Prefácio do
livro O Código Divino da Vida por
Cristina Cairo
Convivo
com médicos e pesquisadores há muitos anos e, por ser uma pesquisadora
inquieta, compreendo o fato de os cientistas serem tão vaidosos e competitivos.
Não faço parte de grupo científico, mas troco informações, converso, aprendo
com os cientistas durante minhas jornadas em busca da cura das doenças pelo equilíbrio
das emoções e pela força do amor. Encontrei diversas literaturas de médicos
cientistas comprovando a cura das doenças pelo autoconhecimento e pude me
sentir mais segura frente a uma
sociedade sedenta de cura, mas cética.
Dr. Paul Pearsall, especialista em
psiconeuroimunologia, expõe o conhecimento sobre a cardiologia energética e
afirma: “O coração é mais do que apenas uma bomba; ele reage à sinfonia celular
que é a própria essência do nosso ser”.
Dr. Daniel G. Amen, neurologista,
mostra a influência dos pensamentos e emoções sobre a saúde do cérebro, que
interferem na própria química cerebral. O dr. Deepack Chopra, médico indiano,
revela que, através de neurotransmissores como os peptídios, as informações de
nossos pensamentos positivos ou negativos são transmitidas ao nosso organismo
pela química que produzirá a cura, a doença ou a transformação física.
Há centenas de médicos cientistas
correndo contra o tempo para desvendar, ainda mais, o complexo organismo
humano, mas ao ler a obra Código Divino da Vida, de Kazuo Murakami,
senti que a ciência, finalmente, está se aproximando das respostas e soluções
para os problemas da vida: “doença, velhice e morte”. Dr. Kazuo, com seus
esforços e persistência, conseguiu decifrar todo o código genético da renina
humana. Afirma que o gene não envelhece e que possuímos potencial para tudo o
que desejarmos ser na vida, contanto que haja dedicação e exposição a novos
ambientes. Acima de tudo dr. Murakami garante que o pensamento positivo
influencia e liga o gene positivo, enquanto que o pensamento negativo
influencia e liga o gene negativo e destrutivo. Em suas pesquisas sobre a
influência do riso na ativação dos genes,constatou uma estreita relação entre o
riso e a redução marcante dos níveis de açúcar no sangue em diabéticos, após as
refeições. Queridos leitores, vocês encontrarão nesta maravilhosa obra o que
seus corações sempre acreditaram mas nunca puderam constatar: que, realmente,
seu pensamento pode curar seu corpo e rejuvenecê-lo. Dr. Kazuo Murakami diz que
desejos fervorosos chegam aos céus, mas na verdade chegam mesmo aos genes.
Murakami escreveu esta obra de uma forma simples para que todos possam
compreender sobre sua grande descoberta, a decodificação do gene humano, e
compartilhar de sua alegria.
Suas histórias das dificuldades para
realizar descobertas significativas e a competição entre os cientistas nos revelam a grande responsabilidade que
carregam nas costas para alavancar a medicina, a psicologia e todas as áreas
que se preocupam em curar vidas. Eu me sinto amparada pelas descobertas de
Murakami porque agora, mais do que antes, tenho convicção plena de que estou no
caminho certo com a Linguagem do Corpo para a cura.
Para finalizar este prefácio quero
expor minha opinião quanto aos cientistas: penso que, se todos se unissem com
suas descobertas numa grande convenção, eles mesmos chegariam à conclusão de
que, juntos, já descobriram a solução para os problemas da vida: “doença,
velhice e morte”.
Por Kazuo Murakami.
Em outubro de 2004, fui convidado,
junto com outros nove cientistas e visionários, a participar do debate
“Diálogos entre o Budismo e a Ciência”, um encontro bianual promovido por Sua
Santidade o Dalai Lama, em sua residência em Dharamsala, Índia.
O Dalai Lama já havia lido sobre minha
pesquisa a respeito da influência do riso na ativação dos genes e demonstrou
grande interesse pelo assunto. O ator Richard Gere, outro convidado, também
manifestou enorme interesse por minha apresentação. Este livro aborda quase
todos os assuntos discutidos naquele encontro.
As pesquisas no campo das ciências
naturais estão progredindo de forma rápida e surpreendente, superando até mesmo
as expectativas daqueles que atuam nessa área. O genoma humano foi decodificado
há poucos anos e agora já dispomos dos meios e do conhecimento necessários para
decifrar o corpo humano. Apesar de inicialmente termos acreditado que, ao
decifrar o código genético, entenderíamos o mistério da vida, torna-se cada vez
mais evidente que a vida não é algo tão simples. Quanto mais estudamos uma
única célula sequer, mais nos damos conta de sua complexidade. Eu faço pesquisa
na área de ciências naturais há mais de quarenta anos, sendo que, nos últimos
vinte, dediquei-me mais à pesquisa genética. O objetivo deste livro é
transmitir a inspiração, a surpresa e o maravilhamento evocados em mim tanto
pelo conteúdo quanto pelo processo dessa pesquisa e, ao mesmo tempo,
compartilhar com você a maneira de aplicar algumas dessas percepções na sua
própria vida.
Há dois assuntos em particular que gostaria
de dividir com você. O primeiro deles é a surpreendente descoberta de que os
nossos genes não são imutáveis, mas se alteram em resposta a diversos fatores.
Quantas pessoas no mundo culpam os pais por suas inaptidões como, por exemplo,
a inabilidade nos esportes? É certo que a hereditariedade influencia
características e habilidades individuais. No entanto, apesar de nossos traços
serem transmitidos geneticamente, nossos genes são equipados com um mecanismo
liga-desliga. A prática regular de exercícios, por exemplo, ativa os genes
benéficos, aumentando o tônus muscular e aprimorando a saúde, além de,
simultaneamente, desativar genes prejudiciais.
O meio ambiente também pode ser
responsável pela ativação desse mecanismo. De acordo com minhas pesquisas e
experiências pessoais, a exposição a um ambiente diferente pode estimular os
genes benéficos, liberando o nosso potencial. Ainda mais surpreendente é o fato
de esse mecanismo liga-desliga poder ser acionado por uma atitude mental.
Pesquisas recentes demonstram que a nossa maneira de pensar pode ativar ou
desativar nossos genes. Em um recente experimento, que descreverei mais
adiante, encontrei uma estreita relação entre o riso e a redução marcante dos
níveis de açúcar no sangue em diabéticos, após as refeições. Posteriormente,
identificamos os genes específicos que são ativados pelo riso, provando, pela
primeira vez, que emoções positivas podem acionar o botão genético. Aprender
como ativar genes benéficos e desativar genes prejudiciais pode abrir infinitas
possibilidades de expansão do potencial humano.
O segundo assunto apresentado neste
livro é a visão de um cientista sobre o que torna possível todas as maravilhas
que nos cercam. O foco do trabalho da minha vida tem sido o sistema
enzimático/hormonal, bem como os genes que governam a hipertensão. Mas depois
de quase um século de extensas pesquisas realizadas por vários cientistas
competentes, ainda há muito desconhecimento, mesmo sobre esse assunto
específico. O mecanismo da vida é um mistério surpreendente.
As pessoas falam de “viver” como se
isso fosse algo simples, mas nenhum de nós conseguiria sobreviver
exclusivamente por meio de esforços conscientes. Todas as nossas funções
vitais, reguladas pelo funcionamento autônomo dos sistemas hormonal e nervoso,
incluindo a respiração e a circulação sanguínea, operam ininterruptamente para
assegurar nossa sobrevivência, sem qualquer esforço ou intervenção de nossa
parte. O controle desses sistemas vitais é feito por nossos genes que, para
tanto, precisam atuar em perfeita harmonia. Quando um gene é ativado, outro
reage interrompendo ou intensificando sua atuação, e assim o sistema inteiro é
afinado e regulado. É pouco provável que esse fantástico nível de organização
ocorra por mera coincidência. Deve haver algo maior que seja responsável pela
harmonia existente no mundo. Alguns falam de Deus, mas, como cientista, prefiro
denominá-lo “Algo Maior”. Apesar de essa força ser invisível e imperceptível
aos nossos outros sentidos, meu trabalho no campo das ciências naturais me
levou a uma forte consciência de sua existência. Decifrar o código genético
humano é um feito incrível, porém, o mais surpreendente é o fato de o próprio
código ter sido impresso em nossos genes. Sabemos que não fomos nós que o
escrevemos, mas sabemos também que não poderia ser um processo aleatório. O
código genético, cujo conteúdo equivale ao volume de milhares de livros, está
contido no espaço minúsculo de uma célula, além de controlá-la de modo ainda
misterioso, porém incontestável.
Faz parte da natureza humana tentar
desvendar o desconhecido e entender o incompreensível. “O que há de novo?” – é
o refrão dos cientistas que demonstra que o destino da ciência é
desenvolver-se. Enquanto existir curiosidade, esse progresso não terá fim.
Novos avanços e descobertas, especialmente no campo das ciências naturais,
produzem resultados imediatos, como o desenvolvimento de novas tecnologias, o
aperfeiçoamento de técnicas de reprodução animal e a produção de novos
medicamentos. Mas tais avanços também podem ter consequências desastrosas, uma
vez que tanto a ciência quanto a tecnologia podem ser facilmente manipuladas
para satisfazer interesses econômicos e ambições pessoais. Enquanto não
encontrarmos uma forma de controlar esses instintos do ser humano, a ciência
será sempre uma faca de dois gumes.
A questão principal em relação aos
clones humanos não se refere à tecnologia propriamente dita, mas à ambição
humana. Até onde devemos ir? É correto criarmos uma cópia física de nós mesmos
simplesmente porque assim o desejamos? Embora a ciência e a tecnologia tenham
tornado essa façanha possível, cabe às pessoas decidir se querem ou não
fazê-lo. Infelizmente, sabemos que tais decisões podem ser tomadas com base em
interesses egoístas. Mas não devemos ser arrogantes. Em vez disso, devemos nos
lembrar que a vida, inclusive a nossa, é um presente do “Algo Maior” e não
fruto da criação ou da ambição humana.
Precisamos desenvolver em nós o
discernimento e o respeito para sermos capazes de nos conter e evitar
transgredir as leis naturais, mesmo que isso seja tecnicamente possível. Porém,
o autocontrole baseado somente na ética não é suficiente. Ele deve nascer do
conhecimento de que não existimos somente graças às nossas próprias forças e
meios, mas graças a inúmeras outras vidas que sustentam a nossa. Se formos
capazes de viver com gratidão e valorizar essa dádiva, conseguiremos ativar
determinados genes adormecidos e abrir as portas para um novo e maravilhoso
modo de vida.
Como fundador do Institute for the
Study of the Mind- Gene Relationship, estou trabalhando em um projeto cujo objetivo é provar a hipótese de que a
felicidade, a alegria, a inspiração, a gratidão e a oração podem ativar os
genes benéficos. O resultado do experimento relativo ao riso é a nossa primeira
descoberta. À medida que a pesquisa progride, poderá explicar os ensinamentos
de Buda e de Cristo, descrevendo-os como mecanismos de ativação e desativação
genética.
Se há vinte anos eu tivesse ousado afirmar
que emoções positivas podem ativar os genes, teria sido extremamente criticado
pela falta de rigor científico. No entanto, com o passar do tempo, o número de
cientistas que compartilham de minhas convicções tem aumentado. De fato,
cientistas em todo o mundo têm realizado experimentos com o objetivo de
compreender a forma pela qual os fatores psicológicos influenciam os fatores
físicos. É preciso mudar o conceito equivocado de que a mente e o corpo
funcionam separadamente. Enquanto isso não acontecer, será difícil erradicar
doenças usando apenas os métodos científicos convencionais.
Os cientistas, como integrantes de uma
comunidade internacional, devem dedicar mais esforços e recursos ao estudo da
mente. No mundo de hoje, existem vários problemas que parecem insolúveis. Para
que possamos resolvê-los, é fundamental que a ciência e a espiritualidade
caminhem juntas e se complementem.
Espero que este livro possa contribuir
para esse propósito. Na minha busca por entendimento, tive a felicidade de
conhecer várias pessoas maravilhosas. Sinto gratidão especial ao dr. Reona
Ezaki, ganhador de um prêmio Nobel e reitor da Universidade de Tsukuba; e
também ao dr. Hisateru Mitsuda, professor emérito da Universidade de Kyoto e
meu eterno mentor. Ambos me orientaram por vários anos e aproveito esta
oportunidade para expressar-lhes meus sinceros agradecimentos.
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