quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

019 - o que é ego segundo filosofia



O ego é o mecanismo de equilíbrio e domínio das funções psíquicas. Para o terapeuta, o ego é primordial para a manifestação do ser, mesmo que não perceba que ele é construído de personalidades, máscaras, que tendem a criar uma aparente adaptação a esta realidade. Estas personalidades permitem que sobrevivamos aos conflitos, nos modelando conforme as circunstâncias e, deste modo, recriando as personalidades. São como máscaras que apresentamos a certas pessoas e obstáculos com o intuito intermediar as nossas impressões com aquelas apresentadas pelo mundo exterior. São conjecturas que, por serem altamente adaptáveis, correm o risco de perderem a estabilidade, entre tantas, as emocionais.

Nas análises psicológicas, um dos mecanismos para o conhecimento da personalidade do homem, ou seja, do ego, é “a transferência que nada mais é que um fenômeno que ocorre na relação entre o paciente e o terapeuta, quando o desejo do paciente irá se apresentar atualizado, com uma repetição dos modelos infantis, as figuras parentais e seus substitutos serão transpostas para o analista, e assim sentimentos, desejos, impressões dos primeiros vínculos afetivos serão vivenciados e sentidos na atualidade”. Esta transferência supostamente controlada examina os arquétipos e os significados do paciente, ou seja, os aspectos “visíveis” do ego. Porém outras conexões acontecem, em um nível que podemos dizer sobrenaturais, como por exemplo, a intuição, a inspiração ou a premonição. Estas conexões se estabelecem entre o analista e o paciente quase que inconscientemente, pois existem pessoas que se conscientizam da transferência que também é uma contratransferência e acabam por influenciar o terapeuta sem que ele o perceba, como, por exemplo, um sentimento de empatia ou desconfiança ilógica. Estas transferências são responsáveis pela constante mudança do ego, criando infindáveis máscaras, ou você ainda acredita que age igualmente com todos!


Estas diferenças que existem ao julgarmos duas pessoas com duas medidas são adaptativas e se criam a partir de nossas conjecturas. É um mecanismo de defesa do ego, nos adaptar ao que recebemos do outro, das informações que recebemos e inconscientemente modificadas para que a consciência haja diante daquelas informações. Por isso, acertadamente, não somos capazes de saber que é o outro. Ele não passa de um espelho de nossas conjecturas que são transferidas para ele. Ele de posse destas informações cria uma máscara que melhor possa se comunicar conosco, possa protegê-lo, proteger o ego. Portanto, o que vemos no outro, em parte, é o que queremos ver. Quero dizer, o que penso ver eu conjecturo e esta impressão chega ao outro que REAGE criando uma máscara, uma personalidade.

Este sistema de transferência e contratransferência é dinâmica e ininterrupta, como se ocorresse constantemente um upload e um download de informações, portanto as máscaras são complexas e altamente adaptativas, como nos sistemas virtuais interativos, com,o vemos nos jogos on-line. Este ego, para se manter coeso, mantendo sua autoridade sobre nós, modifica a percepção da realidade conforme a sua necessidade de nos proteger. De quem? De nós mesmos. Quando criamos o medo, criamos o sofrimento, e o ego, para nos manter seguros usa a estratégia de nos manter ocupados. Eliminar o medo não é o seu objetivo, mas diminuir o sofrimento é. Assim sendo ele usará os nossos julgamentos para manter a sua existência. O ego é um mecanismo avançado no caminho da consciência, no entanto é só o caminho no qual aprenderemos a controlar a nossa mente. Conhecer as suas potencialidades e atingir o autoconhecimento que tanto esclarecem os filósofos é a finalização do ego.

“Lembre-se de que a nossa percepção do mundo é um reflexo do nosso estado de consciência. Não estamos separados dele e não há um mundo objetivo fora dele. A cada momento, a nossa consciência cria o mundo em que habitamos. Um dos maiores insights que a física moderna teve foi o da unidade entre o observador e o observado: a pessoa que conduz a experiência – a consciência observadora – não pode ser separada dos fenômenos observados, e uma nova maneira de olhar leva os fenômenos observados a se comportarem de maneira diferente. Se você acredita na separação e na luta pela sobrevivência, vê essa crença refletida à sua volta e as suas percepções acabam sendo governadas pelo medo. Você vive num mundo de morte, lutas, uns atacando e matando os outros.

Nada é o que parece ser. O mundo que você criou e vê através da mente pode parecer um lugar bem imperfeito, até mesmo um vale de lágrimas. Mas o que quer que você perceba é somente uma espécie de símbolo, como uma imagem em um sonho. É o jeito pelo qual a sua consciência interpreta e interage com a dança de energia molecular do universo. Essa energia é o material bruto da assim chamada realidade física. Você a vê em termos de corpos e de nascimento e morte, ou como uma luta pela sobrevivência. Existe um número infinito de interpretações diferentes, de mundos completamente diferentes, tudo dependendo do que a consciência percebe. Cada ser é um ponto focal da consciência e cada ponto focal cria o seu próprio mundo, embora todos esses mundos se interliguem. Existe um mundo humano, um mundo das formigas, um mundo dos golfinhos, etc. Existem incontáveis seres cuja frequência de consciência é tão diferente da nossa que provavelmente não temos consciência da existência deles, assim como eles não têm da nossa. Seres altamente conscientes da ligação que mantêm com a Fonte habitam um mundo que para nós pareceria com um domínio celeste. Mas ainda assim todos os mundos são basicamente um só.

No momento em que a consciência humana coletiva tiver se transformado, a natureza e o reino animal irão refletir essa transformação. Aqui está a afirmação da Bíblia de que no futuro o leão vai se deitar ao lado da ovelha. Isso aponta para a possibilidade de um ordenamento da realidade completamente diferente.

O mundo tal qual se apresenta para nós é em grande parte um reflexo da mente. Sendo o medo uma consequência inevitável da ilusão criada pelo ego, é um mundo dominado pelo medo. Assim como as imagens em um sonho são símbolos dos estados interiores e dos sentimentos, assim a nossa realidade coletiva é uma expressão simbólica do medo e das pesadas camadas de negatividade até agora acumuladas na psique coletiva humana. Não estamos separados do nosso mundo, então, quando a maioria dos humanos se tornar livre da ilusão egóica, essa mudança interior vai afetar toda a criação. [...] De acordo com São Paulo, toda a criação está à espera de que os homens obtenham a iluminação. É assim que interpreto suas palavras: A criação aguarda, com impaciência, a revelação dos filhos de Deus”. O Poder do Agora. Eckhart Tolle.

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