Forças antagônicas e complementares parecem uma anomalia da natureza que define dois aspectos da natureza humana, que tudo quer saber ou tudo quer se opor. Mas sem os opostos não existiria a compreensão, como você saberia se algo é bom se não tivesse noção do que é ruim? O problema é que queremos destruir o oposto negativo que gera sofrimentos e conflitos.
Se Deus joga dados? Claro e evidente que sim, porém é certo que não. Ficou confuso. Decerto foi lhe dito que as respostas só podem ser sim e não. Um ou outro. E se fossem ambas? Não somos preparados para perceber que as ideias divergentes servem para nos possibilitar visões amplas e não criar sistemas separados de julgamentos baseados em percepções e crenças limitadas e preconceituosas. Pois quaisquer divergências de opiniões geram preconceitos. Preconceito é a ideia, opinião ou sentimento desfavorável formado sem conhecimento abalizado, ponderação ou razão; mas precisamos perceber que nem sempre esta opinião desfavorável é sem crítica ou razão.
Existem sistemas de crenças que se confrontam simplesmente por estarem em oposição aos conceitos defendidos por outro sistema: capitalismo e comunismo, cristianismo e islamismo, católicos e ortodoxos, xiitas e sunitas, europeus e africanos, eugenia e miscigenação, homossexuais e heterossexuais, ricos e pobres, alopatia e homeopatia, democracia e ditadura, chá e café...
Sempre estaremos defendendo o nosso sistema, ou sistemas de crenças, em detrimento do que combinamos ser felicidade. Todos os sistemas partilham de um “O SISTEMA”, pois a base de todos os sistemas são simples e se aplicam a todos os sistemas. Conhecer, ou ter conhecimento, de todos os sistemas pode se perigoso para aqueles que defendem alguns sistemas e se opõem a outros. Entretanto, se perceberem o fator de união entre os sistemas, fica evidente que a diversidade de sistemas servem para ampliar o conhecimento e a experiência, sem julgamentos, mesmo que este se torne quase impossível, já que somos criados por um sistema que nos modela.
Deus possui várias imagens conforme o sistema de crença em que Ele é compreendido, por vezes se apresenta como deuses ou é amorfo. Mas na base destas expressões, Deus continua a ser onipotente, onipresente e onisciente; é amor. E nos sistemas de crenças Ele assume formas e se contraria porque precisamos temê-lo ou simplesmente aceitar que homens falem por Ele e deturpem algumas ideias. Contudo é esperado em um sistema de crença que quer se opor ou destruir outro sistema.
O que não percebemos é que os sistemas de crenças se sobrepõem e suas ações aparentemente divergentes se baseiam nas obrigações do indivíduo em. Em um sistema religioso que prioriza a extinção do ego, diz-nos que existem pessoas ou grupos que querem experimentar estas ações e não obstruir as demais crenças religiosas porque elas não priorizam estas Verdades. Em outros sistemas temos pessoas que querem sofrer voluntariamente para se alcançar o aperfeiçoamento espiritual. E existem tantos sistemas quantos forem as necessidades de cada ser.
No budismo: “É tolice e desnecessário a uma pessoa continuar sofrendo simplesmente porque não alcançou a iluminação, quando esperava alcançá-la. Não há insucesso na iluminação, portanto a falha reside nas pessoas que, durante muito tempo, procuraram a iluminação em suas mentes discriminadoras, não compreendendo que estas não são as verdadeiras mentes, e sim, falsas e corrompidas, causadas pelo acúmulo de avidez e ilusões toldando e ocultando as suas verdadeiras mentes. Se este acúmulo de falsas divagações for eliminado, a iluminação aparecerá. Mas, fato estranho, quando os homens atingirem a iluminação, verificarão que, sem as falsas divagações, não poderá haver iluminação”.
Conhecendo a base dos sistemas, poderemos apreciar as suas consequências sem as aflições do que consideramos sofrimento. Quero dizer, será realmente sofrimento o que nos aflige?
Eu particularmente começo a integrar vários sistemas de crenças e percebo que quaisquer considerações que fizermos será baseado em sistemas que são intrínsecos a nós. É muito difícil não julgar já que temos certos protocolos instalados em nosso subconsciente. Um dos meus sistemas é o espiritismo e ideias como ação e reação, causa e efeito, carma sempre dirigiram os meus pensamentos, adequando outros sistemas aos meus [pre]conceitos.
Quando apareceram outros sistemas que pareciam reescrever estas ideias eu quase cogitei, conscientemente, em rever ou eliminar o sistema de crença que me animava os pensamentos originais. As diferenças eram aparentes porque as explicações foram criadas e mantidas por pessoas que jamais poderiam conceber a ideia de unificação ou simplificação. Eles estavam errados? Não, simplesmente não imaginaram que suas palavras pudessem ser expressas de outras formas, dando margem a interpretações desconexas. Na Bíblia temos o dente por dente e o amai-vos uns aos outros que se adequam àqueles que preferem agir conforme as opções contraditórias.
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terça-feira, 4 de março de 2014
130 - forças antagônicas e complementares
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terça-feira, 8 de outubro de 2013
kazuo murakami
Prefácio do
livro O Código Divino da Vida por
Cristina Cairo
Convivo
com médicos e pesquisadores há muitos anos e, por ser uma pesquisadora
inquieta, compreendo o fato de os cientistas serem tão vaidosos e competitivos.
Não faço parte de grupo científico, mas troco informações, converso, aprendo
com os cientistas durante minhas jornadas em busca da cura das doenças pelo equilíbrio
das emoções e pela força do amor. Encontrei diversas literaturas de médicos
cientistas comprovando a cura das doenças pelo autoconhecimento e pude me
sentir mais segura frente a uma
sociedade sedenta de cura, mas cética.
Dr. Paul Pearsall, especialista em
psiconeuroimunologia, expõe o conhecimento sobre a cardiologia energética e
afirma: “O coração é mais do que apenas uma bomba; ele reage à sinfonia celular
que é a própria essência do nosso ser”.
Dr. Daniel G. Amen, neurologista,
mostra a influência dos pensamentos e emoções sobre a saúde do cérebro, que
interferem na própria química cerebral. O dr. Deepack Chopra, médico indiano,
revela que, através de neurotransmissores como os peptídios, as informações de
nossos pensamentos positivos ou negativos são transmitidas ao nosso organismo
pela química que produzirá a cura, a doença ou a transformação física.
Há centenas de médicos cientistas
correndo contra o tempo para desvendar, ainda mais, o complexo organismo
humano, mas ao ler a obra Código Divino da Vida, de Kazuo Murakami,
senti que a ciência, finalmente, está se aproximando das respostas e soluções
para os problemas da vida: “doença, velhice e morte”. Dr. Kazuo, com seus
esforços e persistência, conseguiu decifrar todo o código genético da renina
humana. Afirma que o gene não envelhece e que possuímos potencial para tudo o
que desejarmos ser na vida, contanto que haja dedicação e exposição a novos
ambientes. Acima de tudo dr. Murakami garante que o pensamento positivo
influencia e liga o gene positivo, enquanto que o pensamento negativo
influencia e liga o gene negativo e destrutivo. Em suas pesquisas sobre a
influência do riso na ativação dos genes,constatou uma estreita relação entre o
riso e a redução marcante dos níveis de açúcar no sangue em diabéticos, após as
refeições. Queridos leitores, vocês encontrarão nesta maravilhosa obra o que
seus corações sempre acreditaram mas nunca puderam constatar: que, realmente,
seu pensamento pode curar seu corpo e rejuvenecê-lo. Dr. Kazuo Murakami diz que
desejos fervorosos chegam aos céus, mas na verdade chegam mesmo aos genes.
Murakami escreveu esta obra de uma forma simples para que todos possam
compreender sobre sua grande descoberta, a decodificação do gene humano, e
compartilhar de sua alegria.
Suas histórias das dificuldades para
realizar descobertas significativas e a competição entre os cientistas nos revelam a grande responsabilidade que
carregam nas costas para alavancar a medicina, a psicologia e todas as áreas
que se preocupam em curar vidas. Eu me sinto amparada pelas descobertas de
Murakami porque agora, mais do que antes, tenho convicção plena de que estou no
caminho certo com a Linguagem do Corpo para a cura.
Para finalizar este prefácio quero
expor minha opinião quanto aos cientistas: penso que, se todos se unissem com
suas descobertas numa grande convenção, eles mesmos chegariam à conclusão de
que, juntos, já descobriram a solução para os problemas da vida: “doença,
velhice e morte”.
Por Kazuo Murakami.
Em outubro de 2004, fui convidado,
junto com outros nove cientistas e visionários, a participar do debate
“Diálogos entre o Budismo e a Ciência”, um encontro bianual promovido por Sua
Santidade o Dalai Lama, em sua residência em Dharamsala, Índia.
O Dalai Lama já havia lido sobre minha
pesquisa a respeito da influência do riso na ativação dos genes e demonstrou
grande interesse pelo assunto. O ator Richard Gere, outro convidado, também
manifestou enorme interesse por minha apresentação. Este livro aborda quase
todos os assuntos discutidos naquele encontro.
As pesquisas no campo das ciências
naturais estão progredindo de forma rápida e surpreendente, superando até mesmo
as expectativas daqueles que atuam nessa área. O genoma humano foi decodificado
há poucos anos e agora já dispomos dos meios e do conhecimento necessários para
decifrar o corpo humano. Apesar de inicialmente termos acreditado que, ao
decifrar o código genético, entenderíamos o mistério da vida, torna-se cada vez
mais evidente que a vida não é algo tão simples. Quanto mais estudamos uma
única célula sequer, mais nos damos conta de sua complexidade. Eu faço pesquisa
na área de ciências naturais há mais de quarenta anos, sendo que, nos últimos
vinte, dediquei-me mais à pesquisa genética. O objetivo deste livro é
transmitir a inspiração, a surpresa e o maravilhamento evocados em mim tanto
pelo conteúdo quanto pelo processo dessa pesquisa e, ao mesmo tempo,
compartilhar com você a maneira de aplicar algumas dessas percepções na sua
própria vida.
Há dois assuntos em particular que gostaria
de dividir com você. O primeiro deles é a surpreendente descoberta de que os
nossos genes não são imutáveis, mas se alteram em resposta a diversos fatores.
Quantas pessoas no mundo culpam os pais por suas inaptidões como, por exemplo,
a inabilidade nos esportes? É certo que a hereditariedade influencia
características e habilidades individuais. No entanto, apesar de nossos traços
serem transmitidos geneticamente, nossos genes são equipados com um mecanismo
liga-desliga. A prática regular de exercícios, por exemplo, ativa os genes
benéficos, aumentando o tônus muscular e aprimorando a saúde, além de,
simultaneamente, desativar genes prejudiciais.
O meio ambiente também pode ser
responsável pela ativação desse mecanismo. De acordo com minhas pesquisas e
experiências pessoais, a exposição a um ambiente diferente pode estimular os
genes benéficos, liberando o nosso potencial. Ainda mais surpreendente é o fato
de esse mecanismo liga-desliga poder ser acionado por uma atitude mental.
Pesquisas recentes demonstram que a nossa maneira de pensar pode ativar ou
desativar nossos genes. Em um recente experimento, que descreverei mais
adiante, encontrei uma estreita relação entre o riso e a redução marcante dos
níveis de açúcar no sangue em diabéticos, após as refeições. Posteriormente,
identificamos os genes específicos que são ativados pelo riso, provando, pela
primeira vez, que emoções positivas podem acionar o botão genético. Aprender
como ativar genes benéficos e desativar genes prejudiciais pode abrir infinitas
possibilidades de expansão do potencial humano.
O segundo assunto apresentado neste
livro é a visão de um cientista sobre o que torna possível todas as maravilhas
que nos cercam. O foco do trabalho da minha vida tem sido o sistema
enzimático/hormonal, bem como os genes que governam a hipertensão. Mas depois
de quase um século de extensas pesquisas realizadas por vários cientistas
competentes, ainda há muito desconhecimento, mesmo sobre esse assunto
específico. O mecanismo da vida é um mistério surpreendente.
As pessoas falam de “viver” como se
isso fosse algo simples, mas nenhum de nós conseguiria sobreviver
exclusivamente por meio de esforços conscientes. Todas as nossas funções
vitais, reguladas pelo funcionamento autônomo dos sistemas hormonal e nervoso,
incluindo a respiração e a circulação sanguínea, operam ininterruptamente para
assegurar nossa sobrevivência, sem qualquer esforço ou intervenção de nossa
parte. O controle desses sistemas vitais é feito por nossos genes que, para
tanto, precisam atuar em perfeita harmonia. Quando um gene é ativado, outro
reage interrompendo ou intensificando sua atuação, e assim o sistema inteiro é
afinado e regulado. É pouco provável que esse fantástico nível de organização
ocorra por mera coincidência. Deve haver algo maior que seja responsável pela
harmonia existente no mundo. Alguns falam de Deus, mas, como cientista, prefiro
denominá-lo “Algo Maior”. Apesar de essa força ser invisível e imperceptível
aos nossos outros sentidos, meu trabalho no campo das ciências naturais me
levou a uma forte consciência de sua existência. Decifrar o código genético
humano é um feito incrível, porém, o mais surpreendente é o fato de o próprio
código ter sido impresso em nossos genes. Sabemos que não fomos nós que o
escrevemos, mas sabemos também que não poderia ser um processo aleatório. O
código genético, cujo conteúdo equivale ao volume de milhares de livros, está
contido no espaço minúsculo de uma célula, além de controlá-la de modo ainda
misterioso, porém incontestável.
Faz parte da natureza humana tentar
desvendar o desconhecido e entender o incompreensível. “O que há de novo?” – é
o refrão dos cientistas que demonstra que o destino da ciência é
desenvolver-se. Enquanto existir curiosidade, esse progresso não terá fim.
Novos avanços e descobertas, especialmente no campo das ciências naturais,
produzem resultados imediatos, como o desenvolvimento de novas tecnologias, o
aperfeiçoamento de técnicas de reprodução animal e a produção de novos
medicamentos. Mas tais avanços também podem ter consequências desastrosas, uma
vez que tanto a ciência quanto a tecnologia podem ser facilmente manipuladas
para satisfazer interesses econômicos e ambições pessoais. Enquanto não
encontrarmos uma forma de controlar esses instintos do ser humano, a ciência
será sempre uma faca de dois gumes.
A questão principal em relação aos
clones humanos não se refere à tecnologia propriamente dita, mas à ambição
humana. Até onde devemos ir? É correto criarmos uma cópia física de nós mesmos
simplesmente porque assim o desejamos? Embora a ciência e a tecnologia tenham
tornado essa façanha possível, cabe às pessoas decidir se querem ou não
fazê-lo. Infelizmente, sabemos que tais decisões podem ser tomadas com base em
interesses egoístas. Mas não devemos ser arrogantes. Em vez disso, devemos nos
lembrar que a vida, inclusive a nossa, é um presente do “Algo Maior” e não
fruto da criação ou da ambição humana.
Precisamos desenvolver em nós o
discernimento e o respeito para sermos capazes de nos conter e evitar
transgredir as leis naturais, mesmo que isso seja tecnicamente possível. Porém,
o autocontrole baseado somente na ética não é suficiente. Ele deve nascer do
conhecimento de que não existimos somente graças às nossas próprias forças e
meios, mas graças a inúmeras outras vidas que sustentam a nossa. Se formos
capazes de viver com gratidão e valorizar essa dádiva, conseguiremos ativar
determinados genes adormecidos e abrir as portas para um novo e maravilhoso
modo de vida.
Como fundador do Institute for the
Study of the Mind- Gene Relationship, estou trabalhando em um projeto cujo objetivo é provar a hipótese de que a
felicidade, a alegria, a inspiração, a gratidão e a oração podem ativar os
genes benéficos. O resultado do experimento relativo ao riso é a nossa primeira
descoberta. À medida que a pesquisa progride, poderá explicar os ensinamentos
de Buda e de Cristo, descrevendo-os como mecanismos de ativação e desativação
genética.
Se há vinte anos eu tivesse ousado afirmar
que emoções positivas podem ativar os genes, teria sido extremamente criticado
pela falta de rigor científico. No entanto, com o passar do tempo, o número de
cientistas que compartilham de minhas convicções tem aumentado. De fato,
cientistas em todo o mundo têm realizado experimentos com o objetivo de
compreender a forma pela qual os fatores psicológicos influenciam os fatores
físicos. É preciso mudar o conceito equivocado de que a mente e o corpo
funcionam separadamente. Enquanto isso não acontecer, será difícil erradicar
doenças usando apenas os métodos científicos convencionais.
Os cientistas, como integrantes de uma
comunidade internacional, devem dedicar mais esforços e recursos ao estudo da
mente. No mundo de hoje, existem vários problemas que parecem insolúveis. Para
que possamos resolvê-los, é fundamental que a ciência e a espiritualidade
caminhem juntas e se complementem.
Espero que este livro possa contribuir
para esse propósito. Na minha busca por entendimento, tive a felicidade de
conhecer várias pessoas maravilhosas. Sinto gratidão especial ao dr. Reona
Ezaki, ganhador de um prêmio Nobel e reitor da Universidade de Tsukuba; e
também ao dr. Hisateru Mitsuda, professor emérito da Universidade de Kyoto e
meu eterno mentor. Ambos me orientaram por vários anos e aproveito esta
oportunidade para expressar-lhes meus sinceros agradecimentos.
domingo, 29 de setembro de 2013
três conflitos
“Neste mundo há três errôneos pontos de vista: Diz-se que toda a experiência humana baseia-se no DESTINO; afirma-se que tudo é criado por DEUS e controlado por sua vontade e; que tudo acontece ao ACASO, sem ter uma causa ou condição.” A Doutrina de Buda.
O ego cria o
medo que gera opressão que amplia o medo que sustenta o ego. É um círculo
vicioso, assim como o carma. [22/03/13] O que justifica o carma é a ilusão.
Metade do mundo tenta escapar da ilusão e a outra em não cometer pecados, mas
isto é uma outra estória. Neste ciclo de nascimento, velhice, morte e renascimento,
o carma é reflexo das nossas ilusões, de acreditar que a evolução espiritual
depende dos obstáculos. Portanto, desfeito o apego – a ilusão de querer ou não
querer, que gera o sofrimento – é desfeito o carma e a reencarnação finda. A
este estado Buda se refere como iluminação ou nirvana. Quebrado o ciclo
passamos a outra realidade, volto a frisar...
“É tolice e desnecessário a uma pessoa continuar sofrendo simplesmente porque não alcançou a iluminação, quando esperava alcançá-la. Não há insucesso na iluminação, portanto a falha reside nas pessoas que, durante muito tempo, procuraram a iluminação em suas mentes discriminadoras, não compreendendo que estas não são as verdadeiras mentes, e sim, falsas e corrompidas, causadas pelo acúmulo de avidez e ilusões toldando e ocultando as suas verdadeiras mentes. Se este acúmulo de falsas divagações for eliminado, a iluminação aparecerá. Mas, fato estranho, quando os homens atingirem a iluminação, verificarão que, sem as falsas divagações, não poderá haver iluminação”.
É como correr
atrás do próprio rabo. Buda era o suprassumo em questão de redundância elevada
à enésima potência. Nem assim os discípulos entendem – sou o primeiro a assumir
minha ignorância. Como não fazer algo que precisa ser feito para se descobrir que
não deveria fazê-lo! Isto me soa mais estranho do que falar sobre viagens no
tempo, os tais paradoxos no qual voltar ao passado e matar o seu avô jamais
permitiria a viagem.
Será que precisamos agir assim? A resposta de Deus talvez fosse: Sim e não. Preparem-se, pois as respostas de Deus sempre serão sim e não. Existem duas intenções e elas estão certas, mas mesmo assim erradas. Esta é uma das nossas deficiências, não entender que não existem escolhas. Deus é o certo e também o errado. Ele pode não ter criado o mal, mas nos criou a sua imagem e semelhança, o que pode soar como blasfêmia – é o que eu acho, talvez seja uma destas anormalidades psicológicas que definem o nosso ego. Temos todas as qualidades dEle. Não creio que os filhos de Deus, as suas criações, possam ser falhas – de modo geral.
O que
acontece é que Ele nos deu livre-arbítrio. Esta liberdade se dividiu entre
culpa e êxito, o que chamamos de causa e
efeito. Criamos a dualidade e começamos a experimentá-la como fazemos ao
analisar as partes. Esta modalidade intrometida que chamamos de ciência e não é
menos ridícula do que vemos os cientistas malévolos do cinema fazerem –
modificando genes, criando máquinas temporais, baseando-se em premissas bem
duvidosas. Fragmentamos e observamos as partes, o funcionamento destas frações
determinam modelos. Modelos astronômicos, modelos biológicos, teorias físicas, receitas
nutricionais, etc., entretanto, não percebemos que as partes respondem por uma
unidade. E esta unidade cria interações, digamos, inusitadas. Como se um
universo paralelo tivesse mais coerência do que o nosso. Um universo mais real.
Todos os
conflitos são baseados em ideias parciais, cheias de vazios. Reagimos ao outro
porque sentimos uma contrarreação que emana de nós. Parece incoerente, mas
estamos em conflito com nós mesmos. O outro reage às nossas vibrações e reage
contra-atacando-nos com a nossa imagem interior. Esta ideia se fortalece quando
não admitimos que sejam nossas deficiências morais, nossos monstros interiores,
que estão se materializando. Como aquele Espelho
de Ojesed em que Harry Potter vê seus desejos, e acaba aprisionado por
estas ilusões que não o levam para lugar algum, nem o passado e nem o futuro. Uma
reação inconsciente daquilo que não gostamos em nós e se apresenta como um
inimigo é uma outra imagem refletida no nosso espelho. Pelo menos, ao admitir
tais fraquezas – e eu digo por experiência – o inimigo desaparece. E a simbiose
autodestrutiva entre você e seu inimigo yourself
se transforma. E se isto não acontece, o inimigo se afasta e o conflito não
existirá. Por isso devemos agradecer todas as pessoas e coisas, pois são
ferramentas que nos incitam a nos conhecer e a nos melhorar.
Como disse Gandhi:
Nas grandes batalhas da vida, o primeiro
passo para a vitória é o desejo de vencer. E os budistas dizem: Quem se vence a si mesmo é um herói maior
do que quem enfrenta mil batalhas contra muitos milhares de inimigos. Mas
não é muito diferente. Pois o seu pior inimigo pode se parecer com um filho,
marido ou esposa, mas esta manifestação caótica não passa de uma reação
exteriorizada por você, por nós. Por isso, ao aceitarmos que o outro não está
errado, aceitamos que estamos errados e encontraremos meios hábeis – como se
existisse outro – para sanar o erro. E este erro não alimentará o conflito. O
outro muda porque cessa a animosidade que certamente se baseava em uma
impressão criada por nós e projetada como um desagradável reflexo chamado de
“próximo” – muito mais próximo do que gostaríamos.
Ou seja,
continuaremos odiando os outros enquanto nos odiarmos. O mestre Ananda Rinpoche
disse ao discípulo que queria alcançar a iluminação ao se oferecer à meditação
em uma gruta: Não há precisão de ir,
pois você encontrará na caverna somente o que levar consigo.
segunda-feira, 22 de julho de 2013
à autocura. – dois
Assumir um princípio sem
preconceitos religiosos e ver com outros olhos a Realidade. Presumir que a
verdade se oculta por entre as impressões ditadas pela maioria, pelos conceitos
que nos formaram e formam as bases de nossa sociedade, onde deuses se
digladiam, onde fazer o errado pode parecer o certo, onde nos escravizamos de
corpo e mente, consumindo as ideias, sendo elas verdades ou não. No budismo,
Deus pode parecer não existir, mas só estavam querendo dizer que Deus esta no
interior. Esta sua filosofia encontra similaridade em muitas outras doutrinas,
que de posse deste conhecimento, de que Deus está em nós, Buda disse:
“Neste mundo há três errôneos pontos de vista: Diz-se que toda a experiência humana baseia-se no DESTINO; afirma-se que tudo é criado por DEUS e controlado por sua vontade e; que tudo acontece ao ACASO, sem ter uma causa ou condição.” [A Doutrina de Buda.]
Se você percebe o que estas palavras tentam elucidar, então as suas
premissas estão sendo reavaliadas. (08/07) Estas reavaliações serão impedidas pelo ego que diz:
“Essa é a grande ilusão de vocês, que Deus se importa com o que fazem. Eis a segunda grande ilusão do homem, de que o resultado da vida é incerto e cria o medo. E sentem medo porque decidiram duvidar de Deus. E se tomassem uma nova direção? Viveriam como Buda, ou Jesus. E quando você tentasse explicar a sua sensação de paz, a sua alegria de viver, o seu êxtase interior, distorceriam as suas palavras”. [Conversando com Deus I. Neale D. Walsch.]
Assim sendo,
precisamos nos desconstruir, principalmente as nossas ilusões quanto ao que eu
entendo e o que eu deveria entender. Uma desconstrução psicológica que pode
acontecer sem intervenção, mas que, mesmo que se negue a pedir auxílio, está
acontecerá. Este é o papel da doença, de nos impulsionar avante. Pois ela não
nos sugere, impõe transformações. Encurralando-nos a aceitar novos paradigmas.
Sabe, os tibetanos que estudaram os verdadeiros ensinamentos de Buda nunca oram a pedir mercês ou favores; limitam-se a pedir que lhes seja dado contar com a justiça dos homens. Um Ente Supremo, por natureza a própria essência da justiça, não pode mostrar compaixão por um e negá-la a outro, porque tal seria a negação da justiça. Orar a pedir mercês ou favores, com promessas de ouro ou de incenso se o pedido for atendido, é inferir que a salvação está ao alcance do que mais puder pagar, que Deus está precisando de dinheiro e pode ser "comprado". O homem pode mostrar compaixão pelo homem, mas só raramente o faz; o Ente Supremo só pode mostrar justiça. Nós somos almas imortais. A oração: Om! mani padme hum! tem sido por vezes traduzida literalmente como: "Salve, ó Joia no Lótus!" Mas os que conhecem melhor os textos sabem que o verdadeiro significado é: "Salve, ó Ser Intimo e Superior no Homem!" que está em nós. [A Terceira Visão. Lobsang Rampa.]
terça-feira, 21 de maio de 2013
desejos constituem obstáculos
“A sabedoria dos Budas é infinitamente profunda e imensurável. O portal dessa sabedoria é difícil de compreender e de transpor. Nenhum dos homens de erudição ou de absorção é capaz de compreendê-la. Qual é a razão disso? Um Buda é aquele que serviu a centenas, a milhares, a dezenas de milhares, a incontáveis Budas e executou um número incalculável de práticas religiosas. Ele empenha-se corajosa e ininterruptamente e seu nome é universalmente conhecido. Um Buda é aquele que compreendeu a Lei insondável e nunca antes revelada, pregando-a de acordo com a capacidade das pessoas, ainda que seja difícil compreender a sua intenção. Sharihotsu, desde que atingi a iluminação tenho exposto meus ensinos utilizando várias histórias sobre relações causais, parábolas e inúmeros meios para conduzir as pessoas e fazer com que renunciem aos seus apegos a desejos mundanos”. Sutra de Lótus.
Para
compreendermos as regras do mundo, devemos nos submeter às práticas religiosas.
– hoje contamos também com a psicologia, que é o deus dos ateus alterados. Para
se exterminar o sofrimento, para entender a origem do sofrimento e assim por
diante. Buda sintetiza esta percepção em
Quatro Nobres Verdades que são de que a vida é sofrimento, a causa do sofrimento é o desejo, a cessação do sofrimento é se ver livre do desejo e, o modo de fazê-lo é o Caminho Óctuplo.
Então tudo se resume em desejos e em como aplacá-los. Os desejos nascem de nossas necessidades, misérias. Podem ser de
prazer, conforto, etc. como podem ser exageradas e se transformarem em luxúria,
gula, inveja, etc. ou mesmo em pobreza, fome, humildade... Você não está me
entendendo errado, todos os extremos constituem desejos, existem pessoas que
anseiam pelo sofrimento, em seus subconscientes são atraídos pelas experiências
requeridas. Não estou só me referindo ao ciclo de morte e renascimento, ao
carma, falo das expectativas de aperfeiçoamento. São Francisco de Assis
acreditava que sofrer, inclusive estigmatizado com as chagas de Cristo, era o
caminho para a redenção. O mesmo pode-se dizer de Madre Tereza de Calcutá que,
em suas cartas, chegava a indagar porque Deus permitia tanto sofrimento. Eles
cumpriram as suas missões nas condições necessárias para a sua compreensão,
portanto todas as ações são meios hábeis. – tenho
exposto meus ensinos utilizando várias histórias sobre relações causais,
parábolas e inúmeros meios para conduzir as pessoas e fazer com que renunciem
aos seus apegos a desejos.
quinta-feira, 16 de maio de 2013
percepções constituem a realidade
Um ser
é constituído de suas percepções, o mundo está ao alcance dos cinco sentidos –
devemos até considerar um sexto. No sutra do coração Buda diz:
“Oh
Shariputra, todos os dharmas [doutrinas] são vazios, nem surgem, nem findam;
nem são impuros nem puros, destituídos de acréscimos ou perdas; assim, no vazio
não há forma, nem sensação,
conceituação, discriminação ou consciência; nem olhos, ouvidos, nariz,
língua, corpo, mente; nem cor, nem som, nem cheiro, nem sabor, nem tato, nem
fenômeno; nem campo da visão, nem campo da audição, nem campo do olfato, nem
campo gustativo, nem campo táctil, nem campo da consciência;...”
Se não há forma, não há sensação,
conceituação, discriminação ou consciência, no entanto ainda nos prendemos à
forma, nem por isso as percepções são falhas. Há um erro em admitir que todas
as conceituações sejam equânimes, que os significados sejam conclusivos e,
sobretudo classificados. Um método, uma regra, uma lei que determina que as
coisas sejam exatamente como são. As nossas percepções ou conceituações –
definições, avaliações, julgamentos e formatações – são, com raras exceções,
quase sempre estabelecidas por nossas sensações físicas. Significamos ou
conceituamos estas sensações para discriminar, distinguir, discernir. Estas
conclusões dão forma aos pensamentos, à nossa consciência que nada mais é que o
sentimento ou conhecimento que permite ao ser
humano vivenciar, experimentar ou compreender aspectos ou a totalidade de seu
mundo interior. Mas se as informações captadas pelos nossos sensores forem
falhas, todas as etapas seguintes serão errôneas.
Há de se considerar que, entre as sensações
do nosso corpo, existam aquelas sutis, subjetivas, inconclusivas. Que nos impedem
de tomar decisões plenamente lógicas, uma intuição, uma impressão vaga, outras
vezes são suplantadas por forças ilógicas que destacamos como diretrizes. Ou
seja, somos guiados por sensações indeterminadas, inexplicáveis,
ininteligíveis. Por amor defenderíamos um assassino, mesmo que a lógica ditasse
que... Somos todos, seres de percepções, sejam invisíveis ou não, e estas
percepções ditam o jogo.
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