos, digamos, sobre-humanos. Quais eventos? Vou começar do meu ponto de vista, mesmo porque as constelações familiares forjadas por Bert Hellinger parecem quase inacreditáveis – bom demais para ser verdade.

Passo duas vezes por ano por uma terapia em grupo com pacientes – em sua maioria – de câncer com o propósito de esclarecer a origem das doenças, as origens psicossomáticas e as causas emocionais. Comumente definem-se dois ou três modelos de estudo. Em um destes modelos estávamos discutindo o quanto a raiva pode se ocultar como vergonha.

Um paciente tinha tido um tumor no testículo, esquerdo, e não aceitava o processo de cura por causa da vergonha que o procedimento provocava, enfim, dizia-se envergonhado, mas na verdade não queria admitir a raiva. Aliás, quase tudo é consequência da raiva.

O terapeuta, então, quis definir a origem do tumor. Colocou-o – o paciente do tumor – à frente do grupo e solicitou a outro paciente que fizesse o papel de irmão mais velho. Não havia que mantivesse o “irmão mais velho” perto do outro. Para simplificar vou usar os termos usados nas constelações. Tenho que lembrar a você que eu não tinha a menor ideia do que estava acontecendo. Enquanto o paciente com tumor, o “cliente”, tentava se aproximar do paciente que representava o seu irmão mais velho, este “representante” continuava se afastando.

O cliente precisava do irmão, amava-o. No entanto o representante dizia que se sentia incomodado, quase indiferente. Então eu me perguntei: Como ele pode dizer que sente algo, se não é realmente o irmão mais velho? Até então eu não percebi que as respostas do representante não eram propriamente dele.

O terapeuta incluiu mais dois representantes “desconhecidos” que faziam os papéis de pai e mãe. E assim começou o diálogo entre eles, sobretudo em relação a sentimentos e emoções. Parecia tudo tão bem orquestrado, o que estava acontecendo? Então eu fui chamado como “representante”. Quem seria eu?

O tumor do testículo esquerdo.

Eles formavam duas fileiras, à direita o representante do irmão mais velho. Atrás, pai e mãe. Fui colocado à esquerda. E me perguntaram o que eu estava sentindo.

Por um tempo fiquei perdido como se não conhecesse a “brincadeira”. Lembre-se, eu não sabia que estava acontecendo algo, muito menos o objetivo por trás da terapia. Senti-me um pouco frustrado porque não senti nada.

Quando fui reposicionado entre o cliente e seu irmão mais velho eu fiquei completamente chocado. Não tenho o hábito de ficar exposto em público, porém a timidez – minha – se transformou em alívio. Tão forte e estranho que qualquer tentativa de racionalizar foi destruída pela intensidade da emoção. Mudei de posição algumas vezes, mas só sentia alívio quando colocado entre o dois, às minhas costas ficava a representante da mãe. E ela começou a chorar e sentia muito amor por mim, segurava minhas mãos com força.

Um dos processos das constelações é identificar o desequilíbrio dentro do sistema e promover o reequilíbrio através, por exemplo, do perdão e da aceitação. Então o pai me reconhecia e agradecia, assim como a mãe e os filhos, eu precisava encará-los e dizer o mesmo. Nesta altura já não me importava se representava para o cliente, o único que era peça verdadeira na terapia. Os sentimentos e as emoções não eram nossos.

E quem era o tumor? O irmão gêmeo que foi absorvido pelo organismo do cliente. Isto parecia ter sentido, já que os sentimentos descritos pelos representantes pareciam direcionados a alguém que amavam. O terapeuta se concentrou no cliente e fomos nos sentar.

Que vínculo foi aquele? Havia algo que me incomodava, pois mesmo não sendo o “cliente” daquela constelação, pressentia que as pessoas poderiam ter um elo circunstancial. Você já ouviu falar de sincronismo?

Depois de uma semana eu li um artigo sobre constelações familiares e descobri o que havia acontecido, em termos, naquela terapia de grupo. Não foi uma constelação “completa”, entretanto se descobriu as origens do tumor para que o paciente começasse a desvendar as causas.

E eu? Não era o cliente, deveria ser somente uma espécie de representação virtual para a elucidação do problema, mas eu sentia que as “conversas” poderiam ser mais do que sugeria o procedimento. Será que os sentimentos e as palavras ditas pelos “representantes” e “cliente” poderiam ser aquelas que me diriam os meus pais e irmãos?

Pelo conteúdo, tenho que dizer que sim.

Mas como isto aconteceu? Na verdade não importa o como, mas sim o resultado. Bert Hellinger deixa que o “cliente” forme a sua família, escolha os representantes e os posiciona como deseja. A interação entre os representantes modificam o posicionamento, até que se instaure um equilíbrio. Para tentar entender, leia os livros dele, porque é um daqueles casos em que a dinâmica não é perceptível, mas os resultados sim.

Uma característica que encontrei em comum com outras terapias e técnicas foi que existe uma conexão da mente subconsciente a dirigir o processo e uma conexão mais ampla entre todos. Esta conexão ampla é responsável por inspirações e instintos, em outras ocasiões chamamos de coincidências.

A parcela relacionada ao subconsciente é aquela que tenta se comunicar com a mente consciente. Na radiestesia esta comunicação atua provocando micro vibrações que agem em pêndulos e varetas. Na cinesioterapia, as vibrações se mostram no movimento “independente” de músculos que respondem aos sim e não. Na programação neurolinguística, as vibrações são mentais e o acesso ao subconsciente é mais direto. Quase a mesma relação entre um médium e a brincadeira do copo.

Decerto, a experiência provocou-me certas reflexões que jamais teria ocasião de averiguar por mim mesmo. Por isso considero as constelações familiares um grande passo rumo ao autoconhecimento, e ou maior ainda na solução dos processos doentios que se estabelecem pelo desequilíbrio do sistema.

#amorexiste



sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

108

Em várias culturas do oriente, na Índia, Tibete, China e Japão, o número 108 é considerado um número especial. Consultando a Wikipédia, podemos encontrar várias referências sobre o assunto, das quais destacam-se as seguintes:

Hinduísmo: As divindades hindus têm 108 nomes. Na Gaudiya Vaishnavism, há 108 gopis de Vrindavan. No ritual Nama Japa, mantras são repetidos 108 vezes.

Budismo: Os sacerdotes Zen do culto juzu trazem em torno de seus pulsos um anel com 108 contas. O Sutra Lankavatara tem uma seção onde o Bodhisattva (5) Mahamati faz 108 perguntas a Buda e outra seção onde Buda recita 108 declarações de negação. Em algumas escolas do budismo, acredita5se que há 108 contaminações.

No Japão, no final do ano (31 de dezembro), um sino é tocado 108 vezes em templos budistas para acabar com o ano velho e dar boas vindas ao ano novo. Cada toque representa uma das 108 tentações terrenas que uma pessoa tem de superar para alcançar o nirvana.

Artes Marciais: Escolas de artes marciais da Índia e China associam o 108 a pontos de pressão, movimentos e outros aspectos de suas práticas.

Ayurveda: 108 seriam o número de pontos onde a consciência e a carne se cruzam para animar o ser vivo.

A Origem dos 108 Pecados

Os 108 pecados são calculados da seguinte forma [3]:

● 36 referem-se ao Reino do Desejo

● 31 referem-se ao Reino das Formas

● 31 referem-se ao Reino Sem Formas

● 10 referem-se a Aflições Secundárias

A maioria dos pecados são erros conceituais, visões falsas da realidade, que podem ser eliminados pelo caminho do discernimento. Os sofrimentos mais intratáveis, por serem compulsões habituais e hábitos arraigados precisam ser eliminados por meio da prática da meditação.


A Lista

A lista que apresentamos a seguir foi traduzida a partir de um texto de James Barton. Esse autor percebeu que a tradução para inglês não foi muito boa, havendo vários termos duplicados, provavelmente devido a limitações da tradução. Para criar a lista em português, traduzi os termos em inglês dessa lista recorrendo a vários dicionários para distinguir as sutilezas dos significados dos termos em inglês, optando pelo termo em português mais apropriado, mantendo o sentido original e evitando cair nas redundâncias. Essa relação deve ser encarada, portando, como uma tradução livre e não como uma lista definitiva.

Por uma questão de organização, a lista foi posta em ordem alfabética. Contudo, com base nos textos originais, parece ser possível agrupar os itens conforme seu “reino”, conforme os pecados sejam primários ou secundários, assim como outras formas, conforme eles podem ser tratados (resolvidos, eliminados), por exemplo.

Uma análise detalhada dos textos originais e uma tradução direta para o português poderá trazer mais luzes sobre esse assunto.

Abuso

Escárnio

Mentir

Achar que sabe tudo

Falsidade

Mesquinhez

Agressão

Falta de compreensão

Negatividade

Altivez

Falta de misericórdia

Obsessão

Ambição

Falta de vergonha

Obstinação

Ânsia por poder

Furtividade

Ódio

Antipatia

Ganância

Ódio de si mesmo

Arrogância

Garrulice (2)

Opressão

Autoritarismo

Gula

Orgulho

Baixeza

Hipocrisia

Ostentação

Belicosidade

Hostilidade

Pessimismo

Blasfêmia

Humilhar

Praguejar

Brigar

Ignorância

Praticar a maldade

Capricho

Ilusão

Praticar artimanhas

Censura

Impostura

Presunção

Ciúme

Impudência (3)

Pretensão

Cobiça

Indelicadeza

Prodigalidade

Cobiça por dinheiro

Indiferença

Raiva

Cobiça sexual

Infidelidade

Rancor

Cometer excessos

Inflexibilidade

Rapacidade (5)

Crueldade

Ingratidão

Ridicularizar

Degradação sexual

Insaciabilidade

Sadismo

Desatenção

Insatisfação

Sarcasmo

Descaramento

Insensibilidade

Sedução

Descontentamento

Insidia (4)

Ser calculista

Desejo de fama

Intolerância

Ser Maligno

Desonestidade

Intransigência

Soberba

Desprezo

Inveja

Teimosia

Desregramento

Ira

Ter um coração duro

Desrespeito

Irresponsabilidade

Tirania

Dipsomania (1)

Jogar (jogos de azar)

Tortura

Discordar

Julgar precipitadamente

Vaidade

Dogmatizar

Luxúria

Vingança

Dominação

Machucar

Violência

Egoísmo

Manipulação

Volúpia



1 = Alcoolismo

2 = Falar demais

3 = Insolência

4 = Emboscar

5 = Hábito de roubar



Por http://www.metaconsciencia.com/

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

PERDÃO E GRATIDÃO

Eventualmente sentimos ódio e este rancor se materializa. Eu não achava ser possível perdoar certas mágoas, pelo menos àquelas que estamos acostumados, pela força de nossas crenças, a não perdoar.

Não é uma questão de não fazer o que as religiões, principalmente as cristãs, nos dizem quanto a perdoar o mal que nos tenham feito. Existe uma contradição tão forte que o perdão se constitui de duas formas de perdoar: Jesus deixou claro que se deve perdoar tudo, sem justificativas, sem subterfúgios e a sua explicação se perde entre as recomendações da Lei de Talião: dente por dente, olho por olho. Jesus não era cristão, mas sim judeu e a lei judaica se confundia com a religião.

Tempos em que os homens estabeleceram leis que permitissem a ordem, Portanto o perdoar somente seria possível onde existia a concórdia e a vontade. E o cristianismo nasceu das lições do judaísmo ensinadas por Jesus. Assim como o budismo, de suas fontes hinduístas através dos ensinamentos e experiências de Buda.

Passamos tanto tempo reinterpretando certos ensinamentos que não percebemos as suas semelhanças. As religiões anseiam pelas reinterpretações, assim como a ciência por novas descobertas e raciocínios. A ciência existe para dar suporte à religião e esta para direcionar a ciência, contudo existem certas turbulências nesta relação.

Uma delas é o perdão. Qual seria a vantagem de perdoar?

Tirando-se as óbvias conclusões, aquelas que estamos cansados de ouvir, tais como: perdoar lhe fará bem, vai tirar o peso da vingança, da raiva, da frustração. Perdoar engrandece a alma, perdoar é a expressão daquele que supera a dor [resigna-se]. Ou seja, é uma característica daqueles que querem se esquecer do “imperdoável” e seguir em frente ou demonstrar a sua magnificência perante aqueles que causaram o mal.

Então não é perdão, porém pode nos aproximar do perdão. No texto 003MH3 sobre o livro Voo Noturno de Saint-Exupéry, ele nos fala da coragem e em como ela pode ser interpretada conforme o observador. Que a coragem não se compõe de sentimentos especialmente belos: um pouco de raiva, um pouco de vaidade, muita teimosia e um prazer desportivo trivial. Sobretudo a exaltação da nossa força física, que...

O perdão também se amoldou às necessidades das proezas humanas em perdoar sem perdoar, dando-nos a impressão de que o perdão não passa de uma justificativa para parecermos melhores diante da sociedade.

http://www.youtube.com/watch?v=D_LFg_wC6kE

Como transformar este perdão conceitual em sincero perdão. O que deveria causar o perdão em nós? Repito, em nós, porque a maior vantagem do perdão não é perdoar qualquer mal que nos tenham feito, mas aprender que somos diretamente responsáveis pelo sofrimento. O sofrimento, assim como a infelicidade, se baseia em uma relação de comparação, se não atingirmos certas metas, não seremos felizes.

Então perdoar não se refere ao mal que tenham nos feito, mas sim ao mal que aceitamos – ao mal que percebemos em relação a. Se aquela ação não nos atinge, não nos afeta, não concluiremos que ela nos faça mal e assim não existiria a necessidade de perdão. O perdão não é algo que deva ser concedido a alguém, mas para si que assimilou a ideia do sofrimento e projetou-a em algo ou alguém.

Perdoar é, enfim, aceitar que as suas ideias e conclusões – que sempre serão parciais – criaram o sofrimento. Por isso a coragem de admitir que o sofrimento, mesmo que pareça surgir fora, está dentro, de nossas percepções que tendem a criar monstros. Perdoar é sentir gratidão.

Gratidão pela oportunidade de quitar as suas dívidas. Infelizmente não aceitamos que o mal seja uma oportunidade de exercitar o bem. Não queremos ser controlados pelas circunstâncias, pensamos que os problemas causados por outros em nós deveriam ser ajustados através de nossos julgamentos. Que o mal tem que ser enfrentado com todas as nossas forças, se esquecendo de que ela foi atraída até nós com o objetivo de nos fazer acreditar em Deus. Aceita as turbulências é nadar a favor da correnteza.

Uma doença obriga a tomar novos rumos, se ela for inflexível, as nossas atitudes terão que ser mais flexíveis se quisermos modificar o pensamento que causa sofrimento. Alguns se resignarão e encontrarão paz, mas uma grande parte se revolta e sofre, mesmo que ambos morram. Como você gostaria de morrer?

O mal tem este objetivo, e ele só é chamado de mal porque se interpôe aos nossos desejos. Não queremos perder o que supomos ter, nem sermos obrigados a rever os nossos planos simplesmente porque eles nos parecem impossíveis. Ao perdoar, as suas ideias errôneas e ilusórias, sentirá gratidão.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

106 - indignação diante do evitável

Às vezes eu escuto coisas que, de tão contraditórias, deveriam ser óbvias, mas não são. Uma delas é sobre como percebemos o que é doença. O que se resume a aceita-la conforme as massas a define ou, entender que a doença não é o que parece.

Somos frutos da ideia de que todas as doenças são implacáveis, que somos inexoravelmente reféns de seres microscópicos que destroem o corpo. Mas quando foi que começamos a criar a ilusão de que somos fracos?

As primeiras descobertas da biologia microscópica estavam atreladas às descobertas daquilo que causavam as doenças. Quando começamos a pesquisar e observar vírus e bactérias, tomamos como padrão a seguinte ideia: estes seres são os responsáveis pelas doenças, portanto o seu estudo permitiria a criação de barreiras.

E se, neste momento da criação de uma premissa científica, tivéssemos dito: estes seres são criados – são consequência – de um desequilíbrio, de uma desarmonia. O seu estudo permitiria definir as causas do seu surgimento. Tudo seria diferente, hoje ainda não aceitamos que a ciência médica, farmacêutica e porque não psicológica, se baseiam em premissas errôneas.

Novos estudos, que se iniciaram uns 50 anos antes de Darwin dizer que a evolução das espécies se dava pela sobrevivência do mais forte, Lamarck não apenas apresentou sua teoria antes de Darwin, como ofereceu uma explicação menos drástica para os mecanismos da evolução. Sua teoria diz que a evolução está baseada em uma interação cooperativa entre os organismos e seu meio ambiente, que lhes permite sobreviver e evoluir em um mundo dinâmico. Afirmava que os organismos passam por adaptações necessárias à sua sobrevivência em um ambiente que se modifica constantemente. O mais interessante é que a hipótese de Lamarck sobre os mecanismos da evolução se ajusta muito bem à explicação dos biólogos modernos sobre como o sistema imunológico se adapta ao meio ambiente. [Bruce Lipton]

Se o sistema imunológico se adapta, se ele possui milhões, talvez bilhões de células, como podemos acreditar que um punhado de organismos externos possam nos atacar e destruir este mesmo sistema? Sendo que, possuímos todos os organismos em nós, esperando por...

Por exemplo, eu recentemente [Dalai Lama] me reuni com alguns médicos numa faculdade de medicina. Estavam falando sobre o cérebro e afirmaram que os pensamentos e os sentimentos resultam de diferentes reações e alterações químicas no cérebro. Por isso, propus uma pergunta. É possível conceber a sequência inversa, na qual o pensamento de ensejo a sequência de ocorrências químicas no cérebro? Mas a parte que considerei mais interessante foi a resposta dada pelo cientista. “Partimos da premissa de que todos os pensamentos são produtos ou funções de reações químicas no cérebro.” Quer dizer que se trata simplesmente de uma espécie de rigidez, uma decisão de não questionar o próprio modo de pensar.

Sendo que, possuímos todos os organismos em nós, esperando por uma brecha, Não uma brecha no sistema imunológico, mas uma desarmonia que provoca a ação anômala das células. Estas anomalias provêm, sobretudo do pensamento que determina uma ação e as células, vírus ou bactérias reagem conforme a situação a ser reorganizada. Portanto as doenças não passam de uma tentativa de se recuperar a saúde. Mas como?!

Toda doença é uma resposta – última – do organismo, ou seja, do corpo, de nós mesmos, de restaurar o sistema. Por trás deste mecanismo existe uma ação de pouca importância: o pensamento.

O estudo das doenças psicossomáticas se baseia nesta premissa: a doenças são criadas por pensamentos em conflito. Sentimos isto quando estamos com medo, por exemplo, uma ansiedade que se manifesta na respiração, no sistema gástrico, no cérebro, etc., inundando o corpo com substâncias químicas que, a longo prazo, podem perturbar a harmonia do sistema que reage.

A correlação entre a doença e as causas mentais que as originaram são tão precisas que estudos já comprovaram que, ao se eliminar as causas, os pensamentos perturbadores, a doença desaparece. Inclusive as incuráveis. O que é o meu caso. E posso afirmar que não é um problema de resignação e sim de autoperdão. O embate que presumia encarar, entre agir com resignação e aspirar à superação, não passava de uma armadilha. De acordo com o meu corpo, sou uma dessas pessoas que trancaram o coração devido a uma perda muito grande, de algum transtorno emocional muito grande, de alguma traição, de algum esforço, de uma indignação muito grande. Depois de ter se dedicado tanto, se entregado tanto a alguém ou alguma situação. Os sintomas significam o movimento da vida, os detalhes de como eu gostaria que tivesse sido a vida se não tivesse acontecido tais desarmonias no passado. É claro que deixei de ser sensível. Tornei-me insensível em algumas questões da vida. Por isso o meu corpo, em algumas partes que representam setores da minha vida, como o caminhar e a forma de trabalhar, dizem que eu não sinto mais. Não podemos deixar de sentir, nunca podemos deixar de amar e de se entregar sempre. Por mais que a gente quebre a cara, você até pode dar um tempo, recuar, depois salta para cima de outro amor. Seja um amor de trabalho, de amigos, de relacionamento, não pode parar de amar e se entregar nunca. As palavras ecoavam em minha cabeça: Quais as vantagens que eu estou tendo com esta doença? Quem está cuidando de mim, quem voltou, quem se aproximou e quais são os meus ganhos secundários?

Pessoas que nunca conseguem curar as doenças, por mais que tenham feito tratamentos, terapias, remédios e viajado atrás de santos não conseguem se recuperar, então falta uma pergunta; você quer se curar? Será que você não vai perder certas coisas, benefícios, pessoas? Que você está se sacrificando inconscientemente ao manter uma doença que faz certas pessoas, ao qual é apegado, e que quer controlar, ficarem do seu lado?! [Cristina Cairo – sobre a Esclerose Múltipla].

A ferramenta de diagnóstico seria o autoconhecimento e para ajudar no processo, o conhecimento da Linguagem do Corpo resgatado e compilado por Cristina Cairo. Para reescrever o pensamento, em um processo de autoestima, usar a Programação Neurolinguística é usar de uma técnica que nos obriga rever nossos conceitos, ideias e modelos que deram vida ás doenças ou qualquer outra barreira. Um processo de autoconfiança e determinismo. Onde a crença original é substituída por uma crença em si e nas suas potencialidades.

A doença que foi criada por você pode ser eliminada, por você. Reveja aquilo, as causas, que deram vida à enfermidade e se conheça.


002 - as regras que estão mudando as regras - Tim Ferriss
livrosqtransformam.blogspot.com.br

002 - mar sem fim  - Amyr Klink
livrosqrespiram.blogspot.com.br

002 - marina klink
meanima.blogspot.com.br

002 - amyr klink - passo para o sucesso
meconectacom.blogspot.com.br

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

AVISO/SORTEIO

SORTEIO #01.

AVISO SORTEIO.
algumas pessoas reclamaram não conseguir "curtir a página" meios hábeis, sugiro se cadastrarem na NEWSLETTER em www.meioshabeis.blogspot.com.br. Usarei as duas listas. Por favor compartilhem esta informação.

Concorra ao Livro "O Poder do Agora" de Eckhart Tolle. O sorteio será 15 de dezembro 2013 a partir dos nomes cadastrados nestas páginas.


segunda-feira, 25 de novembro de 2013

105 - as regras que estão mudando as regras

Muitas vezes nós não questionamos o que existe, porque se milhões de pessoas o fazem, é porque esta é a melhor maneira de fazê-lo. Mas este não é o melhor caminho, é apenas o caminho do meio, o de sempre.

Earl Nightingale, Lead the Field

Isto me recorda que o budismo usa a expressão “Caminho do Meio” como um equilíbrio entre extremos, com o objetivo de controlar as nossas emoções e assim, superar os instintos. Mas, de alguma forma, pela primeira vez eu percebo que o próprio caminho do meio pode se transformar numa armadilha quando estagnamos as nossas emoções. O controle das emoções é um passo, depois devemos aprender a usar os extremos a nosso favor. Agora eu entendo porque tudo é mutável e impermanente. Os meios hábeis surgem conforme avançamos, não existem certezas.

Capítulo 2: As regras que estão mudando as regras – tudo o que é popular é errado.

O autor nos diz como ele ganhou uma medalha de ouro do boxe chinês, apenas quatro semanas após começar este esporte, analisando as regras do campeonato e encontrando brechas para que ele pudesse ganhar esta medalha com facilidade, o que 99% daqueles com 5-10 anos de experiência nunca tinham conseguido fazer.
Tim Ferris usa essa história como um ponto de partida para explicar o que é necessário para desafiar o status quo, o que frequentemente todo mundo deseja fazer. Obviamente, devemos inteligentemente mudar: mas não é porque todo mundo anda sobre os pés que nós precisamos começar a caminhar sobre as mãos. Caminhar sobre os pés funciona muito bem. Não devemos consertar o que não está quebrado. O autor dá-nos o que ele vê como as 10 regras básicas do novo rico, e que questionam o consenso:

1 - Aposentadoria é o seguro para o caso de acontecer a pior das hipóteses: deve ser visto como uma chave para se usar na pior situação possível, ou seja, a incapacidade física total para trabalhar.
2 - O interesse e energia são cíclicos.

3 - Menos não é preguiça: fazer menos trabalho e se permitir concentrar nas coisas que realmente importam para você não é preguiça. Preguiça é o fato de suportar uma vida que não é feito para nós, deixando que as circunstâncias e os outros decidam por nós.
 
4 - A noção que se tem do tempo nunca está correta.
 
5 - Peça perdão, não permissão.

6 - Concentre-se em seus pontos fortes, em vez de reparar nos seus pontos fracos. 

7 - Coisas em excesso tornam-se seu oposto.
8 - O dinheiro por si só não é a solução: "Se eu tivesse mais dinheiro" é uma das desculpas mais usadas para procrastinar e impedir de viver seus sonhos. 

9 - A renda relativa é mais importante do que a renda absoluta.

10 - Stress e eustress (stress positivo): O estresse não é sempre uma coisa ruim, devemos distinguir entre o estresse negativo, que nos enfraquece, diminui a nossa confiança em nós mesmos e nossas capacidades, e eustress - o prefixo grego "eu" significa "saudável" (como em "euforia" ) - que tem uma pressão positiva para nós, como os modelos que nos empurram para superar a nós mesmos, a crítica construtiva, a emoção de risco, tendo que exceder nossas zonas de conforto. Não há progresso sem eustress.

Há um grande fator de autoestima, na verdade são duas vertentes: valorização de si e o elogio. Empregar o seu tempo para ampliar o seu autoconhecimento gera uma expectativa de valorização do ser, que acaba refletindo em todos os aspectos da vida. Tim faz uma conexão entre as capacidades da pessoa, de suas potencialidades, com aspectos profissionais. Pois são as condições profissionais as maiores fontes de estresse e desanimo e, a falta de confiança em si mais a baixa autoestima, nos impedem de romper os hábitos e as crenças criadoras do sofrimento.texto completo em 002MH2: http://livrosqtransformam.blogspot.com.br/2013/11/002-as-regras-que-estao-mudando-as.html