terça-feira, 12 de abril de 2016

O 'LIVRO DE MATEUS' 15



Se tudo que imaginamos cria quem somos, temer o passado é como se manter preso a ele. E deste modo tanto os medos quanto as alegrias tem caminhos e forças diferentes. Um trauma do passado perpetua-se no presente como se ele ainda estivesse acontecendo. Em contrapartida, as alegrias não conseguem ser vividas senão como saudades que por vezes se transformam em dores.

Por que damos tanto poder ao que nos causa medo? Porque precisamos manter vivo aquilo que tememos a fim de evitar que aconteça de novo. Uma proteção subconsciente que, às vezes, se deturpa para se manter no controle. É por isso que, às vezes, sequer nos lembramos porque temos medo de água.

Um trauma do passado ecoa no presente fazendo-nos recuar de nossos objetivos, por medo. É um subterfúgio do ego.

Mas, às vezes, conseguimos reavivar as alegrias do passado sem que elas se transformem em remorso ou mágoas ou uma saudade excruciante. Quando nos acalmamos – meditamos – o passado cessa de reverberar; É como se a pedra lançada no lago cessasse de provocar ondas. Algo do passado deixa de ecoar quando nos dignamos a aceitar as suas lições e anular suas vibrações.

O passado é passado, mas o presente sempre é passado ou futuro. Jamais estamos aqui. Respire fundo. As memórias são como bons livros que nos ensinam a enfrentar o dia presente. Porém preferimos rememorar os sentimentos de dores que nos ancoram e nos impedem de seguir em frente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário