quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

017 - o que é ego segundo psicanálise

A minha percepção sobre o que é ego depende muito das minhas conclusões. E as tais conclusões surgem daquilo que nos modelam. Afinal, como todas as conclusões, elas também não passam de conjecturas. “Carl Gustav Jung considerava cada resposta à questão do significado como sendo uma interpretação humana, uma conjectura, uma confissão ou uma crença. Seja qual for a resposta dada à questão decisiva do significado da vida, sustentava que a resposta teria sido criada pela própria consciência de uma pessoa, e sua formulação, portanto, é um mito, uma vez que o homem não é capaz de descobrir a verdade absoluta. Sem um meio de estabelecer um significado objetivo, confiamos na verificação subjetiva como medida decisiva, e é nisto que analista e paciente também devem confiar psicoterapeuticamente”. [Dicionário de Análise Junguiana.] Se até ele considerava as interpretações como conjecturas, quem sou eu para me ater a racionalismos e regras.


Mas o que é ego? 


Através de Jung, e este por influência de Sigmund Freud, “o ego é a instância do aparelho psíquico que se constitui através das experiências do indivíduo e exerce, como princípio de realidade, função de controle sobre o seu comportamento, sendo grande parte de seu funcionamento inconsciente”. Eu não tenho uma visão tão materialista do ego, visto como um componente que somente exerce um equilíbrio entre a consciência e o inconsciente. E sobre o aparelho psíquico, deste modo, conclui que é o conjunto de conteúdos da consciência humana, ou dos estados e processos que estão na base da experiência subjetiva e do comportamento, e que têm uma ligação mais ou menos consciente com a percepção, o pensamento, a lembrança, a sensibilidade, a motivação e a ação. Assim sendo, jamais podemos extinguir o ego, pois ele é um mediador, e qualquer desequilíbrio constitui transtornos comportamentais, digo, neuroses ou psicoses, basicamente.


A este ego, os psicoterapeutas estabelecem regras, conjecturas, para conduzi-lo a um equilíbrio saudável, sem que haja anomalias comportamentais que, digamos, comprometam o equilíbrio social. O que gera conflitos indubitavelmente. Intolerâncias, preconceitos, padrões... Baseados, como Freud afirmava, em distúrbios provocados pelos desejos sexuais, a base de suas conjecturas. Enquanto Jung se desdobrava para conceituar a mente humana sem fazer referências às conexões amplas que chamaríamos de sobrenaturais ou daquelas pessoas detentoras de dons que supostamente lhe permitam conhecer coisas, dados, ocorrências etc. por meios sobrenaturais. Então ele reconceituou tudo como uma expressão do psiquismo humano, uma fantasia, um mito, uma infinidade de significados.


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