quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

TUDO JÁ FOI ESCRITO.

Eu acreditava que se eu escrevesse o que supunha ser ideias sobre a vida, eu estaria sendo seu amigo. O meu objetivo nunca foi o de estabelecer “ideias” absolutas ou desacreditar as suas crenças, sejam quais forem. Porém descobri que é impossível convencê-lo de que eu estou certo – mesmo porque eu não sei se consigo estar certo. Bem, existe um meio, sim. [040116]

A vida, em si, não pede as explicações que buscamos porque nos disseram que ela precisa de manuais. Aliás, eu gostaria de ler algo como “a vida para dummies” com o objetivo de entender do que se trata a vida. Quando eu pensei nos “meios hábeis” e criei este blog, tinha como meta apreciar os meios pelo qual a vida se interpõe em nossas [in]decisões para simplesmente nos dizer: fechado para reformas, siga por outra via.

E os meios me surpreendem diariamente.

Quando eu comecei a observar os eventos como todas as religiões falam – mas não entendemos por causa das justificativas absurdas que criamos como um meio de tornar as nossas ideias mais coerentes –, percebi que jamais conseguiria impor as minhas opiniões. Eu estava errado ao querer impor e assim, estava declarando que as minhas opiniões eram criadas pela soberba. - como estava enganado [040116]. Não foi agradável perceber que nas lições que gostaria de escrever estavam os conselhos que deveriam ser percebidos e praticados por mim.

Então, eu admito que, todos os meios são hábeis e não existem falhas em sua existência. O erro consiste em se advogar como a fonte de algumas verdades e se intrometer nas ações que não lhe dizem respeito ou supor saber mais do que os demais. Não estou ensinando o conformismo, mas existem situações que só se agravam porque desejamos guia-las e assim estaremos remando contra a correnteza. Estava lendo sobre as constelações familiares e percebi que todas as nossas relações são justificáveis, para isso precisamos perceber e aceitar que todos e tudo existem para nos ensinar. As situações que nos parecem indigestas, o são simplesmente porque assim determinamos, não admitimos que o que parecem dores e sofrimentos são as lições do nosso aprimoramento. E que as pessoas que nos magoaram e nos feriram com suas ações também o foram em algum momento de suas vidas, tornando-as como são. E são estas situações que nós contamos.

Parece difícil, no entanto é assim mesmo. Para podermos compreender as lições devemos aprender com as tentativas que supostamente parecem ruins ou boas.

Se a vida é essencialmente perfeita, o que nos parece imperfeito foi criado pelas nossas mentes e por elas deveriam ser extintas - mas saber e não fazer é o mesmo que não saber. Os hábitos que modelam nossas decisões não são formulados por impressões lógicas que determinam a verdade, mas sim a ideia perceptível de uma verdade que se adapte às nossas justificativas.

Assim, qualquer esforço em dizer quem pode estar certo ou errado dependerá de suas crenças. De suas religiões, de suas culturas e de todos os esforços desagregadores que a humanidade insiste em inventar. É apenas um jogo, como eu descrevi ao comparar videogames com a realidade que conhecemos. Usei de um subterfúgio que Buda e Cristo sabiam ser necessário – e que pessoas comuns também.

Peço perdão se, em algum momento, eu me interpus em seu caminho e não consegui ajudá-lo com soluções. Percebo que é inútil obstruir as crenças que são tão importantes para todos. E não é a minha obrigação ser quem não sou. As ideais que compreendi são exclusivamente minhas, mas, se a lei da atração se fizer justa, todos aqueles que estão lendo o que escrevi devem estar em sintonia comigo.

Não só como leitores, mas também como professores que podem me lapidar as minhas imaginações.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

MACACO LOUCO VS SOMBRAS


Existem aspectos de nossa personalidade que ignoramos e outros que deliberadamente ocultamos dos outros, mas aqueles que ocultamos de nós mesmos são os piores. Não os desconhecemos, pensamos que não existem, porém é uma proteção de nós mesmos, de nossos mais ocultos medos e expressões.

Assim como existem ferramentas que nos possibilitam ver e manusear estes medos, somos seres que procuramos ocultar as sombras de nossas almas a todo custo. Já pensaram o quanto deste oculto podemos não conhecer? Derivado de medos e situações que imaginamos para nossa sobrevivência? [constelaçõesfamiliares]

Quando confrontamos estas sombras nos deparamos com ideias tão absurdamente consolidadas que admitimos, mesmo que sejam incoerentes e infantis, a sua primazia sobre a lógica. São modelos que se fixam no subconsciente e controlam nossas ações através do medo, mesmo que não queiramos admitir que sejam medos com a intensidade que este nome tem. [programação neolinguística].

Tentamos controlar este macaco louco que chamamos de ego, mas erramos ao dar a ele o status de personalidade que chamamos de eu. Soltar o macaco louco é aceitar que os medos não nos controlam, nem as mil personagens que criamos para nos mostrar ao mundo. Perdemos tanto tempo controlando os resultados que nos prendemos ao passado ou no futuro e nem sequer percebemos o que queremos só pode ser sentido e usufruído no presente. Queremos um futuro promissor ou nos prendemos a um passado de felicidade para evitar os problemas do presente. E assim as soluções se demoram porque esperamos que elas estejam em um tempo incerto.

O macaco louco não é uma manifestação das nossas sombras, é o aspecto de nosso eu que está pouco se lixando para as sombras. É a manifestação de nossa vontade de romper com as rígidas estruturas que criam os modelos que nos guiam. No meu caso o macaco louco tem nome de doença incurável e seu objetivo é quebrar com as ideias deturpadas de uma mente inflexível. O macaco louco é o herói que busca as sombras e as mostra à luz da razão.

Salvem! Macaco louco.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

127 - supere ou reclame!

A superação é uma ideia que se interpõe aos nossos objetivos, porque superar é reagir contra alguma posição indesejada. Constantemente superamos, ou lutamos contra, uma série de barreiras. Quando conseguimos driblar os infortúnios e sofrimentos – que sempre supomos serem causados por situações e pessoas – podemos dizer que alcançamos um estágio de superação, o que é muito subjetivo.

E quando não conseguimos romper esta barreira “intransponível” – porque, além das situações e pessoas que provocaram as dores e sofrimentos, supomos que elas sempre serão mais fortes do que nós – prostramo-nos vegetativos. Eu simplesmente diria: supere ou reclame! São questões de autoestima.

No artigo [012MH4] apresentei o caso do patinador filipino que não sabe o que é superação, e por quê? Porque para ele a palavra superação não é uma ação com um fim, um destino. Superar é acreditar em si, ademais, não ouvir as ideias de incapacidades e desistências que muitos se comprazem em acreditar e as usam como desculpas para não conseguir, não sonhar, não superar e não viver, já é uma superação dos estigmas do pensamento autodestrutivo. Superar não é ser ou tornar-se superior a; é antes de tudo ser ou tornar-se mais eficiente ou superior em relação a (outro ou a si mesmo). Estas potencialidades são ensinadas, porém quase todos as aprendem por experiência. Aprendem que podem superar quaisquer conceitos, mesmo os mais impossíveis.

A sua superação está intimamente ligada ao aumento de sua autoestima e esta, com as metas sempre renovadas de superar-se.

O conceito de superação é o conceito do que pensamos ser necessário alcançar. Alguns tentam superar as dores de uma doença, outros superam os diagnósticos de uma doença. Outros aprendem a se resignar diante da doença e promovem uma transformação de ideias. E outros, ainda, lutam contra a razão e descobrem que a superação é apenas um dos meios.

O que nos impede que exercer a superação diariamente é o conformismo das regras já determinadas de que as coisas sempre foram assim, são e serão assim. Não existe espaço para a superação plena. Superar é sinônimo de ganhar, vencer, mas nem sempre vencer é superar. Podemos superar medos ou incapacidades e mesmo assim perder a batalha.

Para ganhar a guerra devemos superar a nós mesmos, destruindo as divergências de caráter que chamamos de ego. [ver 016MH1 à 037MH1]

Para aqueles que não gostam de superar, gostam de ser âncoras para os demais, resta a ação de fazer malograr, perder e fracassar.  São pessoas que tentam impedir a superação porque temem aquilo que advém da ruptura do status quo. Tentam persuadir através de um estado de ânimo deturpado que é o estado de ânimo que nos é ensinado. Para não sofrermos, preferimos machucar ou impedir.

A reclamação é o primeiro e mais difundido mecanismo de tolhimento, destrói sonhos e diminui a capacidade de superação. A reclamação tem o suporte das [in]verdades que, na boca daqueles que são autoridades sobre, criam bloqueios e ocultam a verdade.

Quando reclamamos estamos dizendo que – por nossas experiências – ninguém deveria experimentar. Um dia desses vi uma frase “Insanidade é fazer a mesma coisa e esperar resultados diferentes”. Mas eu discordo: fazer sempre a mesma coisa, nem sempre é garantia de resultados iguais. Temos a propensão de achar que os resultados sempre serão os mesmos, desde que sigamos o prontuário.

Reclamar é opor-se por meio de palavras; fazer reclamação; queixar-se; criticar. O que poderia ser também: apontar defeitos; dizer mal de (obra, alguém, costume etc.); depreciar, censurar. A reclamação tem como objetivo barrar quaisquer tentativas de superar aquilo que nos aflige, simplesmente porque não admitem ou não querem que derrubemos as suas convicções.

Quando a reclamação é um desabafo, queremos prender a atenção daqueles que nos cercam como se quiséssemos realmente dizer: eu quero que você seja só meu, que me sustente, porque eu sou digno de piedade. O subconsciente percebe a manobra. Com o tempo e as constantes reclamações que parecem atrair a misericórdia, passamos a acreditar nas nossas lamúrias. Elas se tornam tão coerentes que o subconsciente armazena esta verdade como uma resposta apta para os momentos de desistências e sofrimentos com o objetivo de trazer a compaixão.

Esta manobra funciona esporadicamente, mas se reclamarmos diariamente das nossas incapacidades, esperando um ato de compaixão, poderemos criar uma reação contrária, de aversão e repugnância. O modelo não funcionará mais, acumulando processos depressivos a uma autoestima esfacelada por uma convicção inexistente: de que não somos capazes de lidar com os problemas, transformando-os em monstros invencíveis.

Assim, quando começar a reclamar, lembre-se que o seu preconceito pode ser um entrave para o seu progresso e seus sonhos jamais serão alcançados enquanto se preocupar em segurar a humanidade que anseia por superar-se.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

126 - carta ao mestre

Existem momentos na vida em que temos a oportunidade de nos encontrar com os nossos mestres, como verdadeiros discípulos esperamos ouvir as suas recomendações, porém se perdemos esta chance...

Perdi a oportunidade de encontrar meus mestres, nesta vida eles se foram muito antes de eu poder enunciar as minhas perguntas, não porquê elas são extraordinárias, mas porque eu poderia perceber o que está além das palavras escritas e deixadas como cartas de suas existências. Ou não.

Quem não gostaria de ter presenciado o sermão da montanha ou a narração do sutra de lótus? Não para se vangloriar destes fatos, mas sim pela oportunidade. E eu pensei, se não posso fazer mais nada para busca-los... Posso sim.

Carta ao mestre Masaharu Taniguchi.

Obrigado por receber-me.

Realmente estou emocionado com a verdade explanada nos seus livros. Tenho muitas ilusões, uma das quais se chama doença incurável, mas eu não quero incomodá-lo com isto, já que os livros são mais do que suficientes para destruir a minha ilusão quanto aos apegos e medos que concedemos às doenças.

Ontem eu li um comentário n’A Verdade da Vida, volume 6, sobre alguns aspectos daqueles que se fundem com o a imagem verdadeira, de como eles deixam transparecer a liberdade sem medos, confiando plenamente em Deus.

Eu também passei por experiência parecida e percebi que este estado de “não preocupação” não quer dizer alienação ou um estado de profunda ilusão quanto ao mundo que nos rodeia. O mundo passa a nos respeitar e oferece as respostas a quaisquer dúvidas que possam surgir. É uma simbiose entre a vida que me anima e anima todas as coisas e pessoas, ou seja, Deus.

No entanto eu deixei que esta sensação desaparecesse. Não sei se foi por causa da doença que parece se fixar em minha mente como existência verdadeira, mesmo que eu saiba da fragilidade desta ideia, Ou porque preciso dela para justificar meus medos, que eu sei que não tem força. Parece que uma está amarrada na outra, mantendo-me neste estado incoerente.

Não sei por onde destruir esta ideia de que a doença é necessária, porque os sintomas insistem em me afligir, criando um gatilho que dispara algum medo e me aterra à ilusão de que estou preso às ilusões. Se eu não tivesse experimentado esta percepção de reconhecer a imagem verdadeira, o senhor poderia me dizer que o erro está em não ter confiado  abertamente em mim. É verdade!

Consegui suprir a maioria dos medos, mas a sombra da incapacidade que a doença traz e é reforçada por pensamentos de desilusão, está afixada profundamente, independente das minhas tentativas de criar e manter pensamentos positivos.

É como quando alguém tem medo inexplicável de água e não consegue identificar a causa. Os medos atrelados ao medo da água ampliam o desconforto e nos impede de agir contra. Quais são as causas dos meus medos?

Quando as situações de ineptidão surgem por causa de situações que me impedem, bloqueando o caminho e criando uma angústia palpável que se transforma em rancor, eu não consigo enxergar quais as verdadeiras ações por trás destes atos. Eu me conduzo a acreditar que tais atos querem me mostrar que os meus pensamentos, estas âncoras, não passam de reações automáticas que o meu inconsciente e não merecem a minha atenção.

Não é o que acontece. Os pensamentos reagem e as ideias consequentes se baseiam nas minhas experiências, que nunca passaram desta percepções de interrupções forçadas ou aparentemente intransponíveis.

Estes medos geram, como resposta, o apego à doença que parece dar uma justificativa ao mundo de sofrimentos causados pela desilusão.

Como eu posso quebras este ciclo de ilusões e voltar ao estado pleno?

Mateus Göettees, Blumenau.