terça-feira, 12 de novembro de 2013

102 - ação e reação

Somos condicionados a entender e aceitar certos grupos. É a crença que fortalece uns e destrói outros. O propósito não é estimular a segregação ou buscar por justificativas. E também não se refere à nossa aceitação em certos grupos. Mas nós somos assim.

Se eu pertencer ao grupo de pessoas vencedoras e de sucesso, possivelmente a ideia que farei sobre as pessoas perdedoras será o reflexo de minhas experiências, portanto tenderá a ser parcial e preconceituosa. Ou pior, se o grupo não me aceitar – o que acontece com todos, variando a característica do grupo – automaticamente eu serei classificado em oposição, ou seja, se não sou bem sucedido, possivelmente sou um perdedor. Mas isto em relação a quê?

Estamos condicionados a pertencer a grupos, indiferente de nosso real desejo. Por vezes somos julgados por aquilo que não somos. Na mente humana não existe espaço para neutralidade, ou somos ou não somos. O discernimento não passa de um exercício que ainda está longe da nossa realidade, porém nada impossível.

O julgamento advém da classificação, seja da de raça, de cultura, de política, etc., sempre querem nos classificar. Se não queremos ser classificados, seremos por imposição dos meios. É um mecanismo que eu considero um meio hábil, entretanto isto demanda novas percepções. As pessoas que não desejam se envolver em determinados grupos são automaticamente julgados como de outro grupo, geralmente em oposição.

Os conflitos que nascem desta divisão e suas ideias, criam experiências que supomos serem infelicidades e sofrimentos ou superações e felicidades. Não me parece justo que alguns sofram e outros não?! Estamos julgando que, se existe o mal e o sofrimento como uma ação temporária, a felicidade também será. Condicionando a felicidade a um estado de permanente conquista, como se alguém pudesse acabar com a felicidade a qualquer momento.

A felicidade não é uma condição de conquista árdua, mas o sofrimento é uma âncora para a felicidade. O sofrimento nos convence de que a felicidade deve ser adquirida pelo esforço. Pura ilusão, pois a felicidade é uma característica intrínseca do ser que é distorcida porque acreditamos que ela é efêmera e condicionada à aquisição de bem-estar e conforto material.

Então, eu, como um doente, serei classificado como não-saudável e não poderei ser saudável. Não é possível um doente incurável ser saudável e vice-versa. Estou condicionado e depois serei julgado pelas minhas incapacidades. Aquelas que a sociedade determinou e prega, aquelas que eu acreditei por imposição da sociedade – determinando a autoestima – e aquelas que eu mesmo criei. 

Além de sermos julgados, costumamos nos autojulgar com certa intolerância e aversão. Tendemos a ser mais preconceituosos conosco que com os outros. Os outros podem errar e assim podemos anatematiza-los, contudo não aceitamos estar errados ou apontar as nossas falhas. Aceitar os erros é o primeiro passo para nos livrarmos desta divergência de ações, sem partidarismos, sem julgamentos e sem expectativas.


Transcende aos grupos.


O video sobre os jogos mentais que eu sugeri no post anterior, veja o efeito placebo.


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