Estava pensando no artigo que recuperei – MACACO LOUCO VS SOMBRAS – e cheguei à seguinte reinterpretação. Mas antes vamos relembrar: ‘Existem aspectos de nossa personalidade que ignoramos e outros que deliberadamente ocultamos dos outros, mas aqueles que ocultamos de nós mesmos são os piores. Não os desconhecemos, pensamos que não existem, porém é uma proteção de nós mesmos, de nossos mais ocultos medos e expressões’.
Oh!
Ademais, o confronto entre o[s] macaquinho[s] do sótão e as sombras não passa de um subterfúgio da mente. ‘O macaco louco não é uma manifestação das nossas sombras, é o aspecto de nosso eu que está pouco se lixando para as sombras. É a manifestação de nossa vontade de romper com as rígidas estruturas que criam os modelos que nos guiam’. Então é aí que precisamos desconfiar deste confronto teatralizado e admitir a intervenção de um mediador. Não, mediador não, um déspota [tirano]. Vou chama-lo de Crazy Horse ou Cavalo Louco.
Cavalo Louco foi um chefe indígena norte-americano que se impôs contra o governo federal americano. Ao lado de Touro Sentado, ele conduziu seus guerreiros durante a batalha de Little Bighorn, evento em que morreu o célebre General Custer. Um bom personagem para representar o nosso ‘eu superior’. E às vezes o nosso ‘eu’ se comporta assim, na verdade, quase sempre, sempre. Soa autoritário porque sabe e deve ser assim. Ele espera a oportunidade de se fazer presente e isto acontece quando o ego ‘macaco louco’ e as ‘sombras’ se cansam de lutar. E mesmo que nos pareça óbvio e lógico que os dois [ou mais] se enfrentem, isto nunca deixa de ser um teatro de marionetes.
Então você deve estar pensando que o Crazy Horse é o titereiro, o manipulador deste teatro. Bem, é. Também não é. Entre o ‘Ego’ e o ‘Eu interior’ existe um personagem mais graúdo, e este é outra história. Para fins de esclarecimento, quando você desiste de quem é, porque o seu ‘macaco louco’ já não quer brincar com as ‘sombras’, o Cavalo Louco assume o jogo. Porque ‘só os covardes são assassinos’, só o ego assassina aquilo que te define, inclusive os medos. E assim, num jogo de xadrez, o ‘macaco louco’ é o cavalo e as ‘sombras’ – medos, traumas, imperfeições, etc, - são os peões. O rei nunca é o rei. O adversário é você mesmo e o Cavalo Louco é a bússola que conhece o caminho e sabe muito bem como manipular os soldados para que façam o que deve ser feito. Mesmo que pareça uma emboscada. Nem Sacagawea seria capaz para apaziguar os ânimos.
Huf! Por vezes me sinto como o General Custer.
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terça-feira, 9 de fevereiro de 2016
CRAZY HORSE
terça-feira, 16 de setembro de 2014
PORQUE PENSAR DÓI.
Bom, de algum modo, às vezes, a vida nos propõe agir de outro modo que não seja aquele que queremos. E insistimos, e lutamos, para perceber que o que chamamos de perseverança não passa de uma manha muito bem orquestrada para não parecer que, no fundo, estamos nos debatendo como crianças contrariadas. O nosso ego é um bom ator, consegue até nos enganar com uma atitude de natural demonstração de maturidade que jamais existirá.
Não sei quanto a você, mas eu tenho que observar estas barreiras e contorna-las porque não tenho como lutar contra. Deve estar pensando que eu desisto facilmente, na verdade eu percebo facilmente – isto só aconteceu nos últimos tempos – que lutar contra envolve conhecer seu oponente. Que costuma ser nós mesmos ou estar em nós, que dá no mesmo.
Não espero que entenda que todas as situações que te contrariam nascem dentro de você. Porém eu espero que comece por pensar que se fosse assim o que você faria?
Identificar aquilo que te consome, seus medos, é autoconhecer-se e isto é bom porque não precisamos alardear nossos defeitos, mas conhecer o nome da fera e onde ela se esconde em nós permite que tenhamos algum controle.
Basicamente é uma questão de pensamento, e por mais simples que pareça, é difícil de executar porque estamos acostumados a pensar que o contrário é o comum. Como se para acabar com uma situação de rancor contra alguém você tivesse que imaginar o oposto, mesmo que a sua razão diga que esta pessoa não merece sua “compaixão”.
Não estou falando para simplesmente perdoar, porque não seria um ato de perdão e sim de indiferença, apatia ou negligência contra seus sentimentos. Entretanto, quando começa a pensar – ou imaginar – como você gostaria que essa situação ou pessoa fosse, sem querer que ela seja uma imposição unilateral sua, como se o que você quer é o certo, perceberá que aquilo que te provocava indignação pode muito bem não existir.
É uma bola de neve que pode muito bem ser criada por uma impressão que se consolida e aos poucos começa a se concretizar. Se você está pensando que estava certo ao julgar, escute bem: você tornou real seus temores e receios porque existe uma causa inexorável que podemos chamar de Lei da Atração.
Esta Lei se preocupa em atender aos seus desejos, e se você está pensando mal de alguém, mesmo que considere o fato justificado, esteja preparado para que esta suas verdades se manifestem em sua vida.
Eu sei, estou tentando me convencer de que doenças incuráveis não existem e, ao procurar respostas, acabei encontrando vários milagres. Por sua vez consegui recuar alguns sintomas, devagar demais porque sou um idiota, mas mesmo assim supera qualquer diagnóstico mais otimista. Para isso eu preciso não-pensar na doença, praticamente impossível, porém acontece quando começo a pensar naquilo que desejo “além das possibilidades” físicas e sinto que caminho nesta direção.
Quer saber como?
Tem tantas histórias que pareceria uma busca pela iluminação, mas comece invertendo a sua imagem daquilo que te desagrada. Se não te pagam, será que não é porque só pensa nisso, que não te pagam, que ouviu alguém dizer que não será pago, que ele não presta... não será uma resposta para aquilo que deseja? Já que só pensa no que acredita, mesmo que seja mentira, a Lei te ajudará a acreditar que estas ideias são “verdades”. E quer saber o nome da fera? Orgulho e arrogância por não admitir que seus pensamentos possam ter criado isto, ou pior, ignorância por não admitir que a causa de nossos problemas só dependem do modo como julgamos. Porque eu tenho certeza que eu poderia ser facilmente amigo do seu inimigo, se não tivesse te escutado, e mesmo assim ele seria tudo aquilo que você jamais conseguiu ver nele, simplesmente porque quero vê-lo com as expectativas das minhas experiências.
E ele se comportará assim.
Por sua vez, se manifestarmos nossas insinuações, espalhando-as, seremos responsáveis pela manifestação deste caráter, seremos algozes porque não queremos ser compassivos. Se damos uma chance de redenção, o fazemos com desconfianças, como se para nos orgulharmos de que estávamos certos no julgamento.
O bom é que não existem injustiças, basta pensar nas qualidades de Deus e num processo de “engenharia reversa” você vai descobrir que saber que Deus é perfeição é totalmente diferente daquilo que consideramos perfeição. Se acreditássemos, confiaríamos que não existem falhas, só experiências desejadas...
sexta-feira, 18 de abril de 2014
O CAMPO DAS INTENÇOES
Não compreendo porque criamos barreiras para viver. Nos impossibilitando de surpreender e sermos surpreendidos. Ainda nos advogamos imprescindíveis e que nossas ideias sempre serão incorruptíveis. Nos debatemos em conflitos sem sentido porque o que sabemos não é certo. Confiamos na nossa capacidade de julgar para justificar nossas atitudes que podem ser de opressão por causa do que acreditamos ser o melhor. Determinamos batalhas para a nossa sobrevivência e enfim, terminamos nos contaminando com as contradições que estas oposições, criadas para e por nós, se permitem existir.
Não somos contraditórios, nem estamos em uma luta entre nós, só acreditamos que é assim. Observamos o outro como reflexo de nossos medos e projetamos um mundo em que o bem e o mal coexistam. Não existe o mal, nem o bem. Existe somente a experiência. Por temermos o mal, criamos o bem como uma meta quase tão insuportavelmente inacessível quanto o medo de alcançar o mal. O mesmo vale para o contrário. Não somos separados do todo como nos fazem acreditar, e nós o perpetuamos.
Se para a coragem existir é necessário o equilíbrio entre a temeridade e o medo, tudo que precisamos fazer é admitir que as trevas e a luz que possuímos dentro de nós são indispensáveis para a criação de todas as nossas potencialidades. Se Deus é a fonte de tudo que concebemos, concluo: toda a ação do mal passa pelo crivo da bondade de Deus.
Não precisamos acreditar que as diferenças existem, precisamos acreditar nas semelhanças. Não precisamos acreditar que qualquer um dos lados tem prevalência sobre o outro. O mundo se constitui daquilo que criamos e atraímos. Não é uma questão de nos adaptarmos ao meio e sim do meio refletir o nosso mundo interior.
segunda-feira, 17 de março de 2014
O QUE ESTÁ ESCONDIDO ATRÁS DOS OLHOS.
Era uma vez seis cegos à beira de uma estrada. Um dia, lá do fundo de sua escuridão, eles ouviram um alvoroço e perguntaram o que era. Era um elefante passando e a multidão tumultuada atrás dele Os cegos não sabiam o que era um elefante e quiseram conhecê-lo.
Então o guia parou o animal e os cegos começaram a examiná-lo:
Apalparam, apalparam...Terminado o exame, os cegos começaram a conversar: — Puxa! Que animal esquisito! Parece uma coluna coberta de pelos!
— Você está doido? Coluna que nada! Elefante é um enorme abano, isto sim!
— Qual abano, colega! Você parece cego! Elefante é uma espada que quase me feriu!
— Nada de espada e nem de abano, nem de coluna. Elefante é uma corda, eu até puxei.
— De jeito nenhum! Elefante é uma enorme serpente que se enrola.
— Mas quanta invencionice! Então eu não vi bem? Elefante é uma grande montanha que se mexe.
E lá ficaram os seis cegos, à beira da estrada, discutindo partes do elefante. O tom da discussão foi crescendo, até que começaram a brigar, com tanta eficiência quanto quem não enxerga pode brigar, cada um querendo convencer os outros que sua percepção era a correta. Bem, um não participou da briga, porque estava imaginando se podia registrar os direitos da descoberta e calculando quanto podia ganhar com aquilo.
A certa altura, um dos cegos levou uma pancada na cabeça, a lente dos seus óculos escuros se quebrou ferindo seu olho esquerdo e, por algum desses mistérios da vida, ele recuperou a visão daquele olho. E vendo, olhou, e olhando, viu o elefante, compreendendo imediatamente tudo.
Dirigiu-se então aos outros para explicar que estavam errados, ele estava vendo e sabia como era o elefante. Buscou as melhores palavras que pudessem descrever o que vira, mas eles não acreditaram, e acabaram unidos para debochar e rir dele.
Por enquanto falamos das coisas que podemos ver, mas e aquelas que se escondem além dos sentidos da visão, olfato, audição, tato e paladar? Se você estiver pensando em algo imponderável do campo divino e mediúnico, pois saiba que não. Mesmo porque, quando morremos – escolha uma opção post-mortem e não fará diferença alguma – não deixamos de ser quem somos e, portanto, iremos perscrutar o céu usando todas as nossas capacidades sensoriais.
Deste modo, os anjos também compartilham das mesmas características sensoriais que os encarnados, vivos. Os que me faz pensar, será que também os mortos vivem em ilusão? Será que quaisquer imagens que façamos de uma vida após a morte condiz com as nossas crenças? Múltiplas opções... O que torna as religiões não só uma ideia do caminho, mas também um molde para os “céus” criados. Um ser é constituído de suas percepções, o mundo está ao alcance dos cinco sentidos – devemos até considerar um sexto. No sutra do coração Buda diz:
“Oh Shariputra, todos os dharmas [doutrinas] são vazios, nem surgem, nem findam; nem são impuros nem puros, destituídos de acréscimos ou perdas; assim, no vazio não há forma, nem sensação, conceituação, discriminação ou consciência; nem olhos, ouvidos, nariz, língua, corpo, mente; nem cor, nem som, nem cheiro, nem sabor, nem tato, nem fenômeno; nem campo da visão, nem campo da audição, nem campo do olfato, nem campo gustativo, nem campo táctil, nem campo da consciência...”.
Este espaço vazio está mais além das ideias que modelamos de um mundo espiritual. Conforme a crença, podemos ter um inferno, purgatório ou céu; umbral e cidades espirituais de várias graduações; os reinos das transmigrações; etc. Elas servem de suporte para aquilo que realmente importa. No budismo tem uma história que explica bem esta ideia de duas mortes. [290313] Quando chegamos, depois de executar um infindável número de práticas espirituais, às portas da iluminação, estaremos prontos para entender que aquilo que chamamos de iluminação não passava de um chamariz. Porque sem estas práticas, não é possível compreender o que os mestres querem dizer sobre a iluminação, ou extinção do ego, ou a manifestação do não-eu, estado búdico. Buda se refere a dois nirvanas nesta parábola da cidade fantasma, sendo a própria cidade um recanto para o descanso dos peregrinos, portanto uma iluminação parcial?! Entendeu?
O processo diz que: Todas as coisas nos servem de caminho para se alcançar a iluminação. A sua vida é perfeita como é, o que você se nega a aceitar é que alcançar a iluminação não é um destino, não é uma finalidade de suas meditações e orações, é um estado permanente que extingue o sofrimento que materializamos em nossas vidas através da arrogância de nos intitularmos como a voz da razão, de que tudo que tinha que existir já existe e o quê ainda não existe deve ser inventado e controlado pelo raciocínio humano.
Não teria problema se o homem não acreditasse que é um ser cheio de pecado e culpado e iludido e sem estima tanto para si quanto para aqueles que ele tenta segurar o progresso. O medo impõe regras, e as regras se baseiam nos medos para defender a sua autonomia. Cria e defende grupos que aprendem a se confrontarem, porque as regras determinam contrariedades justas. As regras, as leis, se baseiam no conhecimento de que somos os únicos a controlarem o destino.
Deus está escondido atrás dos nossos olhos, num vazio pleno de infinitas oportunidades.
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sexta-feira, 10 de janeiro de 2014
117 - tabula rasa
Sempre pensei que estava no controle – parcial e limitado – da minha vida. Talvez um bom observador, daqueles que poderiam ser orgulhar de admirar as pequenas idiossincrasias humanas tão comuns que não nos preocupamos mais com o quê os sentimentos deveriam ser. Mesmo porque os sentimentos se transformaram em moeda de troca de um jogo emocional.
Não estou preparado para jogar este jogo absurdo, também acredito que você não esteja “querendo” participar, porém acabamos nos inscrevendo e, para não parecermos deslocado em meio a este caos, recriamos as mesmas respostas. Respostas de inconformismo, de ódio, de resignação forçada, de arrogância ou soberba, de antipatia ou falsa simpatia, de rancor ou frustração, de infinitos sentimentos controversos e doentios. Deste modo ferimos para não sermos feridos, como se agir com desconfiança e esperteza fossem qualidades morais. Ou ferimos na esperança de manter nossas expectativas em segurança. Criamos uma atmosfera de indignação e irritação que faz ferver quem entra nesta zona negra de nossos pensamentos.
Estou me imiscuindo de minhas desvantagens morais. Todos nos precipitamos em reagir conforme o que a maioria defende ser o certo. Mas e quando sentimos que as nossas reações são personagens já criados e eternizados, que não emitem os reais sentimentos e sim os padrões esperados? Entramos no jogo da infelicidade.
O que eu estou querendo dizer é que, por mais que eu perceba quais ações acertadas devem ser declaradas, continuo respondendo com amargura e desconfiança. Ou seja, estou julgando pelas minhas próprias ideias do que eu gostaria que acontecesse, de como eu gostaria que se comportassem. Então eu experimentei usar a Lei da Atração para observar porque semelhantes se atraem, mesmo que eu tente minimizar ou justificar as minhas ações refletidas no outro, só estarei negligenciando a verdade de que eu sou exatamente assim.
Assim sendo, por que eu não consigo ver em mim as deficiências que tão facilmente critico no outro? Porque não quero admitir que também sou assim? Talvez as diferenças – que não são diferenças, nem justificativas atenuantes – estejam no fato de que não falamos em voz alta o que o outro expressa e nos ofende. Odiar abertamente uma pessoa é a mesmíssima coisa do que só pensar e dissimuladamente sorrir. Mesmo que seja uma tentativa de não se declarar abertamente o conflito. É ao mesmo tempo covardia, um medo de não saber lidar com os conflitos, e uma admoestação amarga e indigerível.
Deve estar pensando que devemos ir à luta e enfrentar tais inconformismos como se a alternativa fosse uma espécie de holocausto moral, onde só se consolidaria os sentimentos mais fortes. Não se engane, neste jogo não há perdedores, as experiências servem a um propósito quase indistinguível. Observar as suas falhas refletidas no outro significa, mesmo que seja exacerbada aos seus olhos, que é uma oportunidade de refletir sobre os seus sentimentos camuflados e ocultos, ou mesmo abertamente percebidos.
Não estamos aqui para cobrarmos justiça conforme consideramos justo, mas de perceber que perdemos tempo em resolver tudo com as nossas próprias mãos. Então como fica Deus perfeito, se teimamos em resolver tudo por nós mesmos? Por isso devemos agradecer a estas pessoas a oportunidade de entendermos como somos.
Kanzeon Bosatsu significa Amor de Deus, Lei da Mente que permeia o universo. É o ato de salvar o outro, manifestando-se numa forma adequada às vibrações mentais de cada pessoa. Portanto cada pessoa pode ser a manifestação de Deus que nos aparece com o objetivo nos fortalecer. Kanzeon Bosatsu é chamada abreviadamente de Kannon, mas ela não é um ser humano. É um ser búdico que, captando o “som da mente das pessoas”, ou seja, a vibração mental, faz manifestar aquilo que as pessoas desejam. Bem ou mal, conforme a vibração mental.
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sábado, 4 de janeiro de 2014
116 - todas as coisas são reais?
Todas as ações são reais.
Mentira. Existem coisas que não são bem a verdade, mas podemos chamá-las de verdade. Esqueçam isto, não quero explicar quais destas ações podem ser reais ou não. O importante é saber que existem ações que não “parecem reais”. Quando um médico afirma, ele se baseia em certezas médicas que encontraríamos em teses e pesquisas científicas, mais as evidências do sucesso destas, aplicados e comprovados pela experiência. Usam diagnósticos avançados e tecnologia que atestem os procedimentos que são sempre reescritos conforme as observações se mostrem mais apuradas.
Então surgem as “anomalias”. E para que as ações – sobretudo médicas – não percam credibilidade ou criem dúvidas, estabeleceu-se que o não-normal seria negligenciado. Não se podem concentrar as ações reais no que é anormal. O problema é que também negligenciamos a essência humana que é sempre evoluir, encontrar novas verdades. Digo, expandir o conceitos e encontrar a verdade. Esta busca será sempre inalcançável, mas prioritária.
Por que a gravidez imaginária acontece? Ou que algumas amputações traumáticas não causam dor? Certos remédios não curam, apesar de sua eficácia comprovada? E certos placebos curam? E que doenças incuráveis podem ser curadas e pessoas iludidas pelo medo morrem. O conceito de poder da mente é uma ciência que engatinha, contudo existe a milhares de anos. Não cabe aqui julgar quem esconde ou mente.
Parece inacreditável que o pensamento crie os modelos e as normas que regem este mundo e, ao mesmo tempo, cria modelos e normas deturpadas e incoerentes. Estamos sempre recriando as ações de nossos antepassados e desta forma não percebemos que poderíamos moldar novas percepções. Parece difícil aceitar que a mudança de pensamento poderia curar. Mas é muito mais incrível que possamos nos iludir com crenças limitadoras que afirmam ser Deus menos do que perfeito. Que destrói, que controla e faz sofrer, que ama somente quem faz o bem e opta. Que por vezes não interfere, porém parece ter preferências.É um jogo de interesses, tanto daqueles que controlam, quanto de nós. Nós, que aproveitamos esta situação caótica para encontrar o caminho da evolução. Toda a ação do mal passa pelo crivo da bondade de Deus.
Pensar é domar o pensamento e usá-lo a nosso favor. Acreditar que as anormalidades são sinais que dizem: experimente novas verdades e descubra a verdade real. Assim como Buda, quando nos ensina que ao alcançar a iluminação, estaremos apenas aprendendo o caminho para a verdadeira iluminação. Que todas as ações – meios hábeis – são meios para se atingir a iluminação.
“É tolice e desnecessário a uma pessoa continuar sofrendo simplesmente porque não alcançou a iluminação, quando esperava alcançá-la. Não há insucesso na iluminação, portanto a falha reside nas pessoas que, durante muito tempo, procuraram a iluminação em suas mentes discriminadoras, não compreendendo que estas não são as verdadeiras mentes, e sim, falsas e corrompidas, causadas pelo acúmulo de avidez e ilusões toldando e ocultando as suas verdadeiras mentes. Se este acúmulo de falsas divagações for eliminado, a iluminação aparecerá. Mas, fato estranho, quando os homens atingirem a iluminação, verificarão que, sem as falsas divagações, não poderá haver iluminação”.
Acreditando ou não nas capacidades humanas, se acreditar nas capacidades de Deus que está em cada um de nós, acreditará que todas as coisas são possíveis. Acho que precisarei fazer um podcast para tentar mostrar o quanto podemos nos boicotar ao determinar que tudo que nos dizem é imutável e permanente.
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
105 - as regras que estão mudando as regras
Muitas vezes nós não questionamos o que existe, porque se milhões de pessoas o fazem, é porque esta é a melhor maneira de fazê-lo. Mas este não é o melhor caminho, é apenas o caminho do meio, o de sempre.Earl Nightingale, Lead the FieldIsto me recorda que o budismo usa a expressão “Caminho do Meio” como um equilíbrio entre extremos, com o objetivo de controlar as nossas emoções e assim, superar os instintos. Mas, de alguma forma, pela primeira vez eu percebo que o próprio caminho do meio pode se transformar numa armadilha quando estagnamos as nossas emoções. O controle das emoções é um passo, depois devemos aprender a usar os extremos a nosso favor. Agora eu entendo porque tudo é mutável e impermanente. Os meios hábeis surgem conforme avançamos, não existem certezas.Capítulo 2: As regras que estão mudando as regras – tudo o que é popular é errado.O autor nos diz como ele ganhou uma medalha de ouro do boxe chinês, apenas quatro semanas após começar este esporte, analisando as regras do campeonato e encontrando brechas para que ele pudesse ganhar esta medalha com facilidade, o que 99% daqueles com 5-10 anos de experiência nunca tinham conseguido fazer.Tim Ferris usa essa história como um ponto de partida para explicar o que é necessário para desafiar o status quo, o que frequentemente todo mundo deseja fazer. Obviamente, devemos inteligentemente mudar: mas não é porque todo mundo anda sobre os pés que nós precisamos começar a caminhar sobre as mãos. Caminhar sobre os pés funciona muito bem. Não devemos consertar o que não está quebrado. O autor dá-nos o que ele vê como as 10 regras básicas do novo rico, e que questionam o consenso:1 - Aposentadoria é o seguro para o caso de acontecer a pior das hipóteses: deve ser visto como uma chave para se usar na pior situação possível, ou seja, a incapacidade física total para trabalhar.2 - O interesse e energia são cíclicos.3 - Menos não é preguiça: fazer menos trabalho e se permitir concentrar nas coisas que realmente importam para você não é preguiça. Preguiça é o fato de suportar uma vida que não é feito para nós, deixando que as circunstâncias e os outros decidam por nós.4 - A noção que se tem do tempo nunca está correta.5 - Peça perdão, não permissão.6 - Concentre-se em seus pontos fortes, em vez de reparar nos seus pontos fracos.7 - Coisas em excesso tornam-se seu oposto.
8 - O dinheiro por si só não é a solução: "Se eu tivesse mais dinheiro" é uma das desculpas mais usadas para procrastinar e impedir de viver seus sonhos.9 - A renda relativa é mais importante do que a renda absoluta.10 - Stress e eustress (stress positivo): O estresse não é sempre uma coisa ruim, devemos distinguir entre o estresse negativo, que nos enfraquece, diminui a nossa confiança em nós mesmos e nossas capacidades, e eustress - o prefixo grego "eu" significa "saudável" (como em "euforia" ) - que tem uma pressão positiva para nós, como os modelos que nos empurram para superar a nós mesmos, a crítica construtiva, a emoção de risco, tendo que exceder nossas zonas de conforto. Não há progresso sem eustress.Há um grande fator de autoestima, na verdade são duas vertentes: valorização de si e o elogio. Empregar o seu tempo para ampliar o seu autoconhecimento gera uma expectativa de valorização do ser, que acaba refletindo em todos os aspectos da vida. Tim faz uma conexão entre as capacidades da pessoa, de suas potencialidades, com aspectos profissionais. Pois são as condições profissionais as maiores fontes de estresse e desanimo e, a falta de confiança em si mais a baixa autoestima, nos impedem de romper os hábitos e as crenças criadoras do sofrimento.texto completo em 002MH2: http://livrosqtransformam.blogspot.com.br/2013/11/002-as-regras-que-estao-mudando-as.html
terça-feira, 12 de novembro de 2013
102 - ação e reação
Somos condicionados a entender e
aceitar certos grupos. É a crença que fortalece uns e destrói outros. O propósito não é estimular a
segregação ou buscar por justificativas. E também não se refere à nossa
aceitação em certos grupos. Mas nós somos assim.
Se eu pertencer
ao grupo de pessoas vencedoras e de sucesso, possivelmente a ideia que farei
sobre as pessoas perdedoras será o
reflexo de minhas experiências, portanto tenderá a ser parcial e
preconceituosa. Ou pior, se o grupo não me aceitar – o que acontece com todos, variando a característica do grupo –
automaticamente eu serei classificado em oposição, ou seja, se não sou bem
sucedido, possivelmente sou um perdedor. Mas isto em relação a quê?
Estamos
condicionados a pertencer a grupos, indiferente de nosso real desejo. Por vezes somos julgados por aquilo que não
somos. Na mente humana não existe
espaço para neutralidade, ou somos ou não somos. O discernimento não passa
de um exercício que ainda está longe da nossa realidade, porém nada impossível.
O julgamento advém da classificação,
seja da de raça, de cultura, de política, etc., sempre querem nos classificar.
Se não queremos ser classificados, seremos por imposição dos meios. É um mecanismo que eu considero um
meio hábil, entretanto isto demanda novas percepções. As pessoas que não
desejam se envolver em determinados grupos são automaticamente julgados como de
outro grupo, geralmente em oposição.
Os conflitos
que nascem desta divisão e suas ideias, criam experiências que supomos serem
infelicidades e sofrimentos ou superações e felicidades. Não me parece justo
que alguns sofram e outros não?! Estamos
julgando que, se existe o mal e o sofrimento como uma ação temporária, a
felicidade também será. Condicionando a felicidade a um estado de permanente
conquista, como se alguém pudesse acabar com a felicidade a qualquer momento.
A felicidade não é uma condição de
conquista árdua, mas o sofrimento é uma âncora para a felicidade. O sofrimento nos convence de que a
felicidade deve ser adquirida pelo esforço. Pura ilusão, pois a felicidade é
uma característica intrínseca do ser que é distorcida porque acreditamos que
ela é efêmera e condicionada à aquisição de bem-estar e conforto material.
Então, eu,
como um doente, serei classificado como não-saudável e não poderei ser saudável.
Não é possível um doente incurável ser saudável e vice-versa. Estou
condicionado e depois serei julgado pelas minhas incapacidades. Aquelas que a
sociedade determinou e prega, aquelas que eu acreditei por imposição da
sociedade – determinando a autoestima
– e aquelas que eu mesmo criei.
Além de sermos julgados, costumamos
nos autojulgar com certa intolerância e aversão. Tendemos a ser mais preconceituosos
conosco que com os outros. Os outros podem errar e assim podemos
anatematiza-los, contudo não aceitamos estar errados ou apontar as nossas
falhas. Aceitar os erros é o primeiro passo para nos livrarmos desta
divergência de ações, sem partidarismos, sem julgamentos e sem expectativas.
Transcende
aos grupos.
O video sobre os jogos mentais que eu sugeri no post anterior, veja o efeito placebo.
O video sobre os jogos mentais que eu sugeri no post anterior, veja o efeito placebo.
terça-feira, 22 de outubro de 2013
os cinco conflitos armados
E assim
acabei experimentando tudo ao mesmo tempo, sem controle, sem racionalismos e
julgamentos que pudesse categorizar. Cada pessoa apresenta, em si, o que é
necessário para conseguir lidar com os modelos. Desta forma devemos aceitar
que, mesmo os modelos mais indigestos, podem não ser removidos. Por que razão?
Por causa de um mecanismo de defesa que não admite que a substituição do velho
modelo seja necessária.
Se você
consegue ver uma situação desagradável sem fazer julgamentos provavelmente
percebe a ineficácia de se intrometer no processo. Sabe que a situação é um
cenário desenvolvido para se conseguir algo que supera as expectativas dos
envolvidos. Temos a capacidade de deturpar o processo fazendo outros
julgamentos, ou nos intrometemos – que fazemos com maestria –, ou nos afastamos
com esta nova ideia de que era exatamente a situação desejada pelos envolvidos.
A proposta não é fugir, mas compreender, dentro dos limites apresentados. Há
algo efetivamente lógico que possa fazer para modificar a situação? É como um
jogo de pôquer para os envolvidos, mas uma encenação muito bem orquestrada pelo
espírito. É o cristo interior, o estado búdico, é a verdadeira consciência do
ser que planeja o jogo. Por vezes ele, o espírito, nos dá pistas do que está
planejando, mas ele prefere nos ignorar.
Por exemplo, me repetindo, em Sapo em Príncipes, Richard Bandler disse que acreditava que cada parte de cada pessoa é um recurso valioso. Uma mulher lhe disse: "Essa é a coisa mais burra que jamais escutei!”.“Eu não disse que era verdade. Eu disse se você acreditava que, enquanto terapeuta, você iria conseguir muito mais”."Bom, isso é completamente ridículo"."O que é que te faz crer que isso é ridículo?""Tenho partes em mim que não valem dez centavos. Simplesmente me atrapalham. É só o que fazem"."Diga uma"."Tenho uma parte que, independente do que eu fizer, toda vez que eu tento fazer alguma coisa, ela simplesmente me diz que não posso fazê-lo e que irei falhar. Faz com que tudo se torne duas vezes mais difícil do que o necessário".Disse que havia sido uma aluna evadida da escola secundária e que, quando decidira retornar aos estudos, essa parte dissera: "Você nunca irá conseguir; você não é boa o suficiente para isso; você é burra demais. Será embaraçoso. Você não vai conseguir". Mas ela conseguiu. E mesmo depois de ter feito isso, quando decidiu entrar na faculdade, essa parte disse: "Você não irá ser capaz de terminar".Então Richard disse: "Bem, gostaria de conversar diretamente com essa parte". [...] "Eu sei que essa parte de você está lhe prestando um serviço de grande importância e que é muito matreira na forma como o realiza. Mesmo que você não aprecie o trabalho por ela executado, eu o aprecio. Eu gostaria de dizer a essa parte que, se ela tivesse vontade de contar à sua mente consciente o que vem fazendo por ela, então talvez essa parte pudesse receber um pouco do apreço merecido”.Então, fiz com que ela se voltasse para seu interior e perguntasse à parte o que de positivo era que vinha fazendo; a resposta: "Estava te motivando". Depois de ter-me revelado isso, ela comentou: "Bem, acho isso uma loucura".
Foi o que
pensei ao ler. Como eu poderia conversar
com meu subconsciente, e como ele poderia ser assim, tão magnífico? Pelo que eu saiba, o inconsciente, o
subconsciente, armazena as diretrizes que aceitamos como verdades e impede que
a consciência crie confusões “não-autorizadas”, mas como o subconsciente pode
ter criados diretrizes nada lógicas, não achava que poderia conversar com
alguém tão inflexível. Como dizer para o subconsciente que “ter medo de água” é
desnecessário e até limitador quando tivemos uma experiência traumática que
criou esta diretriz? Como reconfigurar o subconsciente para que ele seja mais
cooperativo e menos protetor? Existem muitos meios.
"Olha, existe uma parte que fica morrendo de medo quando você chega perto das pistas de alta velocidade. Vá para dentro de você e diga a esta parte que ela está fazendo uma coisa importante e pergunte-lhe se ela está com vontade de comunicar-se com você". Ela obteve uma resposta positiva muito intensa. Então eu lhe disse: "Agora volte para dentro e pergunte a essa parte se ela tem vontade de lhe dizer o que é que ela está tentando fazer para você quando fica morrendo de medo se você se aproxima de pistas de alta velocidade". Ela se voltou para dentro e depois disse:"Bom, essa parte me disse que não está com vontade de me contar nada".Ao invés de proceder a uma remodelagem inconsciente, fiz uma coisa que pode parecer curiosa, porém, de tempos em tempos, realizo-a quando tenho uma suspeita, ou o que as demais pessoas chamam de intuição. Fiz com que ela se voltasse para dentro de si mesma e perguntasse àquela parte se ela sabia o que estava fazendo pela pessoa. Ela fechou os olhos e depois, quando os abriu de volta, disse: "Bom, eu.. , eu não, .. eu não acredito que ela me disse". "Então volte para dentro e pergunte-lhe se está dizendo a verdade". Ela novamente se interiorizou e depois falou:"Não quero acreditar no que ela me disse"."Bom, que foi que ela te disse?""Disse que se esqueceu!".Bom, embora possa soar muito divertido, sempre considerei que essa fosse uma grande resposta. Em certos aspectos, faz sentido. Você está viva há muito tempo já. Se uma parte organiza um comportamento seu e a pessoa realmente resiste a ele e luta contra ele, o comportamento pode ficar tão envolvido na luta que acabe esquecendo por que motivo foi que se organizou daquela forma, para início de conversa. Quantos de vocês já entraram numa discussão e no meio do fala-fala já se esqueciam do que pretendiam fazer, só para começar? As partes, da mesma forma que as pessoas, nem sempre se recordam dos resultados.Em vez de entrar numa grande trapalhada, disse: "Olhe, essa sua parte é muito forte. Alguma vez você já se deu conta de como ela é poderosa? Cada vez que você se aproxima de uma pista de alta velocidade, essa parte é capaz de amedrontar você até o limite. Isso é realmente surpreendente. Como é que você se sentiria de contar com uma parte como essa do seu lado?" Ela disse: "Uau! Não tenho nenhuma parte como essa!" Então respondi: "Volte-se para seu interior e pergunte-lhe se ela gostaria de fazer alguma coisa que se pudesse apreciar, que fosse válida, e em que valesse a pena empregar todos os seus talentos", E evidentemente a parte respondeu um entusiasmado sim. Então eu disse: "Então se ponha em contato com seu interior, e pergunte à parte se ela teria vontade de te deixar confortável, alerta, respirando regularmente e com suavidade, tendo cuidado e sintonizada na experiência sensorial, toda vez que você subir numa pista de alta velocidade, pela rampa de acesso".A parte respondeu: "Sim, sim, eu vou fazer isso". Fiz depois com que ela fantasiasse uma duas situações numa pista de alta velocidade. Antes ela havia sido incapaz de fazê-lo, ficava num estado de terror' completo porque até mesmo a fantasia de chegar perto de uma dessas pistas era por demais assustadora. Desta vez, quando ela fez a fantasia, fê-lo adequadamente. Ela entrou no carro, saiu da pista, e procedeu muito bem. Ela se divertiu tanto que dirigiu nessa pista durante quatro horas e acabou ficando até sem gasolina.
terça-feira, 15 de outubro de 2013
as reais ações
Não vim falar
dos conflitos, mas do que os geram. O conflito é apenas a última instância de
uma “doença” não física. É uma autorregulação que tenta reequilibrar as nossas
convicções. E estas convicções são reconhecidamente falhas. Por quê?
Porque todas
as nossas convicções se baseiam em modelos.
E temos que admitir que nem todos os modelos são bons. Como eu disse, demos a nós alguém que chamamos de ego, que
não passa de um ator representando “o melhor cenário possível” diante daquilo
que não compreendemos. Este ego supõe que os medos sejam uma boa réplica, como
se nos precavêssemos do medo através de outros medos. E este ator acha que
entende o que está acontecendo e cria ideias e insinuações que tendem a
fortalecer, talvez, convicções nada convincentes.
Por outro
lado, os modelos têm por princípio determinar os nossos comportamentos sociais,
culturais, morais, etc., criando diretrizes ou leis internas que vivem se
digladiando com as tentativas conscientes de ignorá-las. Modelos armazenados no
subconsciente impedem que novos exemplos sejam armazenados como modelos
substitutos. O pior é que os primeiros modelos foram assimilados e armazenados
na infância quando ainda éramos frágeis. Tanto quanto as nossas ideias eram
ainda insustentáveis, digo, sem as experiências que poderiam nos proteger de
“impressões desfocadas”. Não tínhamos como julgar se a informação era
apropriada, se o modelo servia, então o assimilamos porque, como crianças,
prevalecia o exemplo.
Se tivermos
exemplos instáveis, seremos pessoas instáveis. Mesmo que consigamos
identifica-los para reagir contrariamente, se não admitirmos que tais modelos existam
em nós, não conseguiremos reescreve-los. Se nossos pais, ou aqueles que nos
serviram de exemplo, apresentam determinados comportamentos, devemos admitir
que também o tenhamos.
Mas eu não sou assim! Talvez não nas mesmas condições e
intensidade, mesmo porque as condições que geraram os seus modelos não foram
iguais aos que moldaram aqueles que se tornaram os seus exemplos. O objetivo
não é maldizer nossos antepassados, e sim encontrar ferramentas para que os
modelos que nos causam sofrimentos sejam anulados. E após, ampliar os modelos
para se criar prosperidade.
Os exemplos que se tornam nossos modelos surgiram quando ainda éramos crianças, sem discernimento para entender as reais ações. Com esta visão deturpada do exemplo, passamos a repeti-lo como uma diretriz. Por exemplo, se quando caímos pela primeira vez, ouvimos alguém desesperado a nos levantar, como se fosse o pior cenário possível, suporemos que cair e se machucar se constitui um momento de dor e sofrimento. Se o melhor cenário se produzir, todas as quedas posteriores serão simplesmente uma distração. O impacto emocional condiciona as nossas experiências e as trata como modelos de sobrevivência. Por isso o trauma é tão eficiente em não permitir que reproduzamos o evento. O medo é um mecanismo de sobrevivência.
Reescrever
tais modelos, porque eles são as causas dos nossos sofrimentos, passa por sua
identificação. Podemos percebê-lo em nós ao observar os outros. Já que os
outros se comportarão, ou reagirão, de acordo com seu estado interior, são os
nossos reflexos. E tudo o que vemos de errado no outro é como olhar no espelho,
pois se você consegue identificar aquilo que te “choca”, então o possui em
algum nível. Não tente justificar os modelos dizendo que não é bem assim ou tão
assim. Não busque analogias, use esta certeza básica de que o problema existe e
o use. Invariavelmente somos como nossos exemplos nos ensinaram. E temos que
nos resignar diante das nossas deficiências, não só nossas como de nossos
antepassados que só repetiram o que lhes foram ensinados.
O problema não está
em assimilar os modelos, mas em adquirir a experiência que advém com o
conflito. O conflito é a tentativa
suprema de nos superarmos, evoluirmos. As doenças imprimem mudanças
obrigatórias, porque são as últimas tentativas do ser de se transformar diante
de modelos que causam o sofrimento.
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