terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

CRAZY HORSE



Estava pensando no artigo que recuperei – MACACO LOUCO VS SOMBRAS – e cheguei à seguinte reinterpretação. Mas antes vamos relembrar: ‘Existem aspectos de nossa personalidade que ignoramos e outros que deliberadamente ocultamos dos outros, mas aqueles que ocultamos de nós mesmos são os piores. Não os desconhecemos, pensamos que não existem, porém é uma proteção de nós mesmos, de nossos mais ocultos medos e expressões’.

Oh!

Ademais, o confronto entre o[s] macaquinho[s] do sótão e as sombras não passa de um subterfúgio da mente. ‘O macaco louco não é uma manifestação das nossas sombras, é o aspecto de nosso eu que está pouco se lixando para as sombras. É a manifestação de nossa vontade de romper com as rígidas estruturas que criam os modelos que nos guiam’. Então é aí que precisamos desconfiar deste confronto teatralizado e admitir a intervenção de um mediador. Não, mediador não, um déspota [tirano]. Vou chama-lo de Crazy Horse ou Cavalo Louco.

Cavalo Louco foi um chefe indígena norte-americano que se impôs contra o governo federal americano. Ao lado de Touro Sentado, ele conduziu seus guerreiros durante a batalha de Little Bighorn, evento em que morreu o célebre General Custer. Um bom personagem para representar o nosso ‘eu superior’. E às vezes o nosso ‘eu’ se comporta assim, na verdade, quase sempre, sempre. Soa autoritário porque sabe e deve ser assim. Ele espera a oportunidade de se fazer presente e isto acontece quando o ego ‘macaco louco’ e as ‘sombras’ se cansam de lutar. E mesmo que nos pareça óbvio e lógico que os dois [ou mais] se enfrentem, isto nunca deixa de ser um teatro de marionetes.

Então você deve estar pensando que o Crazy Horse é o titereiro, o manipulador deste teatro. Bem, é. Também não é. Entre o ‘Ego’ e o ‘Eu interior’ existe um personagem mais graúdo, e este é outra história. Para fins de esclarecimento, quando você desiste de quem é, porque o seu ‘macaco louco’ já não quer brincar com as ‘sombras’, o Cavalo Louco assume o jogo. Porque ‘só os covardes são assassinos’, só o ego assassina aquilo que te define, inclusive os medos. E assim, num jogo de xadrez, o ‘macaco louco’ é o cavalo e as ‘sombras’ – medos, traumas, imperfeições, etc, - são os peões. O rei nunca é o rei. O adversário é você mesmo e o Cavalo Louco é a bússola que conhece o caminho e sabe muito bem como manipular os soldados para que façam o que deve ser feito. Mesmo que pareça uma emboscada. Nem Sacagawea seria capaz para apaziguar os ânimos.

Huf! Por vezes me sinto como o General Custer.

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