terça-feira, 8 de outubro de 2013

kazuo murakami



Prefácio do livro O Código Divino da Vida por Cristina Cairo

Convivo com médicos e pesquisadores há muitos anos e, por ser uma pesquisadora inquieta, compreendo o fato de os cientistas serem tão vaidosos e competitivos. Não faço parte de grupo científico, mas troco informações, converso, aprendo com os cientistas durante minhas jornadas em busca da cura das doenças pelo equilíbrio das emoções e pela força do amor. Encontrei diversas literaturas de médicos cientistas comprovando a cura das doenças pelo autoconhecimento e pude me sentir mais  segura frente a uma sociedade sedenta de cura, mas cética.

Dr. Paul Pearsall, especialista em psiconeuroimunologia, expõe o conhecimento sobre a cardiologia energética e afirma: “O coração é mais do que apenas uma bomba; ele reage à sinfonia celular que é a própria essência do nosso ser”. 
 
Dr. Daniel G. Amen, neurologista, mostra a influência dos pensamentos e emoções sobre a saúde do cérebro, que interferem na própria química cerebral. O dr. Deepack Chopra, médico indiano, revela que, através de neurotransmissores como os peptídios, as informações de nossos pensamentos positivos ou negativos são transmitidas ao nosso organismo pela química que produzirá a cura, a doença ou a transformação física.
 
Há centenas de médicos cientistas correndo contra o tempo para desvendar, ainda mais, o complexo organismo humano, mas ao ler a obra Código Divino da Vida, de Kazuo Murakami, senti que a ciência, finalmente, está se aproximando das respostas e soluções para os problemas da vida: “doença, velhice e morte”. Dr. Kazuo, com seus esforços e persistência, conseguiu decifrar todo o código genético da renina humana. Afirma que o gene não envelhece e que possuímos potencial para tudo o que desejarmos ser na vida, contanto que haja dedicação e exposição a novos ambientes. Acima de tudo dr. Murakami garante que o pensamento positivo influencia e liga o gene positivo, enquanto que o pensamento negativo influencia e liga o gene negativo e destrutivo. Em suas pesquisas sobre a influência do riso na ativação dos genes,constatou uma estreita relação entre o riso e a redução marcante dos níveis de açúcar no sangue em diabéticos, após as refeições. Queridos leitores, vocês encontrarão nesta maravilhosa obra o que seus corações sempre acreditaram mas nunca puderam constatar: que, realmente, seu pensamento pode curar seu corpo e rejuvenecê-lo. Dr. Kazuo Murakami diz que desejos fervorosos chegam aos céus, mas na verdade chegam mesmo aos genes. Murakami escreveu esta obra de uma forma simples para que todos possam compreender sobre sua grande descoberta, a decodificação do gene humano, e compartilhar de sua alegria.
 
Suas histórias das dificuldades para realizar descobertas significativas e a competição entre os cientistas nos  revelam a grande responsabilidade que carregam nas costas para alavancar a medicina, a psicologia e todas as áreas que se preocupam em curar vidas. Eu me sinto amparada pelas descobertas de Murakami porque agora, mais do que antes, tenho convicção plena de que estou no caminho certo com a Linguagem do Corpo para a cura. 
 
Para finalizar este prefácio quero expor minha opinião quanto aos cientistas: penso que, se todos se unissem com suas descobertas numa grande convenção, eles mesmos chegariam à conclusão de que, juntos, já descobriram a solução para os problemas da vida: “doença, velhice e morte”. 

Por Kazuo Murakami.
 
Em outubro de 2004, fui convidado, junto com outros nove cientistas e visionários, a participar do debate “Diálogos entre o Budismo e a Ciência”, um encontro bianual promovido por Sua Santidade o Dalai Lama, em sua residência em Dharamsala, Índia. 
 
O Dalai Lama já havia lido sobre minha pesquisa a respeito da influência do riso na ativação dos genes e demonstrou grande interesse pelo assunto. O ator Richard Gere, outro convidado, também manifestou enorme interesse por minha apresentação. Este livro aborda quase todos os assuntos discutidos naquele encontro.
 
As pesquisas no campo das ciências naturais estão progredindo de forma rápida e surpreendente, superando até mesmo as expectativas daqueles que atuam nessa área. O genoma humano foi decodificado há poucos anos e agora já dispomos dos meios e do conhecimento necessários para decifrar o corpo humano. Apesar de inicialmente termos acreditado que, ao decifrar o código genético, entenderíamos o mistério da vida, torna-se cada vez mais evidente que a vida não é algo tão simples. Quanto mais estudamos uma única célula sequer, mais nos damos conta de sua complexidade. Eu faço pesquisa na área de ciências naturais há mais de quarenta anos, sendo que, nos últimos vinte, dediquei-me mais à pesquisa genética. O objetivo deste livro é transmitir a inspiração, a surpresa e o maravilhamento evocados em mim tanto pelo conteúdo quanto pelo processo dessa pesquisa e, ao mesmo tempo, compartilhar com você a maneira de aplicar algumas dessas percepções na sua própria vida. 
 
Há dois assuntos em particular que gostaria de dividir com você. O primeiro deles é a surpreendente descoberta de que os nossos genes não são imutáveis, mas se alteram em resposta a diversos fatores. Quantas pessoas no mundo culpam os pais por suas inaptidões como, por exemplo, a inabilidade nos esportes? É certo que a hereditariedade influencia características e habilidades individuais. No entanto, apesar de nossos traços serem transmitidos geneticamente, nossos genes são equipados com um mecanismo liga-desliga. A prática regular de exercícios, por exemplo, ativa os genes benéficos, aumentando o tônus muscular e aprimorando a saúde, além de, simultaneamente, desativar genes prejudiciais.
 
O meio ambiente também pode ser responsável pela ativação desse mecanismo. De acordo com minhas pesquisas e experiências pessoais, a exposição a um ambiente diferente pode estimular os genes benéficos, liberando o nosso potencial. Ainda mais surpreendente é o fato de esse mecanismo liga-desliga poder ser acionado por uma atitude mental. Pesquisas recentes demonstram que a nossa maneira de pensar pode ativar ou desativar nossos genes. Em um recente experimento, que descreverei mais adiante, encontrei uma estreita relação entre o riso e a redução marcante dos níveis de açúcar no sangue em diabéticos, após as refeições. Posteriormente, identificamos os genes específicos que são ativados pelo riso, provando, pela primeira vez, que emoções positivas podem acionar o botão genético. Aprender como ativar genes benéficos e desativar genes prejudiciais pode abrir infinitas possibilidades de expansão do potencial humano. 
 
O segundo assunto apresentado neste livro é a visão de um cientista sobre o que torna possível todas as maravilhas que nos cercam. O foco do trabalho da minha vida tem sido o sistema enzimático/hormonal, bem como os genes que governam a hipertensão. Mas depois de quase um século de extensas pesquisas realizadas por vários cientistas competentes, ainda há muito desconhecimento, mesmo sobre esse assunto específico. O mecanismo da vida é um mistério surpreendente.
 
As pessoas falam de “viver” como se isso fosse algo simples, mas nenhum de nós conseguiria sobreviver exclusivamente por meio de esforços conscientes. Todas as nossas funções vitais, reguladas pelo funcionamento autônomo dos sistemas hormonal e nervoso, incluindo a respiração e a circulação sanguínea, operam ininterruptamente para assegurar nossa sobrevivência, sem qualquer esforço ou intervenção de nossa parte. O controle desses sistemas vitais é feito por nossos genes que, para tanto, precisam atuar em perfeita harmonia. Quando um gene é ativado, outro reage interrompendo ou intensificando sua atuação, e assim o sistema inteiro é afinado e regulado. É pouco provável que esse fantástico nível de organização ocorra por mera coincidência. Deve haver algo maior que seja responsável pela harmonia existente no mundo. Alguns falam de Deus, mas, como cientista, prefiro denominá-lo “Algo Maior”. Apesar de essa força ser invisível e imperceptível aos nossos outros sentidos, meu trabalho no campo das ciências naturais me levou a uma forte consciência de sua existência. Decifrar o código genético humano é um feito incrível, porém, o mais surpreendente é o fato de o próprio código ter sido impresso em nossos genes. Sabemos que não fomos nós que o escrevemos, mas sabemos também que não poderia ser um processo aleatório. O código genético, cujo conteúdo equivale ao volume de milhares de livros, está contido no espaço minúsculo de uma célula, além de controlá-la de modo ainda misterioso, porém incontestável. 
 
Faz parte da natureza humana tentar desvendar o desconhecido e entender o incompreensível. “O que há de novo?” – é o refrão dos cientistas que demonstra que o destino da ciência é desenvolver-se. Enquanto existir curiosidade, esse progresso não terá fim. Novos avanços e descobertas, especialmente no campo das ciências naturais, produzem resultados imediatos, como o desenvolvimento de novas tecnologias, o aperfeiçoamento de técnicas de reprodução animal e a produção de novos medicamentos. Mas tais avanços também podem ter consequências desastrosas, uma vez que tanto a ciência quanto a tecnologia podem ser facilmente manipuladas para satisfazer interesses econômicos e ambições pessoais. Enquanto não encontrarmos uma forma de controlar esses instintos do ser humano, a ciência será sempre uma faca de dois gumes.
 
A questão principal em relação aos clones humanos não se refere à tecnologia propriamente dita, mas à ambição humana. Até onde devemos ir? É correto criarmos uma cópia física de nós mesmos simplesmente porque assim o desejamos? Embora a ciência e a tecnologia tenham tornado essa façanha possível, cabe às pessoas decidir se querem ou não fazê-lo. Infelizmente, sabemos que tais decisões podem ser tomadas com base em interesses egoístas. Mas não devemos ser arrogantes. Em vez disso, devemos nos lembrar que a vida, inclusive a nossa, é um presente do “Algo Maior” e não fruto da criação ou da ambição humana.
 
Precisamos desenvolver em nós o discernimento e o respeito para sermos capazes de nos conter e evitar transgredir as leis naturais, mesmo que isso seja tecnicamente possível. Porém, o autocontrole baseado somente na ética não é suficiente. Ele deve nascer do conhecimento de que não existimos somente graças às nossas próprias forças e meios, mas graças a inúmeras outras vidas que sustentam a nossa. Se formos capazes de viver com gratidão e valorizar essa dádiva, conseguiremos ativar determinados genes adormecidos e abrir as portas para um novo e maravilhoso modo de vida.
 
Como fundador do Institute for the Study of the Mind- Gene Relationship, estou trabalhando em um projeto cujo  objetivo é provar a hipótese de que a felicidade, a alegria, a inspiração, a gratidão e a oração podem ativar os genes benéficos. O resultado do experimento relativo ao riso é a nossa primeira descoberta. À medida que a pesquisa progride, poderá explicar os ensinamentos de Buda e de Cristo, descrevendo-os como mecanismos de ativação e desativação genética. 
 
Se há vinte anos eu tivesse ousado afirmar que emoções positivas podem ativar os genes, teria sido extremamente criticado pela falta de rigor científico. No entanto, com o passar do tempo, o número de cientistas que compartilham de minhas convicções tem aumentado. De fato, cientistas em todo o mundo têm realizado experimentos com o objetivo de compreender a forma pela qual os fatores psicológicos influenciam os fatores físicos. É preciso mudar o conceito equivocado de que a mente e o corpo funcionam separadamente. Enquanto isso não acontecer, será difícil erradicar doenças usando apenas os métodos científicos convencionais. 
 
Os cientistas, como integrantes de uma comunidade internacional, devem dedicar mais esforços e recursos ao estudo da mente. No mundo de hoje, existem vários problemas que parecem insolúveis. Para que possamos resolvê-los, é fundamental que a ciência e a espiritualidade caminhem juntas e se complementem. 
 
Espero que este livro possa contribuir para esse propósito. Na minha busca por entendimento, tive a felicidade de conhecer várias pessoas maravilhosas. Sinto gratidão especial ao dr. Reona Ezaki, ganhador de um prêmio Nobel e reitor da Universidade de Tsukuba; e também ao dr. Hisateru Mitsuda, professor emérito da Universidade de Kyoto e meu eterno mentor. Ambos me orientaram por vários anos e aproveito esta oportunidade para expressar-lhes meus sinceros agradecimentos. 




Nenhum comentário:

Postar um comentário