quinta-feira, 30 de outubro de 2014

QUEBRAR AS REGRAS, PODE?


Mais um relato de Experiência Quase-Morte que nos coloca em uma circunstância indigna. Por um lado sabemos que elas existem, mas não nos preocupamos – obviamente – em experimentá-la. Por outro, se eu não posso passar por ela, seria mais fácil esquecer.

Parece que todas as pessoas que passam por tais experiências sempre se reconciliam. Com o quê? Difícil de precisar, porque elas soam particulares e tendem a preencher respostas cuja as perguntas jamais suporíamos fazer.

Então, como poderíamos experimentar somente as coisas boas? O que eu posso dizer é que elas EXISTEM e você  não dá atenção aos sintomas...

         Em 10 de novembro de 2008, entretanto, aos 54 anos, a sorte pareceu me abandonar. Fui surpreendido por uma doença rara e fiquei em coma durante sete dias. Nesse período, todo o meu neocórtex – a superfície externa do cérebro, a parte que nos torna humanos – ficou paralisado. Inoperante. Completamente ausente.

Quando nosso cérebro está ausente, nós também ficamos ausentes. Como neurocirurgião, ouvi muitos relatos de pessoas que tiveram experiências estranhas, geralmente depois de sofrerem ataques cardíacos: histórias de viagem para lugares misteriosos e maravilhosos, de conversas com parentes mortos – e até de encontros com Deus.

Fascinante, sem dúvida. Mas tudo isso, em minha opinião, era pura fantasia. Afinal, o que provocava as experiências sobrenaturais que as pessoas relatavam com tanta frequência? Na verdade, a resposta não me interessava, mas eu acreditava que essas experiências tinham uma base cerebral. Toda consciência tem. Se não houver atividade cerebral, não há consciência.

Isto porque o cérebro é a máquina que produz a consciência. Quando a máquina falha, a consciência para. Por mais complicados e misteriosos que sejam os mecanismos cerebrais, em essência, a questão é bastante simples. Retire a tomada da TV e a imagem desaparece. O espetáculo acaba.

Por mais que se esteja gostando dele.

Durante o coma, não é que meu cérebro trabalhasse de forma inadequada – ele simplesmente não trabalhava. Hoje, acredito que isso tenha sido responsável pela profundidade e intensidade da experiência de quase morte (EQM) que vivi nesse período. Muitas das histórias de EQM aconteceram com pessoas que ficaram com o coração parado por algum tempo. Nesses casos, o neocórtex está temporariamente inativo, mas em geral não tão danificado, o que faz com que o fluxo de sangue oxigenado seja restaurado por meio da ressuscitação cardiopulmonar ou da reativação da função

cardíaca em torno de quatro minutos. Mas no meu caso o neocórtex estava fora de área. Eu estava conhecendo uma dimensão da consciência que existia completamente à parte das limitações de meu cérebro físico.

De certa forma, vivi uma avalanche de experiências de quase morte. Como neurocirurgião com décadas de pesquisa e prática, eu estava em melhor posição para avaliar não apenas a realidade, mas as implicações do que acontecera.

E essas implicações são extraordinárias. Minha experiência me mostrou que a morte do corpo e do cérebro não é o fim da consciência, e que a existência humana continua no além túmulo.

E, mais importante ainda, ela se perpetua sob o olhar de um Deus que nos ama e que se importa com cada um de nós, com o destino do Universo e de todos os seres contidos nele.

O lugar onde estive era real. Tão real a ponto de fazer a vida no aqui e agora parecer uma ilusão. Isso não significa, entretanto, que eu não valorize a vida que levo agora. Pelo contrário, prezo-a até mais do que antes. E o faço porque consigo enxergá-la em seu verdadeiro contexto.

A vida não é sem sentido, o problema é que não conseguimos perceber esse fato daqui – ao menos na maioria das vezes. O que aconteceu comigo quando estava em coma é, sem dúvida, a história mais importante que terei para contar daqui em diante. Mas é um relato muito delicado porque é estranho demais para a compreensão normal. Além disso, as conclusões são baseadas em uma análise médica da minha experiência e na minha familiaridade com os conceitos mais avançados da neurociência e dos estudos da consciência. Quando percebi a verdade por trás de minha jornada, soube que precisava contá-la. Fazer isso da melhor forma possível se tornou a principal tarefa da minha vida.

Uma prova do Céu, Dr. Eben Alexander III.

Eu consegui ter uma experiência como esta sem precisar me matar – modo de dizer. E não é impossível, apenas estranho. Um bom começo é saber que tudo que você imagina, e tem a mais absoluta certeza, não passa de ilusão...

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

A VERDADE DA VIDA V.7

Aqueles que olham o lado positivo das coisas, que enaltecem as qualidades dos outros e que, mesmo nas horas de maior infortúnio, nunca perdem a esperança e a coragem, e avançam continuamente olhando a luz lá adiante, acabam vencendo todas as adversidades e transformando sua vida numa vida repleta de luz e alegria. 

Pessoas alegres, otimistas, cheias de vida — essas são as pessoas que mais fielmente estão manifestando a verdadeira natureza do homem. 

Tais pessoas são como ímãs que atraem saúde e felicidade. Elas não só recebem a saúde e a felicidade, como também conseguem transmiti-las a todas as pessoas com que se relacionam. Assim como as doenças são produtos da mente e são transmitidas por meio de vibrações mentais negativas, a saúde e a felicidade também são produtos da mente e são transmitidas por meio de vibrações mentais positivas.

É desnecessário dizer que também o caminho para a felicidade é desbravado pela atitude mental positiva e pelo esforço incansável. Nossos pensamentos são como ondas de rádio: embora invisíveis aos olhos, eles constituem um tipo de movimento vibratório. Assim, sempre que um pensamento surge em nossa mente, ele se propaga no espaço, vai influir em todos os seres e passa a trabalhar no sentido de criar coisas e fatos condizentes com ele. Mesmo um pensamento que assoma à nossa mente apenas por um momento, não é algo transitório, que desaparece logo em seguida. Pelo contrário, ele vai se propagando, alcança as mentes de todos os seres vivos que existem no Universo e, encontrando uma mente adequada para recebê-lo, aí se fixa, cresce e afinal se concretiza. 

Se nossa mente estiver sempre tomada por sombrios pensamentos de ódio, de rancor, de doença ou de pobreza, todo o nosso ser acabará se tornando um aparelho receptor que capta os mesmos tipos de pensamentos emitidos por outras pessoas; e fatalmente acabaremos sofrendo as tristes consequências disso, tanto espiritual como fisicamente. 

As pessoas que vivem pensando em coisas sombrias e negativas, não só se tomam emissoras que propagam vibrações de infelicidade neste Universo, como também receptoras que captam e materializam as vibrações de infelicidade emitidas por outras pessoas e que vagam no espaço.

Originalmente, fomos feitos para levar uma vida maravilhosa, gozando de perfeita saúde, prosperidade e felicidade, bastando para isso que não tenhamos pensamentos sombrios, cheios de ódio, rancor, medo, ou pensamentos que atraiam a doença e a pobreza. 

Se somos agora infelizes, isso é consequência do fato de termos tido demasiada propensão para olhar o lado negativo das coisas; de termos vivido com a mente presa às coisas negativas e perdido a liberdade mental de olhar para a Luz, para o lado positivo das coisas.
Essas pessoas precisam saber que nós, seres humanos, não podemos dirigir nossa vida segundo nossos desejos egoísticos. Disse, outrora, um sábio: "A suprema liberdade provém da obediência a Deus". Assim é que a água, por exemplo, consegue fluir livremente e regar o solo fértil apenas quando age conforme sua natureza — a que Deus lhe deu. Alcançamos a verdadeira liberdade somente quando a realização de nossos objetivos está em conformidade com a vontade de Deus. 

Quando o objetivo não está em conformidade com a vontade de Deus, até mesmo os grandes homens, como Napoleão, por exemplo, acabam tropeçando mais dia menos dia. "Aonde quer que eu vá, infalivelmente haverá luz" — para que esse pensamento passe a ser uma convicção e não uma simples ideia formulada, precisamos viver junto com Deus, baseando n'Ele a nossa vida. 

Viver junto com Deus não significa avançarmos teimosamente em direção a uma meta, movidos apenas pela força de nossa própria vontade. Viver junto com Deus é confiarmos tudo nas mãos de Deus, vermos a salvação, a luz e a providência em todos os lugares, e seguirmos em frente com perseverança, ânimo inabalável, e coração confiante na Força Infinita de Deus, agindo com versatilidade, segundo a orientação de Deus. Com base na real compreensão disso é que podemos transformar a convicção "enxergarei a Luz, aonde quer que eu vá" em uma verdadeira força propulsora de nossa vida. Muitas vezes, não percebemos quanta felicidade e beleza existem neste mundo. 

Uma das causas disso é a ideia errônea de que a felicidade e a beleza devem ser algo especial, fora do comum. Precisamos nos lembrar de que Cristo disse: "... nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu jamais como os lírios do campo". É um erro pensar que para se ter beleza e brilho é preciso fazer alguma coisa especial. 

A verdadeira beleza nem sempre é aquela que chama a atenção dos outros. A verdadeira beleza é aquela onde há o vigoroso pulsar da Vida. Quando uma pessoa despertar para a beleza da Vida, compreenderá que sua própria vida é bela, mesmo que ela não use nenhum adorno. 

Felicidade é o nome que se dá ao estado espiritual que se alcança quando se compreende realmente a beleza da Vida. Quaisquer que sejam as situações em que nos encontremos, devemos compreender que essas situações são a matéria-prima que a nossa vida deverá ir esculpindo com todo o empenho. 
 
Masaharu Taniguchi

terça-feira, 16 de setembro de 2014

PORQUE PENSAR DÓI.

Bom, de algum modo, às vezes, a vida nos propõe agir de outro modo que não seja aquele que queremos. E insistimos, e lutamos, para perceber que o que chamamos de perseverança não passa de uma manha muito bem orquestrada para não parecer que, no fundo, estamos nos debatendo como crianças contrariadas. O nosso ego é um bom ator, consegue até nos enganar com uma atitude de natural demonstração de maturidade que jamais existirá.

Não sei quanto a você, mas eu tenho que observar estas barreiras e contorna-las porque não tenho como lutar contra. Deve estar pensando que eu desisto facilmente, na verdade eu percebo facilmente – isto só aconteceu nos últimos tempos – que lutar contra envolve conhecer seu oponente. Que costuma ser nós mesmos ou estar em nós, que dá no mesmo.

Não espero que entenda que todas as situações que te contrariam nascem dentro de você. Porém eu espero que comece por pensar que se fosse assim o que você faria?

Identificar aquilo que te consome, seus medos, é autoconhecer-se e isto é bom porque não precisamos alardear nossos defeitos, mas conhecer o nome da fera e onde ela se esconde em nós permite que tenhamos algum controle.

Basicamente é uma questão de pensamento, e por mais simples que pareça, é difícil de executar porque estamos acostumados a pensar que o contrário é o comum. Como se para acabar com uma situação de rancor contra alguém você tivesse que imaginar o oposto, mesmo que a sua razão diga que esta pessoa não merece sua “compaixão”.

Não estou falando para simplesmente perdoar, porque não seria um ato de perdão e sim de indiferença, apatia ou negligência contra seus sentimentos. Entretanto, quando começa a pensar – ou imaginar – como você gostaria que essa situação ou pessoa fosse, sem querer que ela seja uma imposição unilateral sua, como se o que você quer é o certo, perceberá que aquilo que te provocava indignação pode muito bem não existir.

É uma bola de neve que pode muito bem ser criada por uma impressão que se consolida e aos poucos começa a se concretizar. Se você está pensando que estava certo ao julgar, escute bem: você tornou real seus temores e receios porque existe uma causa inexorável que podemos chamar de Lei da Atração.

Esta Lei se preocupa em atender aos seus desejos, e se você está pensando mal de alguém, mesmo que considere o fato justificado, esteja preparado para que esta suas verdades se manifestem em sua vida.

Eu sei, estou tentando me convencer de que doenças incuráveis não existem e, ao procurar respostas, acabei encontrando vários milagres. Por sua vez consegui recuar alguns sintomas, devagar demais porque sou um idiota, mas mesmo assim supera qualquer diagnóstico mais otimista. Para isso eu preciso não-pensar na doença, praticamente impossível, porém acontece quando começo a pensar naquilo que desejo “além das possibilidades” físicas e sinto que caminho nesta direção.

Quer saber como?

Tem tantas histórias que pareceria uma busca pela iluminação, mas comece invertendo a sua imagem daquilo que te desagrada. Se não te pagam, será que não é porque só pensa nisso, que não te pagam, que ouviu alguém dizer que não será pago, que ele não presta... não será uma resposta para aquilo que deseja? Já que só pensa no que acredita, mesmo que seja mentira, a Lei te ajudará a acreditar que estas ideias são “verdades”. E quer saber o nome da fera? Orgulho e arrogância por não admitir que seus pensamentos possam ter criado isto, ou pior, ignorância por não admitir que a causa de nossos problemas só dependem do modo como julgamos. Porque eu tenho certeza que eu poderia ser facilmente amigo do seu inimigo, se não tivesse te escutado, e mesmo assim ele seria tudo aquilo que você jamais conseguiu ver nele, simplesmente porque quero vê-lo com as expectativas das minhas experiências.

E ele se comportará assim.

Por sua vez, se manifestarmos nossas insinuações, espalhando-as, seremos responsáveis pela manifestação deste caráter, seremos algozes porque não queremos ser compassivos. Se damos uma chance de redenção, o fazemos com desconfianças, como se para nos orgulharmos de que estávamos certos no julgamento.

O bom é que não existem injustiças, basta pensar nas qualidades de Deus e num processo de “engenharia reversa” você vai descobrir que saber que Deus é perfeição é totalmente diferente daquilo que consideramos perfeição. Se acreditássemos, confiaríamos que não existem falhas, só experiências desejadas...

terça-feira, 2 de setembro de 2014

QUAL É A SUA VERDADE?

O texto a seguir é um trecho do livro Cura Quântica de Deepak Chopra, escrito em 1989. O ano é importante porque as referências neste livro são deste período, o que me faz pensar, se era assim em 1989, quais são os dados disponíveis atualmente?

E se você não acredita nisto, como eu posso dizer que é Verdade. Ainda mais pelo fato de que vejo centenas de casos assim. Na minha experiência presenciei valores que ultrapassam o 1% de incuráveis curados.

Eu mesmo estou entrando nesta estatística, estou a meio caminho de uma cura. Se bem que o tempo dependerá da minha capacidade de reformular a mente, ou consciência, que criou a doença. Ou você ainda pensa que as doenças são traços e sintomas externos ou de pecados contra?

Eu escolhi a mim mesmo.



A razão de nem todos conseguirem levar o processo de cura até onde devem resulta do fato de nos diferenciarmos drasticamente quanto a nossa capacidade de mobilizá-la.

Podemos comprovar isso nas diferentes reações das pessoas diante da doença. Uma fração mínima, bem menos de 1 por cento de todos os pacientes que contraem um mal incurável, consegue curar-se.

Um número maior, mas ainda abaixo dos 5 por cento, vive bem mais que a média. Isto é confirmado pelos 2 por cento de aidéticos que conseguiram sobreviver mais de oito anos enquanto a grande maioria não passa de dois. Essas descobertas não se restringem às doenças incuráveis. Pesquisas demonstram que apenas 20 por cento dos pacientes com doenças sérias, mas curáveis, recuperam-se com excelentes resultados. Sendo assim, cerca de 80 por cento deles não conseguem sarar, ou curam-se parcialmente. Por que é tão desproporcionalmente elevado o índice de insucesso nas curas? Qual será a diferença entre um sobrevivente e alguém que não consegue sobreviver?

[,,,]

A medicina do corpo e da mente deixa muitos médicos extremamente intranquilos. Consideram-na mais um conceito do que um campo verdadeiro. Se puder escolher entre a nova ideia e a química familiar, um médico dará preferência à segunda: penicilina, digitálicos, aspirina e Valium não exigem nenhum conceito novo do paciente (ou do médico) para fazer efeito. O problema surge quando a química não atua.

Levantamentos recentes, na Inglaterra e nos Estados Unidos, demonstraram que aproximadamente 80 por cento dos pacientes sentem que sua queixa principal, a razão que os levou ao médico, não fora satisfatoriamente atendida ao deixarem o consultório. Estudos clássicos, datados do fim da Segunda Guerra Mundial, mostraram que os pacientes saíam do hospital da Faculdade de Medicina de Yale mais doentes do que no dia em que haviam chegado ali. (Esses estudos correspondem a outros, semelhantes, que demonstraram que os pacientes com queixas de doenças mentais sentiam-se melhor enquanto estavam na lista de espera para uma consulta com o psiquiatra do que depois, quando eram realmente atendidos por ele. Portanto, este não é o caso da simples troca de um médico que trata do corpo por um que trata da mente.)

Diante disso, uma cura miraculosa simplesmente reforça a necessidade de reexame dos conceitos básicos da medicina. O raciocínio lógico da medicina atual pode impressionar ou, pelo menos, bastar, quando receitamos penicilina para curar uma infecção; mas a natureza dessa lógica é capaz de inspirar medo. Muitos médicos ficaram maravilhados ao testemunhar curas espontâneas, sem nenhuma pista para explicá-las; o termo comum para elas é recuperação espontânea, rótulo conveniente mas pouco esclarecedor, além do fato de o paciente ter sarado por si. As recuperações espontâneas são muito raras: uma pesquisa, em 1985, calculou que ocorrem na média de uma em 20 mil casos diagnosticados de câncer; alguns especialistas acreditam que são ainda mais raras (menos de dez em 1 milhão), mas ninguém sabe ao certo.

Recentemente, passei várias horas da noite conversando com um oncologista, ou especialista em câncer, do Oriente Médio, que trata de milhares de pacientes por ano. Perguntei-lhe se conhecia algum caso de recuperação espontânea.

— Sinto-me pouco à vontade com esse termo — ele respondeu, dando de ombros. — Tenho visto tumores regredirem completamente. É muito raro, mas acontece.

Às vezes, tais recuperações ocorriam apenas por si mesmas? Ele admitiu que isso acontecia ocasionalmente. Pensou por um momento e declarou que, pelo que se sabe, certos tipos de melanoma (um câncer de pele extremamente letal, que mata com muita rapidez) desaparecem por si mesmos. Mas não sabia explicar como isso acontecia.

— Não paro para pensar nesses raros incidentes — disse ele. — O tratamento do câncer é uma questão de estatística, obedecemos a números. Uma enorme maioria de pacientes reage a certas linhas de tratamentos e não há tempo para pensar na minoria infinitesimal que sara por alguma razão desconhecida. Além disso, sabemos por experiência que muitas dessas recuperações são apenas temporárias.

Ele achava que as recuperações completas ocorriam numa proporção de menos de um caso por milhão? Respondeu-me que não eram tão raras assim.

Não desejaria, então, como cientista, descobrir o mecanismo que existe por trás delas, mesmo que ocorresse apenas um caso em 1 milhão ou em 10 milhões? Ele novamente deu de ombros.

— É claro que deve haver um mecanismo por trás delas — admitiu. — Mas não estabeleci minha clínica para cuidar disso.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

AQUILO QUE NÃO COMPREENDO É MARAVILHOSO

Por que passamos a vida fugindo daquilo que supomos contrário ao que consideramos certo?

Não existe um único caminho e todos eles levam ao que pensamos ser EXCEPCIONAL. O Bem é um conceito tão diáfano que ele permite que escolhemos um caminho, mas nós acreditamos tanto em nossas convicções que lutamos incansavelmente contra o divergente, como se ele fosse um erro de procedimento. Como se Deus cometesse falhas.

Particularmente eu tenho criado o meu caminho – pelo menos eu acho que fiz as escolhas sozinho, ou seja, é claro que não as fiz – e ele é muito diferente do que declara Deepak Chopra. Mas em vez de ficar perturbado, fiquei eufórico por saber que existem caminhos que causam os mesmos benefícios daquele que eu escolhi.

É bom saber que existem outros caminhos que sejam perfeitos para as pessoas que não entendem alguns e tenham ideia do alcance do amor de Deus. Não existem imperfeições, apenas pessoas diferentes, e mesmo assim não são desamparadas, ou você pensa que a diversidade é apenas caos. Ou será que são oportunidades dadas àqueles que não entendem uns e possam aprender com outros.

O trecho a seguir foi extraído do livro Cura Quântica de Deepk Chopra, perceba o quanto desconhecemos de nossa humanidade:

Comecei a explicar minhas ideias, como fizera antes com meu anfitrião. Em resumo, eu acreditava, por princípio, que a cura não é um processo físico, mas mental. Quando víamos a recomposição de um osso fraturado ou a regressão de um tumor maligno, estávamos condicionados, como médicos, a observar, de início e principalmente, o mecanismo físico. Mas esse mecanismo é apenas uma tela. Expliquei lhes que por trás existe algo bem mais abstrato, uma espécie de know-how que não pode ser visto ou tocado.

No entanto, eu estava convencido de que esse know-how fosse uma força poderosa sobre a qual não tínhamos suficiente controle.

Apesar dos esforços para influenciarmos o processo de cura quando ele falha, a medicina não pode explicá-lo. A cura é viva, complexa, holística.

Lidamos com ela presos a nossos meios limitados e ela parece obedecer a nossos limites. Mas quando acontece alguma coisa estranha, como um câncer avançado que desaparece súbita e misteriosamente, frustra-se a teoria médica. Nossos limites parecem, então, muito artificiais.

Em minha clientela particular, muitos pacientes com câncer sararam completamente depois de considerados incuráveis, com prognóstico de poucos meses de vida. Não considerei essas curas como milagres; achei que eram a prova de que a mente pode aprofundar-se o suficiente para mudar os próprios modelos que formam o corpo. Ela pode, por assim dizer, apagar os enganos impressos na planta básica, destruindo qualquer doença como câncer, diabetes ou um mal das coronárias que tenha afetado o modelo corporal.

sábado, 30 de agosto de 2014

FALSAS IDEIAS

Firmemente tive que me dominar às obstinações da doença. Não que eu tivesse ignorado o seus sintomas já previstos pela medicina. De qualquer forma hoje comemorarei o Dia Mundial da Esclerose Múltipla, meu dia. Oras, tenho esse direito, mas antes que você comece a pesquisar o que é esclerose múltipla, eu tenho que te alertar.

Não estou nem aí para o fato de ser incurável.

Aliás, fiz de tudo para torná-la, pelo menos até onde pude ir, plenamente curável – porque também fui levado onde jamais pensei ir. Se você está pensando que eu estou deliberadamente me enganando, está certo, nada mais do que as pessoas se enganam diariamente.

No meu caso a medicina não podia sequer garantir uma estabilização dos processos degenerativos, então decidi que procuraria outras alternativas. Comecei por aquelas que mais conhecemos, alimentação proativa, remédios fitoterápicos, etc. até chegar às SOLUÇÕES mais – digamos – milagrosas. E acabei me deparando com um problema imprevisto: não poderia controlar o como, o quando e o porque, ou seja, controlar os resultados.

Não sei porque queremos tanto ter controle sobre todos os momentos e ações de nossas vidas, quando sabemos, mesmo que inconscientes, que jamais controlamos. Os resultados não dependem de nossa atuação, talvez a gente consiga criar um ambiente controlável para que tenhamos algum controle, mas esta ilusão só cria a certeza de que se podemos controlar os resultados, isto se deve às poucas variáveis que enfrentamos. Ou seja, estaremos IMPOSSIBILITADOS de experienciar, porque preferimos estar no controle do que sofrer.

E acolher este sofrimento imaginado – inclusive a dor moral; amargura, ansiedade, angústia – e sem origem perceptível é permitir-se renovar as experiências que podem resolver os problemas. Enfim, enfrentá-los é compreender que nem tudo que parece maligno talvez mereça ser evitado.

Eu estou doente, mereço sofrer?

Seja qual for a sua resposta, a minha será que, às vezes sim. Eu acolho os resultados que provém de uma ideia deturpada sobre se realmente sofro, ou se eu simplesmente preciso atravessar o deserto para chegar ao oásis.

Se Deus é perfeito, por que não aceitamos que tudo é perfeição? Melhor, por que não admitimos que o sofrimento é um mecanismo de evolução que deve ser superado e não mantido por nossos medos de não experimentar o desconhecido?

Ao perceber que não tenho CONTROLE, percebi que a vida tem um controle maior que resolve, até mesmo aqueles problemas insolúveis e incuráveis. Mas é difícil abrir mão do controle e deixar que as mãos invisíveis nos guiem.

Comece pequeno... então.


domingo, 24 de agosto de 2014

E AGORA. A CONCLUSÃO

Não fui muito claro ou mesmo explícito. Agora mesmo estou em dúvidas de como me explicar.

Imagine que TODAS as coisas que constituem a sua realidade sejam diferentes do que supõem. Em vez de serem antagônicas e divergentes por si mesmas, como estamos acostumados, ou seja, certo ou errado, que elas sejam convergentes. Parece difícil.

E é.

Estamos tão acostumados em tomar partido, em nos abrigarmos em uma ideia, que não percebemos que isto se chama preconceito. Oras, como eu posso ser o certo e o errado? Simples: sendo-os. Por isso, quando me perguntam, eu sempre repondo sim e não.

Nós sabemos que é razoavelmente fácil se por no lugar do outro, mesmo que o façamos com restrições e um certo olhar de inconformismo, pelo menos conseguimos incorporar outros pontos de vista. Não implica que deixemos nossas convicções, se bem que elas tendem a ser mais flexíveis e menos egoístas e preconceituosas. O que nos impedem de ser convergentes é o ego.

Você sabe, o ego é a nossa melhor máscara, aquela que se adapta a cada circunstância – ou seja, uma das máscaras que moldam o ego – e é criada e mantida por nossas experiências pessoais, sejam elas perturbadoras frágeis ou incompreendidas.

O ego se baseia nas ideias que carregamos no subconsciente, ou seja, medos. Reagimos com medo por causa dos medos que se aproximam e queremos fugir. Essencialmente, medo de fracassar. Resume-se em nos defendermos do fracasso e tomar partidos e, nos incluirmos em grupos nos salvaguarda de errarmos.

Erramos, mas no grupo parecemos mais forte e defendemos uma ideia. Criamos a falsa ideia de que somos os certos, independentemente do que realmente seja unânime. Então o que condenamos ou aceitamos depende de como fomos criados, o que o grupo já decidiu, portanto totalmente egoísta. Antes de julgar, pense, antes, que você se comportaria exatamente igual se pertencesse àquela sociedade/grupo que não entende e nega. Mas, até isso dependerá de você entender que tudo é perfeito. O erro está em não entender que o que parece errado, mal, é uma conclusão individual...

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

ESPERAR, POR QUE?

Quase dois meses esperando por algo que não sei se aconteceu – e não percebi – ou nada ainda aconteceu. De qualquer forma eu estou cansado de imaginar se sim...

Eu pensei que grandes transformações acontecessem com grandes emoções, como se houvesse uma grande festividade interior. Como uma queima de fogos que explodisse no cérebro e se irradiasse pelo corpo todo. Se aconteceu, esqueceram de me convidar. O problema é que ninguém me contou que estes eventos aconteciam independentemente de eu querê-los.

Você imaginava que alcançar a iluminação, ou anular o ego, mais ainda, descobrir o cristo interior ou até mesmo conversar com Deus te dá o direito de ser – digamos – atropelado por intensa alegria ou contentamento.

Não.

Porém as coisas começam a se mexer como se fôssemos o presidente do país mais poderoso, mesmo que ninguém nos reconheça, agem assim mesmo.

E esperar por um sinal só atrapalha. Ainda mais se nos condicionarmos por ideias preconcebidas... Se você – como eu – está em transição, daquilo que era para o que está se insinuando. Porque não tenha a pretensão de controlar o destino, ele sempre nos controla, não é?

Não.

Se eu não estou vendo aquilo que desejo se desenhar diante dos meus olhos, então preciso estar atento ao que não previ, às vezes pode ser ruim, não é?

Não.

terça-feira, 1 de julho de 2014

PRÉ-NATAL


Existem momentos de incertezas que tentamos controlar, como quando esperamos um filho e criamos toda uma vida para ele a partir dos nossos sonhos e mesmo antes dele nascer nos pegamos planejando sua faculdade e aceitamos que nossas observações e crenças jamais estarão erradas.

Nem mesmo a certeza quando ao nascimento temos e decidimos os caminhos como se pudéssemos controlar o destino e impedir as barreiras ou sofrimentos. E desistimos de ser feliz em prol de um futuro que tem vida própria e não é nossa.

Enquanto espero – alegoricamente – pelo nascimento percebo que as minhas expectativas nunca aconteceram conforme as minhas crenças, mesmo que elas não fossem limitantes. E estes momentos que antecedem os acontecimentos se mostram confusos e caóticos. Dolorosamente prazeroso, uma ansiedade que antecede algo que desejamos. Não conheceremos o resultado porque ele é imprevisível, mas sentimos o bom resultado. Este desejo não advém da vontade de que queremos que seja assim, simplesmente sabemos que será assim.

Somos e sentimos muitas coisas por antecedência, quase uma premonição, e em tempos de grandes incertezas, esta segurança provém de uma origem bem conhecida e se nos negamos a acreditar em sensações e certas certezas que acreditamos incertas, duvidamos dos sonhos e desconfiamos e sofremos e aceitamos a nossa incapacidade de controlar.

As incertezas nascem das dúvidas, dos medos e das crenças errôneas. Antes de se comprometer com o futuro revise suas ideias e descubra o quanto elas podem contradizer o certo.

Todo nascimento acontece na hora certa e ninguém nasce sem destino, no lugar errado. Porque os sonhos não podem nascer sem destruir seus medos e acreditar que o destino é o melhor para você. Ainda acredita que o sofrimento vem de fora? Renasça como eu estou me esforçando, e mesmo assim, ao tentar controlar, só percebo o quanto estou adiando o nascimento.

Pelo menos sou idiota o suficiente para perceber que algo incrível se aproxima como um parto cuja as esperanças são tão maravilhosamente vagas que a vontade de vê-lo é sublime...

segunda-feira, 26 de maio de 2014

GESTAÇÃO

Não bastava ter que deliberar sozinho uma ação incompreensível, precisava acreditar nela me baseando em [?], sem as justificativas de uma crença que se destruiu, sem as de uma nova crença que alimentassem o ego. Pois o ego que me protegia com suas ideias construídas pelas experiências de sofrimento e me resguardava, impedindo-me de me arriscar, por amor causava-me obstáculos, também não poderia me guiar mais além.

Você diria “não” ao que parece certo e seguro, que todos acreditam, somente por que não parece certo para você?

Não, e recomendo que não o faça, mas eu fiz.

Estou tomando controle do ego, dos meus medos, que começaram, há algum tempo, a serem subjugados por uma combinação de confiança e coragem. Portanto só me restava agir – trilhar o caminho – e me desapegar dos meus medos e depois dos medos alheios que insistem em nos convencer que eles existem. Um médico diz ser incurável, porém se você viu dezenas de incuráveis curados, acompanhou a recuperação de doentes críticos, mesmo que tenham usado de meios [hábeis] que soem inacreditáveis, sejam através de práticas religiosas, filosóficas, meditações ou mesmo de suas capacidades de se autocurar, qual verdade existe? Qual verdade resiste?



Não se preocupe com as escolhas, eventualmente, depois de tentar provar o impossível e diagnosticar a sua crescente frustração em não conseguir torna-las críveis, começará a se abrir e se tiver consciência de que, - mesmo não querendo acreditar no que não conseguiu provar, mas viu – elas existem.

Confia. Simplesmente confia!

Pode parecer difícil não controlar o futuro, se submeter.

Mas não é o que fazemos ao entregar nossas vidas ao que nos aprisiona? Nos enganamos porque supomos que sabemos o que nos fazem – mascaramos a arrogância com aquela confiança de que sabemos tudo ou podemos saber tudo. Uma superioridade que não passa de uma máscara de autossuficiência e independência que não existem. O medo de parecermos fracos diante dos modelos que supomos serem obrigatórios. Tememos nos expor e inventamos disfarces.

Chega um momento que sentimos a repugnância destes disfarces e o combatemos em nós mesmos. Esta libertação é difícil e dolorosa, porque só assim admitimos que o seja, não que ela precise ser assim... Ressurgem as culpas do passado e elas tentam se prender aos medos que estão impregnados em nós, em nosso ego, como uma simbiose que era imprescindível para a nossa sobrevivência. Arrancar os medos exige astúcia que entendo por autoconhecimento, mas sozinho não conseguiremos submeter o ego à nossa vontade. Alias, é impossível extinguir o ego, assim como é impossível mergulhar no oceano sem o escafandro. O ego é nossa armadura, a nossa proteção ou o contrário, o meio para abandonarmos os medo, nos desapegarmos. A isso chamamos de iluminação, usar o ego é extinguir o seu controle errôneo sobre nós. Nada mais.

Mas o último dos medos a ser aplacado é o mais forte e nos ilude com ideias e sentimentos que tendem a destruir a autoconfiança. Até os medos tem medo. O ego tem medo de que sem as suas ferramentas de dominação – por amor – não poderá no ajudar.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

ORIGEM DA CONCEPÇÃO

Estou diante de uma barreira intransponível. Parece uma daquelas conjunturas onde ficamos acuados e para não sermos destruídos concordamos com qualquer coisa. Jamais pensei que teria informações para levantar a voz e recusar. Antigamente o medo me obrigava a adaptar, fingindo e aceitando o mundo de sofrimento e suas opressões como a única verdade suportável para a humanidade.

E assim eu me ergui e respondi “não” aos conformismos de dizer sim para agradar a todos e suas ilusões do que é certo ou errado. Mas mesmo assim entendo o quanto poderia magoar com a minha decisão. Ilógica? Duvido, sou uma expressão das minhas convicções e se elas mostram que eu estou me enganando, quem garante que os outros não estejam me enganando com ideias errôneas nascidas de premissas vagas? Quem garante que as nossas certezas são certas? Culturalmente vimemos em um mundo onde as pessoas sustentam verdades diferentes e se digladiam por causa delas.

E eu não queria criar mais uma. Dizer não é dizer sim para mim, confiar em mim. Se nem mesmo me conheço, de que adianta lutar contra. Aquilo que vemos como sofrimento, o mal e as angústias oprimidas, não passam de ilusões. Ao gritar, respondi às minhas inépcias e neguei o medo.

Para contrariar a realidade é preciso reconhecer que ela cria barreiras intransponíveis. Depois devemos acreditar em quem nos possibilitaria derrubar o obstáculo: nós mesmos.

E disse assim para o que poderia ter sido a minha tábua da salvação. Disse “não” àquele quem deveríamos sempre dizer “sim”.

Todos os dias temos que tomar decisões baseadas em nossos conhecimentos e experiências. Agir com urgência quando somos obrigados – ou aprendemos a ser assim – pelas circunstancias da vida. Infelizmente tive que desistir da internação e entendo e aceito as dificuldades que enfrenta. Prometi para mim que jamais julgaria ou reclamaria das situações por piores que elas parecessem.

Sempre me deixei levar pelas opiniões alheias e os medos, mas agora eu simplesmente confio. Se a internação não aconteceu, não quer dizer que eu esteja fugindo da realidade. Quando você me analisou e diagnosticou as suas preocupações eu entendi e aceitei o seu veredicto, me coloquei em suas mãos. Porém, as coisas mudaram, você foi a pessoa mais importante, que estava na hora certa e lugar correto para eu emitir as minhas próprias resoluções. Não estou dizendo que não preciso de você, mas eu preciso mais de mim mesmo.

Quando enunciou as suas decisões, se tivessem ocorrido quando eu piorei, teria aceito como verdadeiras. Eu mesmo pensei que piorei, mas não pensei em um surto, fiquei confuso e aquela confusão foi perfeita para eu esclarecer o que estava acontecendo. A rigidez das pernas desapareceu, o tato retornou, o braço e a mão direita voltaram ao normal enquanto o braço e a mão esquerda pioraram. Com as pernas moles e parte das costas, o caminhar ficou desarticulado. Você viu uma pessoa que está melhorando com a prática e não um doente que teve um surto e se apegou ao medo. Tive que ser paciente e observar o processo sem me desesperar. Com retorno do tato nos pés, preciso, depois de sete anos, reaprender como é sentir o chão. Agora mesmo, estou usando com dificuldade as mãos para digitar, porque eu havia transferido boa parte das minhas habilidades para a esquerda e a outra ainda está desacostumada de ser usada. Mas aos poucos as duas mãos estão melhorando. Não estou “mascarando” deficiências nem me enganando, simplesmente estou observando e aprendendo, como todos fazem. Se eu tenho condição de tomar estas ações, porque não as tomar. Sei que tenta minimizar os meus sofrimentos, mas e se eu não sofro? E se as pessoas que me amam acham que eu preciso aceitar, não seriam elas que temem o sofrimento e talvez tenham medo do pode acontecer? E você, como médico, também teme que eu sofra, e usa todo o seu conhecimento para evitar isso? E se eu, mesmo não me submetendo, não sofro?

Pessoas que sofrem precisam ter as dores minimizadas. O desespero assim exige. Não estou dizendo “não” para o que você é e representa, estou dizendo “sim” para mim.

Eu aceito todo o seu conhecimento, seu aprendizado, mas e os meus? Devo esquecer quem sou? Não queria que se ofendesse com as minhas atitudes, você não sabe o que me motiva. Quando eu confrontei esta decisão eu pensei em como explicá-la, contudo eu não posso. São muitas variáveis que me tornaram confiante do que decido. Nem todos compreenderiam, mas tentariam classifica-las conforme as suas crenças. Você respeitaria as minhas decisões? Mesmo que me considere um idiota sem discernimento, que as minhas escolhas sem baseiem em enganos, gostaria que continuasse me acompanhando porque sei que você não seria irascível e orgulhoso a ponto de recusar-me. Não se preocupe, não julgue as minhas ações e se elas poderão, no futuro, ocasionar arrependimento, porque eu adianto que compreendo as minhas decisões e o impacto que elas causarão. Tem que admitir que não estamos procurando a cura de uma doença incurável, mas um conforto à espera de uma solução.

Eu vou além porque sou obrigado.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

CONCEPÇÃO

Decisões que podem mudar completamente as nossas vidas podem parecer frequentes, mas as que mudam intimamente quem somos, nossas crenças e limitações, são tão raras que podem acontecer uma única vez em muitas vidas.

Este é o meu dilema.

Para aquele que me observa, e mesmo que me conhecesse muito bem, não entenderia e não aceitaria a minha decisão. Soa desagradável porque fomos criados para agir e julgar segundo crenças religiosas, éticas, morais bem estabelecidas e não nos rebelamos diante destas, pois seríamos rotulados como transgressores. Cometeríamos blasfêmias e nem saberíamos porque agimos assim. O medo de desvirtuar a realidade exige que sejamos mantenedores das crenças. E elas são boas. Nos permitem criar um ambiente de segurança para os medos, porque elas também criam os medos.

Para alguns, que se rebelam às leis, às crenças, surgem um forte antagonismo que cria uma desarticulação de quem ele é. Deste modo assume uma outra crença e outra verdade que lhe pareça melhor. E por acreditar em suas convicções, tenta impô-las por obstinadamente acreditar que as suas verdades são melhores.

São os conflitos de crenças que geram a soberba.

Mas e quando não existe outra crença ou modelo que possa nos interessar. Podemos fundir alguns aspectos de várias crenças e/ou torna-las menos rígidas ou até mais, conforme nossas crenças pessoais, que por mais desarticulada que possa ser de sua origem, vê sua nova realidade, crença, com os olhos – ideias e pensamentos – das crenças que foram seus professores.

Mas e quando nenhuma realmente nos identifica, ainda somos quem sempre fomos, buscamos respostas, lutamos por nossas verdades, aprendemos conforme as religiões dizem. E quando desistimos de ser o que as crenças ditam, parecemos, por um tempo, solitários e perdidos. Não queremos defender nenhuma bandeira, e nem abandonar o que nos une, as crenças, o ego coletivo.

Fica uma forte sensação de apatia, que para não ser, precisa de tempo e discernimento. Por isso é uma escolha de muitas vidas, ou ainda acredita que é governado pelo acaso e suas escolhas são somente aquelas que dita o livre-arbítrio?

A verdade é que não sabemos que jogo estamos jogando, quais os objetivos que decidimos antes e nascer. Eu demorei, mas hoje sei que escolhi a doença, não com o propósito de me curar ou encontrar a cura ou simplesmente me resignar, mas para que fosse possível ir além do que acreditamos, ir além das limitações, ir além dos meus medos e vislumbrar um maravilhoso mundo novo.

Para aceitar o desconhecido não basta conhecer o caminho. Saber o caminho não é a mesma coisa que trilhar o caminho. Diante do novo, que nos atemoriza, ouvimos nosso ego gemendo contra o que advém. Tomar uma decisão séria baseada em intuição e conjecturas parece infantilidade e ignorância. Ou evitar que as ilusões sejam apresentadas, e assim manter nossas crenças conforme o ego nos convence de sua primazia, não seria infantilidade, ignorância e egoísmo? Mas quando a realidade e a crença se autodestroem só nos resta seguir em frente, o desconhecido.

“É tolice e desnecessário a uma pessoa continuar sofrendo simplesmente porque não alcançou a iluminação, quando esperava alcançá-la. Não há insucesso na iluminação, portanto a falha reside nas pessoas que, durante muito tempo, procuraram a iluminação em suas mentes discriminadoras, não compreendendo que estas não são as verdadeiras mentes, e sim, falsas e corrompidas, causadas pelo acúmulo de avidez e ilusões toldando e ocultando as suas verdadeiras mentes. Se este acúmulo de falsas divagações for eliminado, a iluminação aparecerá. Mas, fato estranho, quando os homens atingirem a iluminação, verificarão que, sem as falsas divagações, não poderá haver iluminação”. Buda.

terça-feira, 29 de abril de 2014

FRUSTRAÇÃO


Em algum momento nos deparamos com a frustração, e ela nunca está só, vem acompanhada da raiva e da arrogância. Aliás, é o fracasso disfarçado de vítima. Frustramo-nos porque queremos culpar alguém ou algo e não achamos, e então o “subconsciente” discretamente assopra em nossos ouvidos: Só sobrou você! Se não achou culpados, o problema está contigo.

Deste modo, frustração é raiva de si. Frustra-se porque é incapaz e sua arrogância dita que não. Não consegue equilibrar a raiva e a arrogância que se digladiam em nome da verdade. Era mais fácil culpar os outros, mas se sua incapacidade já fizer parte dos seus padrões de pensamento, não lhe restará outra opção senão transformar a frustração em depreciação de si mesmo.

Frustramo-nos porque não sabemos e não reconhecemos que somos capazes de “reescrever” as ideias errôneas que acumulamos em nosso inconsciente e chamamos estas ações engessadas de hábitos e certezas, crenças e preconceitos, impossibilidades e injustiças. O erro não está em admitir tais incapacidades que nos foram ditas e impressas em nós, mas em não aprender que tais incapacidades foram meios para se atingir experiência e, assim sendo, incapacidades que deveriam ser descartadas.

Mas o medo nos impede de eliminar as “incapacidades” porque elas estão incorporadas em nós e assumiram o status de “modo de segurança”. O Papa João XXIII disse: “Consulte não a seus medos, mas a suas esperanças e sonhos. Pense não sobre suas frustrações, mas sobre seu potencial não usado. Preocupe-se não com o que você tentou e falhou, mas com aquilo que ainda é possível a você fazer”.

Preso ao passado, geramos culpa e, as expectativas do futuro nos causam sofrimento por algo que não existe. Sofremos porque o passado parece estar presente, nos culpando pelos fracassos de ontem, como se quisessem nos dizer que jamais deveríamos errar. E antecipamos os medos futuros porque baseamos os resultados nas experiências erradas do passado.

Excesso de expectativa é o caminho mais curto para a frustração.

Estamos amarrados em nossas frustrações e não percebemos que as oportunidades jamais conseguirão nos alcançar. Projetamos no futuro incapacidades que nos foram ensinadas e ditas com autoridade e nem sequer cogitamos a ideia de que elas não existem: estão no passado. O presente é um presente por várias razões, talvez a mais importante seja que no presente todas as ações podem mudar as nossas ideias e crenças, agir e moldar, experimentar.


“… que qualquer frustração que você tem é simplesmente o resultado de um pensamento errado. Se você estivesse pensando corretamente, possivelmente não poderia imaginar que alguma coisa estivesse ‘errada’. Você saberia que nada no Universo trabalha contra você. Por definição, dado quem você é, isso é impossível. Passe, então, para a gratidão quando encontrar suas frustrações. E veja cada evento como uma oportunidade. Você sabe exatamente por que recebeu esta mensagem hoje”.

Neale Donald Walsch

sexta-feira, 18 de abril de 2014

O CAMPO DAS INTENÇOES

Não compreendo porque criamos barreiras para viver. Nos impossibilitando de surpreender e sermos surpreendidos. Ainda nos advogamos imprescindíveis e que nossas ideias sempre serão incorruptíveis. Nos debatemos em conflitos sem sentido porque o que sabemos não é certo. Confiamos na nossa capacidade de julgar para justificar nossas atitudes que podem ser de opressão por causa do que acreditamos ser o melhor. Determinamos batalhas para a nossa sobrevivência e enfim, terminamos nos contaminando com as contradições que estas oposições, criadas para e por nós, se permitem existir.

Não somos contraditórios, nem estamos em uma luta entre nós, só acreditamos que é assim. Observamos o outro como reflexo de nossos medos e projetamos um mundo em que o bem e o mal coexistam. Não existe o mal, nem o bem. Existe somente a experiência. Por temermos o mal, criamos o bem como uma meta quase tão insuportavelmente inacessível quanto o medo de alcançar o mal. O mesmo vale para o contrário. Não somos separados do todo como nos fazem acreditar, e nós o perpetuamos.

Se para a coragem existir é necessário o equilíbrio entre a temeridade e o medo, tudo que precisamos fazer é admitir que as trevas e a luz que possuímos dentro de nós são indispensáveis para a criação de todas as nossas potencialidades. Se Deus é a fonte de tudo que concebemos, concluo: toda a ação do mal passa pelo crivo da bondade de Deus.

Não precisamos acreditar que as diferenças existem, precisamos acreditar nas semelhanças. Não precisamos acreditar que qualquer um dos lados tem prevalência sobre o outro. O mundo se constitui daquilo que criamos e atraímos. Não é uma questão de nos adaptarmos ao meio e sim do meio refletir o nosso mundo interior.





domingo, 13 de abril de 2014

O VAZIO

Então morremos e compartilhamos os “céus” de acordo com a religião que professamos. Gosto da ideia de poder presenciar lugares onde as pessoas se sintam confortáveis para dizer: agora eu posso amar a todas as pessoas. Posso esperar e aprender que as diferenças são imprescindíveis para a manifestação das experiências.

Não gostava da ideia de misturar religiões, fazer isto me parecia um meio de justificar pequenas anomalias do meu julgamento – provindas da religião professada – e que precisavam de ajustes. Aquela informação não condiz com o que eu acredito – não acreditamos totalmente naquilo que nos dizem a respeito de alguns tópicos, polêmicos – e, quem sabe seria melhor se fosse parecida com aquelas informações que dizem os...

Acabamos fazendo uma simbiose. Um enxerto para salvar as nossas convicções de uma iminente ruptura do reator craniano. Quando percebemos, acabamos criando uma aberração religiosa, tão drástica quanto os extremistas fazem ao interpretar grosseiramente as suas escrituras. É tudo uma questão de julgamentos e significados, que mudam de pessoa para pessoa. O problema é o medo, medo de contrariar a maioria, medo de não pertencer, medo de confrontar e de fugir. Medo que estabelece a lei, sobretudo se houver incongruências. Destas os enxertos se encarregam de manipular. Somos manipulados por ideias estapafúrdias e manipulamos através destas. Isto é o carma.

Onde está a justiça divina? Diante dos seus olhos. O conceito de que existe algo por trás de seus olhos é apenas uma suposição como qualquer outra. Este espaço que podemos chamar de Deus ou mundo da imagem verdadeira ou terra de Buda ou campo de intenção são só nomes que se referem ao caminho da felicidade. Observamos todas as coisas e as julgamos más. Temos tanta certeza que interferimos com a nossa sabedoria – de que sabemos tudo – e só pioramos o resultado final. [250713-059]

Pense em você como uma engrenagem de um relógio que, por conhecer os seus movimentos e direções e daquelas engrenagens – pessoas – que estão ligadas a você, supõe e começa a acreditar que poderiam ser melhoradas. Mesmo que a engrenagem – você – esteja agindo com conhecimento da causa e agindo em nome do relógio – Deus –, as suas ações desconhecem o que as demais engrenagens, mancais, eixos e molas do relógio devem fazer para que o relógio funcione muito bem. As nossas tentativas de imaginar o que nos parece ser a perfeição do relógio, são falhas, equívocas e no mínimo imperfeitas. Toda esta fricção que estaríamos causando às demais engrenagens do relógio, gerariam atritos, problemas cuja solução poderia ser indigesto para nós, a pequena engrenagem que acha que deve agir sem considerar o todo.

O relógio travaria. Mas o relógio – Deus – possui uma capacidade surpreendente de forçar as suas peças a fazerem o certo. Este desconhecimento das intenções do relógio em ser preciso e perfeito, esbarra nas nossas ideias do que o relógio deveria ser, ou pior, de que não somos partes do relógio, engrenagens egoístas.

Então as tentativas falhas de uma engrenagem que tenta seguir o seu caminho, decidindo o seu movimento por conta própria, é o que chamamos de problemas, erros e frustrações de alguém que quer decidir o próprio destino. E não podemos decidir o destino? A pergunta certa seria: o que devemos fazer para trabalhar em conjunto com o destino? Aceitá-lo cegamente? Só parece porque tememos o que nos é desconhecido.

O destino não é algo imutável como uma engrenagem criada para gerar um tempo e um movimento e nem flexível como supõe a nosso livre-arbítrio. A ideia de livre-arbítrio esbarra em uma contextualização tão errônea quanto a que fazemos sobre o carma. Não somos guiados por um destino e nem presos por provas de um carma cumulativo, entretanto estamos à mercê de nós mesmos, uma partícula lúcida de nosso espírito que se confunde com Deus. Somos guiados por nós mesmos.

Já pensou em experimentar uma mudança de pensamento? Se um dia uma situação que, aparentemente tende a ser desastrosa começar a se formar, e você começar a pensar que ela se desenvolverá conforme o seu modo de pensar negativo, experimente inverter. Pense em um resultado benéfico – para todos, não seja egoísta e não prejudique ninguém – ou emita pensamentos constantes como: “Coisas boas acontecem todos os dias” ou similar, repita-a mentalmente. Não é para acreditar, não existe um exercício para nos fazer acreditar naquilo que se constitui o certo. Este pensamento tem o poder de reescrever algumas diretrizes deturpadas do seu inconsciente. Faz-te perceber a realidade de que somos peças de Deus.