terça-feira, 5 de abril de 2016

OPOSTOS.



Semana passada tive que me submeter a – mais uma – cirurgia espiritual. Não falo com pouco-caso, é que as coisas mudam sem nada mudar. Isto é, tudo pareceu diferente apesar de acontecerem as mesmas coisas. E aquela frase de Albert Einstein, ‘Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes’, pode não estar certa. Ou ter outros significados, porque a única constante não é tão imutável assim. A insanidade está em acreditar que, mesmo fazendo a mesma coisa, você pode mudar.

Suas ideias deixam de ser as mesmas e, mesmo que nada mude, quem você é, sim.

Portanto o resultado final mudou. Assim como as minhas percepções e necessidades. Nem sei como explicar um processo que parece o oposto do que pensamos comumente. Alguém que se angustia por não conseguir proteger os que ama e realizar os desejos porque está doente, acaba se frustrando quando não se revolta. Mas e se era para ser assim.

Quais oportunidades podem surgir através das limitações e desvios que a enfermidade obriga. Será que estou vendo errado? Será que a doença é o ‘caminho’ pelo qual escolho evoluir? Ou seja, dentro de um grupo – família –, eu sou uma das peças mais palpáveis, mas, talvez, não tão importante assim.

Ficou claro que todos estão obrigados a mudar se não quiserem sofrer, porém tem aqueles que vivem acreditando que suas ideias sobre como os outros devem reagir diante da mudança. Apesar de ficar mais evidente naqueles que não entendem os doentes e as doenças, incorporando imprecisões e medos que não existem, o mesmo acontecem com os enfermos que se fecham em seus sentimentos a fim de evitar que os que ama sofram. É um círculo de ‘se’ que redunda em atuações tragicômicas.

Não vi que quem precisava mudar eram todos, inclusive eu mesmo. Proteger com a omissão da verdade e mentiras acaba abrindo brechas que rompem em algum momento. Supor que não estejam preparados para me ouvir é abrir margem para suposições intoleráveis. Se me calo, ouvem o que deixo escapar através do olhar e posturas admoestadoras. E no fim julgam estar certos quanto ao que queríamos esconder. E explode.

Por outro lado, se tudo for explanado, talvez você descubra que alguém precisava que você ficasse doente para evoluir. E um filho pode aprender muito com a inversão de papéis, aliás, ele sabe muito. Todos nascem onde desejam e as dificuldades não passam de lições. Observe...

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