De muitos modos possíveis, vivo tropeçando. Nos vários sentidos eu caio de modo à quase desistir de levantar, Por vezes o trauma me segura e o sangue arde. Mas na maioria das vezes eu levanto, já não é o caso das quedas imperceptíveis em que me demoro tentando distinguir para onde devo ir. Estamos sendo hackeados por nós mesmos.
Se você está pensando naquelas situações onde ficamos sem chão diante das inevitáveis ‘fraturas’ comportamentais que poderiam ter sido evitadas, você está certo. Coisas como ter certeza daquilo que busca para descobrir que te puxaram o tapete. Primeiro, a certeza nunca é certa, pois se fosse não aconteceriam problemas de percurso. Segundo, ninguém puxa o tapete, na verdade somos nós que tropeçamos no nosso ego, como se nossa sombra fosse como a do Peter Pan que precisava ser perseguida e costurada ao corpo.
O pior desta queda é se apoiar em algo chamado frustração como se ela fosse uma muleta que fica conosco enquanto a fratura não cicatrizar. Se bem que a muleta pode acabar sendo cômoda e ela se chamará ‘zona de conforto’ ou depressão, porém eu já falei disto.
A nossa maior glória não reside no fato de nunca cairmos, mas sim em levantarmo-nos sempre depois de cada queda. Oliver Goldsmith
Com o tempo você aprende a cair com classe e a se levantar com orgulho. Cazuza
Todos caem, mas apenas os fracos continuam no chão... Bob Marley
Se eles dizem, então por que pensar que algo que nos faz tropeçar nos soa como infortúnio? Sempre fomos assim, desconfiados? No entanto a solução para esta fratura exposta é simplesmente mudar o tratamento, já que este é demorado e inconclusivo.
Estava escutando uma palestra sobre Programação Neuro-Linguistica e o terapeuta contava que tinha acabado de ler ‘Sapo em Príncipes’ quando um paciente o inquiriu sobre o tratamento psicológico estar demorando demais para eliminar a ‘fobia’. Ele disse que tinha lido sobre um tratamento que parecia bom demais para ser verdade, mas mesmo assim o paciente exigiu-o. Depois de aplicar um dos métodos, o terapeuta pediu que ele ‘reativasse a fobia’ – coisa de psicoterapia – e ele disse não conseguir. O trauma teria sumido? Para a surpresa do terapeuta o paciente não estava mentindo.
A questão é, existem muitas ‘soluções’ mas elas dependem do quanto você está disposto a abrir sua mente e para isso é preciso descartar suas certezas e aceitar coisas que podem estar além de sua compreensão. Isto é ter fé.
Constantemente caía. E me levantava com sofreguidão e impaciência, E se, talvez, o que me causa esta frustração seja o certo para mim? Já não sou capaz de aceitar que não sei e nem posso controlar os resultados? E que o errado seja o atalho para o certo. Mas tememos entrar no desconhecido... é mais fácil pensar que assim como estamos é melhor.
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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016
FRATURA EXPOSTA.
domingo, 14 de fevereiro de 2016
GRANDE 'WALL STREET' DE BERLIM
continuação de HORA 'H'.
... o Muro de Berlim? Este muro, além de dividir a cidade de Berlim ao meio, simbolizava a divisão do mundo em dois blocos ou partes. Bem, por seu aspecto ilusório, que chamamos de realidade, se eu cair para um lado, volto à segurança da ‘zona de conforto’ desagradavelmente adequada. Se for para o que desconheço beiro a insanidade, pois ninguém em seu juízo modificaria a ‘agradável’ vida de sofrimento ao qual nos acostumamos para cair no incógnito.
Se no Muro de Berlim eu penso saber qual lado escolher, numa batalha espero ficar na paz de um território ‘amigo’, mesmo que eu viva com medo e apreensão durante a guerra. Às vezes me sinto assim, dentro desta zona como se esta falsa tranquilidade fosse melhor do que enfrentar meus medos. Ou como em ‘Wall Street’ em que a parede significou uma defesa contra possíveis ataques dos índios, de colonizadores da Nova Inglaterra e dos Ingleses, mas de fato foi usada para manter os escravos negros da colônia. A segurança de um cárcere. Por vezes eu acredito que ‘lutar com unhas e dentes contra pedras e flechas’ seja melhor do que viver se angustiando com as pressuposições de ‘e se...’.
To be, or not to be, that is the question: Whether 'tis nobler in the mind to suffer the slings and arrows of outrageous fortune, or to take arms against a sea of troubles, and by opposing end them?"
Ainda porque nunca sabemos de que lado estamos. Então o muro além de sugerir uma linha de separação pode se transformar em um caminho ‘quase eterno’, um rumo.
Rumo? Seria melhor se eu dissesse limbo, como a morada das almas que, não tendo cometido pecado mortal, estão afastadas da presença de Deus, por não haverem sido remidas do pecado original pelo batismo ou, simplesmente por ser um estado de indecisão, incerteza, indefinição. E eu pensava que ficar sobre o muro significasse ‘estado de espera-nça’, mas parece que este estado pode estar em um dos lados do muro.
E ‘estar realmente sobre’ seja como percorrer a Grande Muralha da China, quem sabe eu consiga ilustrar porque me sinto sobre o muro. È exatamente entre estas duas realidades que as coisas parecem acontecer. A realidade passa a ser uma desconhecida, verdades se tornam nebulosas e dúbias. E coisas extraordinárias surgem para que você reconsidere e consiga saltar para o outro lado. Por este motivo que o muro de Berlim foi construído, evitar a evasão dos alemães orientais que se sentiam abusados por uma resolução opressiva. Será a minha situação uma forma de fuga? Será que as muralhas existem para impedir os movimentos ou a passagem ao invés de proteger?
Sobre o muro eu vejo mais longe. Apesar de ser o um mundo novo, talvez eu consiga ver o que me negaram e, mesmo que me pareça mágica incompreensível, talvez, tenha ascensão a novos meios [hábeis] para enfrentar. Ter acesso que significa elevação a cargo ou categoria superior; iluminação.
Hum! Será que estou tentando cair?
We don't need no education
We don’t need no thought control
No dark sarcasm in the classroom
Teachers leave them kids alone
Hey! Teachers! Leave them kids alone!
All in all it's just another brick in the wall
All in all you're just another brick in the wall
terça-feira, 9 de fevereiro de 2016
CRAZY HORSE
Estava pensando no artigo que recuperei – MACACO LOUCO VS SOMBRAS – e cheguei à seguinte reinterpretação. Mas antes vamos relembrar: ‘Existem aspectos de nossa personalidade que ignoramos e outros que deliberadamente ocultamos dos outros, mas aqueles que ocultamos de nós mesmos são os piores. Não os desconhecemos, pensamos que não existem, porém é uma proteção de nós mesmos, de nossos mais ocultos medos e expressões’.
Oh!
Ademais, o confronto entre o[s] macaquinho[s] do sótão e as sombras não passa de um subterfúgio da mente. ‘O macaco louco não é uma manifestação das nossas sombras, é o aspecto de nosso eu que está pouco se lixando para as sombras. É a manifestação de nossa vontade de romper com as rígidas estruturas que criam os modelos que nos guiam’. Então é aí que precisamos desconfiar deste confronto teatralizado e admitir a intervenção de um mediador. Não, mediador não, um déspota [tirano]. Vou chama-lo de Crazy Horse ou Cavalo Louco.
Cavalo Louco foi um chefe indígena norte-americano que se impôs contra o governo federal americano. Ao lado de Touro Sentado, ele conduziu seus guerreiros durante a batalha de Little Bighorn, evento em que morreu o célebre General Custer. Um bom personagem para representar o nosso ‘eu superior’. E às vezes o nosso ‘eu’ se comporta assim, na verdade, quase sempre, sempre. Soa autoritário porque sabe e deve ser assim. Ele espera a oportunidade de se fazer presente e isto acontece quando o ego ‘macaco louco’ e as ‘sombras’ se cansam de lutar. E mesmo que nos pareça óbvio e lógico que os dois [ou mais] se enfrentem, isto nunca deixa de ser um teatro de marionetes.
Então você deve estar pensando que o Crazy Horse é o titereiro, o manipulador deste teatro. Bem, é. Também não é. Entre o ‘Ego’ e o ‘Eu interior’ existe um personagem mais graúdo, e este é outra história. Para fins de esclarecimento, quando você desiste de quem é, porque o seu ‘macaco louco’ já não quer brincar com as ‘sombras’, o Cavalo Louco assume o jogo. Porque ‘só os covardes são assassinos’, só o ego assassina aquilo que te define, inclusive os medos. E assim, num jogo de xadrez, o ‘macaco louco’ é o cavalo e as ‘sombras’ – medos, traumas, imperfeições, etc, - são os peões. O rei nunca é o rei. O adversário é você mesmo e o Cavalo Louco é a bússola que conhece o caminho e sabe muito bem como manipular os soldados para que façam o que deve ser feito. Mesmo que pareça uma emboscada. Nem Sacagawea seria capaz para apaziguar os ânimos.
Huf! Por vezes me sinto como o General Custer.
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016
FUTURO
O futuro surgiu, agora, como uma verdadeira incógnita. Sempre imaginei que as expectativas futuras pudessem delinear as ‘metas’ possíveis, contudo, não consigo e nem quero mais.
Não abandonei os sonhos, apenas estou experimentando perceber as sutilezas do que o EU quer em vez de fincar bandeiras no que o EGO quer – se fixar, ancorar, no aguardo de uma ‘meta’. Quero as ‘metas’ traçadas por quem sabe muito mais de mim e por mais incoerente que seja, ele é eu mesmo.
Quanto mais eu tento explicar, mais ingênuo soa. Agora eu entendo o porquê das parábolas.
E se o futuro é um passado reescrito – nem sempre, pois continuamos repetindo os mesmos erros – , tende a ser diferente de qualquer ‘meta’ pois se vamos criar novas experiências, é presumível que o resultado final seja inesperadamente mais importante do que aquele que imaginamos de acordo com nossas experiência, mas porque isso não acontece?!
“Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes”. [Albert Einstein] Por sua vez como esperar que as ‘metas’ tenham sucesso se você não abrir mão da segurança de suas experiências passadas. Está entendendo? Usar o que você já sabe só servirá de segurança e ancora. Aqueles que superaram o senso tiveram que enfrentar o desconhecido. Arriscaram-se.
E quando eles tentar contar como – e ninguém parece entender, chamam de sorte – fica sutilmente perceptível que existe algo/alguém por trás e, sem perderem tempo racionalizando o como, simplesmente sorriem.
Deve ter percebido que é impossível por em palavras, basta ler o que escrevi sobre o ‘amor’.
AMOR EXISTE?
O AMOR EXISTE, MAS...
AMOR?!?
O AMOR SÓ EXISTE SE HOUVER 'OUTROS'
terça-feira, 1 de julho de 2014
PRÉ-NATAL
Existem momentos de incertezas que tentamos controlar, como quando esperamos um filho e criamos toda uma vida para ele a partir dos nossos sonhos e mesmo antes dele nascer nos pegamos planejando sua faculdade e aceitamos que nossas observações e crenças jamais estarão erradas.
Nem mesmo a certeza quando ao nascimento temos e decidimos os caminhos como se pudéssemos controlar o destino e impedir as barreiras ou sofrimentos. E desistimos de ser feliz em prol de um futuro que tem vida própria e não é nossa.
Enquanto espero – alegoricamente – pelo nascimento percebo que as minhas expectativas nunca aconteceram conforme as minhas crenças, mesmo que elas não fossem limitantes. E estes momentos que antecedem os acontecimentos se mostram confusos e caóticos. Dolorosamente prazeroso, uma ansiedade que antecede algo que desejamos. Não conheceremos o resultado porque ele é imprevisível, mas sentimos o bom resultado. Este desejo não advém da vontade de que queremos que seja assim, simplesmente sabemos que será assim.
Somos e sentimos muitas coisas por antecedência, quase uma premonição, e em tempos de grandes incertezas, esta segurança provém de uma origem bem conhecida e se nos negamos a acreditar em sensações e certas certezas que acreditamos incertas, duvidamos dos sonhos e desconfiamos e sofremos e aceitamos a nossa incapacidade de controlar.
As incertezas nascem das dúvidas, dos medos e das crenças errôneas. Antes de se comprometer com o futuro revise suas ideias e descubra o quanto elas podem contradizer o certo.
Todo nascimento acontece na hora certa e ninguém nasce sem destino, no lugar errado. Porque os sonhos não podem nascer sem destruir seus medos e acreditar que o destino é o melhor para você. Ainda acredita que o sofrimento vem de fora? Renasça como eu estou me esforçando, e mesmo assim, ao tentar controlar, só percebo o quanto estou adiando o nascimento.
Pelo menos sou idiota o suficiente para perceber que algo incrível se aproxima como um parto cuja as esperanças são tão maravilhosamente vagas que a vontade de vê-lo é sublime...
segunda-feira, 19 de maio de 2014
ORIGEM DA CONCEPÇÃO
Estou diante de uma barreira intransponível. Parece uma daquelas conjunturas onde ficamos acuados e para não sermos destruídos concordamos com qualquer coisa. Jamais pensei que teria informações para levantar a voz e recusar. Antigamente o medo me obrigava a adaptar, fingindo e aceitando o mundo de sofrimento e suas opressões como a única verdade suportável para a humanidade.
E assim eu me ergui e respondi “não” aos conformismos de dizer sim para agradar a todos e suas ilusões do que é certo ou errado. Mas mesmo assim entendo o quanto poderia magoar com a minha decisão. Ilógica? Duvido, sou uma expressão das minhas convicções e se elas mostram que eu estou me enganando, quem garante que os outros não estejam me enganando com ideias errôneas nascidas de premissas vagas? Quem garante que as nossas certezas são certas? Culturalmente vimemos em um mundo onde as pessoas sustentam verdades diferentes e se digladiam por causa delas.
E eu não queria criar mais uma. Dizer não é dizer sim para mim, confiar em mim. Se nem mesmo me conheço, de que adianta lutar contra. Aquilo que vemos como sofrimento, o mal e as angústias oprimidas, não passam de ilusões. Ao gritar, respondi às minhas inépcias e neguei o medo.
Para contrariar a realidade é preciso reconhecer que ela cria barreiras intransponíveis. Depois devemos acreditar em quem nos possibilitaria derrubar o obstáculo: nós mesmos.
E disse assim para o que poderia ter sido a minha tábua da salvação. Disse “não” àquele quem deveríamos sempre dizer “sim”.
Todos os dias temos que tomar decisões baseadas em nossos conhecimentos e experiências. Agir com urgência quando somos obrigados – ou aprendemos a ser assim – pelas circunstancias da vida. Infelizmente tive que desistir da internação e entendo e aceito as dificuldades que enfrenta. Prometi para mim que jamais julgaria ou reclamaria das situações por piores que elas parecessem.
Sempre me deixei levar pelas opiniões alheias e os medos, mas agora eu simplesmente confio. Se a internação não aconteceu, não quer dizer que eu esteja fugindo da realidade. Quando você me analisou e diagnosticou as suas preocupações eu entendi e aceitei o seu veredicto, me coloquei em suas mãos. Porém, as coisas mudaram, você foi a pessoa mais importante, que estava na hora certa e lugar correto para eu emitir as minhas próprias resoluções. Não estou dizendo que não preciso de você, mas eu preciso mais de mim mesmo.
Quando enunciou as suas decisões, se tivessem ocorrido quando eu piorei, teria aceito como verdadeiras. Eu mesmo pensei que piorei, mas não pensei em um surto, fiquei confuso e aquela confusão foi perfeita para eu esclarecer o que estava acontecendo. A rigidez das pernas desapareceu, o tato retornou, o braço e a mão direita voltaram ao normal enquanto o braço e a mão esquerda pioraram. Com as pernas moles e parte das costas, o caminhar ficou desarticulado. Você viu uma pessoa que está melhorando com a prática e não um doente que teve um surto e se apegou ao medo. Tive que ser paciente e observar o processo sem me desesperar. Com retorno do tato nos pés, preciso, depois de sete anos, reaprender como é sentir o chão. Agora mesmo, estou usando com dificuldade as mãos para digitar, porque eu havia transferido boa parte das minhas habilidades para a esquerda e a outra ainda está desacostumada de ser usada. Mas aos poucos as duas mãos estão melhorando. Não estou “mascarando” deficiências nem me enganando, simplesmente estou observando e aprendendo, como todos fazem. Se eu tenho condição de tomar estas ações, porque não as tomar. Sei que tenta minimizar os meus sofrimentos, mas e se eu não sofro? E se as pessoas que me amam acham que eu preciso aceitar, não seriam elas que temem o sofrimento e talvez tenham medo do pode acontecer? E você, como médico, também teme que eu sofra, e usa todo o seu conhecimento para evitar isso? E se eu, mesmo não me submetendo, não sofro?
Pessoas que sofrem precisam ter as dores minimizadas. O desespero assim exige. Não estou dizendo “não” para o que você é e representa, estou dizendo “sim” para mim.
Eu aceito todo o seu conhecimento, seu aprendizado, mas e os meus? Devo esquecer quem sou? Não queria que se ofendesse com as minhas atitudes, você não sabe o que me motiva. Quando eu confrontei esta decisão eu pensei em como explicá-la, contudo eu não posso. São muitas variáveis que me tornaram confiante do que decido. Nem todos compreenderiam, mas tentariam classifica-las conforme as suas crenças. Você respeitaria as minhas decisões? Mesmo que me considere um idiota sem discernimento, que as minhas escolhas sem baseiem em enganos, gostaria que continuasse me acompanhando porque sei que você não seria irascível e orgulhoso a ponto de recusar-me. Não se preocupe, não julgue as minhas ações e se elas poderão, no futuro, ocasionar arrependimento, porque eu adianto que compreendo as minhas decisões e o impacto que elas causarão. Tem que admitir que não estamos procurando a cura de uma doença incurável, mas um conforto à espera de uma solução.
Eu vou além porque sou obrigado.
terça-feira, 8 de abril de 2014
POR QUE NÃO?
Em algum momento da vida nós somos obrigados a rever certas ideias. E neste eu me pus em busca de uma cura para o incurável. Por que as doenças incuráveis deveriam ser incuráveis? E elas são mesmo? O que podemos fazer para restaurar a saúde? Bem, é o que eu tenho me perguntado. Ainda mais que acreditava em milagres e não podia abrir mão de experimentar tudo que estivesse ao meu alcance. Sem desespero, controlando cada passo, era o que eu pensava. Nem sempre os milagres acontecem quando e como queremos, muito menos sem ganhos secundários, efeitos colaterais, todos morais.
Encarei a nona [9] cirurgia espiritual com duas metas bem definidas, de que eu poderia estar no fim desta incoerência que chamamos de doença e, de que o meu modo de ver o mundo iria se transformar. Quando pus em prática as ideias que ouvi de Wayne Dyer, Brahma Kumaris, Jesus Cristo, Buda, Napoleon Hill, Donald Walsch, Masaharu Taniguchi, Bruce Lipton e tantos outros, em áreas do conhecimento tão variadas, percebi que o meu modo de ver o mundo sempre esteve errado. Julgamos e discernimos parcialmente, conforme as nossas crenças e certezas e com isso criamos barreiras para ações que sequer imaginamos.
Abrir-se para o meio, aceitar que as diferenças são ferramentas que cada pessoa utiliza para o seu progresso, provoca-nos medo diante do desconhecido. Passamos tanto tempo acreditando que o mundo é como é por causa do que vemos e tememos que, jamais imaginaríamos que o mundo é o reflexo de nossos pensamentos. Quero dizer, sempre justificamos nossas ações apontando para fora de nós a causa de nosso sofrimento e dizemos: quem começou? Quando deveríamos dizer: quando nos sintonizamos? A culpa deste sofrimento não depende de quem inicia o processo, mas de quando nos conectamos com a ofensa. Não diz o ditado que quando não há quem possa receber o “presente”, este retorna para o dono. O mesmo vale para as ofensas.
Quando aceitei que confio no futuro que [Deus] a providência infinita me oferta, óbvia certeza de que a todos, o destino se mostra exatamente como os seus pensamentos criam este mundo, nada pode me ofender. Sou dono de potencialidades infinitas. Se você ainda não experimentou pensar assim, estas ideias parecerão uma ilusão fanática de um desejo abstrato de um apático, e se não? E se tudo for muito mais simples e por medo não quer experimentar romper com as suas barreiras do conformismo e ser levado pela corrente? De onde emanam as suas certezas, as suas verdades? Que medo é este de experimentar?
O meu mundo mudou.
segunda-feira, 17 de março de 2014
O QUE ESTÁ ESCONDIDO ATRÁS DOS OLHOS.
Era uma vez seis cegos à beira de uma estrada. Um dia, lá do fundo de sua escuridão, eles ouviram um alvoroço e perguntaram o que era. Era um elefante passando e a multidão tumultuada atrás dele Os cegos não sabiam o que era um elefante e quiseram conhecê-lo.
Então o guia parou o animal e os cegos começaram a examiná-lo:
Apalparam, apalparam...Terminado o exame, os cegos começaram a conversar: — Puxa! Que animal esquisito! Parece uma coluna coberta de pelos!
— Você está doido? Coluna que nada! Elefante é um enorme abano, isto sim!
— Qual abano, colega! Você parece cego! Elefante é uma espada que quase me feriu!
— Nada de espada e nem de abano, nem de coluna. Elefante é uma corda, eu até puxei.
— De jeito nenhum! Elefante é uma enorme serpente que se enrola.
— Mas quanta invencionice! Então eu não vi bem? Elefante é uma grande montanha que se mexe.
E lá ficaram os seis cegos, à beira da estrada, discutindo partes do elefante. O tom da discussão foi crescendo, até que começaram a brigar, com tanta eficiência quanto quem não enxerga pode brigar, cada um querendo convencer os outros que sua percepção era a correta. Bem, um não participou da briga, porque estava imaginando se podia registrar os direitos da descoberta e calculando quanto podia ganhar com aquilo.
A certa altura, um dos cegos levou uma pancada na cabeça, a lente dos seus óculos escuros se quebrou ferindo seu olho esquerdo e, por algum desses mistérios da vida, ele recuperou a visão daquele olho. E vendo, olhou, e olhando, viu o elefante, compreendendo imediatamente tudo.
Dirigiu-se então aos outros para explicar que estavam errados, ele estava vendo e sabia como era o elefante. Buscou as melhores palavras que pudessem descrever o que vira, mas eles não acreditaram, e acabaram unidos para debochar e rir dele.
Por enquanto falamos das coisas que podemos ver, mas e aquelas que se escondem além dos sentidos da visão, olfato, audição, tato e paladar? Se você estiver pensando em algo imponderável do campo divino e mediúnico, pois saiba que não. Mesmo porque, quando morremos – escolha uma opção post-mortem e não fará diferença alguma – não deixamos de ser quem somos e, portanto, iremos perscrutar o céu usando todas as nossas capacidades sensoriais.
Deste modo, os anjos também compartilham das mesmas características sensoriais que os encarnados, vivos. Os que me faz pensar, será que também os mortos vivem em ilusão? Será que quaisquer imagens que façamos de uma vida após a morte condiz com as nossas crenças? Múltiplas opções... O que torna as religiões não só uma ideia do caminho, mas também um molde para os “céus” criados. Um ser é constituído de suas percepções, o mundo está ao alcance dos cinco sentidos – devemos até considerar um sexto. No sutra do coração Buda diz:
“Oh Shariputra, todos os dharmas [doutrinas] são vazios, nem surgem, nem findam; nem são impuros nem puros, destituídos de acréscimos ou perdas; assim, no vazio não há forma, nem sensação, conceituação, discriminação ou consciência; nem olhos, ouvidos, nariz, língua, corpo, mente; nem cor, nem som, nem cheiro, nem sabor, nem tato, nem fenômeno; nem campo da visão, nem campo da audição, nem campo do olfato, nem campo gustativo, nem campo táctil, nem campo da consciência...”.
Este espaço vazio está mais além das ideias que modelamos de um mundo espiritual. Conforme a crença, podemos ter um inferno, purgatório ou céu; umbral e cidades espirituais de várias graduações; os reinos das transmigrações; etc. Elas servem de suporte para aquilo que realmente importa. No budismo tem uma história que explica bem esta ideia de duas mortes. [290313] Quando chegamos, depois de executar um infindável número de práticas espirituais, às portas da iluminação, estaremos prontos para entender que aquilo que chamamos de iluminação não passava de um chamariz. Porque sem estas práticas, não é possível compreender o que os mestres querem dizer sobre a iluminação, ou extinção do ego, ou a manifestação do não-eu, estado búdico. Buda se refere a dois nirvanas nesta parábola da cidade fantasma, sendo a própria cidade um recanto para o descanso dos peregrinos, portanto uma iluminação parcial?! Entendeu?
O processo diz que: Todas as coisas nos servem de caminho para se alcançar a iluminação. A sua vida é perfeita como é, o que você se nega a aceitar é que alcançar a iluminação não é um destino, não é uma finalidade de suas meditações e orações, é um estado permanente que extingue o sofrimento que materializamos em nossas vidas através da arrogância de nos intitularmos como a voz da razão, de que tudo que tinha que existir já existe e o quê ainda não existe deve ser inventado e controlado pelo raciocínio humano.
Não teria problema se o homem não acreditasse que é um ser cheio de pecado e culpado e iludido e sem estima tanto para si quanto para aqueles que ele tenta segurar o progresso. O medo impõe regras, e as regras se baseiam nos medos para defender a sua autonomia. Cria e defende grupos que aprendem a se confrontarem, porque as regras determinam contrariedades justas. As regras, as leis, se baseiam no conhecimento de que somos os únicos a controlarem o destino.
Deus está escondido atrás dos nossos olhos, num vazio pleno de infinitas oportunidades.
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sexta-feira, 14 de março de 2014
TUDO O QUÊ JÁ TINHA QUE EXISTIR...
Quantas vezes nestes dois últimos anos eu me deparei com a verdade de que nada sei, pior, de que nada sei do que jamais supus existir? Não posso dizer que era uma pessoa que selecionava os temas, sempre tive profunda curiosidade por quaisquer assuntos de categorias bastante abrangentes – mesmo aqueles considerados de veracidade questionável. Por que tais assuntos – ignorados por mim – jamais foram percebidos?
Porque toda ignorância é uma bênção – esperando o momento certo.
Não estou falando de palavras ocultas ou de conhecimentos místicos que poderiam se enquadrar em assuntos desconhecidos, porém já ouvidos. Eles estão lá, esperando um movimento nesta direção quando eu quiser, em estantes de livrarias ou obscuros sebos. Falo de assuntos que, por mais que eu procure nos links mais excêntricos da rede, jamais ouvi um comentário sequer. Na verdade foram temas que escorregaram de meus dedos e se transformaram em lendas de uma imaginação instintiva: o momento certo.
Precisava rever alguns conceitos – crenças limitadoras e incoerentes – se quisesse abrir os olhos para estes tópicos. No meu caso estamos falando de uma doença incurável. Todas as perspectivas mudam de contexto, e assim as ações precisam ser repensadas. Com base em que? Na perspectiva de que eu venha a sofrer? Ou morrer? E todos, mesmo sem tais problemas insolúveis, não correm os mesmos riscos? O bom é que estes obstáculos sempre tem um caráter de transformação interior que poucas pessoas – que não passaram por problemas insolúveis ou medos excruciantes – compreendem, porque precisam experimentá-las na totalidade de suas consequências.
A explicação mais clara que eu encontrei foi dita por Wayne Dyer: “...você não compreenderá estas coisas, mas quando chegar lá, descobrirá que fazem sentido”.
Isto quer dizer que em algum momento de sua vida – e este tempo chegará hoje ou daqui mil anos, pouco importa o tempo, que não existe –, você estará pronto para lutar por suas verdades. A palavra lutar não corresponde ao sentido que eu gostaria de descrever, porque não se trata de uma contenda entre forças antagônicas, mas das percepções que constroem o ego e se rivalizam e se chocam porque começam a se reconhecer – a princípio – contrárias e sobrepostas. No fim, esta luta não exclui. Todas as percepções, mesmos as divergentes, se completam e assumem que o conhecimento não deve ser considerado parcial, por causa das experiências que, ao mesmo tempo em que confirma ou invalida o conhecimento, insinua que existe algo além deste que nós traduzimos por intuição.
Mas e quanto aos assuntos que comentei e eram para mim obscuros e inimagináveis! Na verdade eu possuía algum “conhecimento” apesar de não saber como este agia. Em algum momento eu percebi que podemos nos conectar com uma energia, e aqui podemos chamá-la de Deus. Eu a conhecia por Fluido Cósmico Universal e a descrição contida no Livro dos Espíritos é:
27. Há então dois elementos gerais no Universo: a matéria e o espírito?
Sim e acima de tudo Deus, o criador, o pai de todas as coisas. Deus, espírito e matéria constituem o princípio de tudo o que existe, a trindade universal. Mas, ao elemento material se tem que juntar o fluido universal, que desempenha o papel de intermediário entre o espírito e a matéria propriamente dita, por demais grosseira para que o espírito possa exercer ação sobre ela. Embora, de certo ponto de vista, seja lícito classificá-lo com o elemento material, ele se distingue deste por propriedades especiais. Se o fluido universal fosse positivamente matéria, razão não haveria para que também o espírito não o fosse. Está colocado entre o espírito e a matéria; é fluido, como a matéria é matéria, e suscetível, pelas suas inumeráveis combinações com esta e sob a ação do espírito, de produzir a infinita variedade das coisas de que não apenas conheceis uma parte mínima. Esse fluido universal, ou primitivo, ou elementar, sendo o agente de que o espírito se utiliza, é o princípio sem o qual a matéria estaria em perpétuo estado de divisão e nunca adquiriria as qualidades que a gravidade lhe dá.
Poderíamos chamar de hálito de Deus, ou como estamos acostumados a ler, o Verbo como João escreve: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam”.
São descrições válidas, porém incompletas. Não que a informação completa pudesse ampliar o conhecimento, o erro está em buscar entender o texto com base nas explicações dadas e difundidas por intérpretes. Henry Ford chamava este fluido de corpúsculos espirituais e percebia que a ação do pensamento [espírito] podia produzir uma infinita variedade de ações.
Ford: Como já disse antes, quando pensamos em alguém ou em algo, uma parte da nossa energia vai até esse alguém ou algo, utilizando os corpúsculos espirituais como veiculo. Os corpúsculos espirituais existem não só dentro de nós, como também fora de nós, envolvendo-nos, formando o ambiente ao nosso redor e influindo no nosso temperamento, no estado psicológico e na saúde.
Mais precisamente no âmbito do pensamento que atrai, há 85 anos uma religião, uma filosofia, ensinava que o pensamento se concretizava quando era impresso neste fluido, denominado aqui como o mundo da imagem verdadeira. No budismo, este fluido é o estado búdico que é simplesmente o nosso estado original e de capacidades infinitas que estão camufladas por ilusões e medos. Parece-nos certo criar medos e viver de acordo com esta regra de autodefesa, reconhecendo no medo a ação do mal. Mas toda a ação do mal passa pelo crivo da bondade de Deus. Ou seja, estamos sendo incoerentes quando afirmamos ter fé em um Deus perfeito, onisciente, onipotente e onipresente e, ao mesmo tempo, apoiar todas as nossas resoluções na ideia de que o homem é imperfeito, pecaminoso e precisa aprender a compaixão se quiser sobreviver. Então onde fica o fato de que somos como Deus, filhos de Deus que são bons perante Seus olhos:
“E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.
E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra. E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda a erva que dê semente, que está sobre a face de toda a terra; e toda a árvore, em que há fruto que dê semente, ser-vos-á para mantimento. E a todo o animal da terra, e a toda a ave dos céus, e a todo o réptil da terra, em que há alma vivente, toda a erva verde será para mantimento; e assim foi.
E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã, o dia sexto”. Gênesis 1:26-31
sábado, 8 de março de 2014
131 - estar certo é estar errado.
As ferramentas que nos permitem o autoconhecimento também são sistemas, e como todo sistema de crença, são parciais e limitantes. Mas se quiser extrapolar estas informações usando o conceito que dá escopo a todos os sistemas, terá uma diretriz a guiar suas observações.Dentro das constelações familiares, a adoção é uma brutalidade, e aqui eu não me refiro aos órfãos, se bem que é impossível haver um sem qualquer parentesco. Esta informação diverge daquilo que eu acolhi ser o correto e usava esta informação para criar estruturas de pensamento condizentes com este conceito de que a adoção é um ato de amor. Como a adoção poderia ser um ato de transgressão às leis de amor, mas quais leis de amor?O erro está na ideia de que agir com compaixão é minimizar os danos gerados por ações negativas que advém de ações aceitáveis. Escolhemos adotar uma criança porque é mais fácil lidar com as consequências do que com a fonte. O correto seria atuar na causa do abandono e não reparar estas ações. Promover o bem-estar da família é garantir a coesão familiar. Não queremos realmente ajudar estas famílias que foram corrompidas por sistemas de crenças segregacionistas e injustos, porém interferimos onde achamos tolerável agir. Esta é uma ideia válida, no entanto estamos tão acostumados a agir conforme estas regras – sejam humanas ou religiosas – que provavelmente alguém deve estar pensando que eu sou contra. Por eu estar dentro deste sistema de crenças, também concordo com a adoção nos termos que hoje são regulados. Mas isto não tira a oportunidade de pensar no que realmente a adoção se propõe. É óbvio que em casos de perigo ainda precisamos intervir porque não fomos capazes de criar meios de se evitar as causas primordiais do abandono, da crueldade e do cárcere.Pensamos que os problemas familiares são problemas do Estado e quando adotamos estamos fazendo um favor, mesmo aqueles que admitem que a adoção é um presente precisam arcar com as consequências que esta ação provoca no sistema familiar de origem. Não estou querendo fazê-los desistir da ideia, nem que os seus ideais de amor e compaixão se esmoreçam, mas quero fazê-los pensar o quanto aceitamos calados a destruição das famílias. Essencialmente estamos minimizando os danos e não solucionando-os.Nas constelações familiares, a pessoa que se encontra fora do sistema, tende a criar mais desarmonia, ocasionado ações reparadoras desta exclusão que podem ser tão negativas quanto à ação original. Porque este sistema afirma que existe 1 - a necessidade de pertencer ao grupo, 2 - a necessidade de equilíbrio entre o dar e o receber nos relacionamentos e 3 - a necessidade de hierarquia dentro do grupo. Se nos parece um sistema rígido, diferente do que afirmamos ao considerar, por exemplo, a adoção uma ação imprescindível e magnânima, também é bastante plausível.E os sistemas de crenças cármicas, onde nascemos exatamente onde deveríamos nascer? O erro está em aceitar que um sistema está em desacordo com o outro. Um se refere às causas que geram as escolhas, o outro, às ações que podem nos adequar às escolhas. Um outro, aos porquês destas escolhas e assim se segue infinitamente. Uma doença tem origem na culpa que carregamos por ações passadas, as suas causas e porquês geram as escolhas. Estas escolhas obedecem às necessidades requeridas por nós, sejam para redenção ou aprimoramento. Elas parecem destino, mas não passam de caminhos para se chegar lá, são livres-arbítrios e precisam de um meio onde criar, usufruir e destruir as ilusões que queremos extinguir. Este meio é regido por muitos sistemas que se integram para criar o melhor cenário possível para as escolhas, no caso, a doença.A adoção é uma condicionante permitida por alguns sistemas, e as ações – sejam cármicas ou sociais – permitem e se adequam às escolhas dos envolvidos, portanto não existem falhas no que concerne às ações unificadas de Deus. O conhecimento destas informações explicam e oportunizam a reparação de outros danos – psicológicos, por exemplo –, e ampliam a experiência de que o problema está na nossa percepção do que é certo ou errado, se devemos ampliar nossas atuações ao âmbito da família.“Quando os filhos não podem ser criados por seus próprios pais, a melhor alternativa serão provavelmente os avós. Estes, em geral, se aproximam mais das crianças. Se conseguem atraí-las, quase sempre cuidam muito bem delas – e a devolução aos pais é bem mais fácil. Não havendo avós vivos, ou caso eles não possam assumir o encargo, a próxima escolha é usualmente uma tia ou um tio. A adoção é o último recurso, e só deve ser cogitada quando ninguém da família está disponível.Segundo minha experiência com famílias, o fator crucial são as intenções dos pais adotivos. Se realmente agirem no melhor interesse da criança, a adoção terá boa possibilidade de sucesso. Contudo, pais adotivos raramente consideram o interesse da criança, e sim o seu próprio: não podem ter filhos e se rebelam contra as limitações que a natureza lhes impôs. Implicitamente, pedem à criança que os proteja de seu desapontamento. Quando é esse o caso, o fluxo básico do dar e receber, bem como a ordem dos relacionamentos, desarranja-se logo de começo; os pais sofrerão as consequências de seus atos ou sofrerão os filhos.Quando os parceiros adotam uma criança movidos por suas próprias necessidades e não pelo bem-estar dessa criança, efetivamente a tomam dos pais naturais para beneficiar-se. É o equivalente sistêmico do roubo de crianças; por isso traz consequências muito negativas ao sistema familiar. Na verdade, não importam os motivos que levam os pais naturais a enjeitar um bebê; os pais adotivos costumam pagar o mesmo preço. Sucede com frequência que casais se divorciem depois de adotar uma criança por motivos impróprios. Sacrificar o parceiro é a compensação por privar os pais naturais de seu filho. Em famílias com quem trabalhei, as consequências de adotar filhos por razões impróprias incluíam divórcio, doença, aborto e morte. Em sua forma mais destrutiva, essa dinâmica exprimiu-se pela enfermidade ou suicídio de um filho natural do casal.Também não é incomum que filhos adotivos detestem seus novos pais e desprezem o que recebem deles. Nessas famílias, sucede muitas vezes que os pais adotivos se sintam secretamente superiores aos pais biológicos; o filho, talvez inconscientemente, demonstra solidariedade para com os pais naturais.Às vezes, os pais naturais entregam os filhos para adoção sem necessidade. Então os filhos sentem um legítimo ressentimento contra eles, mas os pais adotivos é que passam a ser o alvo desse ressentimento. E as coisas pioram quando os pais adotivos assumem o lugar dos pais naturais. Se os pais adotivos têm consciência de que agem em substituição aos pais verdadeiros, os sentimentos negativos se concentram nestes e os adotivos ganham o reconhecimento que merecem. Trata-se de um grande alívio tanto para os pais quanto para os filhos adotivos.Quando os pais adotivos ou de criação agem no interesse da criança, eles têm consciência de que são meros substitutos ou representantes dos pais biológicos, a quem ajudam a realizar o que não estava a seu alcance. Eles desempenham um papel importante, mas na qualidade de pais adotivos vêm depois dos pais biológicos, não importa o que estes sejam ou tenham feito. Se essa ordem for respeitada, os filhos podem aceitar e respeitar os pais adotivos.”Bert Hellinger, A Simetria Oculta do Amor, Ed. Cultrix, pg. 121
quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014
MACACO LOUCO VS SOMBRAS
Existem aspectos de nossa personalidade que ignoramos e outros que deliberadamente ocultamos dos outros, mas aqueles que ocultamos de nós mesmos são os piores. Não os desconhecemos, pensamos que não existem, porém é uma proteção de nós mesmos, de nossos mais ocultos medos e expressões.
Assim como existem ferramentas que nos possibilitam ver e manusear estes medos, somos seres que procuramos ocultar as sombras de nossas almas a todo custo. Já pensaram o quanto deste oculto podemos não conhecer? Derivado de medos e situações que imaginamos para nossa sobrevivência? [constelaçõesfamiliares]
Quando confrontamos estas sombras nos deparamos com ideias tão absurdamente consolidadas que admitimos, mesmo que sejam incoerentes e infantis, a sua primazia sobre a lógica. São modelos que se fixam no subconsciente e controlam nossas ações através do medo, mesmo que não queiramos admitir que sejam medos com a intensidade que este nome tem. [programação neolinguística].
Tentamos controlar este macaco louco que chamamos de ego, mas erramos ao dar a ele o status de personalidade que chamamos de eu. Soltar o macaco louco é aceitar que os medos não nos controlam, nem as mil personagens que criamos para nos mostrar ao mundo. Perdemos tanto tempo controlando os resultados que nos prendemos ao passado ou no futuro e nem sequer percebemos o que queremos só pode ser sentido e usufruído no presente. Queremos um futuro promissor ou nos prendemos a um passado de felicidade para evitar os problemas do presente. E assim as soluções se demoram porque esperamos que elas estejam em um tempo incerto.
O macaco louco não é uma manifestação das nossas sombras, é o aspecto de nosso eu que está pouco se lixando para as sombras. É a manifestação de nossa vontade de romper com as rígidas estruturas que criam os modelos que nos guiam. No meu caso o macaco louco tem nome de doença incurável e seu objetivo é quebrar com as ideias deturpadas de uma mente inflexível. O macaco louco é o herói que busca as sombras e as mostra à luz da razão.
Salvem! Macaco louco.
sábado, 25 de janeiro de 2014
124 - Deus joga moedas.
Um artifício que utilizo para decidir temas tão importantes quanto aos tratados nos últimos oito artigos, é usar a moeda. Nestas questões onde grandes massas se chocam, contra e a favor, enfrentando-se como ferozes inimigos, cada um defendendo as suas verdades elegidas, eu recorro à moeda que me falará, como um oráculo, quem está certo. Não se assustem se estou confiando as minhas premissas, as minhas escolhas pessoais, à decisão de um lançamento de cara ou coroa. Qualquer uma das posições defendidas, seja a ideia inata de que nascemos com o destino traçado – em síntese –, ou aprendemos com a experiência, serão ideias parciais.
Jogar a moeda só determinará a qual grupo eu pertencerei e definirá as experiências desta vida. Mas se a moeda cair do avesso, todas as suas experiências serão diferentes. Sempre estamos decidindo os valores de nossas escolhas através da moeda. Não existem diferenças, senão aquelas que julgamos existir. A moeda é apenas uma distração para que acreditemos que estamos no controle da vida. A moeda brilha e ofusca para que não percebamos a nossa ignorância.
Qual ignorância?
De que a moeda tem os dois lados iguais. E decidir quais caminhos queremos percorrer só serve para nos iludir, pois qualquer escolha é uma escolha sensata. O problema está em supor que deveríamos seguir outro caminho porque “temos que ter o controle”, e sofremos enquanto não fizermos o que as escolhas querem.
É quase a mesma questão: Deus joga dados?
Quando vamos compreender que as escolhas, sejam antagônicas ou ligeiramente parecidas, são os dois lados de uma mesma moeda. Decidir por um lado é negligenciar o outro. E se quisermos ser felizes, precisaremos ser o todo, absorver os lados e entender que não existem diferenças, só opiniões, julgamentos e preconceitos que nascem parciais. De um dos lados.
Deus joga dados quando precisa nos ensinar que as partes, os lados, são meios. E também não arremessa os dados por uma questão bastante óbvia, Ele não joga dados. Isto é o ciclo da verdade, o ying e o yang e o carma. Enquanto precisarmos dos opostos para entender o todo, os dados cairão.
sábado, 11 de janeiro de 2014
118 - tabula não tão rasa assim
tabula rasa é um conceito criado por John Locke, que afirma que o ser humano nasce como uma folha de papel em branco a ser preenchida pelas experiências. Este papel nunca é inteiramente em branco, mas também não é o que supomos ser destino.
Não, isso iria contra o objetivo do encontro, que é criar a sua experiência – e, portanto, o seu eu – no glorioso momento atual. Por esse motivo você não escolhe antecipadamente a vida que terá.
Imagina que a alma humana enfrenta os desafios da vida por acaso? – Quer dizer que a alma escolhe que tipo de vida terá? – Não. Mas pode escolher as pessoas, os lugares e os eventos, as condições e circunstâncias, os desafios e os obstáculos, as oportunidades e opções para criar a sua experiência.
Conversando com Deus. Neale D. Walsch.
Por outro lado criamos personalidades peculiares para tratarmos de todos os acontecimentos da vida e os chamamos de ego. As construções do ego surgem para nos auxiliar no processo de interação com o meio ao qual estamos inseridos e é predominantemente intuitivo, pois estas construções costumam se agregar com as experiências passadas – que percebemos subjetivamente – e com os exemplos “compreendidos” no presente.
Estes raciocínios geram respostas automáticas e ficam armazenadas no subconsciente. Porém são imperfeitas, pois consideram respostas que na maioria das vezes adquirimos em situações anormais ou destituídas de lógica. Impressões que acabam ditando o nosso comportamento. Uma percepção apreendida na meninice pode se transformar em um mandamento interior que se fixa no subconsciente e dita suas respostas enquanto não reescrevermos esta lei. Se ela for falha, todas as respostas que se baseiam nesta lei entrarão em conflito com quaisquer novas percepções conscientes.
Devemos constantemente rever nossas leis para que o presente e o futuro se concretizem sem tais obstáculos. Esta é a proposta da meditação, rever e reescrever as leis que ficam armazenadas no subconsciente e que nos impedem de virar o jogo. Este é o objetivo primordial do jogo, tomar as rédeas de sua vida, removendo leis retrógradas e seculares que ferem e fazem sofrer, pensar com discernimento e por em prática novas ações. Consequentemente existem ferramentas hábeis que podem nos ajudar dependendo de como precisamos nos comportar diante dos “problemas ou obstáculos”
Penso que deparei com a resposta para a questão tratada no post [117MH1 – tabula rasa], sobre como enfrentar aquilo que nos incomoda, provocando tamanha aversão que nossa primeira reação é evitar, fugir ou fingir. Ver nossas deficiências espelhadas é só um gatilho para a mudança, mas como eu posso reverter este quadro? Como deixar de odiar?
A questão não é tentar “consertar” o problema dirigindo os nossos esforços no outro, mas sim em nós mesmos. Quando mudamos, todos ao nosso redor se transformam, em sintonia com a nova vibração mental. Aqueles que não mudam acabam se afastando e naturalmente outras pessoas que se sintonizem com esta vibração se aproximarão. Lei do semelhante atrai semelhante. Até mesmo as situações divergentes a esta vibração desaparecerão e, se novos pensamentos forem condizentes com seus anseios, novas situações surgirão.
Contudo esta atitude em si não aplaca o ódio, o rancor e a mágoa que endereçamos. Esta catarse só terá efeito se conseguirmos compreender e nos colocar no lugar do outro. Se você estivesse na mesma posição que o outro está, reagiria diferente? A maioria tende a responder sim, mas a verdade é que se estivéssemos na mesma situação, seríamos a mesma pessoa que criticamos e responderíamos ao problema da mesma forma, independentemente de qualquer justificativa. A pessoa que esta passando por aquele problema está ciente de suas escolhas e reconhece o seu potencial – mesmo limitando-o – de que a “circunstância” é absolutamente propícia e criada para um propósito.
Não é ela quem está errada, mas é você que não percebe os intrincados mecanismos da providência divina. Que chamamos de Deus e está dentro de cada um de nós como um farol a direcionar os nossos sonhos. Que não percebemos claramente e por isso declaramos guerra contra os acontecimentos e criamos o sofrimento que nada mais é que nadar contra a corrente.
Observe o querelante – apesar de que nós deveríamos ser chamados assim – e compreenda o meio como ele foi criado, a história familiar que tem grande influencia na determinação de seus costumes e crenças. Suas reações são ditadas por quais leis mentais? Não faça de suas crenças o modelo de perfeição que deveria ser estendido a todos, não controle nem se julgue capaz de interferir. Simplesmente observe. [MH5 – Eu te compreendo]
Joanna de Angelis comenta o caráter do ego que nos controla o julgamento e nos obriga a reagir egoisticamente contra: A sombra que resultas dos fenômenos egoicos, havendo acumulado interesses inferiores que procura escamotear, ocultando-os no inconsciente, é a grande adversária do sentimento de gratulação. Na sua ânsia de aparentar aquilo que não conquistou, impedida pelos hábitos enfermiços, projeta os conflitos nas demais pessoas, sem a lucidez necessária para confiar e servir. Servindo-se dos outros, assim fazem todos os demais, competindo-lhe fruir o melhor quinhão, ante a impossibilidade de alargar a generosidade, que lhe facultaria o amadurecimento psicológico para a saudável convivência social, para o desenvolvimento interior dos valores nobres do amor e da solidariedade.
[...]
A sombra sempre trabalha para o ego, com raras exceções, quando se vincula ao self, evitando toda e qualquer possibilidade de comunhão fora do seu círculo estreito de caráter autopunitivo, porque se compraz em manter a sua vitima em culpa contínua, que busca ocultar, mantendo, no seu recesso, uma necessidade autodestrutiva, porque incapaz de enfrentar-se e solucionar os seus mascarados enigmas.
Psicologia da Gratidão, Divaldo Franco.
sexta-feira, 10 de janeiro de 2014
117 - tabula rasa
Sempre pensei que estava no controle – parcial e limitado – da minha vida. Talvez um bom observador, daqueles que poderiam ser orgulhar de admirar as pequenas idiossincrasias humanas tão comuns que não nos preocupamos mais com o quê os sentimentos deveriam ser. Mesmo porque os sentimentos se transformaram em moeda de troca de um jogo emocional.
Não estou preparado para jogar este jogo absurdo, também acredito que você não esteja “querendo” participar, porém acabamos nos inscrevendo e, para não parecermos deslocado em meio a este caos, recriamos as mesmas respostas. Respostas de inconformismo, de ódio, de resignação forçada, de arrogância ou soberba, de antipatia ou falsa simpatia, de rancor ou frustração, de infinitos sentimentos controversos e doentios. Deste modo ferimos para não sermos feridos, como se agir com desconfiança e esperteza fossem qualidades morais. Ou ferimos na esperança de manter nossas expectativas em segurança. Criamos uma atmosfera de indignação e irritação que faz ferver quem entra nesta zona negra de nossos pensamentos.
Estou me imiscuindo de minhas desvantagens morais. Todos nos precipitamos em reagir conforme o que a maioria defende ser o certo. Mas e quando sentimos que as nossas reações são personagens já criados e eternizados, que não emitem os reais sentimentos e sim os padrões esperados? Entramos no jogo da infelicidade.
O que eu estou querendo dizer é que, por mais que eu perceba quais ações acertadas devem ser declaradas, continuo respondendo com amargura e desconfiança. Ou seja, estou julgando pelas minhas próprias ideias do que eu gostaria que acontecesse, de como eu gostaria que se comportassem. Então eu experimentei usar a Lei da Atração para observar porque semelhantes se atraem, mesmo que eu tente minimizar ou justificar as minhas ações refletidas no outro, só estarei negligenciando a verdade de que eu sou exatamente assim.
Assim sendo, por que eu não consigo ver em mim as deficiências que tão facilmente critico no outro? Porque não quero admitir que também sou assim? Talvez as diferenças – que não são diferenças, nem justificativas atenuantes – estejam no fato de que não falamos em voz alta o que o outro expressa e nos ofende. Odiar abertamente uma pessoa é a mesmíssima coisa do que só pensar e dissimuladamente sorrir. Mesmo que seja uma tentativa de não se declarar abertamente o conflito. É ao mesmo tempo covardia, um medo de não saber lidar com os conflitos, e uma admoestação amarga e indigerível.
Deve estar pensando que devemos ir à luta e enfrentar tais inconformismos como se a alternativa fosse uma espécie de holocausto moral, onde só se consolidaria os sentimentos mais fortes. Não se engane, neste jogo não há perdedores, as experiências servem a um propósito quase indistinguível. Observar as suas falhas refletidas no outro significa, mesmo que seja exacerbada aos seus olhos, que é uma oportunidade de refletir sobre os seus sentimentos camuflados e ocultos, ou mesmo abertamente percebidos.
Não estamos aqui para cobrarmos justiça conforme consideramos justo, mas de perceber que perdemos tempo em resolver tudo com as nossas próprias mãos. Então como fica Deus perfeito, se teimamos em resolver tudo por nós mesmos? Por isso devemos agradecer a estas pessoas a oportunidade de entendermos como somos.
Kanzeon Bosatsu significa Amor de Deus, Lei da Mente que permeia o universo. É o ato de salvar o outro, manifestando-se numa forma adequada às vibrações mentais de cada pessoa. Portanto cada pessoa pode ser a manifestação de Deus que nos aparece com o objetivo nos fortalecer. Kanzeon Bosatsu é chamada abreviadamente de Kannon, mas ela não é um ser humano. É um ser búdico que, captando o “som da mente das pessoas”, ou seja, a vibração mental, faz manifestar aquilo que as pessoas desejam. Bem ou mal, conforme a vibração mental.
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sexta-feira, 20 de dezembro de 2013
DETONA RALPH
Em uma outra oportunidade eu comentei que as nossas vidas se pareciam com a de personagens de videogames [carma mario bros] porque somos controlados com o objetivo de executar determinada tarefa imposta pelo jogador/usuário, que no nosso caso poderíamos chamar de espírito.
E eu deixei bem claro – pelo menos tentei – que este destino não é tão inflexível assim. Temos um objetivo traçado pelo espírito, que somos nós aliás, e ele se encarrega de nos guiar, mas todo o resto para se alcançar este objetivo/destino dependerá do nosso livre-arbítrio. Quando este livre-arbítrio se funde ao ego, declarando veementemente que o espírito deve estar errado, então entramos em conflito e a máquina emperra.
Ralph sabe muito bem que para sair de seu papel de “detonador” malvado, para se tornar um herói não é fácil. Ele tem que preencher o espaço pelo qual foi criado. Conosco é assim, não suportamos fazer o que o destino quer e saímos em busca daquilo que possa promover felicidade.
Mas a felicidade não é um produto, não se pode ter felicidade ou compra-la eternamente, este estado é temporário e viciante. Estamos sempre aumentando as nossas expectativas para elevar o grau de satisfação do que chamamos de felicidade. Na verdade, Ralph percebe que a felicidade estava em cumprir o seu papel naquele jogo. E foi reconhecido por ser exatamente assim.
Isto me fez pensar em duas coisas: o bem e o mal são complementares, só podemos perceber o bem se o mal for assimilado. Não quer dizer que precisamos ser o “mal”, mas se não o reconhecermos, estaremos negligenciando todas os nossos aprendizados. Um pouco disto está explicito em 004MH5 – naruto. Segundo, a felicidade não é uma conquista, pertence a nós, porém nos comprazemos em criar ideias errôneas em relação a todas as coisas e assim se formaliza um estado de ausência que deprime. Será que, se não criássemos estes vínculos com o ter, não seríamos mais felizes?
Num jogo de videogame, o personagem deve seguir o seu destino como determinado pelo programador, sem espaço para rebeldias. No nosso mundo, o destino é apenas, ou são apenas direcionamentos que estão alinhados com as necessárias aquisições do espírito. Não quer dizer que teremos uma vida controlada, sem desejos e vontades próprias. Neste caso, quando extremo, a vida se encarrega de nos chamar ao compromisso. O que causa muito sofrimento se não entendermos que, por pior que pareça, talvez seja a alternativa mais fácil. É só nadar a favor.
E quem disse que a escolha de papeis indignos devem ser esquecidos? Ralph aprendeu que a sua função destrutiva permitia o crescimento das funções construtivas de todos os personagens. Portanto, pense duas vezes antes de condenar alguém que te pareça infringir sofrimentos e medos, porque ele pode ser uma ferramenta para o seu crescimento.
Em um desses dias li um comentário feito a um praticante do budismo que queria crescer, mais algumas pessoas e situações o prejudicava. Tal comentário sugeria uma retirada de campo, se afastar dos problemas e exercitar a compaixão em meio à serenidade. Concordo, contudo, ao se fugir destes embates – que são fórmulas mágicas – estaremos perdendo a chance de aprender o que viemos aprender. Parece difícil, mas é pior do que parece. O melhor é observar, alguns diriam discernir, e colher informações, sem se afligir.
De todos os ensinamentos budistas, o que mais gosto – depois da parábola do Detona Ralph – é a da Cidade fantasma: um grupo de viajantes, tendo ouvido falar de uma cidade cheia de tesouros, parte para enfrentar uma difícil jornada. Para chegar à cidade, teriam de percorrer uma estrada extremamente longa que atravessava desertos, florestas e terras perigosas.
Nenhum trecho dessa estrada era seguro e os viajantes teriam de ter muita coragem e persistência para atingir sua meta.
Haviam completado mais da metade da jornada e acabado de sair de uma densa floresta quando o guia, que conhecia bem o caminho, avisa que logo iriam se aventurar por um deserto. O sol escaldante e as fortes tempestades de areia provaram ser demais para eles. Os viajantes estavam tão cansados que começaram a perder a coragem e a querer desistir dos tesouros em troca da segurança de seus lares que haviam deixado para trás.
O guia, contudo, estava determinado a levar todos, não importando como. Ele usa então seus poderes místicos para fazer aparecer uma cidade no meio do deserto. Num instante, os viajantes tiveram uma visão fantástica. Surge do nada um lindo oásis repleto de árvores, por entre as quais veem uma cidade. Imediatamente, por entre as quais veem uma cidade.
Imediatamente, correram até lá com grande alegria. Todo o cansaço, as dores e o desânimo desapareceram num instante para dar lugar ao otimismo e à esperança. Eles se banharam, saborearam comidas deliciosas e dormiram tranquilamente.
Em suas conversas, nem se cogitava a ideia de desistirem da jornada e de retornarem aos seus lares. Na manhã seguinte, logo que despertaram, ficaram estarrecidos ao ouvir o guia dizer-lhes que tinham de deixar aquele lugar maravilhoso e seguir viagem. Mas este é com certeza o paraíso que procuramos por tanto tempo! – exclama um deles.
Não – responde o guia – os senhores ainda estão na metade da jornada. Este é somente um ponto de descanso, uma lugar para refrescarem-se. Acreditem!
O destino final é muito mais belo que esta cidade e não está tão longe. Agora que tivemos tempo para descansar e relaxar, vamos continuar nossa viagem. Dito isso, a cidade desapareceu na areia.
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