quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

FRATURA EXPOSTA.


De muitos modos possíveis, vivo tropeçando. Nos vários sentidos eu caio de modo à quase desistir de levantar, Por vezes o trauma me segura e o sangue arde. Mas na maioria das vezes eu levanto, já não é o caso das quedas imperceptíveis em que me demoro tentando distinguir para onde devo ir. Estamos sendo hackeados por nós mesmos.

Se você está pensando naquelas situações onde ficamos sem chão diante das inevitáveis ‘fraturas’ comportamentais que poderiam ter sido evitadas, você está certo. Coisas como ter certeza daquilo que busca para descobrir que te puxaram o tapete. Primeiro, a certeza nunca é certa, pois se fosse não aconteceriam problemas de percurso. Segundo, ninguém puxa o tapete, na verdade somos nós que tropeçamos no nosso ego, como se nossa sombra fosse como a do Peter Pan que precisava ser perseguida e costurada ao corpo.

O pior desta queda é se apoiar em algo chamado frustração como se ela fosse uma muleta que fica conosco enquanto a fratura não cicatrizar. Se bem que a muleta pode acabar sendo cômoda e ela se chamará ‘zona de conforto’ ou depressão, porém eu já falei disto.

A nossa maior glória não reside no fato de nunca cairmos, mas sim em levantarmo-nos sempre depois de cada queda. Oliver Goldsmith

Com o tempo você aprende a cair com classe e a se levantar com orgulho.
Cazuza

Todos caem, mas apenas os fracos continuam no chão... Bob Marley

Se eles dizem, então por que pensar que algo que nos faz tropeçar nos soa como infortúnio? Sempre fomos assim, desconfiados? No entanto a solução para esta fratura exposta é simplesmente mudar o tratamento, já que este é demorado e inconclusivo.

Estava escutando uma palestra sobre Programação Neuro-Linguistica e o terapeuta contava que tinha acabado de ler ‘Sapo em Príncipes’ quando um paciente o inquiriu sobre o tratamento psicológico estar demorando demais para eliminar a ‘fobia’. Ele disse que tinha lido sobre um tratamento que parecia bom demais para ser verdade, mas mesmo assim o paciente exigiu-o. Depois de aplicar um dos métodos, o terapeuta pediu que ele ‘reativasse a fobia’ – coisa de psicoterapia – e ele disse não conseguir. O trauma teria sumido? Para a surpresa do terapeuta o paciente não estava mentindo.

A questão é, existem muitas ‘soluções’ mas elas dependem do quanto você está disposto a abrir sua mente e para isso é preciso descartar suas certezas e aceitar coisas que podem estar além de sua compreensão. Isto é ter fé.

Constantemente caía. E me levantava com sofreguidão e impaciência, E se, talvez, o que me causa esta frustração seja o certo para mim? Já não sou capaz de aceitar que não sei e nem posso controlar os resultados? E que o errado seja o atalho para o certo. Mas tememos entrar no desconhecido... é mais fácil pensar que assim como estamos é melhor.

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