As ferramentas que nos permitem o autoconhecimento também são sistemas, e como todo sistema de crença, são parciais e limitantes. Mas se quiser extrapolar estas informações usando o conceito que dá escopo a todos os sistemas, terá uma diretriz a guiar suas observações.Dentro das constelações familiares, a adoção é uma brutalidade, e aqui eu não me refiro aos órfãos, se bem que é impossível haver um sem qualquer parentesco. Esta informação diverge daquilo que eu acolhi ser o correto e usava esta informação para criar estruturas de pensamento condizentes com este conceito de que a adoção é um ato de amor. Como a adoção poderia ser um ato de transgressão às leis de amor, mas quais leis de amor?O erro está na ideia de que agir com compaixão é minimizar os danos gerados por ações negativas que advém de ações aceitáveis. Escolhemos adotar uma criança porque é mais fácil lidar com as consequências do que com a fonte. O correto seria atuar na causa do abandono e não reparar estas ações. Promover o bem-estar da família é garantir a coesão familiar. Não queremos realmente ajudar estas famílias que foram corrompidas por sistemas de crenças segregacionistas e injustos, porém interferimos onde achamos tolerável agir. Esta é uma ideia válida, no entanto estamos tão acostumados a agir conforme estas regras – sejam humanas ou religiosas – que provavelmente alguém deve estar pensando que eu sou contra. Por eu estar dentro deste sistema de crenças, também concordo com a adoção nos termos que hoje são regulados. Mas isto não tira a oportunidade de pensar no que realmente a adoção se propõe. É óbvio que em casos de perigo ainda precisamos intervir porque não fomos capazes de criar meios de se evitar as causas primordiais do abandono, da crueldade e do cárcere.Pensamos que os problemas familiares são problemas do Estado e quando adotamos estamos fazendo um favor, mesmo aqueles que admitem que a adoção é um presente precisam arcar com as consequências que esta ação provoca no sistema familiar de origem. Não estou querendo fazê-los desistir da ideia, nem que os seus ideais de amor e compaixão se esmoreçam, mas quero fazê-los pensar o quanto aceitamos calados a destruição das famílias. Essencialmente estamos minimizando os danos e não solucionando-os.Nas constelações familiares, a pessoa que se encontra fora do sistema, tende a criar mais desarmonia, ocasionado ações reparadoras desta exclusão que podem ser tão negativas quanto à ação original. Porque este sistema afirma que existe 1 - a necessidade de pertencer ao grupo, 2 - a necessidade de equilíbrio entre o dar e o receber nos relacionamentos e 3 - a necessidade de hierarquia dentro do grupo. Se nos parece um sistema rígido, diferente do que afirmamos ao considerar, por exemplo, a adoção uma ação imprescindível e magnânima, também é bastante plausível.E os sistemas de crenças cármicas, onde nascemos exatamente onde deveríamos nascer? O erro está em aceitar que um sistema está em desacordo com o outro. Um se refere às causas que geram as escolhas, o outro, às ações que podem nos adequar às escolhas. Um outro, aos porquês destas escolhas e assim se segue infinitamente. Uma doença tem origem na culpa que carregamos por ações passadas, as suas causas e porquês geram as escolhas. Estas escolhas obedecem às necessidades requeridas por nós, sejam para redenção ou aprimoramento. Elas parecem destino, mas não passam de caminhos para se chegar lá, são livres-arbítrios e precisam de um meio onde criar, usufruir e destruir as ilusões que queremos extinguir. Este meio é regido por muitos sistemas que se integram para criar o melhor cenário possível para as escolhas, no caso, a doença.A adoção é uma condicionante permitida por alguns sistemas, e as ações – sejam cármicas ou sociais – permitem e se adequam às escolhas dos envolvidos, portanto não existem falhas no que concerne às ações unificadas de Deus. O conhecimento destas informações explicam e oportunizam a reparação de outros danos – psicológicos, por exemplo –, e ampliam a experiência de que o problema está na nossa percepção do que é certo ou errado, se devemos ampliar nossas atuações ao âmbito da família.“Quando os filhos não podem ser criados por seus próprios pais, a melhor alternativa serão provavelmente os avós. Estes, em geral, se aproximam mais das crianças. Se conseguem atraí-las, quase sempre cuidam muito bem delas – e a devolução aos pais é bem mais fácil. Não havendo avós vivos, ou caso eles não possam assumir o encargo, a próxima escolha é usualmente uma tia ou um tio. A adoção é o último recurso, e só deve ser cogitada quando ninguém da família está disponível.Segundo minha experiência com famílias, o fator crucial são as intenções dos pais adotivos. Se realmente agirem no melhor interesse da criança, a adoção terá boa possibilidade de sucesso. Contudo, pais adotivos raramente consideram o interesse da criança, e sim o seu próprio: não podem ter filhos e se rebelam contra as limitações que a natureza lhes impôs. Implicitamente, pedem à criança que os proteja de seu desapontamento. Quando é esse o caso, o fluxo básico do dar e receber, bem como a ordem dos relacionamentos, desarranja-se logo de começo; os pais sofrerão as consequências de seus atos ou sofrerão os filhos.Quando os parceiros adotam uma criança movidos por suas próprias necessidades e não pelo bem-estar dessa criança, efetivamente a tomam dos pais naturais para beneficiar-se. É o equivalente sistêmico do roubo de crianças; por isso traz consequências muito negativas ao sistema familiar. Na verdade, não importam os motivos que levam os pais naturais a enjeitar um bebê; os pais adotivos costumam pagar o mesmo preço. Sucede com frequência que casais se divorciem depois de adotar uma criança por motivos impróprios. Sacrificar o parceiro é a compensação por privar os pais naturais de seu filho. Em famílias com quem trabalhei, as consequências de adotar filhos por razões impróprias incluíam divórcio, doença, aborto e morte. Em sua forma mais destrutiva, essa dinâmica exprimiu-se pela enfermidade ou suicídio de um filho natural do casal.Também não é incomum que filhos adotivos detestem seus novos pais e desprezem o que recebem deles. Nessas famílias, sucede muitas vezes que os pais adotivos se sintam secretamente superiores aos pais biológicos; o filho, talvez inconscientemente, demonstra solidariedade para com os pais naturais.Às vezes, os pais naturais entregam os filhos para adoção sem necessidade. Então os filhos sentem um legítimo ressentimento contra eles, mas os pais adotivos é que passam a ser o alvo desse ressentimento. E as coisas pioram quando os pais adotivos assumem o lugar dos pais naturais. Se os pais adotivos têm consciência de que agem em substituição aos pais verdadeiros, os sentimentos negativos se concentram nestes e os adotivos ganham o reconhecimento que merecem. Trata-se de um grande alívio tanto para os pais quanto para os filhos adotivos.Quando os pais adotivos ou de criação agem no interesse da criança, eles têm consciência de que são meros substitutos ou representantes dos pais biológicos, a quem ajudam a realizar o que não estava a seu alcance. Eles desempenham um papel importante, mas na qualidade de pais adotivos vêm depois dos pais biológicos, não importa o que estes sejam ou tenham feito. Se essa ordem for respeitada, os filhos podem aceitar e respeitar os pais adotivos.”Bert Hellinger, A Simetria Oculta do Amor, Ed. Cultrix, pg. 121
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sábado, 8 de março de 2014
131 - estar certo é estar errado.
terça-feira, 4 de março de 2014
130 - forças antagônicas e complementares
Forças antagônicas e complementares parecem uma anomalia da natureza que define dois aspectos da natureza humana, que tudo quer saber ou tudo quer se opor. Mas sem os opostos não existiria a compreensão, como você saberia se algo é bom se não tivesse noção do que é ruim? O problema é que queremos destruir o oposto negativo que gera sofrimentos e conflitos.
Se Deus joga dados? Claro e evidente que sim, porém é certo que não. Ficou confuso. Decerto foi lhe dito que as respostas só podem ser sim e não. Um ou outro. E se fossem ambas? Não somos preparados para perceber que as ideias divergentes servem para nos possibilitar visões amplas e não criar sistemas separados de julgamentos baseados em percepções e crenças limitadas e preconceituosas. Pois quaisquer divergências de opiniões geram preconceitos. Preconceito é a ideia, opinião ou sentimento desfavorável formado sem conhecimento abalizado, ponderação ou razão; mas precisamos perceber que nem sempre esta opinião desfavorável é sem crítica ou razão.
Existem sistemas de crenças que se confrontam simplesmente por estarem em oposição aos conceitos defendidos por outro sistema: capitalismo e comunismo, cristianismo e islamismo, católicos e ortodoxos, xiitas e sunitas, europeus e africanos, eugenia e miscigenação, homossexuais e heterossexuais, ricos e pobres, alopatia e homeopatia, democracia e ditadura, chá e café...
Sempre estaremos defendendo o nosso sistema, ou sistemas de crenças, em detrimento do que combinamos ser felicidade. Todos os sistemas partilham de um “O SISTEMA”, pois a base de todos os sistemas são simples e se aplicam a todos os sistemas. Conhecer, ou ter conhecimento, de todos os sistemas pode se perigoso para aqueles que defendem alguns sistemas e se opõem a outros. Entretanto, se perceberem o fator de união entre os sistemas, fica evidente que a diversidade de sistemas servem para ampliar o conhecimento e a experiência, sem julgamentos, mesmo que este se torne quase impossível, já que somos criados por um sistema que nos modela.
Deus possui várias imagens conforme o sistema de crença em que Ele é compreendido, por vezes se apresenta como deuses ou é amorfo. Mas na base destas expressões, Deus continua a ser onipotente, onipresente e onisciente; é amor. E nos sistemas de crenças Ele assume formas e se contraria porque precisamos temê-lo ou simplesmente aceitar que homens falem por Ele e deturpem algumas ideias. Contudo é esperado em um sistema de crença que quer se opor ou destruir outro sistema.
O que não percebemos é que os sistemas de crenças se sobrepõem e suas ações aparentemente divergentes se baseiam nas obrigações do indivíduo em. Em um sistema religioso que prioriza a extinção do ego, diz-nos que existem pessoas ou grupos que querem experimentar estas ações e não obstruir as demais crenças religiosas porque elas não priorizam estas Verdades. Em outros sistemas temos pessoas que querem sofrer voluntariamente para se alcançar o aperfeiçoamento espiritual. E existem tantos sistemas quantos forem as necessidades de cada ser.
No budismo: “É tolice e desnecessário a uma pessoa continuar sofrendo simplesmente porque não alcançou a iluminação, quando esperava alcançá-la. Não há insucesso na iluminação, portanto a falha reside nas pessoas que, durante muito tempo, procuraram a iluminação em suas mentes discriminadoras, não compreendendo que estas não são as verdadeiras mentes, e sim, falsas e corrompidas, causadas pelo acúmulo de avidez e ilusões toldando e ocultando as suas verdadeiras mentes. Se este acúmulo de falsas divagações for eliminado, a iluminação aparecerá. Mas, fato estranho, quando os homens atingirem a iluminação, verificarão que, sem as falsas divagações, não poderá haver iluminação”.
Conhecendo a base dos sistemas, poderemos apreciar as suas consequências sem as aflições do que consideramos sofrimento. Quero dizer, será realmente sofrimento o que nos aflige?
Eu particularmente começo a integrar vários sistemas de crenças e percebo que quaisquer considerações que fizermos será baseado em sistemas que são intrínsecos a nós. É muito difícil não julgar já que temos certos protocolos instalados em nosso subconsciente. Um dos meus sistemas é o espiritismo e ideias como ação e reação, causa e efeito, carma sempre dirigiram os meus pensamentos, adequando outros sistemas aos meus [pre]conceitos.
Quando apareceram outros sistemas que pareciam reescrever estas ideias eu quase cogitei, conscientemente, em rever ou eliminar o sistema de crença que me animava os pensamentos originais. As diferenças eram aparentes porque as explicações foram criadas e mantidas por pessoas que jamais poderiam conceber a ideia de unificação ou simplificação. Eles estavam errados? Não, simplesmente não imaginaram que suas palavras pudessem ser expressas de outras formas, dando margem a interpretações desconexas. Na Bíblia temos o dente por dente e o amai-vos uns aos outros que se adequam àqueles que preferem agir conforme as opções contraditórias.
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segunda-feira, 25 de novembro de 2013
105 - as regras que estão mudando as regras
Muitas vezes nós não questionamos o que existe, porque se milhões de pessoas o fazem, é porque esta é a melhor maneira de fazê-lo. Mas este não é o melhor caminho, é apenas o caminho do meio, o de sempre.Earl Nightingale, Lead the FieldIsto me recorda que o budismo usa a expressão “Caminho do Meio” como um equilíbrio entre extremos, com o objetivo de controlar as nossas emoções e assim, superar os instintos. Mas, de alguma forma, pela primeira vez eu percebo que o próprio caminho do meio pode se transformar numa armadilha quando estagnamos as nossas emoções. O controle das emoções é um passo, depois devemos aprender a usar os extremos a nosso favor. Agora eu entendo porque tudo é mutável e impermanente. Os meios hábeis surgem conforme avançamos, não existem certezas.Capítulo 2: As regras que estão mudando as regras – tudo o que é popular é errado.O autor nos diz como ele ganhou uma medalha de ouro do boxe chinês, apenas quatro semanas após começar este esporte, analisando as regras do campeonato e encontrando brechas para que ele pudesse ganhar esta medalha com facilidade, o que 99% daqueles com 5-10 anos de experiência nunca tinham conseguido fazer.Tim Ferris usa essa história como um ponto de partida para explicar o que é necessário para desafiar o status quo, o que frequentemente todo mundo deseja fazer. Obviamente, devemos inteligentemente mudar: mas não é porque todo mundo anda sobre os pés que nós precisamos começar a caminhar sobre as mãos. Caminhar sobre os pés funciona muito bem. Não devemos consertar o que não está quebrado. O autor dá-nos o que ele vê como as 10 regras básicas do novo rico, e que questionam o consenso:1 - Aposentadoria é o seguro para o caso de acontecer a pior das hipóteses: deve ser visto como uma chave para se usar na pior situação possível, ou seja, a incapacidade física total para trabalhar.2 - O interesse e energia são cíclicos.3 - Menos não é preguiça: fazer menos trabalho e se permitir concentrar nas coisas que realmente importam para você não é preguiça. Preguiça é o fato de suportar uma vida que não é feito para nós, deixando que as circunstâncias e os outros decidam por nós.4 - A noção que se tem do tempo nunca está correta.5 - Peça perdão, não permissão.6 - Concentre-se em seus pontos fortes, em vez de reparar nos seus pontos fracos.7 - Coisas em excesso tornam-se seu oposto.
8 - O dinheiro por si só não é a solução: "Se eu tivesse mais dinheiro" é uma das desculpas mais usadas para procrastinar e impedir de viver seus sonhos.9 - A renda relativa é mais importante do que a renda absoluta.10 - Stress e eustress (stress positivo): O estresse não é sempre uma coisa ruim, devemos distinguir entre o estresse negativo, que nos enfraquece, diminui a nossa confiança em nós mesmos e nossas capacidades, e eustress - o prefixo grego "eu" significa "saudável" (como em "euforia" ) - que tem uma pressão positiva para nós, como os modelos que nos empurram para superar a nós mesmos, a crítica construtiva, a emoção de risco, tendo que exceder nossas zonas de conforto. Não há progresso sem eustress.Há um grande fator de autoestima, na verdade são duas vertentes: valorização de si e o elogio. Empregar o seu tempo para ampliar o seu autoconhecimento gera uma expectativa de valorização do ser, que acaba refletindo em todos os aspectos da vida. Tim faz uma conexão entre as capacidades da pessoa, de suas potencialidades, com aspectos profissionais. Pois são as condições profissionais as maiores fontes de estresse e desanimo e, a falta de confiança em si mais a baixa autoestima, nos impedem de romper os hábitos e as crenças criadoras do sofrimento.texto completo em 002MH2: http://livrosqtransformam.blogspot.com.br/2013/11/002-as-regras-que-estao-mudando-as.html
quinta-feira, 21 de novembro de 2013
104 - resignação ou resignação
Existe uma incapacidade de se entender as palavras. O próprio conceito de amor é tão extenso que chega a ser contraditório em alguns casos. Eu me deparei com uma palavra que pensava conhecer, mas não a havia compreendido. Destas palavras que parecem, mas não são.
Resignação: submissão à vontade de alguém ou ao destino. Ou, submissão paciente aos sofrimentos da vida.
Não sabia, entretanto existem duas categorias de resignação – que eu identifiquei apressadamente – e que são totalmente diferentes, pelo menos para mim. Lembra-se das cinco etapas do Modelo de Kübler-Ross que propõe uma descrição de estágios discretos pelo qual as pessoas passam ao lidar com a perda, o luto e a tragédia?
Segundo esse modelo, pacientes com doenças terminais passam por esses estágios. O modelo foi proposto por Elisabeth Kübler-Ross em seu livro On Death and Dying, publicado em 1969. Os estágios se popularizaram e são conhecidos como Os Cinco Estágios do Luto (ou da Dor da Morte, ou da Perspectiva da Morte) e são:
1] Negação e Isolamento: "Isso não pode estar acontecendo."
2] Raiva: "Por que eu? Não é justo."
3] Negociação e diálogo: "Me deixe viver apenas até meus filhos crescerem."
4] Depressão: "Estou tão triste. Por que me preocupar com qualquer coisa?"
5] Aceitação: "Tudo vai acabar bem."
Oras, como uma doença terminal pode acabar bem, por isso se fala tanto em resignação quando se propõe uma aceitação. Aceitar que as coisas estão assim é resignar-se, sim. Então você está em uma situação em que a doença é incurável – por exemplo, eu – e então grita e esperneia, se esconde na tristeza para terminar aceitando a sua impotência diante do destino.
Um destino que exige a aceitação daquilo que é comum a todos os doentes terminais, de que morreremos. Mas e se não for bem assim?!
O que é resignação. Em termos, a resignação que me propus era de não aceitar as situações por comodismo, ignorância, medo ou simplesmente por ser “a vontade dos céus”, mas sim por compreender que as situações pelas quais passamos são necessárias para nosso desenvolvimento intelectual, moral e espiritual (provas), podendo também ser decorrentes de nossas atitudes desta ou de outras vidas (expiações), cabendo-nos superá-las, com paciência, porém atuando ativa e conscientemente naquilo que nos cabe fazer. Sem revolta ou lamentações, por saber que são resultados de nossa responsabilidade quanto ao uso do nosso livre-arbítrio e da atuação dos princípios da lei de causa e efeito.
Apesar de ser uma versão mais complexa, não muda em nada o que sentimos – para os doentes –, até nos incita a superar as situações, porém acrescenta que somente naquilo que nos cabe fazer. Ou seja, de acordo com os nossos padrões mentais atuais, nada. O melhor de tudo é que a revolta pode ser aplacada quando se aplica o conceito de causa e feito.
Então nos submetemos ao destino?
Quando a revolta terminar e a tristeza se extinguir – o que é muito difícil – você terá a oportunidade de superar os conceitos de que uma doença incurável e terminal seja o fim. Está ciente de existem filosofias orientais – sobretudo – que negam a doença, por que ela não é real, e sim uma distorção – desarmonia – dos pensamentos?
Se a medicina não encontra respostas, se a resignação só traz paz para o momento da morte, temos que aceitar que no fim morreremos? Deste modo eu terei que aceitar que mereço morrer – e sofrer – porque a situação já foi pré-determinada. E aqueles que se curam?
Pensar que o sofrimento seja infelicidade é um engano da mente apegada ao corpo carnal. Aquele que compreende quanto o sofrimento é benéfico para o progresso da alma, consegue agradecer até mesmo aos sofrimentos.
Sutra Para Cura Espiritual: Um dia, o Anjo retorna à Seicho-no-Ie e recita: Prossegue sem temor o curso de tua vida. A infelicidade jamais se aproxima de quem nada teme. Infelicidades e desgraças não são criações de Deus. Perante quem segue destemidamente o curso da vida, a infelicidade foge cabisbaixa e a doença mostra-se resignada e desaparece, retornando ao nada”.
Existem muitas pessoas que vivem temendo a ocorrência de infortúnios, doenças ou acidentes, considerando-os castigos de Deus. Há também religiosos que amedrontam as pessoas com ameaças de "punição divina" ou "castigo do céu", para induzi-las a se converterem à seita deles. Tanto esses religiosos, como as pessoas que neles acreditam, estão errados.
A Bíblia ensina que onde existe o amor perfeito não há medo, e que o amor perfeito é manifestação de Deus. Portanto, o verdadeiro cristianismo não suscita temor nas pessoas, e os verdadeiros cristãos não procuram converter as pessoas com ameaças de "castigo divino". Também no budismo, o Hannya Shingyō diz: "Eliminando-se a ilusão, desaparece o temor". Isto significa que a fé religiosa que suscita temor não é verdadeira, sendo apenas ilusão camuflada de fé. Ilusão é como sonho; é ver aspectos contrários à realidade. Pode acontecer de alguém, no sonho, ver-se submetido a um terrível castigo e, acordando, perceber que estivera sonhando e soltar uma risada de alívio. Julgar "existente" o que "não existe" - este pensamento contrário à realidade é ilusão. Pode acontecer, também, de alguém sonhar que perdeu algo e, acordando, constatar que esse algo permanece ali, diante de seus olhos. O mesmo ocorre com a ilusão. Pode-se dizer, portanto, que ilusão é "pensamento invertido", ou seja, julgar "existente" o que "não existe", e vice-versa.
Por isso, o Hannya Shingyō afirma que o estado de ilusão é como o sonho no qual a pessoa julga ser real o que não existe realmente; ensina que neste mundo criado por Deus não há criatura alguma e coisa alguma capaz de nos infundir medo, e diz que é preciso abandonar o "pensamento invertido", isto é, a ilusão, pois assim o medo desaparecerá.
Tudo que existe de verdade é obra criada pelo Deus único. Deus, o Criador, é Bem infinito, é possuidor de Sabedoria infinita. Portanto, neste mundo criado pela Sabedoria infinita de Deus não existem falhas nem incoerências. Este mundo só pode ser um mundo perfeito onde todos os seres vivem em total harmonia, ajudando e complementando uns aos outros. Por isso, basta abrirmos os olhos da mente, eliminarmos a ilusão e contemplarmos a Imagem Verdadeira para que todos os males - originalmente inexistentes – desapareçam por completo. Desaparecendo a ilusão, ocorre a cura da doença, cessa o conflito, ninguém permanece pobre ou feio. E assim podemos descortinar, neste mundo que habitamos, o aspecto perfeito do mundo da Imagem Verdadeira onde existe a felicidade eterna.
Eliminemos a ilusão. Na verdade, o mundo que habitamos aqui e agora é a manifestação exata do mundo da Imagem Verdadeira, onde reinam o bem e o belo supremos e a felicidade eterna. Tendo recebido a revelação desta Verdade, contemplo neste momento o mundo onde reinam o bem, o belo e a felicidade eterna, e o meu coração pulsa de alegria infinita. [http://retratandoavida.files.wordpress.com/2013/04/a-seicho-no-ie-responde.pdf]
Hoje, a minha resignação é ilusão que eu destruo todos os dias confiando em Deus que está dentro de mim.
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