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sábado, 28 de maio de 2016

A 'VERDADE vs verdade



Não considero a verdade tão verdadeira assim. Estava observando (observo muito e tento não julgar como se fosse uma injúria para comigo) o quanto as pessoas usam a palavra verdade como uma desculpa esfarrapada às suas opiniões, ou seja, conforme a verdade de cada um ela pode ser o certo ou o errado. Mas também é o errado para que se define o certo, então esta verdade é fraca.

Nunca tinha me preocupado em ver o que dizem sobre a verdade e quando olhei no dicionário me surpreendi: propriedade de estar ‘conforme’ com os fatos ou a realidade; a fidelidade de uma representação em relação ao modelo ou original; qualquer ideia, princípio ou julgamento ‘aceito’ como autêntico; axioma; enfim, correspondência, adequação ou harmonia passível de ser estabelecida, por meio de um discurso ou pensamento, entre a subjetividade cognitiva do intelecto humano e os fatos, eventos e seres da realidade objetiva. Me surpreendi porque a definição da verdade ‘depende’ de um arquétipo, dependerá de quem define quais pontos devem ser considerados quando definirmos a verdade, ela é parcial. Mas porque eu tenho uma ideia totalmente diferente da ‘verdade’?

Não será possível determinar que a ‘verdade’ tem pontos imutáveis, imparciais e homogêneos?
Eu vejo as pessoas defendendo (suas) verdades como se elas precisassem ser diferentes, em oposição. Considero uma degradação da palavra ‘verdade’. Para mim, ela sempre pareceu uma daquelas palavras que tem significado absoluto como a escuridão, que não tem parâmetros divergentes já que ela é absoluta. Mas palavras que também deveriam ser absolutas como o amor, acabaram sendo destrinchadas e ao se fazer isto, o amor e a verdade começaram a se esfacelar.

Temos a arrogância de – ao tentar explicar tudo – desvirtuar ideias que só fazem sentido se forem vistas no todo. Você não compra uma bela casa de praia se ela estiver no Alasca e nem se casa com que só tem pés maravilhosos – com exceção dos fetichistas.

Portanto a verdade é só uma, as religiões é que começaram com esta ideia de que as (suas) verdades deveriam ser as únicas. Depois foram reforçadas com a ideia de pecado e de competição...

Você deve ter me entendido...


Ou não.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

A VERDADE DA VIDA V.7

Aqueles que olham o lado positivo das coisas, que enaltecem as qualidades dos outros e que, mesmo nas horas de maior infortúnio, nunca perdem a esperança e a coragem, e avançam continuamente olhando a luz lá adiante, acabam vencendo todas as adversidades e transformando sua vida numa vida repleta de luz e alegria. 

Pessoas alegres, otimistas, cheias de vida — essas são as pessoas que mais fielmente estão manifestando a verdadeira natureza do homem. 

Tais pessoas são como ímãs que atraem saúde e felicidade. Elas não só recebem a saúde e a felicidade, como também conseguem transmiti-las a todas as pessoas com que se relacionam. Assim como as doenças são produtos da mente e são transmitidas por meio de vibrações mentais negativas, a saúde e a felicidade também são produtos da mente e são transmitidas por meio de vibrações mentais positivas.

É desnecessário dizer que também o caminho para a felicidade é desbravado pela atitude mental positiva e pelo esforço incansável. Nossos pensamentos são como ondas de rádio: embora invisíveis aos olhos, eles constituem um tipo de movimento vibratório. Assim, sempre que um pensamento surge em nossa mente, ele se propaga no espaço, vai influir em todos os seres e passa a trabalhar no sentido de criar coisas e fatos condizentes com ele. Mesmo um pensamento que assoma à nossa mente apenas por um momento, não é algo transitório, que desaparece logo em seguida. Pelo contrário, ele vai se propagando, alcança as mentes de todos os seres vivos que existem no Universo e, encontrando uma mente adequada para recebê-lo, aí se fixa, cresce e afinal se concretiza. 

Se nossa mente estiver sempre tomada por sombrios pensamentos de ódio, de rancor, de doença ou de pobreza, todo o nosso ser acabará se tornando um aparelho receptor que capta os mesmos tipos de pensamentos emitidos por outras pessoas; e fatalmente acabaremos sofrendo as tristes consequências disso, tanto espiritual como fisicamente. 

As pessoas que vivem pensando em coisas sombrias e negativas, não só se tomam emissoras que propagam vibrações de infelicidade neste Universo, como também receptoras que captam e materializam as vibrações de infelicidade emitidas por outras pessoas e que vagam no espaço.

Originalmente, fomos feitos para levar uma vida maravilhosa, gozando de perfeita saúde, prosperidade e felicidade, bastando para isso que não tenhamos pensamentos sombrios, cheios de ódio, rancor, medo, ou pensamentos que atraiam a doença e a pobreza. 

Se somos agora infelizes, isso é consequência do fato de termos tido demasiada propensão para olhar o lado negativo das coisas; de termos vivido com a mente presa às coisas negativas e perdido a liberdade mental de olhar para a Luz, para o lado positivo das coisas.
Essas pessoas precisam saber que nós, seres humanos, não podemos dirigir nossa vida segundo nossos desejos egoísticos. Disse, outrora, um sábio: "A suprema liberdade provém da obediência a Deus". Assim é que a água, por exemplo, consegue fluir livremente e regar o solo fértil apenas quando age conforme sua natureza — a que Deus lhe deu. Alcançamos a verdadeira liberdade somente quando a realização de nossos objetivos está em conformidade com a vontade de Deus. 

Quando o objetivo não está em conformidade com a vontade de Deus, até mesmo os grandes homens, como Napoleão, por exemplo, acabam tropeçando mais dia menos dia. "Aonde quer que eu vá, infalivelmente haverá luz" — para que esse pensamento passe a ser uma convicção e não uma simples ideia formulada, precisamos viver junto com Deus, baseando n'Ele a nossa vida. 

Viver junto com Deus não significa avançarmos teimosamente em direção a uma meta, movidos apenas pela força de nossa própria vontade. Viver junto com Deus é confiarmos tudo nas mãos de Deus, vermos a salvação, a luz e a providência em todos os lugares, e seguirmos em frente com perseverança, ânimo inabalável, e coração confiante na Força Infinita de Deus, agindo com versatilidade, segundo a orientação de Deus. Com base na real compreensão disso é que podemos transformar a convicção "enxergarei a Luz, aonde quer que eu vá" em uma verdadeira força propulsora de nossa vida. Muitas vezes, não percebemos quanta felicidade e beleza existem neste mundo. 

Uma das causas disso é a ideia errônea de que a felicidade e a beleza devem ser algo especial, fora do comum. Precisamos nos lembrar de que Cristo disse: "... nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu jamais como os lírios do campo". É um erro pensar que para se ter beleza e brilho é preciso fazer alguma coisa especial. 

A verdadeira beleza nem sempre é aquela que chama a atenção dos outros. A verdadeira beleza é aquela onde há o vigoroso pulsar da Vida. Quando uma pessoa despertar para a beleza da Vida, compreenderá que sua própria vida é bela, mesmo que ela não use nenhum adorno. 

Felicidade é o nome que se dá ao estado espiritual que se alcança quando se compreende realmente a beleza da Vida. Quaisquer que sejam as situações em que nos encontremos, devemos compreender que essas situações são a matéria-prima que a nossa vida deverá ir esculpindo com todo o empenho. 
 
Masaharu Taniguchi

segunda-feira, 26 de maio de 2014

GESTAÇÃO

Não bastava ter que deliberar sozinho uma ação incompreensível, precisava acreditar nela me baseando em [?], sem as justificativas de uma crença que se destruiu, sem as de uma nova crença que alimentassem o ego. Pois o ego que me protegia com suas ideias construídas pelas experiências de sofrimento e me resguardava, impedindo-me de me arriscar, por amor causava-me obstáculos, também não poderia me guiar mais além.

Você diria “não” ao que parece certo e seguro, que todos acreditam, somente por que não parece certo para você?

Não, e recomendo que não o faça, mas eu fiz.

Estou tomando controle do ego, dos meus medos, que começaram, há algum tempo, a serem subjugados por uma combinação de confiança e coragem. Portanto só me restava agir – trilhar o caminho – e me desapegar dos meus medos e depois dos medos alheios que insistem em nos convencer que eles existem. Um médico diz ser incurável, porém se você viu dezenas de incuráveis curados, acompanhou a recuperação de doentes críticos, mesmo que tenham usado de meios [hábeis] que soem inacreditáveis, sejam através de práticas religiosas, filosóficas, meditações ou mesmo de suas capacidades de se autocurar, qual verdade existe? Qual verdade resiste?



Não se preocupe com as escolhas, eventualmente, depois de tentar provar o impossível e diagnosticar a sua crescente frustração em não conseguir torna-las críveis, começará a se abrir e se tiver consciência de que, - mesmo não querendo acreditar no que não conseguiu provar, mas viu – elas existem.

Confia. Simplesmente confia!

Pode parecer difícil não controlar o futuro, se submeter.

Mas não é o que fazemos ao entregar nossas vidas ao que nos aprisiona? Nos enganamos porque supomos que sabemos o que nos fazem – mascaramos a arrogância com aquela confiança de que sabemos tudo ou podemos saber tudo. Uma superioridade que não passa de uma máscara de autossuficiência e independência que não existem. O medo de parecermos fracos diante dos modelos que supomos serem obrigatórios. Tememos nos expor e inventamos disfarces.

Chega um momento que sentimos a repugnância destes disfarces e o combatemos em nós mesmos. Esta libertação é difícil e dolorosa, porque só assim admitimos que o seja, não que ela precise ser assim... Ressurgem as culpas do passado e elas tentam se prender aos medos que estão impregnados em nós, em nosso ego, como uma simbiose que era imprescindível para a nossa sobrevivência. Arrancar os medos exige astúcia que entendo por autoconhecimento, mas sozinho não conseguiremos submeter o ego à nossa vontade. Alias, é impossível extinguir o ego, assim como é impossível mergulhar no oceano sem o escafandro. O ego é nossa armadura, a nossa proteção ou o contrário, o meio para abandonarmos os medo, nos desapegarmos. A isso chamamos de iluminação, usar o ego é extinguir o seu controle errôneo sobre nós. Nada mais.

Mas o último dos medos a ser aplacado é o mais forte e nos ilude com ideias e sentimentos que tendem a destruir a autoconfiança. Até os medos tem medo. O ego tem medo de que sem as suas ferramentas de dominação – por amor – não poderá no ajudar.

segunda-feira, 17 de março de 2014

O QUE ESTÁ ESCONDIDO ATRÁS DOS OLHOS.

Era uma vez seis cegos à beira de uma estrada. Um dia, lá do fundo de sua escuridão, eles ouviram um alvoroço e perguntaram o que era. Era um elefante passando e a multidão tumultuada atrás dele Os cegos não sabiam o que era um elefante e quiseram conhecê-lo.

Então o guia parou o animal e os cegos começaram a examiná-lo:

Apalparam, apalparam...Terminado o exame, os cegos começaram a conversar: — Puxa! Que animal esquisito! Parece uma coluna coberta de pelos!

— Você está doido? Coluna que nada! Elefante é um enorme abano, isto sim!

— Qual abano, colega! Você parece cego! Elefante é uma espada que quase me feriu!

— Nada de espada e nem de abano, nem de coluna. Elefante é uma corda, eu até puxei.

— De jeito nenhum! Elefante é uma enorme serpente que se enrola.

— Mas quanta invencionice! Então eu não vi bem? Elefante é uma grande montanha que se mexe.

E lá ficaram os seis cegos, à beira da estrada, discutindo partes do elefante. O tom da discussão foi crescendo, até que começaram a brigar, com tanta eficiência quanto quem não enxerga pode brigar, cada um querendo convencer os outros que sua percepção era a correta. Bem, um não participou da briga, porque estava imaginando se podia registrar os direitos da descoberta e calculando quanto podia ganhar com aquilo.

A certa altura, um dos cegos levou uma pancada na cabeça, a lente dos seus óculos escuros se quebrou ferindo seu olho esquerdo e, por algum desses mistérios da vida, ele recuperou a visão daquele olho. E vendo, olhou, e olhando, viu o elefante, compreendendo imediatamente tudo.

Dirigiu-se então aos outros para explicar que estavam errados, ele estava vendo e sabia como era o elefante. Buscou as melhores palavras que pudessem descrever o que vira, mas eles não acreditaram, e acabaram unidos para debochar e rir dele.


Por enquanto falamos das coisas que podemos ver, mas e aquelas que se escondem além dos sentidos da visão, olfato, audição, tato e paladar? Se você estiver pensando em algo imponderável do campo divino e mediúnico, pois saiba que não. Mesmo porque, quando morremos – escolha uma opção post-mortem e não fará diferença alguma – não deixamos de ser quem somos e, portanto, iremos perscrutar o céu usando todas as nossas capacidades sensoriais.

Deste modo, os anjos também compartilham das mesmas características sensoriais que os encarnados, vivos. Os que me faz pensar, será que também os mortos vivem em ilusão? Será que quaisquer imagens que façamos de uma vida após a morte condiz com as nossas crenças? Múltiplas opções... O que torna as religiões não só uma ideia do caminho, mas também um molde para os “céus” criados. Um ser é constituído de suas percepções, o mundo está ao alcance dos cinco sentidos – devemos até considerar um sexto. No sutra do coração Buda diz:

“Oh Shariputra, todos os dharmas [doutrinas] são vazios, nem surgem, nem findam; nem são impuros nem puros, destituídos de acréscimos ou perdas; assim, no vazio não há forma, nem sensação, conceituação, discriminação ou consciência; nem olhos, ouvidos, nariz, língua, corpo, mente; nem cor, nem som, nem cheiro, nem sabor, nem tato, nem fenômeno; nem campo da visão, nem campo da audição, nem campo do olfato, nem campo gustativo, nem campo táctil, nem campo da consciência...”.

Este espaço vazio está mais além das ideias que modelamos de um mundo espiritual. Conforme a crença, podemos ter um inferno, purgatório ou céu; umbral e cidades espirituais de várias graduações; os reinos das transmigrações; etc. Elas servem de suporte para aquilo que realmente importa. No budismo tem uma história que explica bem esta ideia de duas mortes. [290313] Quando chegamos, depois de executar um infindável número de práticas espirituais, às portas da iluminação, estaremos prontos para entender que aquilo que chamamos de iluminação não passava de um chamariz. Porque sem estas práticas, não é possível compreender o que os mestres querem dizer sobre a iluminação, ou extinção do ego, ou a manifestação do não-eu, estado búdico. Buda se refere a dois nirvanas nesta parábola da cidade fantasma, sendo a própria cidade um recanto para o descanso dos peregrinos, portanto uma iluminação parcial?! Entendeu?

O processo diz que: Todas as coisas nos servem de caminho para se alcançar a iluminação. A sua vida é perfeita como é, o que você se nega a aceitar é que alcançar a iluminação não é um destino, não é uma finalidade de suas meditações e orações, é um estado permanente que extingue o sofrimento que materializamos em nossas vidas através da arrogância de nos intitularmos como a voz da razão, de que tudo que tinha que existir já existe e o quê ainda não existe deve ser inventado e controlado pelo raciocínio humano.

Não teria problema se o homem não acreditasse que é um ser cheio de pecado e culpado e iludido e sem estima tanto para si quanto para aqueles que ele tenta segurar o progresso. O medo impõe regras, e as regras se baseiam nos medos para defender a sua autonomia. Cria e defende grupos que aprendem a se confrontarem, porque as regras determinam contrariedades justas. As regras, as leis, se baseiam no conhecimento de que somos os únicos a controlarem o destino.

Deus está escondido atrás dos nossos olhos, num vazio pleno de infinitas oportunidades.

sábado, 8 de março de 2014

131 - estar certo é estar errado.

As ferramentas que nos permitem o autoconhecimento também são sistemas, e como todo sistema de crença, são parciais e limitantes. Mas se quiser extrapolar estas informações usando o conceito que dá escopo a todos os sistemas, terá uma diretriz a guiar suas observações.

Dentro das constelações familiares, a adoção é uma brutalidade, e aqui eu não me refiro aos órfãos, se bem que é impossível haver um sem qualquer parentesco. Esta informação diverge daquilo que eu acolhi ser o correto e usava esta informação para criar estruturas de pensamento condizentes com este conceito de que a adoção é um ato de amor. Como a adoção poderia ser um ato de transgressão às leis de amor, mas quais leis de amor?

O erro está na ideia de que agir com compaixão é minimizar os danos gerados por ações negativas que advém de ações aceitáveis. Escolhemos adotar uma criança porque é mais fácil lidar com as consequências do que com a fonte. O correto seria atuar na causa do abandono e não reparar estas ações. Promover o bem-estar da família é garantir a coesão familiar. Não queremos realmente ajudar estas famílias que foram corrompidas por sistemas de crenças segregacionistas e injustos, porém interferimos onde achamos tolerável agir. Esta é uma ideia válida, no entanto estamos tão acostumados a agir conforme estas regras – sejam humanas ou religiosas – que provavelmente alguém deve estar pensando que eu sou contra. Por eu estar dentro deste sistema de crenças, também concordo com a adoção nos termos que hoje são regulados. Mas isto não tira a oportunidade de pensar no que realmente a adoção se propõe. É óbvio que em casos de perigo ainda precisamos intervir porque não fomos capazes de criar meios de se evitar as causas primordiais do abandono, da crueldade e do cárcere.

Pensamos que os problemas familiares são problemas do Estado e quando adotamos estamos fazendo um favor, mesmo aqueles que admitem que a adoção é um presente precisam arcar com as consequências que esta ação provoca no sistema familiar de origem. Não estou querendo fazê-los desistir da ideia, nem que os seus ideais de amor e compaixão se esmoreçam, mas quero fazê-los pensar o quanto aceitamos calados a destruição das famílias. Essencialmente estamos minimizando os danos e não solucionando-os.

Nas constelações familiares, a pessoa que se encontra fora do sistema, tende a criar mais desarmonia, ocasionado ações reparadoras desta exclusão que podem ser tão negativas quanto à ação original. Porque este sistema afirma que existe 1 - a necessidade de pertencer ao grupo, 2 - a necessidade de equilíbrio entre o dar e o receber nos relacionamentos e 3 - a necessidade de hierarquia dentro do grupo. Se nos parece um sistema rígido, diferente do que afirmamos ao considerar, por exemplo, a adoção uma ação imprescindível e magnânima, também é bastante plausível.

E os sistemas de crenças cármicas, onde nascemos exatamente onde deveríamos nascer? O erro está em aceitar que um sistema está em desacordo com o outro. Um se refere às causas que geram as escolhas, o outro, às ações que podem nos adequar às escolhas. Um outro, aos porquês destas escolhas e assim se segue infinitamente. Uma doença tem origem na culpa que carregamos por ações passadas, as suas causas e porquês geram as escolhas. Estas escolhas obedecem às necessidades requeridas por nós, sejam para redenção ou aprimoramento. Elas parecem destino, mas não passam de caminhos para se chegar lá, são livres-arbítrios e precisam de um meio onde criar, usufruir e destruir as ilusões que queremos extinguir. Este meio é regido por muitos sistemas que se integram para criar o melhor cenário possível para as escolhas, no caso, a doença.

A adoção é uma condicionante permitida por alguns sistemas, e as ações – sejam cármicas ou sociais – permitem e se adequam às escolhas dos envolvidos, portanto não existem falhas no que concerne às ações unificadas de Deus. O conhecimento destas informações explicam e oportunizam a reparação de outros danos – psicológicos, por exemplo –, e ampliam a experiência de que o problema está na nossa percepção do que é certo ou errado, se devemos ampliar nossas atuações ao âmbito da família.


“Quando os filhos não podem ser criados por seus próprios pais, a melhor alternativa serão provavelmente os avós. Estes, em geral, se aproximam mais das crianças. Se conseguem atraí-las, quase sempre cuidam muito bem delas – e a devolução aos pais é bem mais fácil. Não havendo avós vivos, ou caso eles não possam assumir o encargo, a próxima escolha é usualmente uma tia ou um tio. A adoção é o último recurso, e só deve ser cogitada quando ninguém da família está disponível.

Segundo minha experiência com famílias, o fator crucial são as intenções dos pais adotivos. Se realmente agirem no melhor interesse da criança, a adoção terá boa possibilidade de sucesso. Contudo, pais adotivos raramente consideram o interesse da criança, e sim o seu próprio: não podem ter filhos e se rebelam contra as limitações que a natureza lhes impôs. Implicitamente, pedem à criança que os proteja de seu desapontamento. Quando é esse o caso, o fluxo básico do dar e receber, bem como a ordem dos relacionamentos, desarranja-se logo de começo; os pais sofrerão as consequências de seus atos ou sofrerão os filhos.

Quando os parceiros adotam uma criança movidos por suas próprias necessidades e não pelo bem-estar dessa criança, efetivamente a tomam dos pais naturais para beneficiar-se. É o equivalente sistêmico do roubo de crianças; por isso traz consequências muito negativas ao sistema familiar. Na verdade, não importam os motivos que levam os pais naturais a enjeitar um bebê; os pais adotivos costumam pagar o mesmo preço. Sucede com frequência que casais se divorciem depois de adotar uma criança por motivos impróprios. Sacrificar o parceiro é a compensação por privar os pais naturais de seu filho. Em famílias com quem trabalhei, as consequências de adotar filhos por razões impróprias incluíam divórcio, doença, aborto e morte. Em sua forma mais destrutiva, essa dinâmica exprimiu-se pela enfermidade ou suicídio de um filho natural do casal.

Também não é incomum que filhos adotivos detestem seus novos pais e desprezem o que recebem deles. Nessas famílias, sucede muitas vezes que os pais adotivos se sintam secretamente superiores aos pais biológicos; o filho, talvez inconscientemente, demonstra solidariedade para com os pais naturais.

Às vezes, os pais naturais entregam os filhos para adoção sem necessidade. Então os filhos sentem um legítimo ressentimento contra eles, mas os pais adotivos é que passam a ser o alvo desse ressentimento. E as coisas pioram quando os pais adotivos assumem o lugar dos pais naturais. Se os pais adotivos têm consciência de que agem em substituição aos pais verdadeiros, os sentimentos negativos se concentram nestes e os adotivos ganham o reconhecimento que merecem. Trata-se de um grande alívio tanto para os pais quanto para os filhos adotivos.

Quando os pais adotivos ou de criação agem no interesse da criança, eles têm consciência de que são meros substitutos ou representantes dos pais biológicos, a quem ajudam a realizar o que não estava a seu alcance. Eles desempenham um papel importante, mas na qualidade de pais adotivos vêm depois dos pais biológicos, não importa o que estes sejam ou tenham feito. Se essa ordem for respeitada, os filhos podem aceitar e respeitar os pais adotivos.”

Bert Hellinger, A Simetria Oculta do Amor, Ed. Cultrix, pg. 121

terça-feira, 4 de março de 2014

130 - forças antagônicas e complementares

Forças antagônicas e complementares parecem uma anomalia da natureza que define dois aspectos da natureza humana, que tudo quer saber ou tudo quer se opor. Mas sem os opostos não existiria a compreensão, como você saberia se algo é bom se não tivesse noção do que é ruim? O problema é que queremos destruir o oposto negativo que gera sofrimentos e conflitos.

Se Deus joga dados? Claro e evidente que sim, porém é certo que não. Ficou confuso. Decerto foi lhe dito que as respostas só podem ser sim e não. Um ou outro. E se fossem ambas? Não somos preparados para perceber que as ideias divergentes servem para nos possibilitar visões amplas e não criar sistemas separados de julgamentos baseados em percepções e crenças limitadas e preconceituosas. Pois quaisquer divergências de opiniões geram preconceitos. Preconceito é a ideia, opinião ou sentimento desfavorável formado sem conhecimento abalizado, ponderação ou razão; mas  precisamos perceber que nem sempre esta opinião desfavorável é sem crítica ou razão. 

 Existem sistemas de crenças que se confrontam simplesmente por estarem em oposição aos conceitos defendidos por outro sistema: capitalismo e comunismo, cristianismo e islamismo, católicos e ortodoxos,  xiitas e sunitas, europeus e africanos, eugenia e miscigenação, homossexuais e heterossexuais, ricos e pobres, alopatia e homeopatia, democracia e ditadura, chá e café...

Sempre estaremos defendendo o nosso sistema, ou sistemas de crenças, em detrimento do que combinamos ser felicidade. Todos os sistemas partilham de um “O SISTEMA”, pois a base de todos os sistemas são simples e se aplicam a todos os sistemas. Conhecer, ou ter conhecimento, de todos os sistemas pode se perigoso para aqueles que defendem alguns sistemas e se opõem a outros. Entretanto, se perceberem o fator de união entre os sistemas, fica evidente que a diversidade de sistemas servem para ampliar o conhecimento e a experiência, sem julgamentos, mesmo que este se torne quase impossível, já que somos criados por um sistema que nos modela.

Deus possui várias imagens conforme o sistema de crença em que Ele é compreendido, por vezes se apresenta como deuses ou é amorfo. Mas na base destas expressões, Deus continua a ser onipotente, onipresente e onisciente; é amor. E nos sistemas de crenças Ele assume formas e se contraria porque precisamos temê-lo ou simplesmente aceitar que homens falem por Ele e deturpem algumas ideias. Contudo é esperado em um sistema de crença que quer se opor ou destruir outro sistema.

O que não percebemos é que os sistemas de crenças se sobrepõem e suas ações aparentemente divergentes se baseiam nas obrigações do indivíduo em. Em um sistema religioso que prioriza a extinção do ego, diz-nos que existem pessoas ou grupos que querem experimentar estas ações e não obstruir as demais crenças religiosas porque elas não priorizam estas Verdades. Em outros sistemas temos pessoas que querem sofrer voluntariamente para se alcançar  o aperfeiçoamento espiritual. E existem tantos sistemas quantos forem as necessidades de cada ser.

No budismo: “É tolice e desnecessário a uma pessoa continuar sofrendo simplesmente porque não alcançou a iluminação, quando esperava alcançá-la. Não há insucesso na iluminação, portanto a falha reside nas pessoas que, durante muito tempo, procuraram a iluminação em suas mentes discriminadoras, não compreendendo que estas não são as verdadeiras mentes, e sim, falsas e corrompidas, causadas pelo acúmulo de avidez e ilusões toldando e ocultando as suas verdadeiras mentes. Se este acúmulo de falsas divagações for eliminado, a iluminação aparecerá. Mas, fato estranho, quando os homens atingirem a iluminação, verificarão que, sem as falsas divagações, não poderá haver iluminação”.

Conhecendo a base dos sistemas, poderemos apreciar as suas consequências sem as aflições do que consideramos sofrimento. Quero dizer, será realmente sofrimento o que nos aflige? 

Eu particularmente começo a integrar vários sistemas de crenças e percebo que quaisquer considerações que fizermos será baseado em sistemas que são intrínsecos a nós. É  muito difícil não julgar já que temos certos protocolos instalados em nosso subconsciente. Um dos meus sistemas é o espiritismo e ideias como ação e reação, causa e efeito, carma sempre dirigiram os meus pensamentos, adequando outros sistemas aos meus [pre]conceitos.

Quando apareceram outros sistemas que pareciam reescrever estas ideias eu quase cogitei, conscientemente, em rever ou eliminar o sistema de crença que me animava os pensamentos originais. As diferenças eram aparentes porque as explicações foram criadas e mantidas por pessoas que jamais poderiam conceber a ideia de unificação ou simplificação. Eles estavam errados? Não, simplesmente não imaginaram que suas palavras pudessem ser expressas de outras formas, dando margem a interpretações desconexas. Na Bíblia temos o dente por dente e o amai-vos uns aos outros que se adequam àqueles que preferem agir conforme as opções contraditórias.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

MACACO LOUCO VS SOMBRAS


Existem aspectos de nossa personalidade que ignoramos e outros que deliberadamente ocultamos dos outros, mas aqueles que ocultamos de nós mesmos são os piores. Não os desconhecemos, pensamos que não existem, porém é uma proteção de nós mesmos, de nossos mais ocultos medos e expressões.

Assim como existem ferramentas que nos possibilitam ver e manusear estes medos, somos seres que procuramos ocultar as sombras de nossas almas a todo custo. Já pensaram o quanto deste oculto podemos não conhecer? Derivado de medos e situações que imaginamos para nossa sobrevivência? [constelaçõesfamiliares]

Quando confrontamos estas sombras nos deparamos com ideias tão absurdamente consolidadas que admitimos, mesmo que sejam incoerentes e infantis, a sua primazia sobre a lógica. São modelos que se fixam no subconsciente e controlam nossas ações através do medo, mesmo que não queiramos admitir que sejam medos com a intensidade que este nome tem. [programação neolinguística].

Tentamos controlar este macaco louco que chamamos de ego, mas erramos ao dar a ele o status de personalidade que chamamos de eu. Soltar o macaco louco é aceitar que os medos não nos controlam, nem as mil personagens que criamos para nos mostrar ao mundo. Perdemos tanto tempo controlando os resultados que nos prendemos ao passado ou no futuro e nem sequer percebemos o que queremos só pode ser sentido e usufruído no presente. Queremos um futuro promissor ou nos prendemos a um passado de felicidade para evitar os problemas do presente. E assim as soluções se demoram porque esperamos que elas estejam em um tempo incerto.

O macaco louco não é uma manifestação das nossas sombras, é o aspecto de nosso eu que está pouco se lixando para as sombras. É a manifestação de nossa vontade de romper com as rígidas estruturas que criam os modelos que nos guiam. No meu caso o macaco louco tem nome de doença incurável e seu objetivo é quebrar com as ideias deturpadas de uma mente inflexível. O macaco louco é o herói que busca as sombras e as mostra à luz da razão.

Salvem! Macaco louco.

sábado, 25 de janeiro de 2014

124 - Deus joga moedas.

 Um artifício que utilizo para decidir temas tão importantes quanto aos tratados nos últimos oito artigos, é usar a moeda. Nestas questões onde grandes massas se chocam, contra e a favor, enfrentando-se como ferozes inimigos, cada um defendendo as suas verdades elegidas, eu recorro à moeda que me falará, como um oráculo, quem está certo.
 
Não se assustem se estou confiando as minhas premissas, as minhas escolhas pessoais, à decisão de um lançamento de cara ou coroa. Qualquer uma das posições defendidas, seja a ideia inata de que nascemos com o destino traçado – em síntese –, ou aprendemos com a experiência, serão ideias parciais.

Jogar a moeda só determinará a qual grupo eu pertencerei e definirá as experiências desta vida. Mas se a moeda cair do avesso, todas as suas experiências serão diferentes. Sempre estamos decidindo os valores de nossas escolhas através da moeda. Não existem diferenças, senão aquelas que julgamos existir. A moeda é apenas uma distração para que acreditemos que estamos no controle da vida. A moeda brilha e ofusca para que não percebamos a nossa ignorância.

Qual ignorância?

De que a moeda tem os dois lados iguais. E decidir quais caminhos queremos percorrer só serve para nos iludir, pois qualquer escolha é uma escolha sensata. O problema está em supor que deveríamos seguir outro caminho porque “temos que ter o controle”, e sofremos enquanto não fizermos o que as escolhas querem.

É quase a mesma questão: Deus joga dados?

Quando vamos compreender que as escolhas, sejam antagônicas ou ligeiramente parecidas, são os dois lados de uma mesma moeda. Decidir por um lado é negligenciar o outro. E se quisermos ser felizes, precisaremos ser o todo, absorver os lados e entender que não existem diferenças, só opiniões, julgamentos e preconceitos que nascem parciais. De um dos lados.
Deus joga dados quando precisa nos ensinar que as partes, os lados, são meios. E também não arremessa os dados por uma questão bastante óbvia, Ele não joga dados. Isto é o ciclo da verdade, o ying e o yang e o carma. Enquanto precisarmos dos opostos para entender o todo, os dados cairão.

domingo, 19 de janeiro de 2014

121 - significados ou preconceitos

Todo preconceito surge da nossa incapacidade de lidar com o que acreditamos. Talvez as crenças tenham sido mais prejudiciais do que gostaríamos de admitir. E em algum momento começamos a estabelecer regras que nos definem, quase todas nos foram impostas pelo meio e pelas pessoas que se tornaram – bons ou maus – exemplos. 

Acolher tais escolhas não é o mesmo que sanar todas as deficiências de caráter, mesmo que seja uma catarse – em essência, purificação do espírito através da purgação de suas paixões –, tendemos a justificar o erros camuflando-os como lições. Acolhemos as justificativas e transformemo-las em máximas de nossa esperteza e evolução, quando o ato de admitir é somente o primeiro passo. As justificativas são pontes, mas é a reflexão dos atos que ditam a sua percepção e a correção das regras – ou crenças.

É indiscutível este debate, somos o quê nos informaram e ensinaram, não tinha como ser diferente. E são estas diferentes “crenças” que geram os preconceitos. A sua razão esbarra com a de outras pessoas e, indiscutivelmente, tem que se defender.

Um padrão de regras que chamamos de crenças dependerá do contexto em que elas foram criadas, mantidas e repassadas. As impressões tendem a sofrer mutações de acordo com as mudanças comportamentais. Um conceito cultural apresentado em outras décadas tende a ser menos – ou mais – tolerante nos dias de hoje. Esta mudança é uma tentativa de eliminar conflitos e depende, em grande parte, do modo como as “crenças” são incorporadas e compreendidas pelas novas gerações.

O preconceito é um modo de dizer que o quê você pensa e vive é diferente do que outros acreditam. Nem certo ou errado, diferenças conceituais que passam ao status de verdade absoluta até que sejam derrubadas...

O modo como a mente processa a informação, as diferenças culturais, sociais, econômicas, sexuais, etc. não deveriam ser incompreendidas. Este medo de recuar ou, pelo menos, de tentar aceitar as diferenças – que não são suas, mas das informações que foram passadas a você – impede que se estabeleça a razão.


Uma das importantes funções da mente consiste em dar significado a um objeto de reconhecimento e fazer avaliação. Na maioria das vezes, apreendemos esse significado através dos sentidos, pela forma que tem o objeto reconhecido, pelo sentimento que desperta em nós, ou pelo som, ou cheiro etc. [...] O exemplo muito usado relacionado a isso é o "copo com água pela metade". A avaliação que as pessoas fazem quando olham para esse copo difere de acordo com a situação de cada uma delas. Quem está sentindo muita sede o avaliará positivamente, ao passo que alguém que caiu no rio e bebeu muita água poderá olhar para o copo achando que ele contém muita água, e o reconhecer como algo negativo. E certamente uma pessoa que não bebeu muita água nem está com sede não irá avaliar positiva nem negativamente esse meio copo de água. Observando tal reação da nossa mente, podemos dizer que ela, em linhas gerais, vê as coisas de modo dual, com duas faces diferentes. Uma face segundo o significado; e a outra, conforme a sensibilidade. 

Por exemplo, olhando agora pela janela do meu gabinete de trabalho, vejo elevando-se imponente, no terreno contíguo, em obra, uma máquina longa, de cor dourada, própria para escavações. Olhando para ela, pode haver pessoas que imprimam no cérebro o significado "É uma máquina de construção que enfeia a paisagem", e outras que, achando que sua cor e forma se parecem com um atirador de borracha criado pelas próprias mãos na infância, pensem "É um atirador gigante de borracha levantado para o céu". Podemos dizer que o primeiro caso é o modo de ver que prioriza o significado; e o segundo, o modo de ver que prioriza a sensibilidade. É licito supor que vemos dos dois modos, dependendo da situação ou do nosso estado de espirito no momento. No caso do modo de viver que prioriza o significado, temos a tendência para considerar o que se apresenta à nossa frente, relacionando-o com o objetivo de nosso interesse no momento.

[...] Ainda que existam aqui dezenas de milhares de cores, é possível que estejamos vendo um mundo em que nossa mente as reduziu a apenas três: branco (bem), preto (mal) e cinza (não me diz respeito). Quem vive numa metrópole inevitavelmente tende a ter visão que prioriza o significado. Por isso, ao mudar o nosso modo de ver para aquele que prioriza a sensibilidade, abre-se a possibilidade de surgir repentinamente, das fendas do significado monótono e sem colorido, algo maravilhoso que normalmente não enxergávamos ou não ouvíamos.

O princípio do Relógio de Sol, Masanobu Taniguchi.


Assim sendo, os sentidos e significados ainda encontram diferenças na forma de se expressar: a linguagem. Que imprime uma imagem que dependerá do ponto de vista do observador. Uma palavra que seja compreendida de modo diferente entre duas pessoas se deve ao significado que cada um tenha construído sobre ela. Pode ser um processo “local”, mas tem influencia direta das regras de uma sociedade ou nação, da religião, cultura e outras.


Palavras podem nos colocar em estados positivos ou negativos; são âncoras para uma série complexa de experiências. Portanto, a única resposta à pergunta "O que significa realmente uma palavra?" é "Para quem?" A linguagem é um instrumento de comunicação, e, portanto as palavras significam aquilo que as pessoas convencionam que elas signifiquem.

[...] As palavras não têm um sentido inerente, como fica claro quando ouvimos uma língua estrangeira que não compreendemos. Damos sentido às palavras por meio de associações ancoradas a objetos e experiências no decorrer da nossa existência. Nem todas as pessoas veem os mesmos objetos ou têm as mesmas experiências. O fato de outras pessoas terem mapas e significados diferentes é que dá riqueza e variedade à vida. Todos concordamos com o significado da palavra "pudim" porque todos já compartilhamos a visão, o cheiro e o paladar do pudim. Mas discutiremos bastante a respeito do significado de algumas palavras abstratas, tais como "respeito", "amor" e "política". As possibilidades de confusão são imensas. 

Como sabemos que compreendemos outra pessoa? Quando damos significado às palavras que ela usa — nosso significado, não o significado dela. E não há garantia de que esses dois significados sejam iguais. Como damos sentido às palavras que ouvimos? Como escolhemos palavras para nos expressar? E como as palavras estruturam nossas experiências?

Introdução à programação Neurolinguística, Joseph O’Connor.


BONDADE

Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, ou por sua origem, ou sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se elas aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto.

A bondade humana é uma chama que pode ser oculta, jamais extinta.

Nelson Mandela

sábado, 4 de janeiro de 2014

116 - todas as coisas são reais?

Todas as ações são reais.

Mentira. Existem coisas que não são bem a verdade, mas podemos chamá-las de verdade. Esqueçam isto, não quero explicar quais destas ações podem ser reais ou não. O importante é saber que existem ações que não “parecem reais”. Quando um médico afirma, ele se baseia em certezas médicas que encontraríamos em teses e pesquisas científicas, mais as evidências do sucesso destas, aplicados e comprovados pela experiência. Usam diagnósticos avançados e tecnologia que atestem os procedimentos que são sempre reescritos conforme as observações se mostrem mais apuradas.

Então surgem as “anomalias”. E para que as ações – sobretudo médicas – não percam credibilidade ou criem dúvidas, estabeleceu-se que o não-normal seria negligenciado. Não se podem concentrar as ações reais no que é anormal. O problema é que também negligenciamos a essência humana que é sempre evoluir, encontrar novas verdades. Digo, expandir o conceitos e encontrar a verdade. Esta busca será sempre inalcançável, mas prioritária.

Por que a gravidez imaginária acontece? Ou que algumas amputações traumáticas não causam dor? Certos remédios não curam, apesar de sua eficácia comprovada? E certos placebos curam? E que doenças incuráveis podem ser curadas e pessoas iludidas pelo medo morrem. O conceito de poder da mente é uma ciência que engatinha, contudo existe a milhares de anos. Não cabe aqui julgar quem esconde ou mente.

Parece inacreditável que o pensamento crie os modelos e as normas que regem este mundo e, ao mesmo tempo, cria modelos e normas deturpadas e incoerentes. Estamos sempre recriando as ações de nossos antepassados e desta forma não percebemos que poderíamos moldar novas percepções. Parece difícil aceitar que a mudança de pensamento poderia curar. Mas é muito mais incrível que possamos nos iludir com crenças limitadoras que afirmam ser Deus menos do que perfeito. Que destrói, que controla e faz sofrer, que ama somente quem faz o bem e opta. Que por vezes não interfere, porém parece ter preferências.
É um jogo de interesses, tanto daqueles que controlam, quanto de nós. Nós, que aproveitamos esta situação caótica para encontrar o caminho da evolução. Toda a ação do mal passa pelo crivo da bondade de Deus.

Pensar é domar o pensamento e usá-lo a nosso favor. Acreditar que as anormalidades são sinais que dizem: experimente novas verdades e descubra a verdade real. Assim como Buda, quando nos ensina que ao alcançar a iluminação, estaremos apenas aprendendo o caminho para a verdadeira iluminação. Que todas as ações – meios hábeis – são meios para se atingir a iluminação. 

“É tolice e desnecessário a uma pessoa continuar sofrendo simplesmente porque não alcançou a iluminação, quando esperava alcançá-la. Não há insucesso na iluminação, portanto a falha reside nas pessoas que, durante muito tempo, procuraram a iluminação em suas mentes discriminadoras, não compreendendo que estas não são as verdadeiras mentes, e sim, falsas e corrompidas, causadas pelo acúmulo de avidez e ilusões toldando e ocultando as suas verdadeiras mentes. Se este acúmulo de falsas divagações for eliminado, a iluminação aparecerá. Mas, fato estranho, quando os homens atingirem a iluminação, verificarão que, sem as falsas divagações, não poderá haver iluminação”.


Acreditando ou não nas capacidades humanas, se acreditar nas capacidades de Deus que está em cada um de nós, acreditará que todas as coisas são possíveis. Acho que precisarei fazer um podcast para tentar mostrar o quanto podemos nos boicotar ao determinar que tudo que nos dizem é imutável e permanente.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

106 - indignação diante do evitável

Às vezes eu escuto coisas que, de tão contraditórias, deveriam ser óbvias, mas não são. Uma delas é sobre como percebemos o que é doença. O que se resume a aceita-la conforme as massas a define ou, entender que a doença não é o que parece.

Somos frutos da ideia de que todas as doenças são implacáveis, que somos inexoravelmente reféns de seres microscópicos que destroem o corpo. Mas quando foi que começamos a criar a ilusão de que somos fracos?

As primeiras descobertas da biologia microscópica estavam atreladas às descobertas daquilo que causavam as doenças. Quando começamos a pesquisar e observar vírus e bactérias, tomamos como padrão a seguinte ideia: estes seres são os responsáveis pelas doenças, portanto o seu estudo permitiria a criação de barreiras.

E se, neste momento da criação de uma premissa científica, tivéssemos dito: estes seres são criados – são consequência – de um desequilíbrio, de uma desarmonia. O seu estudo permitiria definir as causas do seu surgimento. Tudo seria diferente, hoje ainda não aceitamos que a ciência médica, farmacêutica e porque não psicológica, se baseiam em premissas errôneas.

Novos estudos, que se iniciaram uns 50 anos antes de Darwin dizer que a evolução das espécies se dava pela sobrevivência do mais forte, Lamarck não apenas apresentou sua teoria antes de Darwin, como ofereceu uma explicação menos drástica para os mecanismos da evolução. Sua teoria diz que a evolução está baseada em uma interação cooperativa entre os organismos e seu meio ambiente, que lhes permite sobreviver e evoluir em um mundo dinâmico. Afirmava que os organismos passam por adaptações necessárias à sua sobrevivência em um ambiente que se modifica constantemente. O mais interessante é que a hipótese de Lamarck sobre os mecanismos da evolução se ajusta muito bem à explicação dos biólogos modernos sobre como o sistema imunológico se adapta ao meio ambiente. [Bruce Lipton]

Se o sistema imunológico se adapta, se ele possui milhões, talvez bilhões de células, como podemos acreditar que um punhado de organismos externos possam nos atacar e destruir este mesmo sistema? Sendo que, possuímos todos os organismos em nós, esperando por...

Por exemplo, eu recentemente [Dalai Lama] me reuni com alguns médicos numa faculdade de medicina. Estavam falando sobre o cérebro e afirmaram que os pensamentos e os sentimentos resultam de diferentes reações e alterações químicas no cérebro. Por isso, propus uma pergunta. É possível conceber a sequência inversa, na qual o pensamento de ensejo a sequência de ocorrências químicas no cérebro? Mas a parte que considerei mais interessante foi a resposta dada pelo cientista. “Partimos da premissa de que todos os pensamentos são produtos ou funções de reações químicas no cérebro.” Quer dizer que se trata simplesmente de uma espécie de rigidez, uma decisão de não questionar o próprio modo de pensar.

Sendo que, possuímos todos os organismos em nós, esperando por uma brecha, Não uma brecha no sistema imunológico, mas uma desarmonia que provoca a ação anômala das células. Estas anomalias provêm, sobretudo do pensamento que determina uma ação e as células, vírus ou bactérias reagem conforme a situação a ser reorganizada. Portanto as doenças não passam de uma tentativa de se recuperar a saúde. Mas como?!

Toda doença é uma resposta – última – do organismo, ou seja, do corpo, de nós mesmos, de restaurar o sistema. Por trás deste mecanismo existe uma ação de pouca importância: o pensamento.

O estudo das doenças psicossomáticas se baseia nesta premissa: a doenças são criadas por pensamentos em conflito. Sentimos isto quando estamos com medo, por exemplo, uma ansiedade que se manifesta na respiração, no sistema gástrico, no cérebro, etc., inundando o corpo com substâncias químicas que, a longo prazo, podem perturbar a harmonia do sistema que reage.

A correlação entre a doença e as causas mentais que as originaram são tão precisas que estudos já comprovaram que, ao se eliminar as causas, os pensamentos perturbadores, a doença desaparece. Inclusive as incuráveis. O que é o meu caso. E posso afirmar que não é um problema de resignação e sim de autoperdão. O embate que presumia encarar, entre agir com resignação e aspirar à superação, não passava de uma armadilha. De acordo com o meu corpo, sou uma dessas pessoas que trancaram o coração devido a uma perda muito grande, de algum transtorno emocional muito grande, de alguma traição, de algum esforço, de uma indignação muito grande. Depois de ter se dedicado tanto, se entregado tanto a alguém ou alguma situação. Os sintomas significam o movimento da vida, os detalhes de como eu gostaria que tivesse sido a vida se não tivesse acontecido tais desarmonias no passado. É claro que deixei de ser sensível. Tornei-me insensível em algumas questões da vida. Por isso o meu corpo, em algumas partes que representam setores da minha vida, como o caminhar e a forma de trabalhar, dizem que eu não sinto mais. Não podemos deixar de sentir, nunca podemos deixar de amar e de se entregar sempre. Por mais que a gente quebre a cara, você até pode dar um tempo, recuar, depois salta para cima de outro amor. Seja um amor de trabalho, de amigos, de relacionamento, não pode parar de amar e se entregar nunca. As palavras ecoavam em minha cabeça: Quais as vantagens que eu estou tendo com esta doença? Quem está cuidando de mim, quem voltou, quem se aproximou e quais são os meus ganhos secundários?

Pessoas que nunca conseguem curar as doenças, por mais que tenham feito tratamentos, terapias, remédios e viajado atrás de santos não conseguem se recuperar, então falta uma pergunta; você quer se curar? Será que você não vai perder certas coisas, benefícios, pessoas? Que você está se sacrificando inconscientemente ao manter uma doença que faz certas pessoas, ao qual é apegado, e que quer controlar, ficarem do seu lado?! [Cristina Cairo – sobre a Esclerose Múltipla].

A ferramenta de diagnóstico seria o autoconhecimento e para ajudar no processo, o conhecimento da Linguagem do Corpo resgatado e compilado por Cristina Cairo. Para reescrever o pensamento, em um processo de autoestima, usar a Programação Neurolinguística é usar de uma técnica que nos obriga rever nossos conceitos, ideias e modelos que deram vida ás doenças ou qualquer outra barreira. Um processo de autoconfiança e determinismo. Onde a crença original é substituída por uma crença em si e nas suas potencialidades.

A doença que foi criada por você pode ser eliminada, por você. Reveja aquilo, as causas, que deram vida à enfermidade e se conheça.


002 - as regras que estão mudando as regras - Tim Ferriss
livrosqtransformam.blogspot.com.br

002 - mar sem fim  - Amyr Klink
livrosqrespiram.blogspot.com.br

002 - marina klink
meanima.blogspot.com.br

002 - amyr klink - passo para o sucesso
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sábado, 26 de outubro de 2013

cura sagrada

"Não devemos pensar que esse progresso que ocorre em nosso interior seja algo de que temos consciência o tempo todo. As 'sementes' plantadas no subconsciente crescem por si mesmas. Se você plantar em seu subconsciente a convicção de que em seu interior está presente a força de cura sagrada, e se essa convicção se concentrar no sentido de que a força curativa está atuando para sanar a disfunção que o acomete atualmente, o processo de cura sagrada continuará avançando mesmo quando você não estiver consciente disso. No transcorrer desse tempo, você poderá ser assaltado por uma sensação de desalento achando que você deseja está se distanciando. Entretanto, se em seu subconsciente existir a incansável busca da saúde e da felicidade, o processo de cura sagrada continuará ocorrendo mesmo que não possa ser constatado concretamente. 

Por essa razão, é possível alguém ministrar cura espiritual a outras pessoas, com sucesso. Mesmo que o paciente, no plano do consciente, continue sofrendo com a doença e esteja angustiado com o seu infortúnio, o terapeuta, que lhe plantou no subconsciente a semente da cura sagrada, observa com os olhos da mente o crescimento dessa semente. Ele não vê com os olhos da carne a doença manifestada no aspecto fenomênico da pessoa; ele visualiza apenas o crescimento vigoroso e perfeito da semente que foi plantada no subconsciente dela. 

Contanto que a mente do paciente não seja rebelde a ponto de repelir essa semente, esta se desenvolverá com certeza. Caso você esteja doente, deve se conscientizar que precisa ter mais fé. Você não é diretamente responsável pela situação em que se encontra agora, mas é responsável pelo fator (pensamento) que a provocou. 

Você precisa ter mais fé. O medo, a inquietação e o nervosismo que sente são consequências, e não causas. Se merece ser recriminado, não é pelas consequências que está sofrendo, mas sim pelas causas que o deixaram nessa situação. Se achar necessário, diga para si mesmo o seguinte: 'Não sei as vias pelas quais a luz da cura sagrada vai avançar. Só sei que, seguindo essa luz, poderei sair desta situação. Por isso, vou confiar nessa luz da cura sagrada. Ainda não consigo vislumbrar a última porta da saída, nem entendo por quais caminhos se cumpre a Providência de Deus, mas vou seguir, com fé, essa luz da cura divina". E, tal como Colombo, siga em direção ao Novo Mundo. Se a minha análise estiver correta, a situação em que você se encontra agora é semelhante à dos tripulantes da caravela de Colombo, os quais, sem saber que se encontravam a apenas uma ou duas milhas do Novo Continente, começaram a se inquietar e estavam prestes a se amotinar para obrigar Colombo a fazer com que a embarcação tomasse o rumo de volta. Não se deixe dominar pelos pequenos demônios da dúvida e da inquietação. Afirme para si mesmo que está bem próximo do 'Novo Mundo'!

Você já teve a experiência de navegar num mar cheio de perigos e, a certa altura, avistar a luz de um farol? A luz do farol nem sempre é nítida. Às vezes, no meio de um nevoeiro espesso, podemos captá-la com nitidez por um momento e, em seguida, perdê-la de vista. E, no entanto, segundo os que passaram por essa experiência, essa é a luz que mais reaviva as esperanças. Compreender a Verdade é como captar a luz do farol. A luz do farol chega até a embarcação, a intervalos. como um lampejo. Podemos comparar a luz da Sabedoria ao fulgor breve que provém de um farol. Ela ilumina por um momento o caminho à sua frente, mas logo se afasta temporariamente para que você prossiga orientando-se pela própria luz (sabedoria) em vez de contar apenas com a 'luz emprestada'. Navegando assim pelo mar da vida, logo você avistará sinais de terra e avançará em direção ao porto. Portanto, mesmo que o caminho à sua frente pareça sombrio e terrível, lembre-se desta parábola do farol, vislumbre o breve lampejo e avance com coragem.

Não há razão para você temer. Sua situação não é de extrema gravidade. Você não está em alto-mar. Espero que você deixe para trás o mar da insalubridade e rume em direção ao perfeito porto das almas."

("Comande Sua Vida Com O Poder Da Mente", cap. 21, pg. 156/158)