A mente, sobretudo a mente
inconsciente ou subconsciente, armazena os princípios adquiridos com a
experiência. Ou seja, estabelecemos “leis pessoais” pautadas nas ideias
experimentadas e que ficam armazenadas no subconsciente com o intuito de nos
dirigir as ações conscientes. Costumamos chama-lo de ego. Infelizmente, a maioria
de nossas ideias, aquelas que se tornam leis pessoais, verdadeiros protocolos a
nos conduzir, surgem na infância e raramente são reavaliadas.
Qualquer conceito que apreendemos
de forma equivocada se torna uma diretriz. Esta diretriz fundamentalmente nasce
das observações de exemplos, em essência dos nossos pais, e passam pelo crivo
de nossas experiências que são, de certo modo, corruptíveis. Por isso o valor
dos primeiros exemplos, pais, na formação de experiências seguras que ficarão
armazenadas na mente. Por isso somos o espelho de nossos pais. Por mais que
neguemos as suas atitudes, e alguns até as odeiam, não podemos fugir de nossas “leis
pessoais”. O que eu posso dizer é que estas leis não são absolutas, nem
irrevogáveis, mas o primeiro passo é admitir que possuímos as mesmas falhas que
observamos em nossos exemplos. Mesmo aqueles que admiramos possuem as suas
fraquezas. Somos humanos ainda.
Admitindo as suas fraquezas – eu me
refiro a você e a mim –, é preciso aceitar que as ideias que construiu sobre
determinadas ações também podem ter sido compreendidas erroneamente. A pouca
experiência faz com que muitas das nossas admirações se consolidem antes de
serem raciocinadas adequadamente. Uma mente saudável é aquela que se coloca constantemente
em dúvida e reavalia os seus conceitos. Se este processo ocorrer depois de
alguns anos, poderá ser difícil, até doloroso. Quase uma quebra de paradigma
pessoal. Pode se apresentar como uma iluminação em alguns casos. Mas o maior
ganho seria se ocorresse sempre que nossas ideias fossem surgindo, sem medo de
rever. Admita que as suas ideias da infância jamais deveriam ter sido
consolidadas a ponto de serem mantidas como “leis pessoais” por toda a vida.
Toda ideia deve ser suplantada por outra melhor, senão qual a lógica de sermos
seres racionais?
Qual a vantagem em se manter as
ideias do passado, colhidas por uma mente frágil e suscetível a influências? Ou
você ainda acredita que a mente não muda? Este é o papel das doenças, forçar e
romper a carapaça de nossas ilusões.
Qual medo se esconde atrás de
você e te impede de transformar a vida? Ainda se justifica com palavras como:
Os meus pais faziam assim, portanto...
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