Em algum momento nos deparamos com a frustração, e ela nunca está só, vem acompanhada da raiva e da arrogância. Aliás, é o fracasso disfarçado de vítima. Frustramo-nos porque queremos culpar alguém ou algo e não achamos, e então o “subconsciente” discretamente assopra em nossos ouvidos: Só sobrou você! Se não achou culpados, o problema está contigo.
Deste modo, frustração é raiva de si. Frustra-se porque é incapaz e sua arrogância dita que não. Não consegue equilibrar a raiva e a arrogância que se digladiam em nome da verdade. Era mais fácil culpar os outros, mas se sua incapacidade já fizer parte dos seus padrões de pensamento, não lhe restará outra opção senão transformar a frustração em depreciação de si mesmo.
Frustramo-nos porque não sabemos e não reconhecemos que somos capazes de “reescrever” as ideias errôneas que acumulamos em nosso inconsciente e chamamos estas ações engessadas de hábitos e certezas, crenças e preconceitos, impossibilidades e injustiças. O erro não está em admitir tais incapacidades que nos foram ditas e impressas em nós, mas em não aprender que tais incapacidades foram meios para se atingir experiência e, assim sendo, incapacidades que deveriam ser descartadas.
Mas o medo nos impede de eliminar as “incapacidades” porque elas estão incorporadas em nós e assumiram o status de “modo de segurança”. O Papa João XXIII disse: “Consulte não a seus medos, mas a suas esperanças e sonhos. Pense não sobre suas frustrações, mas sobre seu potencial não usado. Preocupe-se não com o que você tentou e falhou, mas com aquilo que ainda é possível a você fazer”.
Preso ao passado, geramos culpa e, as expectativas do futuro nos causam sofrimento por algo que não existe. Sofremos porque o passado parece estar presente, nos culpando pelos fracassos de ontem, como se quisessem nos dizer que jamais deveríamos errar. E antecipamos os medos futuros porque baseamos os resultados nas experiências erradas do passado.
Excesso de expectativa é o caminho mais curto para a frustração.
Estamos amarrados em nossas frustrações e não percebemos que as oportunidades jamais conseguirão nos alcançar. Projetamos no futuro incapacidades que nos foram ensinadas e ditas com autoridade e nem sequer cogitamos a ideia de que elas não existem: estão no passado. O presente é um presente por várias razões, talvez a mais importante seja que no presente todas as ações podem mudar as nossas ideias e crenças, agir e moldar, experimentar.
“… que qualquer frustração que você tem é simplesmente o resultado de um pensamento errado. Se você estivesse pensando corretamente, possivelmente não poderia imaginar que alguma coisa estivesse ‘errada’. Você saberia que nada no Universo trabalha contra você. Por definição, dado quem você é, isso é impossível. Passe, então, para a gratidão quando encontrar suas frustrações. E veja cada evento como uma oportunidade. Você sabe exatamente por que recebeu esta mensagem hoje”.
Neale Donald Walsch
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terça-feira, 29 de abril de 2014
FRUSTRAÇÃO
terça-feira, 4 de março de 2014
130 - forças antagônicas e complementares
Forças antagônicas e complementares parecem uma anomalia da natureza que define dois aspectos da natureza humana, que tudo quer saber ou tudo quer se opor. Mas sem os opostos não existiria a compreensão, como você saberia se algo é bom se não tivesse noção do que é ruim? O problema é que queremos destruir o oposto negativo que gera sofrimentos e conflitos.
Se Deus joga dados? Claro e evidente que sim, porém é certo que não. Ficou confuso. Decerto foi lhe dito que as respostas só podem ser sim e não. Um ou outro. E se fossem ambas? Não somos preparados para perceber que as ideias divergentes servem para nos possibilitar visões amplas e não criar sistemas separados de julgamentos baseados em percepções e crenças limitadas e preconceituosas. Pois quaisquer divergências de opiniões geram preconceitos. Preconceito é a ideia, opinião ou sentimento desfavorável formado sem conhecimento abalizado, ponderação ou razão; mas precisamos perceber que nem sempre esta opinião desfavorável é sem crítica ou razão.
Existem sistemas de crenças que se confrontam simplesmente por estarem em oposição aos conceitos defendidos por outro sistema: capitalismo e comunismo, cristianismo e islamismo, católicos e ortodoxos, xiitas e sunitas, europeus e africanos, eugenia e miscigenação, homossexuais e heterossexuais, ricos e pobres, alopatia e homeopatia, democracia e ditadura, chá e café...
Sempre estaremos defendendo o nosso sistema, ou sistemas de crenças, em detrimento do que combinamos ser felicidade. Todos os sistemas partilham de um “O SISTEMA”, pois a base de todos os sistemas são simples e se aplicam a todos os sistemas. Conhecer, ou ter conhecimento, de todos os sistemas pode se perigoso para aqueles que defendem alguns sistemas e se opõem a outros. Entretanto, se perceberem o fator de união entre os sistemas, fica evidente que a diversidade de sistemas servem para ampliar o conhecimento e a experiência, sem julgamentos, mesmo que este se torne quase impossível, já que somos criados por um sistema que nos modela.
Deus possui várias imagens conforme o sistema de crença em que Ele é compreendido, por vezes se apresenta como deuses ou é amorfo. Mas na base destas expressões, Deus continua a ser onipotente, onipresente e onisciente; é amor. E nos sistemas de crenças Ele assume formas e se contraria porque precisamos temê-lo ou simplesmente aceitar que homens falem por Ele e deturpem algumas ideias. Contudo é esperado em um sistema de crença que quer se opor ou destruir outro sistema.
O que não percebemos é que os sistemas de crenças se sobrepõem e suas ações aparentemente divergentes se baseiam nas obrigações do indivíduo em. Em um sistema religioso que prioriza a extinção do ego, diz-nos que existem pessoas ou grupos que querem experimentar estas ações e não obstruir as demais crenças religiosas porque elas não priorizam estas Verdades. Em outros sistemas temos pessoas que querem sofrer voluntariamente para se alcançar o aperfeiçoamento espiritual. E existem tantos sistemas quantos forem as necessidades de cada ser.
No budismo: “É tolice e desnecessário a uma pessoa continuar sofrendo simplesmente porque não alcançou a iluminação, quando esperava alcançá-la. Não há insucesso na iluminação, portanto a falha reside nas pessoas que, durante muito tempo, procuraram a iluminação em suas mentes discriminadoras, não compreendendo que estas não são as verdadeiras mentes, e sim, falsas e corrompidas, causadas pelo acúmulo de avidez e ilusões toldando e ocultando as suas verdadeiras mentes. Se este acúmulo de falsas divagações for eliminado, a iluminação aparecerá. Mas, fato estranho, quando os homens atingirem a iluminação, verificarão que, sem as falsas divagações, não poderá haver iluminação”.
Conhecendo a base dos sistemas, poderemos apreciar as suas consequências sem as aflições do que consideramos sofrimento. Quero dizer, será realmente sofrimento o que nos aflige?
Eu particularmente começo a integrar vários sistemas de crenças e percebo que quaisquer considerações que fizermos será baseado em sistemas que são intrínsecos a nós. É muito difícil não julgar já que temos certos protocolos instalados em nosso subconsciente. Um dos meus sistemas é o espiritismo e ideias como ação e reação, causa e efeito, carma sempre dirigiram os meus pensamentos, adequando outros sistemas aos meus [pre]conceitos.
Quando apareceram outros sistemas que pareciam reescrever estas ideias eu quase cogitei, conscientemente, em rever ou eliminar o sistema de crença que me animava os pensamentos originais. As diferenças eram aparentes porque as explicações foram criadas e mantidas por pessoas que jamais poderiam conceber a ideia de unificação ou simplificação. Eles estavam errados? Não, simplesmente não imaginaram que suas palavras pudessem ser expressas de outras formas, dando margem a interpretações desconexas. Na Bíblia temos o dente por dente e o amai-vos uns aos outros que se adequam àqueles que preferem agir conforme as opções contraditórias.
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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014
MACACO LOUCO VS SOMBRAS
Existem aspectos de nossa personalidade que ignoramos e outros que deliberadamente ocultamos dos outros, mas aqueles que ocultamos de nós mesmos são os piores. Não os desconhecemos, pensamos que não existem, porém é uma proteção de nós mesmos, de nossos mais ocultos medos e expressões.
Assim como existem ferramentas que nos possibilitam ver e manusear estes medos, somos seres que procuramos ocultar as sombras de nossas almas a todo custo. Já pensaram o quanto deste oculto podemos não conhecer? Derivado de medos e situações que imaginamos para nossa sobrevivência? [constelaçõesfamiliares]
Quando confrontamos estas sombras nos deparamos com ideias tão absurdamente consolidadas que admitimos, mesmo que sejam incoerentes e infantis, a sua primazia sobre a lógica. São modelos que se fixam no subconsciente e controlam nossas ações através do medo, mesmo que não queiramos admitir que sejam medos com a intensidade que este nome tem. [programação neolinguística].
Tentamos controlar este macaco louco que chamamos de ego, mas erramos ao dar a ele o status de personalidade que chamamos de eu. Soltar o macaco louco é aceitar que os medos não nos controlam, nem as mil personagens que criamos para nos mostrar ao mundo. Perdemos tanto tempo controlando os resultados que nos prendemos ao passado ou no futuro e nem sequer percebemos o que queremos só pode ser sentido e usufruído no presente. Queremos um futuro promissor ou nos prendemos a um passado de felicidade para evitar os problemas do presente. E assim as soluções se demoram porque esperamos que elas estejam em um tempo incerto.
O macaco louco não é uma manifestação das nossas sombras, é o aspecto de nosso eu que está pouco se lixando para as sombras. É a manifestação de nossa vontade de romper com as rígidas estruturas que criam os modelos que nos guiam. No meu caso o macaco louco tem nome de doença incurável e seu objetivo é quebrar com as ideias deturpadas de uma mente inflexível. O macaco louco é o herói que busca as sombras e as mostra à luz da razão.
Salvem! Macaco louco.
sábado, 11 de janeiro de 2014
118 - tabula não tão rasa assim
tabula rasa é um conceito criado por John Locke, que afirma que o ser humano nasce como uma folha de papel em branco a ser preenchida pelas experiências. Este papel nunca é inteiramente em branco, mas também não é o que supomos ser destino.
Não, isso iria contra o objetivo do encontro, que é criar a sua experiência – e, portanto, o seu eu – no glorioso momento atual. Por esse motivo você não escolhe antecipadamente a vida que terá.
Imagina que a alma humana enfrenta os desafios da vida por acaso? – Quer dizer que a alma escolhe que tipo de vida terá? – Não. Mas pode escolher as pessoas, os lugares e os eventos, as condições e circunstâncias, os desafios e os obstáculos, as oportunidades e opções para criar a sua experiência.
Conversando com Deus. Neale D. Walsch.
Por outro lado criamos personalidades peculiares para tratarmos de todos os acontecimentos da vida e os chamamos de ego. As construções do ego surgem para nos auxiliar no processo de interação com o meio ao qual estamos inseridos e é predominantemente intuitivo, pois estas construções costumam se agregar com as experiências passadas – que percebemos subjetivamente – e com os exemplos “compreendidos” no presente.
Estes raciocínios geram respostas automáticas e ficam armazenadas no subconsciente. Porém são imperfeitas, pois consideram respostas que na maioria das vezes adquirimos em situações anormais ou destituídas de lógica. Impressões que acabam ditando o nosso comportamento. Uma percepção apreendida na meninice pode se transformar em um mandamento interior que se fixa no subconsciente e dita suas respostas enquanto não reescrevermos esta lei. Se ela for falha, todas as respostas que se baseiam nesta lei entrarão em conflito com quaisquer novas percepções conscientes.
Devemos constantemente rever nossas leis para que o presente e o futuro se concretizem sem tais obstáculos. Esta é a proposta da meditação, rever e reescrever as leis que ficam armazenadas no subconsciente e que nos impedem de virar o jogo. Este é o objetivo primordial do jogo, tomar as rédeas de sua vida, removendo leis retrógradas e seculares que ferem e fazem sofrer, pensar com discernimento e por em prática novas ações. Consequentemente existem ferramentas hábeis que podem nos ajudar dependendo de como precisamos nos comportar diante dos “problemas ou obstáculos”
Penso que deparei com a resposta para a questão tratada no post [117MH1 – tabula rasa], sobre como enfrentar aquilo que nos incomoda, provocando tamanha aversão que nossa primeira reação é evitar, fugir ou fingir. Ver nossas deficiências espelhadas é só um gatilho para a mudança, mas como eu posso reverter este quadro? Como deixar de odiar?
A questão não é tentar “consertar” o problema dirigindo os nossos esforços no outro, mas sim em nós mesmos. Quando mudamos, todos ao nosso redor se transformam, em sintonia com a nova vibração mental. Aqueles que não mudam acabam se afastando e naturalmente outras pessoas que se sintonizem com esta vibração se aproximarão. Lei do semelhante atrai semelhante. Até mesmo as situações divergentes a esta vibração desaparecerão e, se novos pensamentos forem condizentes com seus anseios, novas situações surgirão.
Contudo esta atitude em si não aplaca o ódio, o rancor e a mágoa que endereçamos. Esta catarse só terá efeito se conseguirmos compreender e nos colocar no lugar do outro. Se você estivesse na mesma posição que o outro está, reagiria diferente? A maioria tende a responder sim, mas a verdade é que se estivéssemos na mesma situação, seríamos a mesma pessoa que criticamos e responderíamos ao problema da mesma forma, independentemente de qualquer justificativa. A pessoa que esta passando por aquele problema está ciente de suas escolhas e reconhece o seu potencial – mesmo limitando-o – de que a “circunstância” é absolutamente propícia e criada para um propósito.
Não é ela quem está errada, mas é você que não percebe os intrincados mecanismos da providência divina. Que chamamos de Deus e está dentro de cada um de nós como um farol a direcionar os nossos sonhos. Que não percebemos claramente e por isso declaramos guerra contra os acontecimentos e criamos o sofrimento que nada mais é que nadar contra a corrente.
Observe o querelante – apesar de que nós deveríamos ser chamados assim – e compreenda o meio como ele foi criado, a história familiar que tem grande influencia na determinação de seus costumes e crenças. Suas reações são ditadas por quais leis mentais? Não faça de suas crenças o modelo de perfeição que deveria ser estendido a todos, não controle nem se julgue capaz de interferir. Simplesmente observe. [MH5 – Eu te compreendo]
Joanna de Angelis comenta o caráter do ego que nos controla o julgamento e nos obriga a reagir egoisticamente contra: A sombra que resultas dos fenômenos egoicos, havendo acumulado interesses inferiores que procura escamotear, ocultando-os no inconsciente, é a grande adversária do sentimento de gratulação. Na sua ânsia de aparentar aquilo que não conquistou, impedida pelos hábitos enfermiços, projeta os conflitos nas demais pessoas, sem a lucidez necessária para confiar e servir. Servindo-se dos outros, assim fazem todos os demais, competindo-lhe fruir o melhor quinhão, ante a impossibilidade de alargar a generosidade, que lhe facultaria o amadurecimento psicológico para a saudável convivência social, para o desenvolvimento interior dos valores nobres do amor e da solidariedade.
[...]
A sombra sempre trabalha para o ego, com raras exceções, quando se vincula ao self, evitando toda e qualquer possibilidade de comunhão fora do seu círculo estreito de caráter autopunitivo, porque se compraz em manter a sua vitima em culpa contínua, que busca ocultar, mantendo, no seu recesso, uma necessidade autodestrutiva, porque incapaz de enfrentar-se e solucionar os seus mascarados enigmas.
Psicologia da Gratidão, Divaldo Franco.
sexta-feira, 10 de janeiro de 2014
117 - tabula rasa
Sempre pensei que estava no controle – parcial e limitado – da minha vida. Talvez um bom observador, daqueles que poderiam ser orgulhar de admirar as pequenas idiossincrasias humanas tão comuns que não nos preocupamos mais com o quê os sentimentos deveriam ser. Mesmo porque os sentimentos se transformaram em moeda de troca de um jogo emocional.
Não estou preparado para jogar este jogo absurdo, também acredito que você não esteja “querendo” participar, porém acabamos nos inscrevendo e, para não parecermos deslocado em meio a este caos, recriamos as mesmas respostas. Respostas de inconformismo, de ódio, de resignação forçada, de arrogância ou soberba, de antipatia ou falsa simpatia, de rancor ou frustração, de infinitos sentimentos controversos e doentios. Deste modo ferimos para não sermos feridos, como se agir com desconfiança e esperteza fossem qualidades morais. Ou ferimos na esperança de manter nossas expectativas em segurança. Criamos uma atmosfera de indignação e irritação que faz ferver quem entra nesta zona negra de nossos pensamentos.
Estou me imiscuindo de minhas desvantagens morais. Todos nos precipitamos em reagir conforme o que a maioria defende ser o certo. Mas e quando sentimos que as nossas reações são personagens já criados e eternizados, que não emitem os reais sentimentos e sim os padrões esperados? Entramos no jogo da infelicidade.
O que eu estou querendo dizer é que, por mais que eu perceba quais ações acertadas devem ser declaradas, continuo respondendo com amargura e desconfiança. Ou seja, estou julgando pelas minhas próprias ideias do que eu gostaria que acontecesse, de como eu gostaria que se comportassem. Então eu experimentei usar a Lei da Atração para observar porque semelhantes se atraem, mesmo que eu tente minimizar ou justificar as minhas ações refletidas no outro, só estarei negligenciando a verdade de que eu sou exatamente assim.
Assim sendo, por que eu não consigo ver em mim as deficiências que tão facilmente critico no outro? Porque não quero admitir que também sou assim? Talvez as diferenças – que não são diferenças, nem justificativas atenuantes – estejam no fato de que não falamos em voz alta o que o outro expressa e nos ofende. Odiar abertamente uma pessoa é a mesmíssima coisa do que só pensar e dissimuladamente sorrir. Mesmo que seja uma tentativa de não se declarar abertamente o conflito. É ao mesmo tempo covardia, um medo de não saber lidar com os conflitos, e uma admoestação amarga e indigerível.
Deve estar pensando que devemos ir à luta e enfrentar tais inconformismos como se a alternativa fosse uma espécie de holocausto moral, onde só se consolidaria os sentimentos mais fortes. Não se engane, neste jogo não há perdedores, as experiências servem a um propósito quase indistinguível. Observar as suas falhas refletidas no outro significa, mesmo que seja exacerbada aos seus olhos, que é uma oportunidade de refletir sobre os seus sentimentos camuflados e ocultos, ou mesmo abertamente percebidos.
Não estamos aqui para cobrarmos justiça conforme consideramos justo, mas de perceber que perdemos tempo em resolver tudo com as nossas próprias mãos. Então como fica Deus perfeito, se teimamos em resolver tudo por nós mesmos? Por isso devemos agradecer a estas pessoas a oportunidade de entendermos como somos.
Kanzeon Bosatsu significa Amor de Deus, Lei da Mente que permeia o universo. É o ato de salvar o outro, manifestando-se numa forma adequada às vibrações mentais de cada pessoa. Portanto cada pessoa pode ser a manifestação de Deus que nos aparece com o objetivo nos fortalecer. Kanzeon Bosatsu é chamada abreviadamente de Kannon, mas ela não é um ser humano. É um ser búdico que, captando o “som da mente das pessoas”, ou seja, a vibração mental, faz manifestar aquilo que as pessoas desejam. Bem ou mal, conforme a vibração mental.
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sexta-feira, 20 de dezembro de 2013
DETONA RALPH
Em uma outra oportunidade eu comentei que as nossas vidas se pareciam com a de personagens de videogames [carma mario bros] porque somos controlados com o objetivo de executar determinada tarefa imposta pelo jogador/usuário, que no nosso caso poderíamos chamar de espírito.
E eu deixei bem claro – pelo menos tentei – que este destino não é tão inflexível assim. Temos um objetivo traçado pelo espírito, que somos nós aliás, e ele se encarrega de nos guiar, mas todo o resto para se alcançar este objetivo/destino dependerá do nosso livre-arbítrio. Quando este livre-arbítrio se funde ao ego, declarando veementemente que o espírito deve estar errado, então entramos em conflito e a máquina emperra.
Ralph sabe muito bem que para sair de seu papel de “detonador” malvado, para se tornar um herói não é fácil. Ele tem que preencher o espaço pelo qual foi criado. Conosco é assim, não suportamos fazer o que o destino quer e saímos em busca daquilo que possa promover felicidade.
Mas a felicidade não é um produto, não se pode ter felicidade ou compra-la eternamente, este estado é temporário e viciante. Estamos sempre aumentando as nossas expectativas para elevar o grau de satisfação do que chamamos de felicidade. Na verdade, Ralph percebe que a felicidade estava em cumprir o seu papel naquele jogo. E foi reconhecido por ser exatamente assim.
Isto me fez pensar em duas coisas: o bem e o mal são complementares, só podemos perceber o bem se o mal for assimilado. Não quer dizer que precisamos ser o “mal”, mas se não o reconhecermos, estaremos negligenciando todas os nossos aprendizados. Um pouco disto está explicito em 004MH5 – naruto. Segundo, a felicidade não é uma conquista, pertence a nós, porém nos comprazemos em criar ideias errôneas em relação a todas as coisas e assim se formaliza um estado de ausência que deprime. Será que, se não criássemos estes vínculos com o ter, não seríamos mais felizes?
Num jogo de videogame, o personagem deve seguir o seu destino como determinado pelo programador, sem espaço para rebeldias. No nosso mundo, o destino é apenas, ou são apenas direcionamentos que estão alinhados com as necessárias aquisições do espírito. Não quer dizer que teremos uma vida controlada, sem desejos e vontades próprias. Neste caso, quando extremo, a vida se encarrega de nos chamar ao compromisso. O que causa muito sofrimento se não entendermos que, por pior que pareça, talvez seja a alternativa mais fácil. É só nadar a favor.
E quem disse que a escolha de papeis indignos devem ser esquecidos? Ralph aprendeu que a sua função destrutiva permitia o crescimento das funções construtivas de todos os personagens. Portanto, pense duas vezes antes de condenar alguém que te pareça infringir sofrimentos e medos, porque ele pode ser uma ferramenta para o seu crescimento.
Em um desses dias li um comentário feito a um praticante do budismo que queria crescer, mais algumas pessoas e situações o prejudicava. Tal comentário sugeria uma retirada de campo, se afastar dos problemas e exercitar a compaixão em meio à serenidade. Concordo, contudo, ao se fugir destes embates – que são fórmulas mágicas – estaremos perdendo a chance de aprender o que viemos aprender. Parece difícil, mas é pior do que parece. O melhor é observar, alguns diriam discernir, e colher informações, sem se afligir.
De todos os ensinamentos budistas, o que mais gosto – depois da parábola do Detona Ralph – é a da Cidade fantasma: um grupo de viajantes, tendo ouvido falar de uma cidade cheia de tesouros, parte para enfrentar uma difícil jornada. Para chegar à cidade, teriam de percorrer uma estrada extremamente longa que atravessava desertos, florestas e terras perigosas.
Nenhum trecho dessa estrada era seguro e os viajantes teriam de ter muita coragem e persistência para atingir sua meta.
Haviam completado mais da metade da jornada e acabado de sair de uma densa floresta quando o guia, que conhecia bem o caminho, avisa que logo iriam se aventurar por um deserto. O sol escaldante e as fortes tempestades de areia provaram ser demais para eles. Os viajantes estavam tão cansados que começaram a perder a coragem e a querer desistir dos tesouros em troca da segurança de seus lares que haviam deixado para trás.
O guia, contudo, estava determinado a levar todos, não importando como. Ele usa então seus poderes místicos para fazer aparecer uma cidade no meio do deserto. Num instante, os viajantes tiveram uma visão fantástica. Surge do nada um lindo oásis repleto de árvores, por entre as quais veem uma cidade. Imediatamente, por entre as quais veem uma cidade.
Imediatamente, correram até lá com grande alegria. Todo o cansaço, as dores e o desânimo desapareceram num instante para dar lugar ao otimismo e à esperança. Eles se banharam, saborearam comidas deliciosas e dormiram tranquilamente.
Em suas conversas, nem se cogitava a ideia de desistirem da jornada e de retornarem aos seus lares. Na manhã seguinte, logo que despertaram, ficaram estarrecidos ao ouvir o guia dizer-lhes que tinham de deixar aquele lugar maravilhoso e seguir viagem. Mas este é com certeza o paraíso que procuramos por tanto tempo! – exclama um deles.
Não – responde o guia – os senhores ainda estão na metade da jornada. Este é somente um ponto de descanso, uma lugar para refrescarem-se. Acreditem!
O destino final é muito mais belo que esta cidade e não está tão longe. Agora que tivemos tempo para descansar e relaxar, vamos continuar nossa viagem. Dito isso, a cidade desapareceu na areia.
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sábado, 16 de novembro de 2013
103 - trabalhe 4 horas por semana
Apesar de não ser um autor de autoajuda, e ele está mais para um empreendedor de ideias, as ideias prevalecem. Porém as suas observações quanto aos padrões e hábitos corporativistas podem nos esclarecer certas limitações pessoais que não conseguimos desbloquear. Se a sua visão destes aspectos são inflexíveis, mesmo sendo algo tão palpável, a sua rigidez não permitirá sequer cogitar uma autocura, um processo de autoconhecimento.
Por outro lado, as questões apresentadas neste Primeiro Capítulo, deixam claras as causas da maioria das enfermidades, de que a falta de tempo e sonhos são as causas das doenças. São sempre elas que causam a destruição da autoestima, que substitui a confiança nas nossas qualidades em uma sombra de incapacidades que nos cercam. E não só na vida profissional. Indubitavelmente, ao se concentrar em um aspecto da sua vida, todos os demais seguirão. Apresentarei o resumo dos capítulos, assim que traduzí-los e farei as minhas observações, as mesmas que fiz à época em que o li.
Quem é Tim Ferriss, então:
“Tim Ferriss é empreendedor, vive viajando pelo mundo, campeão chinês de kickboxing, fez uma novela no Japão, ganhou um recorde no guiness book em tango, tornou-se investidor anjo e estrela no Vale do Silício.”
Ou da Wikipedia:
Timothy Ferris é um autor americano, empreendedor, investidor anjo e palestrante. Em 2007, publicou o livro Trabalhe 4 horas por semana, e em 2010 publicou 4 horas por semana – O corpo, ambos ficaram no topo da lista de bestsellers. Seu livro mais recente, Seja um Chefe em 4 horas foi publicado em novembro de 2012.Ferris também é um investidor anjo ou conselheiro para o Facebook, Twitter, StumbleUpon, Evernote e Uber, entre outras empresas.A frase-resumo de "Trabalhe 4 horas por semana" As pessoas, na sua maioria, são empregados ao longo de suas vidas, e trabalham das 9h às 17h durante 40 anos para se aposentar aos 60 anos (ou mais), este livro explica como quebrar o sistema, reduzindo significativamente o tempo de trabalho, libertando-nos das limitações geográficas - o que nos permite viver em qualquer lugar do mundo - e automatizar nossa renda para que possamos fazer mini-aposentadorias para cantar e viver nossos sonhos.
Resumo de “Trabalhe 4 horas por semana". Passo 1: D de Definição.
Tim Ferriss começa por contar um encontro que aconteceu a milhares de metros acima do nível do mar, na primeira classe da cabine de uma aeronave, com um magnata americano chamado Mark. Mark possui postos de gasolina, supermercados e salões de jogos de azar: aconteceu que ele e seus amigos poderiam perder 500 mil a um milhão em um fim de semana em Las Vegas, e ele lhe disse:
Cada um.
Quando Tim Ferriss, com a curiosidade já despertada, perguntou qual dessas atividades ele preferia, a resposta foi rápida: “Nenhuma”. Mark explicou-lhe como havia passado 30 anos de sua vida com pessoas que não se gostavam, fazendo atividades que não gostavam, comprando coisas que não precisavam.
Mark foi um destes mortos-vivos. E aqui é precisamente o tema deste livro: evitar fazer parte.
Qual é a diferença entre o que o autor chama de Novos Ricos e as Pessoas Normais, que guardam tudo, para no fim descobrir que tudo o que conseguiram na vida escorregou por entre os dedos? Uma série de coisas que definem a sua filosofia de vida, e, portanto, seus objetivos e prioridades são:
Pessoas Normais: Trabalhar para si mesmo.Novos Ricos: Fazer os outros trabalharem para você.Pessoas Normais: Trabalhar quando quiser.Novos Ricos: Evitar trabalhar para o trabalho, e fazer o mínimo necessário para o efeito máximo.Pessoas Normais: Aposentar-se mais cedo.Novos Ricos: Distribuir períodos mini-aposentadorias em toda a sua vida. Fazer o que emociona.Pessoas Normais: Ganhar uma tonelada de dinheiro.Novos Ricos: Ganhar uma tonelada de dinheiro com razões específicas e sonhos definidos a perseguir.Pessoas Normais: Comprar todas as coisas que você quer.Novos Ricos: Fazer todas as coisas que gosta e ser tudo o que se quer ser.Pessoas Normais: Ser o chefe, em vez de o empregado.Novos Ricos: Não deve ser nem o patrão, nem o empregado, mas o proprietário.Pessoas Normais: Tenha mais.Novos Ricos: Tenha mais qualidade e menos coisas desnecessárias.Pessoas Normais: Alcançar a grande recompensa, seja a oferta inicial de aquisição, reforma ou outro pote de ouro qualquer.Novos Ricos: Pensar grande, mas assegurar-se de que a recompensa chegará todos os dias.Pessoas Normais: Ter liberdade para não fazer o que não gosta.Novos Ricos: O objetivo não é simplesmente eliminar o mau, mas perseguir e experimentar o melhor do mundo.
Ser financeiramente rico e ter a capacidade de viver como um milionário são duas coisas diferentes: o valor do dinheiro é multiplicado por quatro coisas que você precisa controlar, 1) o que você está fazendo, 2) quando você faz , 3) onde você faz e 4) com quem o faz. Esta é a liberdade do multiplicador.
E um banqueiro que trabalha 80 horas por semana e ganha €500.000 por ano é menos livre e menos poderoso do que um Novo Rico, que trabalha 20 horas por semana e ganha €40.000 por ano, mas tem total liberdade em o quê, o quando, onde, e com quem; e olhamos para o estilo de vida que lhes dão o dinheiro e o tempo necessários.
Porque a liberdade - a capacidade de escolher - é o poder real.
Olivier Roland, extraído de:
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sábado, 12 de outubro de 2013
quatro conflitos
Estamos às
portas das grandes transformações. Mas isto não quer dizer que estejamos nos
desvencilhando dos conflitos. Dos nossos conflitos. Nem pensem em
apontar o dedo para o primeiro intransigente que passar diante de nós só porque
ele bem poderia ser o motivo de nossas infelicidades, mas não o é. Este alguém,
conforme as religiões mais bem faladas, não deixa de ser um irmão. Subtendendo
que irmão não pode ser outra coisa senão aquilo que chamamos de humanidade, e
não de clãs ou facções de alguns tipos de irmãos que podem fazer certas coisas
que outros irmãos não podem.
Premissa dos
profetas das religiões, daqueles que não entenderam o que os mestres diziam
sobre o amor. Porém é muito mais simples interpretar os textos e fazer de
nossa participação nestas frações da verdade um meio enjambrado de se viver, e sem
que nós nos contradigamos. Este mundo é resultado de nossas ilusões, é fato.
Tudo que aqui existe foi por nós imaginados. Então estamos presos em um mundo de ilusões que nos controlam, é aqui
que erramos.
Parece, e somente parece, que todas as dificuldades
e conflitos são independentes da nossa aspiração, que somos controlados pelas
circunstâncias, pelo meio. Erramos por acreditar que é o meio que nos molda. É
verdade, em alguns aspectos o meio dita as transformações necessárias para que
possamos, pelo menos, minimizar os estragos causados pela mente, pela crença.
É um círculo
vicioso. Criamos as ilusões que nos aprisionam e passamos a crer que tais
ilusões são forças todo-poderosas e imutáveis. Dizemos, como para justificar
nossas ideias desvirtuadas, que Deus é quem nos controla e não caí uma folha
sem que Ele o saiba. Eu acreditava nesta configuração, e ainda não deixei de
acreditar, tampouco fiz concessões, contudo Deus não teria a pretensão de
controlar os passos de tudo o que existe no universo. Ele bem poderia delegar.
Não estou
falando de anjos ou serafins. Estou pensando em algo mais prático, como uma cooperativa. Imagine que todos nós
estamos interconectados com a mente de Deus – dê-Lhe o nome que desejarem –, porém estar conectado a Ele nos permite
estar ligado com todos. Eu e você partilhamos deste elo, infelizmente nem todos
conseguem “tirar proveito disto”.
Uma vez me
perguntaram quem é Tiago – este cara que coparticipa dos “meus” textos. Depois
de pensar eu conclui que não o conhecia, quero dizer, não sabia como defini-lo.
Uma especialidade de nossa natureza humana, dividir tudo entre certo e errado. Para
os espiritualistas eu diria que ele é um espírito guardião ou anjo da guarda ou
protetor espiritual, que são a mesma coisa. Para um psicólogo – caso ele não me considerasse alucinando
–, ele seria o meu inconsciente, de múltiplas personalidades, no mínimo. Para
os sonhadores, Tiago é um amigo imaginário. Entretanto ele não é nenhuma destas
designações e, ao mesmo tempo, todas. Lembrem-se que estamos conectados. Se for
alguém morto ou vivo, tanto faz. Se for com alguém do passado ou futuro, tanto
faz. O que eu estou querendo demonstrar é que não limitar a nossa imaginação
permite ampliar a conexão. Quando conheci Tiago, eu mesmo não podia admitir a
sua legitimidade, mas dei-lhe uma chance para provar se as suas palavras não
passavam de divagações de uma mente fértil. Ter dado este crédito fez toda a
diferença, se ele não existia antes, por permitir que ele existisse, permiti
que se torna-se real. Não é todo dia que o inconsciente nos faz parar para
pensar.
Deus é perfeito. Toda a
ação do mal passa pelo crivo dEle.
Quando eu
“limito” o que desejo entender, impeço que se manifeste todo o meu potencial.
Não é questão de acreditar em algo ser
possível, mas de, constantemente, acreditar em algo ser impossível. Buda se refere ao estado búdico que possuímos e não
conseguimos expressá-lo porque está encoberto por medos. Todo medo é uma
resposta incoerente do nosso ser. Demos a nós alguém que chamamos de ego, que
não passa de um ator representando “o melhor cenário possível” diante daquilo
que não compreendemos. Este ego supõe que os medos sejam uma boa réplica, como
se nos precavêssemos do medo através de outros medos. E este ator acha que
entende o que está acontecendo e cria ideias e insinuações que tendem a
fortalecer, talvez, convicções nada convincentes. Então começa a bola de neve.
Eu sei, tenho
certeza absoluta, e todos dizem que “aquele é assim”. Sequer levamos em
consideração o que “aquele” sabe, pelo menos ele deveria saber, eu acho. Depois
queremos tanto que “aquele seja assim” que não nos importa se entendemos
errados. Conforme diz Deepak Chopra em sua Lei do não-julgamento. Tentou não
julgar, explico, tentou não falar pelos cotovelos? Faça como ele: Pratico o
não-julgamento. Começo o dia com o pensamento, com o seguinte propósito: “Hoje
não farei nenhum julgamento sobre nenhuma coisa” e durante todo o dia
esforço-me por não fazer nenhum julgamento.
E o jogo
começa. O Carma se movimenta em direção a si mesmo. Ao se fazer uma ideia de
como “aquele que é assim” deve ser, partilhamos com as mentes partilhadas com
Deus esta [in]certeza. E “aquele que é assim” deverá se ajustar para realmente
ser assim. São duas forças em ação, a Lei da Atração que diz que atraímos tudo
aquilo que desejamos – quase uma justiça poética, pois criamos o monstro que
nos atormenta. E a Lei de Filho de Deus, na verdade eu criei esta, uma lei que
diz que por sermos filhos de Deus, também temos as suas qualidades – eu prefiro
blasfemar e usar poderes –, deste
modo criamos e recriamos este mundo conforme desejamos. E constantemente
desejamos que “aquele que é assim” seja assim. Aproprio-me dos termos da
psicologia para tentar entender porque os outros são reflexos de nós mesmos. A
transferência não existe sem a contratransferência. Nós não reagimos ao meio, nós
o modificamos. O erro está em acreditar que o meio tem certa prevalência. Mudar
o meio é mudar a mente. Experimente repetir uma frase absurdamente impossível como: Eu sou saudável ou eu realmente sou
um cara de sorte. Pois aqueles que realmente creem nisto, conseguem ser assim.
terça-feira, 24 de setembro de 2013
conflitos
Não sei
quanto a você, mas parece que os maiores conflitos da humanidade estão dentro
das famílias. É claro e evidente que não se aplica a todos, porém temos que
enfrentar tais conflitos com novas ideias.
Não podemos
simplesmente recuar diante do medo que nos infligem, temendo que aqueles que
nos “amam” ditem as suas regras, nos submetam a um cárcere emocional onde
ocultamos a nossa raiva, o nosso rancor, em detrimento de um equilíbrio
familiar inexistente. São os submissos, os descontentes, que se deixam morrer
para que a aparente felicidade não se esfacele.
Por sua vez,
aqueles que tentam controlar, que criam o medo, impõe as suas verdades são tão
vítimas quanto algozes. São os autoritários que matam para não serem
denegridos. Creem que devem comandar aqueles que são seus.
Mas neste
panorama se geram causa e efeito. Um jogo de disputas que jamais findam. Todos,
sejam as vítimas, sejam os carrascos, sofrem pois acreditam que devam sofrer.
Não estou dizendo que queremos conscientemente sofrer, no entanto estamos
condicionados a perpetuar os modelos vigentes. Modelos que idealizam as
relações familiares como um personagem de teatro, com máscaras e encenações.
Estes conflitos, que são de pais e filhos, maridos e esposas, entre irmãos, são
mecanismos de harmonização.
Eu sempre
pensei que esta ”harmonização” obedecia a duas regras: resignação para se construir futuramente o respeito e a convivência.
Uma resignação necessária porque o problema pode ter surgido num passado
imemorável onde não se sabe quem foi o causador, portanto o melhor é sentar e
esperar que a providência divina diga quando a dívida estiver quitada, que pode
ser num futuro inimaginável. Ou esquecer
esta regra de ouro cármica e agir contra esta corrente filosófica e interromper
o sofrimento: findar com o carma. Pois é inconcebível que estes tramas
eternos sejam extintos quando se aumenta os problemas assim que somos postos
diante dos nossos inimigos. Para se tentar minimizar os danos, geralmente os
inimigos são colocados em uma mesma família.
O que
realmente cria os primeiros atritos?
A nossa
arrogância de admitir que todos os nossos problemas advêm de fora, dos
familiares que preferimos catalogar com outros nomes. Antes que você comece a
justificar as suas razões para odiar aquele que deveria amar, eu tenho que
admitir que é este o propósito do conflito.
Temos a impressão errônea de que estamos sempre certos e devemos interceder.
Este é um aspecto que chamo de arrogância. De uma certa apropriação da vida
alheia, de um apego doentio às nossas convicções. E quando duas convicções
contraditórias se encontram, não há quem encontre solução, senão admitir que
alguém está certo e o outro está errado.
Esta é a
premissa errada.
A certa é que não deveríamos nos resignar, tampouco nos digladiar. Não estou falando de ceder ao medo ou amedrontar com o autoritarismo. Também não é encontrar o caminho do meio, pois este tem sido o meio hábil dos pacificadores que adotam uma atitude tanto de resignação quanto a de controle. Não estão errados, mas incompletos.
Nunca
deveríamos reagir ao que nos acontece como se fossem obstáculos. Alguns são
creditados ás provas e expiações promovidas por Deus para o nosso
aprimoramento. Alguns como se fossem verdadeiras barreiras de sofrimento,
castigos divinos a nos cercear.
A verdade é
que os obstáculos não existem, nunca existiram. O que fazem eles existirem é a
nossa incapacidade de aceitar que atraímos aquilo que desejamos.
Desejamos ser subjugados por palavras
que nos denigram. Com qual objetivo gostaríamos de ser magoados? Para que
possamos nos justificar – digo, reconhecer as nossas capacidades, o nosso potencial
– perante uma atitude de pessimismo e derrotismo. O mesmo acontece com as doenças que
nos provocam atitudes que poderíamos imaginar impossíveis antes.
Então como interromper este ciclo de
sofrimento? Não
compactuando com o medo que o conflito gera, não supor e nem julgar possuir
razão. Agradecer esta oportunidade de crescimento, agradecer a sua atitude de
não-subjugação ao conflito. Agradecer porque o conflito, que só existe em sua
experiência interior será redefinido a partir de um percepção amorosa. Já
experimentou fazer o oposto? Sentir amor por aquele que poderíamos odiar, sem
que sejamos compassivos ou falsos? Você é daqueles que só faz o bem a quem faz
por merecer? Espera por congratulações, age por aplausos?
Por que não
podemos simplesmente amar? Fazendo pequenas coisas como dirigir um “bom dia”
sincero sem esperar que o outro nos responda, sem que criemos suposições e nos
aprisionemos em nossas próprias ideias inexatas. Por isso atraímos o que
desejamos.
Comece pequeno, o agradecimento é a
mais poderosa oração.
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