sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

PREMISSAS E PRERROGATIVAS SÃO A MESMA COISA?


A premissa é o ponto ou a ideia de que se parte para armar um raciocínio enquanto a prerrogativa significa privilégio ou vantagem que possuem os indivíduos de uma determinada classe ou espécie. Mesmo não sendo iguais elas são usadas, em muitos casos, com o mesmo sentido. Como se quisessem dizer que aquilo que eu uso para justificar as coisas partisse de uma ideia ou vantagem intrínseca. No livro A Arte da Felicidade, escrito por Howard C. Cutler e Sua Santidade Dalai Lama, podemos entender melhor:



— No esforço de determinar a origem dos problemas de cada um, parece que a abordagem ocidental difere sob muitos aspectos do enfoque budista. Subjacente a todas as variedades de análise ocidental, há suma tendência racionalista muito forte, um pressuposto de que tudo pode ser explicado. E ainda por cima existem restrições decorrentes de certas premissas tidas como líquidas e certas. Por exemplo, eu recentemente me reuni com alguns médicos numa faculdade de medicina. Estavam falando sobre o cérebro e afirmaram que os pensamentos e os sentimentos resultam de diferentes reações e alterações químicas no cérebro. Por isso, propus uma pergunta. É possível conceber a sequência inversa, na qual o pensamento de ensejo a sequência de ocorrências químicas no cérebro? Mas a parte que considerei mais interessante foi a resposta dada pelo cientista. “Partimos da premissa de que todos os pensamentos são produtos ou funções de reações químicas no cérebro.” Quer dizer que se trata simplesmente de uma espécie de rigidez, uma decisão de não questionar o próprio modo de pensar.


Gosto de ver que as minhas premissas ou prerrogativas jamais serão plenamente partilhadas pelos outros, por quê? Porque não existe a possibilidade de que as minhas experiências e o modo como eu as compreendo sejam idênticos ao dos outros e é exatamente isto que torna as nossas vidas mais interessantes, os conflitos.

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