quinta-feira, 16 de maio de 2013

percepções constituem a realidade




Um ser é constituído de suas percepções, o mundo está ao alcance dos cinco sentidos – devemos até considerar um sexto. No sutra do coração Buda diz: 

Oh Shariputra, todos os dharmas [doutrinas] são vazios, nem surgem, nem findam; nem são impuros nem puros, destituídos de acréscimos ou perdas; assim, no vazio não há forma, nem sensação, conceituação, discriminação ou consciência; nem olhos, ouvidos, nariz, língua, corpo, mente; nem cor, nem som, nem cheiro, nem sabor, nem tato, nem fenômeno; nem campo da visão, nem campo da audição, nem campo do olfato, nem campo gustativo, nem campo táctil, nem campo da consciência;...”

Se não há forma, não há sensação, conceituação, discriminação ou consciência, no entanto ainda nos prendemos à forma, nem por isso as percepções são falhas. Há um erro em admitir que todas as conceituações sejam equânimes, que os significados sejam conclusivos e, sobretudo classificados. Um método, uma regra, uma lei que determina que as coisas sejam exatamente como são. As nossas percepções ou conceituações – definições, avaliações, julgamentos e formatações – são, com raras exceções, quase sempre estabelecidas por nossas sensações físicas. Significamos ou conceituamos estas sensações para discriminar, distinguir, discernir. Estas conclusões dão forma aos pensamentos, à nossa consciência que nada mais é que o sentimento ou conhecimento que permite ao ser humano vivenciar, experimentar ou compreender aspectos ou a totalidade de seu mundo interior. Mas se as informações captadas pelos nossos sensores forem falhas, todas as etapas seguintes serão errôneas. 

Há de se considerar que, entre as sensações do nosso corpo, existam aquelas sutis, subjetivas, inconclusivas. Que nos impedem de tomar decisões plenamente lógicas, uma intuição, uma impressão vaga, outras vezes são suplantadas por forças ilógicas que destacamos como diretrizes. Ou seja, somos guiados por sensações indeterminadas, inexplicáveis, ininteligíveis. Por amor defenderíamos um assassino, mesmo que a lógica ditasse que... Somos todos, seres de percepções, sejam invisíveis ou não, e estas percepções ditam o jogo.


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