segunda-feira, 26 de maio de 2014

GESTAÇÃO

Não bastava ter que deliberar sozinho uma ação incompreensível, precisava acreditar nela me baseando em [?], sem as justificativas de uma crença que se destruiu, sem as de uma nova crença que alimentassem o ego. Pois o ego que me protegia com suas ideias construídas pelas experiências de sofrimento e me resguardava, impedindo-me de me arriscar, por amor causava-me obstáculos, também não poderia me guiar mais além.

Você diria “não” ao que parece certo e seguro, que todos acreditam, somente por que não parece certo para você?

Não, e recomendo que não o faça, mas eu fiz.

Estou tomando controle do ego, dos meus medos, que começaram, há algum tempo, a serem subjugados por uma combinação de confiança e coragem. Portanto só me restava agir – trilhar o caminho – e me desapegar dos meus medos e depois dos medos alheios que insistem em nos convencer que eles existem. Um médico diz ser incurável, porém se você viu dezenas de incuráveis curados, acompanhou a recuperação de doentes críticos, mesmo que tenham usado de meios [hábeis] que soem inacreditáveis, sejam através de práticas religiosas, filosóficas, meditações ou mesmo de suas capacidades de se autocurar, qual verdade existe? Qual verdade resiste?



Não se preocupe com as escolhas, eventualmente, depois de tentar provar o impossível e diagnosticar a sua crescente frustração em não conseguir torna-las críveis, começará a se abrir e se tiver consciência de que, - mesmo não querendo acreditar no que não conseguiu provar, mas viu – elas existem.

Confia. Simplesmente confia!

Pode parecer difícil não controlar o futuro, se submeter.

Mas não é o que fazemos ao entregar nossas vidas ao que nos aprisiona? Nos enganamos porque supomos que sabemos o que nos fazem – mascaramos a arrogância com aquela confiança de que sabemos tudo ou podemos saber tudo. Uma superioridade que não passa de uma máscara de autossuficiência e independência que não existem. O medo de parecermos fracos diante dos modelos que supomos serem obrigatórios. Tememos nos expor e inventamos disfarces.

Chega um momento que sentimos a repugnância destes disfarces e o combatemos em nós mesmos. Esta libertação é difícil e dolorosa, porque só assim admitimos que o seja, não que ela precise ser assim... Ressurgem as culpas do passado e elas tentam se prender aos medos que estão impregnados em nós, em nosso ego, como uma simbiose que era imprescindível para a nossa sobrevivência. Arrancar os medos exige astúcia que entendo por autoconhecimento, mas sozinho não conseguiremos submeter o ego à nossa vontade. Alias, é impossível extinguir o ego, assim como é impossível mergulhar no oceano sem o escafandro. O ego é nossa armadura, a nossa proteção ou o contrário, o meio para abandonarmos os medo, nos desapegarmos. A isso chamamos de iluminação, usar o ego é extinguir o seu controle errôneo sobre nós. Nada mais.

Mas o último dos medos a ser aplacado é o mais forte e nos ilude com ideias e sentimentos que tendem a destruir a autoconfiança. Até os medos tem medo. O ego tem medo de que sem as suas ferramentas de dominação – por amor – não poderá no ajudar.

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