sábado, 20 de fevereiro de 2016

AMNÉSIA




Foi um bom ano, mas mais impactante que os
demais porque tudo aquilo que parecia circunstancial e não-importante se juntaram para me mostrar o quanto tudo é imprescindível para o que chamamos de destino. Eu sei, você não acredita em destino, no máximo acolhe o livre-arbítrio como regra, porém nem tudo é preto no branco.

Passei por algumas situações onde estas ‘informações’ se chocaram e criaram situações inusitadas e quase apavorantes, se você considerar que realmente existam mais coisas entre o céu e a terra do que supõe a nossa vã filosofia. Uma delas culminou em uma sensação incomum e poderosa, mas eu já disse no artigo ‘ROLLING STONES’. O importante aqui é perceber que o destino é como uma autoestrada com começo, meio [hábil] e fim onde os ‘problemas do percalço’ podemos chamar de livre-arbítrio. E o mais legal nestes obstáculos é que, por mais importunos que pareçam, são o que deviam ser. E o mais legal ainda é que ninguém está sozinho, os obstáculos também interagem com o todo. Por certo você deve ser o obstáculo de alguém, mas tudo bem, é assim que deve ser.

O problema é que queremos ser únicos, todo-poderosos e dominar o caminho como se os outros fossem decoração – e são na verdade, ‘de coração’ – para nossos destinos. Longa história, porém não era disso que eu queria falar. A questão é que eu precisei descartar algumas verdades comuns porque elas se mostraram defeituosas, falhas em suas bases. O que você pensaria se, depois de dois anos sem andar, se submetesse a um tratamento alternativo e, poucos minutos depois, voltasse a andar?

Durou de três a quatro dias, contudo foi o suficiente para examinar certas verdades. Como alguém que – conforme médicos e nutricionistas – pode andar sem fisioterapia depois dos músculos se atrofiarem? Como eu posso confiar naqueles que se dizem autoridade se eles não compreendem tais ‘milagres’?


E esta não foi a primeira vez em que eu precisei rever minhas ações, porém foi a mais decisiva porque determinei agir segundo a minha percepção de mim mesmo, da ‘minha própria pessoa’, antes de ser submetido. Não estou afirmando que você troque o certo pelo duvidoso ou o duvidoso pelo certo. Mas que pondere o quanto você percebe e entende como está, em vez de aceitar tudo só porque é assim. Um medo tão avassalador, que parece ser só praticidade.

O grande esquecimento a ser extinto, ou melhor, aquilo que foi esquecido e devia ser lembrado. Não o que estou acostumado a acreditar, mas aquelas coisas que parecem estar à margem da consciência e rotulamos como ‘impossíveis’ ou ‘ mágicas’ ou ‘ilusórias’. Chega uma hora em que devemos esquecer o ‘naturalmente real’ e apostar no ‘vago’ como se este fosse a realidade. E para isso devemos abrir mão das nossas conjecturas e certezas e abraçar o ‘potencialmente extraordinário vago’. Eu sei, é difícil de explicar com letras.

Imagine-se com câncer inoperável e incurável e um diagnóstico de poucos meses sem qualquer possibilidade de cura. Então você desiste e espera confortavelmente, em família, a morte ser o menos dolorosa possível. Ou usa um medicamento natural que cura o câncer em poucos meses. Entretanto, mesmo que o quadro se modifique em dois meses, uma grande redução da doença possibilita que você entre em uma ‘zona de tratamento’ usando quimioterápicos, etc.

O ponto é que nos agarramos ao comum e preferimos segurar no tronco e seguir a correnteza ao invés de esperar um pouco mais a vinda dos socorristas, sendo que a espera acabará se mostrando mais rápida do que boiar até terra firme. Quero dizer, porque não continuar o tratamento alternativo e terminar curado sem efeitos colaterais, Temos medo do desconhecido, mesmo que este sinalize claramente sua competência. Preferimos nos agarrar ao conhecido, mesmo que ele não nos dê garantias.

E quando lemos e ouvimos e vemos casos de cura que nos parecem inacreditáveis? Parece que preferimos negar algo extraordinário porque nos acostumamos a controlar os resultados. Que a cura depende da medicina e que os sintomas devem ser os descritos pelas autoridades médicas. E se você andar mesmo que digam ser impossível? Decreto o fim? Quando eu chegar lá eu te digo.

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