terça-feira, 5 de julho de 2016

E O dIABO?



Acho que ficou claro que a minha opinião sobre não acreditar em deus define que também não posso acreditar no diabo. Evidentemente as pessoas podem até aceitar que não acredite em deus, mas quanto ao diabo, parece ser impossível. Parece que precisamos culpar alguém pelos ‘nossos’ erros.

Acho que acabei dizendo que não acredito em deus para poder mostrar o que é Deus, com d maiúsculo. Eu queria simplesmente defender a ideia de que Deus não exige e nem obriga ou atormenta e culpa. Sendo assim, estamos perdendo tempo, e foco, naquilo que realmente importa. No fim, acreditar em deus, com d minúsculo, exige que eu acredite no diabo, porque isto é uma demanda do nosso espírito. O problema é que usamo-los como desculpas para a nossa incapacidade de agir com... é difícil usar uma só palavra, pois o que parece um conflito entre a razão e a emoção ou deus e o diabo, na verdade é somente um equivoco humano em querer separar as coisas para compreende-las.

Podemos destrinchar uma máquina e entender o funcionamento de determinado mecanismo, como o motor de um carro. Mas isto não explica o que é um carro. Este exemplo não está ajudando...

Sempre analisamos uma situação determinando as características mais fortes, Se uma pessoa é corajosa ou covarde. Infelizmente priorizamos uma. Porém a pessoa corajosa ao extremo tende a ser confiante demais, arrogante e desobediente. E o covarde, omisso demais, conivente e submisso. Por isso Buda estava certo ao falar do ‘caminho do meio’, pois é o equilíbrio entre a coragem e a covardia que determina o ser integral e a porcentagem entre elas cria seres absolutamente diferentes e com a soma das outras emoções – outro dia eu li que são quase 350, Abalo, Abatimento, Aceitação, Adaptação, Adoração, Afeição. Afetividade, Afirmação. Agitação, Agonia, Agressividade, Ajustamento, Alegria, Alienação, Amargura, Ambição, Amor, Angústia, Ânimo, Ansiedade, Antipatia, Apatia, Apego, Apoio. Apreensão, Ardor, Arrependimento, Arrogância... etc. – podemos afirmar que jamais existirão duas pessoas parecidas, e isto não é fantástico?

Então este é o papel de deus e diabo, é a coragem e a covardia, e como ambos precisam coexistir, ambos são somente um. Portanto Deus jamais criaria o diabo com o propósito de ter um poder similar e contrário ao Dele, somos nós que o separamos e definimos o que é o mal removendo as características de Deus que não nos agrada. Por que se Deus não pode ser o Tudo, se Ele não é o Todo, como podemos afirmar que Ele criou tudo? Acho que acabamos confundindo tudo, separamos para tentar entender melhor, mas erramos ao não compreender que as coisas precisam ser observadas pelo todo. Com o tempo divergimos e denegrimos o todo em prol dos ‘nossos’ julgamentos e preferimos ignorar Deus ao escolhermos quais atributos Ele deve ter.

Para mim Deus é presente a ponto de descartar o mal como algo real... posso parecer conivente ou desobediente, mas e se eu estou certo? O Bem e o Mal são os dois lados de uma moeda... inseparáveis. Aff.