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terça-feira, 8 de outubro de 2013

kazuo murakami



Prefácio do livro O Código Divino da Vida por Cristina Cairo

Convivo com médicos e pesquisadores há muitos anos e, por ser uma pesquisadora inquieta, compreendo o fato de os cientistas serem tão vaidosos e competitivos. Não faço parte de grupo científico, mas troco informações, converso, aprendo com os cientistas durante minhas jornadas em busca da cura das doenças pelo equilíbrio das emoções e pela força do amor. Encontrei diversas literaturas de médicos cientistas comprovando a cura das doenças pelo autoconhecimento e pude me sentir mais  segura frente a uma sociedade sedenta de cura, mas cética.

Dr. Paul Pearsall, especialista em psiconeuroimunologia, expõe o conhecimento sobre a cardiologia energética e afirma: “O coração é mais do que apenas uma bomba; ele reage à sinfonia celular que é a própria essência do nosso ser”. 
 
Dr. Daniel G. Amen, neurologista, mostra a influência dos pensamentos e emoções sobre a saúde do cérebro, que interferem na própria química cerebral. O dr. Deepack Chopra, médico indiano, revela que, através de neurotransmissores como os peptídios, as informações de nossos pensamentos positivos ou negativos são transmitidas ao nosso organismo pela química que produzirá a cura, a doença ou a transformação física.
 
Há centenas de médicos cientistas correndo contra o tempo para desvendar, ainda mais, o complexo organismo humano, mas ao ler a obra Código Divino da Vida, de Kazuo Murakami, senti que a ciência, finalmente, está se aproximando das respostas e soluções para os problemas da vida: “doença, velhice e morte”. Dr. Kazuo, com seus esforços e persistência, conseguiu decifrar todo o código genético da renina humana. Afirma que o gene não envelhece e que possuímos potencial para tudo o que desejarmos ser na vida, contanto que haja dedicação e exposição a novos ambientes. Acima de tudo dr. Murakami garante que o pensamento positivo influencia e liga o gene positivo, enquanto que o pensamento negativo influencia e liga o gene negativo e destrutivo. Em suas pesquisas sobre a influência do riso na ativação dos genes,constatou uma estreita relação entre o riso e a redução marcante dos níveis de açúcar no sangue em diabéticos, após as refeições. Queridos leitores, vocês encontrarão nesta maravilhosa obra o que seus corações sempre acreditaram mas nunca puderam constatar: que, realmente, seu pensamento pode curar seu corpo e rejuvenecê-lo. Dr. Kazuo Murakami diz que desejos fervorosos chegam aos céus, mas na verdade chegam mesmo aos genes. Murakami escreveu esta obra de uma forma simples para que todos possam compreender sobre sua grande descoberta, a decodificação do gene humano, e compartilhar de sua alegria.
 
Suas histórias das dificuldades para realizar descobertas significativas e a competição entre os cientistas nos  revelam a grande responsabilidade que carregam nas costas para alavancar a medicina, a psicologia e todas as áreas que se preocupam em curar vidas. Eu me sinto amparada pelas descobertas de Murakami porque agora, mais do que antes, tenho convicção plena de que estou no caminho certo com a Linguagem do Corpo para a cura. 
 
Para finalizar este prefácio quero expor minha opinião quanto aos cientistas: penso que, se todos se unissem com suas descobertas numa grande convenção, eles mesmos chegariam à conclusão de que, juntos, já descobriram a solução para os problemas da vida: “doença, velhice e morte”. 

Por Kazuo Murakami.
 
Em outubro de 2004, fui convidado, junto com outros nove cientistas e visionários, a participar do debate “Diálogos entre o Budismo e a Ciência”, um encontro bianual promovido por Sua Santidade o Dalai Lama, em sua residência em Dharamsala, Índia. 
 
O Dalai Lama já havia lido sobre minha pesquisa a respeito da influência do riso na ativação dos genes e demonstrou grande interesse pelo assunto. O ator Richard Gere, outro convidado, também manifestou enorme interesse por minha apresentação. Este livro aborda quase todos os assuntos discutidos naquele encontro.
 
As pesquisas no campo das ciências naturais estão progredindo de forma rápida e surpreendente, superando até mesmo as expectativas daqueles que atuam nessa área. O genoma humano foi decodificado há poucos anos e agora já dispomos dos meios e do conhecimento necessários para decifrar o corpo humano. Apesar de inicialmente termos acreditado que, ao decifrar o código genético, entenderíamos o mistério da vida, torna-se cada vez mais evidente que a vida não é algo tão simples. Quanto mais estudamos uma única célula sequer, mais nos damos conta de sua complexidade. Eu faço pesquisa na área de ciências naturais há mais de quarenta anos, sendo que, nos últimos vinte, dediquei-me mais à pesquisa genética. O objetivo deste livro é transmitir a inspiração, a surpresa e o maravilhamento evocados em mim tanto pelo conteúdo quanto pelo processo dessa pesquisa e, ao mesmo tempo, compartilhar com você a maneira de aplicar algumas dessas percepções na sua própria vida. 
 
Há dois assuntos em particular que gostaria de dividir com você. O primeiro deles é a surpreendente descoberta de que os nossos genes não são imutáveis, mas se alteram em resposta a diversos fatores. Quantas pessoas no mundo culpam os pais por suas inaptidões como, por exemplo, a inabilidade nos esportes? É certo que a hereditariedade influencia características e habilidades individuais. No entanto, apesar de nossos traços serem transmitidos geneticamente, nossos genes são equipados com um mecanismo liga-desliga. A prática regular de exercícios, por exemplo, ativa os genes benéficos, aumentando o tônus muscular e aprimorando a saúde, além de, simultaneamente, desativar genes prejudiciais.
 
O meio ambiente também pode ser responsável pela ativação desse mecanismo. De acordo com minhas pesquisas e experiências pessoais, a exposição a um ambiente diferente pode estimular os genes benéficos, liberando o nosso potencial. Ainda mais surpreendente é o fato de esse mecanismo liga-desliga poder ser acionado por uma atitude mental. Pesquisas recentes demonstram que a nossa maneira de pensar pode ativar ou desativar nossos genes. Em um recente experimento, que descreverei mais adiante, encontrei uma estreita relação entre o riso e a redução marcante dos níveis de açúcar no sangue em diabéticos, após as refeições. Posteriormente, identificamos os genes específicos que são ativados pelo riso, provando, pela primeira vez, que emoções positivas podem acionar o botão genético. Aprender como ativar genes benéficos e desativar genes prejudiciais pode abrir infinitas possibilidades de expansão do potencial humano. 
 
O segundo assunto apresentado neste livro é a visão de um cientista sobre o que torna possível todas as maravilhas que nos cercam. O foco do trabalho da minha vida tem sido o sistema enzimático/hormonal, bem como os genes que governam a hipertensão. Mas depois de quase um século de extensas pesquisas realizadas por vários cientistas competentes, ainda há muito desconhecimento, mesmo sobre esse assunto específico. O mecanismo da vida é um mistério surpreendente.
 
As pessoas falam de “viver” como se isso fosse algo simples, mas nenhum de nós conseguiria sobreviver exclusivamente por meio de esforços conscientes. Todas as nossas funções vitais, reguladas pelo funcionamento autônomo dos sistemas hormonal e nervoso, incluindo a respiração e a circulação sanguínea, operam ininterruptamente para assegurar nossa sobrevivência, sem qualquer esforço ou intervenção de nossa parte. O controle desses sistemas vitais é feito por nossos genes que, para tanto, precisam atuar em perfeita harmonia. Quando um gene é ativado, outro reage interrompendo ou intensificando sua atuação, e assim o sistema inteiro é afinado e regulado. É pouco provável que esse fantástico nível de organização ocorra por mera coincidência. Deve haver algo maior que seja responsável pela harmonia existente no mundo. Alguns falam de Deus, mas, como cientista, prefiro denominá-lo “Algo Maior”. Apesar de essa força ser invisível e imperceptível aos nossos outros sentidos, meu trabalho no campo das ciências naturais me levou a uma forte consciência de sua existência. Decifrar o código genético humano é um feito incrível, porém, o mais surpreendente é o fato de o próprio código ter sido impresso em nossos genes. Sabemos que não fomos nós que o escrevemos, mas sabemos também que não poderia ser um processo aleatório. O código genético, cujo conteúdo equivale ao volume de milhares de livros, está contido no espaço minúsculo de uma célula, além de controlá-la de modo ainda misterioso, porém incontestável. 
 
Faz parte da natureza humana tentar desvendar o desconhecido e entender o incompreensível. “O que há de novo?” – é o refrão dos cientistas que demonstra que o destino da ciência é desenvolver-se. Enquanto existir curiosidade, esse progresso não terá fim. Novos avanços e descobertas, especialmente no campo das ciências naturais, produzem resultados imediatos, como o desenvolvimento de novas tecnologias, o aperfeiçoamento de técnicas de reprodução animal e a produção de novos medicamentos. Mas tais avanços também podem ter consequências desastrosas, uma vez que tanto a ciência quanto a tecnologia podem ser facilmente manipuladas para satisfazer interesses econômicos e ambições pessoais. Enquanto não encontrarmos uma forma de controlar esses instintos do ser humano, a ciência será sempre uma faca de dois gumes.
 
A questão principal em relação aos clones humanos não se refere à tecnologia propriamente dita, mas à ambição humana. Até onde devemos ir? É correto criarmos uma cópia física de nós mesmos simplesmente porque assim o desejamos? Embora a ciência e a tecnologia tenham tornado essa façanha possível, cabe às pessoas decidir se querem ou não fazê-lo. Infelizmente, sabemos que tais decisões podem ser tomadas com base em interesses egoístas. Mas não devemos ser arrogantes. Em vez disso, devemos nos lembrar que a vida, inclusive a nossa, é um presente do “Algo Maior” e não fruto da criação ou da ambição humana.
 
Precisamos desenvolver em nós o discernimento e o respeito para sermos capazes de nos conter e evitar transgredir as leis naturais, mesmo que isso seja tecnicamente possível. Porém, o autocontrole baseado somente na ética não é suficiente. Ele deve nascer do conhecimento de que não existimos somente graças às nossas próprias forças e meios, mas graças a inúmeras outras vidas que sustentam a nossa. Se formos capazes de viver com gratidão e valorizar essa dádiva, conseguiremos ativar determinados genes adormecidos e abrir as portas para um novo e maravilhoso modo de vida.
 
Como fundador do Institute for the Study of the Mind- Gene Relationship, estou trabalhando em um projeto cujo  objetivo é provar a hipótese de que a felicidade, a alegria, a inspiração, a gratidão e a oração podem ativar os genes benéficos. O resultado do experimento relativo ao riso é a nossa primeira descoberta. À medida que a pesquisa progride, poderá explicar os ensinamentos de Buda e de Cristo, descrevendo-os como mecanismos de ativação e desativação genética. 
 
Se há vinte anos eu tivesse ousado afirmar que emoções positivas podem ativar os genes, teria sido extremamente criticado pela falta de rigor científico. No entanto, com o passar do tempo, o número de cientistas que compartilham de minhas convicções tem aumentado. De fato, cientistas em todo o mundo têm realizado experimentos com o objetivo de compreender a forma pela qual os fatores psicológicos influenciam os fatores físicos. É preciso mudar o conceito equivocado de que a mente e o corpo funcionam separadamente. Enquanto isso não acontecer, será difícil erradicar doenças usando apenas os métodos científicos convencionais. 
 
Os cientistas, como integrantes de uma comunidade internacional, devem dedicar mais esforços e recursos ao estudo da mente. No mundo de hoje, existem vários problemas que parecem insolúveis. Para que possamos resolvê-los, é fundamental que a ciência e a espiritualidade caminhem juntas e se complementem. 
 
Espero que este livro possa contribuir para esse propósito. Na minha busca por entendimento, tive a felicidade de conhecer várias pessoas maravilhosas. Sinto gratidão especial ao dr. Reona Ezaki, ganhador de um prêmio Nobel e reitor da Universidade de Tsukuba; e também ao dr. Hisateru Mitsuda, professor emérito da Universidade de Kyoto e meu eterno mentor. Ambos me orientaram por vários anos e aproveito esta oportunidade para expressar-lhes meus sinceros agradecimentos. 




quarta-feira, 28 de agosto de 2013

BIOMEMBRANA


Meu momento de "eureca" foi parecido com a dinâmica de algumas soluções hipersaturadas da química. São soluções que parecem apenas água, mas que estão tão saturadas de substâncias dissolvidas que uma simples gota a mais pode causar uma reação enérgica e transformar a mistura em um grande cristal. 


Este momento “eureca”, nas religiões, é descrito como um momento de iluminação, o samadhi. Não é nada diferente, no entanto nos aparenta certa estranheza que uma descoberta cientifica possa ter o mesmo valor de uma iluminação espiritual. Ambas não passam de momentos de quebra de barreiras, de paradigmas, que ocasionam um despertar ou um esclarecimento. Mas este relato do Dr. Bruce Lipton se enquadra em percepções do real funcionamento do homem, enquanto os santos, nas reais percepções de Deus, o que para mim não passa de semântica, já que Deus e homem são uma única expressão.


Em 1985, eu estava morando em uma casa alugada em uma ilha no Caribe lecionando numa escola de medicina. Eram duas horas da manhã e eu estava revendo todas as anotações sobre biologia, química e física a respeito da membrana celular que tinha feito nos últimos anos, em uma tentativa de encontrar uma ligação entre elas que me revelasse seu funcionamento. Foi então que um momento de vislumbre me transformou por completo, não em um cristal resultante de misturas hipersaturadas de laboratório, mas em um biólogo consciente do funcionamento da membrana que não tinha mais desculpas para não assumir o controle da própria vida. 

Naquele instante, redefini toda a minha compreensão do funcionamento da organização estrutural da membrana. Comecei a visualizar todo o processo desde as moléculas fosfolipídicas em formato de pirulito, organizadas como soldados enfileirados em um desfile. Por definição, estruturas cujas moléculas se organizam em padrões regulares e repetidos são cristais. Há dois tipos básicos de cristal: o primeiro é o mineral, como os diamantes, rubis e até mesmo o sal; o segundo tem estrutura mais fluida embora suas moléculas tenham o mesmo padrão organizado. Um exemplo bem conhecido é o do cristal líquido dos relógios digitais e das telas de laptops. 

Para explicar melhor o conceito de cristal líquido, vamos usar novamente o exemplo dos soldados em uma parada militar. Ao virar em uma esquina, os soldados mantêm a estrutura e o ritmo do regimento mesmo que tenham de passar enfileirados, um a um. Movimentam-se como as moléculas do cristal líquido, sem perder a organização. As moléculas fosfolipídicas da membrana seguem o mesmo padrão. Sua organização fluida e cristalina permite flexibilidade de movimentos e de formato, porém sem perder a integração da estrutura, qualidade essencial para que a barreira interna se mantenha intacta. Portanto, para definir claramente a membrana, fiz a seguinte anotação: "A membrana é um cristal líquido". 

Comecei então a associar o fato de que uma membrana que contivesse apenas fosfolipídios seria como o sanduíche de pão com manteiga sem as azeitonas [as azeitonas furadas são como canais entre o meio externo e interno da célula e a manteiga a própria membrana impermeável]. O corante não conseguiria atravessar a barreira de manteiga. Um sanduíche desse tipo não seria um condutor. No entanto, se adicionássemos as "azeitonas" de PIMs, poderíamos observar que a membrana é condutora de determinadas substâncias, mas impede a passagem de outras. Adicionei então outro comentário: "A membrana é um semicondutor". 

Por fim, adicionei uma descrição dos dois tipos mais comuns de PIM [azeitonas], as receptoras e as executoras, chamadas de canais porque permitem às células receber nutrientes importantes e expelir dejetos. E já estava para fazer a anotação de que as membranas contêm "receptores e canais" quando outra imagem me veio à mente: a de uma porta. Então, completei a descrição com a frase "as membranas contêm portas e canais".

Reli então a frase inteira: "A membrana é um semicondutor de cristal líquido com portas e canais". 

O que me surpreendeu foi o fato de saber que tinha lido ou ouvido aquela mesma frase em algum lugar, mas não me lembrava onde. Só tinha certeza de que a frase que tinha ouvido não estava ligada à biologia. 

Quando me reclinei na cadeira, a primeira coisa que me chamou a atenção foi meu novo Macintosh que estava sobre a mesa, meu primeiro computador. Ao lado dele estava um exemplar de capa vermelha do livro Understanding your microprocessor [Entenda seu microprocessador] que eu havia comprado em uma loja. Peguei o livro, comecei a folhear e encontrei, na introdução, a definição de um chip de computador: "Um chip é um semicondutor de cristal com portas e canais".

Fiquei ali parado, impressionado com a ideia de que um chip e a membrana de uma célula podem ter a mesma definição técnica. Passei mais alguns minutos, mergulhado no livro, lendo e comparando biomembranas e semicondutores de silício. Fiquei ainda mais impressionado ao perceber que não se tratava de mera coincidência. A membrana celular tem realmente estrutura e funções equivalentes (homólogas) às de um chip de silício.
Biologia da Crença. Bruce H. Lipton.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

070 - o genoma humano


Agora que o DNA havia atingido o status de super-estrela da ciência, o desafio seguinte era criar um catálogo de todas as estrelas genéticas no firmamento humano. Iniciou-se, então, em 1980, o projeto Genoma Humano, um esforço científico global para classificar todos os genes de nossa composição orgânica. 
Tratava-se de um projeto ambicioso e de grandes proporções. Convencionou-se que o corpo precisava de um gene-modelo para cada uma das 100 mil proteínas que compõem nosso corpo e também de mais 20 mil genes reguladores para orquestrar a atividade de codificação das proteínas. Os cientistas concluíram que o genoma humano deveria conter um mínimo de 120 mil genes entre nossos 23 pares de cromossomos. 

Mas não era só isso. Parecia que os cientistas estavam no meio de uma piada cósmica, o tipo daquela que acontece sempre que alguém acha que descobriu os segredos do universo. Imagine o impacto que Nicolau Copérnico causou ao anunciar em 1543 que a Terra não era o centro do universo como pensavam os cientistas-teólogos da época. O fato de que era a Terra quem gravitava ao redor do Sol e o de que nem mesmo o Sol era o centro do universo colocaram em xeque os ensinamentos da Igreja. As descobertas de Copérnico deram início à revolução científica ao desafiar o conceito de "infalibilidade" da Igreja e fizeram com que a ciência a substituísse como fonte de conhecimento e de descoberta dos mistérios do universo. 

Os geneticistas também tiveram um grande choque ao descobrir que, ao contrário de sua estimativa de 120 mil genes, o genoma humano tem apenas 25 mil (Pennisi, 2003a e 2003b; Pearson, 2003; Goodman, 2003). Mais de 80 por cento do que se presumia ser DNA simplesmente não existe! A falta desses genes causou mais impacto do que se poderia supor. O conceito de gene e proteína únicos era o princípio básico do determinismo genético. Com isso, o projeto Genoma Humano veio abaixo e todos os nossos conceitos sobre o funcionamento básico da vida tiveram de ser revistos. Não era mais possível continuar acreditando que a engenharia genética iria resolver todos os dilemas biológicos. Não há genes suficientes para compor um quadro tão complexo quanto a vida ou as doenças humanas.

O verme primitivo Caenorhabditis serve de modelo perfeito para o estudo do papel dos genes no desenvolvimento e no comportamento dos seres. E um organismo que cresce e se desenvolve com muita rapidez, tem um corpo de padrão preciso composto de exatamente 969 células e um cérebro muito simples de 302 células. 

No entanto, apresenta um repertório único de comportamento e é bastante dócil para o trabalho em laboratório. Têm aproximadamente 24 mil genes (Blaxter, 2003). O corpo humano, composto de mais de 50 trilhões de células, contém apenas 1500 genes a mais que este microscópico e humilde ser. 
A mosca-das-frutas, outro espécime preferido dos cientistas para este tipo de estudo, possui 15 mil genes (Blaxter, 2003; Celniker et al., 2002). Portanto, esta pequena mosca, de organismo muito mais complexo, tem nove mil genes a menos que o primitivo verme Caenorhabditis. E quando se trata de comparar homens e ratos a situação é ainda mais crítica. Teremos de passar a tratá-los com mais dignidade, pois os resultados dos projetos genoma paralelos revelam que humanos e roedores têm aproximadamente o mesmo número de genes!

Biologia da Crença. Bruce H. Lipton.


O vídeo a seguir "The Living Matrix" apresenta um resumo das teorias – comprovadas – que aparecem no livro de Lipton. Alias este documentário vai além, mostrando o que o Dr. Eric Pearl chama de Cura Reconectiva, que será assunto em breve.


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Talvez o diálogo a seguir seja relevante e elucide alguns pontos do texto apresentado, pelo menos eu acho que seja pertinente.

Tiago, você disse que o universo é redundante e eficiente, como?


Cogite que a proposta quântica poderia ser chamada de virtual, é só uma simplificação das reais potencialidades do universo e de Deus. ― sem parábolas ou fábulas, ele só falava em linguagem binária. ― Está a par das extensões de compactação de imagens digitais?


Acho que sim, por quê?

O universo se comporta mais ou menos assim. Parece-nos tão infinito e vasto quanto uma imagem de altíssima resolução – aqui só uma analogia –, embora ele seja só um pacote de dados. Assim como a imagem pode ser digitalizada e decomposta em dados virtuais que ocupam eficientemente um espaço de armazenamento menor, gerando a possibilidade de compactações e ampliando a capacidade de um disco rígido; o universo realiza o mesmo em uma escala que ultrapassa o poder da imaginação, como a eficiência dos processadores de um computador.
Hã! ― eu entendi, porém não havia a menor possibilidade de imaginar como.

Livro de Mateus


quarta-feira, 21 de agosto de 2013

069 = os genes: correlação e causa.



          [...]


Antes se pensava que os genes eram transmitidos exclusivamente à prole de cada espécie e por meio da reprodução. Agora os cientistas estão descobrindo que os genes podem ser compartilhados não apenas entre os membros da mesma espécie, mas também entre outras. Esse processo de transferência genética acelera a evolução, pois os novos organismos podem adquirir experiências "já aprendidas" pelos outros (Nitz et al, 2004; Pennisi, 2004; Boucher et al, 2003; Dutta e Pan, 2002; Gogarten, 2003). Com essa troca de genes, os organismos não podem mais ser vistos como entidades separadas. Não existe mais a suposta divisão entre as espécies. Daniel Drenn, gerente do departamento de energia do projeto Genoma, declarou à Science em 2001 (294:1634): "... não temos mais como simplesmente qualificar espécies" (Pennisi, 2001). 

Mas essa troca de informações genéticas não ocorre por acidente. Trata-se de um método que a natureza utiliza para aumentar as chances de sobrevivência da biosfera. Como já mencionei, os genes são os arquivos de memória das experiências aprendidas pelos organismos. Essa nova descoberta de que há troca de genes entre as espécies mostra que as experiências podem ser compartilhadas por todos os indivíduos que compõem a grande comunidade da vida. Obviamente, o conhecimento desse mecanismo de transferência torna a engenharia genética ainda mais perigosa. Por exemplo: experiências simples com genes de tomates podem ir muito além daquilo que se imaginava e acabar alterando toda a biosfera de maneira irreversível. Um estudo recente mostra que, quando humanos ingerem alimentos geneticamente modificados, os genes criados artificialmente se misturam e alteram as características das bactérias benéficas do intestino (Heritage, 2004; Netherwood et al, 2004).

Por outro lado, as modificações genéticas podem ser anuladas por uma ação do pensamento. Pois o pensamento é a ação do meio que mais está conectado com as reações do corpo. O modo como compreendemos o meio interfere mais do que as próprias ações de um meio amplamente influente. Por exemplo: em um caso narrado por Dr. Lipton, um paciente morre por causa do seu pensamento errôneo acerca dos exames. Este efeito é chamado de “nocebo” e é quando acreditamos que uma ação, ou uma palavra, é contrária à verdade, e pior, nociva. O paciente acreditou que uma mancha no pulmão, vista na radiografia, era um câncer. Após a morte em pouco tempo, se descobriu exames anteriores, de muitos anos, com a mesma mancha. É o que acontece quando um médico diz que você tem poucos meses de vida ou uma doença incurável.

Somente porque a medicina não examinou os casos de cura, pois elas existem, todavia são negligenciadas pela indústria farmacêutica, temos a impressão ou a ilusão de que as doenças são mecanismos que só podem ser tratadas pela medicina que nasceu no século 19 com Pasteur e Fleming e Koch e tantos outros. Ou pela segregação entre ciência e religião propiciada pelo heliocentrismo. Os grandes cientistas estabeleceram as regras do jogo até os dias de hoje quando ainda admitem que os átomos são matéria. Porém até:

Darwin admitiu, no final de sua vida, que sua teoria evolucionista havia subestimado o papel do meio ambiente. Em uma carta que escreveu para Moritz Wagner em 1876, ele declara (Darwin, F 1888): "Em minha opinião, o maior erro que cometi foi não dar a devida atenção à ação do ambiente sobre os seres, como no caso dos alimentos, clima etc. independentemente do fator seleção natural... Quando escrevi A origem das espécies, e mesmo nos anos seguintes, jamais percebi as evidências da ação direta do meio ambiente; hoje elas são muito claras para mim".

O que pensar então das manchetes sensacionalistas anunciando a descoberta de um gene para cada doença, de depressão a esquizofrenia? Mas leia esses artigos com calma e você vai descobrir outra verdade por trás deles. Os cientistas associaram diversos genes a diferentes doenças e características, mas ainda não chegaram à conclusão de que um simples gene possa ser a fonte delas.
 
A confusão ocorre porque a mídia deturpa o sentido de dois termos muito importantes: correlação e causa. Uma coisa é dizer que um fator está relacionado a uma doença, outra é dizer que ele é a causa dela, pois isso envolve uma ação direta. Se eu lhe mostrar um molho de chaves e disser que uma delas "controla" meu carro, você vai achar que faz todo sentido, pois sabe que é necessário usar uma chave para dar partida em um automóvel. Mas será que a chave realmente "controla" o carro? Se fosse assim, não se poderia deixar a chave no carro porque ela iria querer passear sozinha com ele quando você não estivesse por perto. A chave está "relacionada" ao controle do carro; a pessoa que a tem nas mãos tem controle sobre ele. Da mesma maneira, determinados genes estão relacionados ao comportamento de um organismo e às suas características. No entanto, permanecem em estado passivo a menos que uma força externa aja sobre eles. 

Mas que força é essa que pode ativar os genes? Uma resposta muito interessante para essa questão foi publicada em um ensaio de 1990 intitulado "As metáforas, o papel dos genes e o desenvolvimento", de H. F. Nijhout (Nijhout, 1990). O autor apresenta evidências de que os genes que controlam a biologia se repetem com tanta frequência e por períodos tão longos de tempo que os cientistas se esqueceram de que se trata apenas de uma hipótese, não de verdade comprovada. Na verdade, a ideia de que os genes controlam a biologia é apenas uma suposição jamais comprovada e até questionada pelas descobertas científicas mais recentes.

Biologia da Crença. Bruce H. Lipton.

Isto me recorda que no livro A Arte da Felicidade, escrito por Howard C. Cutler e Sua Santidade Dalai Lama, podemos entender melhor:

— No esforço de determinar a origem dos problemas de cada um, parece que a abordagem ocidental difere sob muitos aspectos do enfoque budista. Subjacente a todas as variedades de análise ocidental, há suma tendência racionalista muito forte, um pressuposto de que tudo pode ser explicado. E ainda por cima existem restrições decorrentes de certas premissas tidas como líquidas e certas. Por exemplo, eu recentemente me reuni com alguns médicos numa faculdade de medicina. Estavam falando sobre o cérebro e afirmaram que os pensamentos e os sentimentos resultam de diferentes reações e alterações químicas no cérebro. Por isso, propus uma pergunta. É possível conceber a sequência inversa, na qual o pensamento de ensejo a sequência de ocorrências químicas no cérebro? Mas a parte que considerei mais interessante foi a resposta dada pelo cientista. “Partimos da premissa de que todos os pensamentos são produtos ou funções de reações químicas no cérebro.” Quer dizer que se trata simplesmente de uma espécie de rigidez, uma decisão de não questionar o próprio modo de pensar.

E o Dr. Kazuo Murakami, escritor do Código Divino da Vida completa ou ratifica ou corrobora que as pesquisas no campo das ciências naturais estão progredindo de forma rápida e surpreendente, superando até mesmo as expectativas daqueles que atuam nessa área. O genoma humano foi decodificado há poucos anos e agora já dispomos dos meios e do conhecimento necessários para decifrar o corpo humano. Apesar de inicialmente termos acreditado que, ao decifrar o código genético, entenderíamos o mistério da vida, torna-se cada vez mais evidente que a vida não é algo tão simples. Quanto mais estudamos uma única célula sequer, mais nos damos conta de sua complexidade. Eu faço pesquisa na área de ciências naturais há mais de quarenta anos, sendo que, nos últimos vinte, dediquei-me mais à pesquisa genética. O objetivo deste livro é transmitir a inspiração, a surpresa e o maravilhamento evocados em mim tanto pelo conteúdo quanto pelo processo dessa pesquisa e, ao mesmo tempo, compartilhar com você a maneira de aplicar algumas dessas percepções na sua própria vida.