domingo, 13 de abril de 2014

O VAZIO

Então morremos e compartilhamos os “céus” de acordo com a religião que professamos. Gosto da ideia de poder presenciar lugares onde as pessoas se sintam confortáveis para dizer: agora eu posso amar a todas as pessoas. Posso esperar e aprender que as diferenças são imprescindíveis para a manifestação das experiências.

Não gostava da ideia de misturar religiões, fazer isto me parecia um meio de justificar pequenas anomalias do meu julgamento – provindas da religião professada – e que precisavam de ajustes. Aquela informação não condiz com o que eu acredito – não acreditamos totalmente naquilo que nos dizem a respeito de alguns tópicos, polêmicos – e, quem sabe seria melhor se fosse parecida com aquelas informações que dizem os...

Acabamos fazendo uma simbiose. Um enxerto para salvar as nossas convicções de uma iminente ruptura do reator craniano. Quando percebemos, acabamos criando uma aberração religiosa, tão drástica quanto os extremistas fazem ao interpretar grosseiramente as suas escrituras. É tudo uma questão de julgamentos e significados, que mudam de pessoa para pessoa. O problema é o medo, medo de contrariar a maioria, medo de não pertencer, medo de confrontar e de fugir. Medo que estabelece a lei, sobretudo se houver incongruências. Destas os enxertos se encarregam de manipular. Somos manipulados por ideias estapafúrdias e manipulamos através destas. Isto é o carma.

Onde está a justiça divina? Diante dos seus olhos. O conceito de que existe algo por trás de seus olhos é apenas uma suposição como qualquer outra. Este espaço que podemos chamar de Deus ou mundo da imagem verdadeira ou terra de Buda ou campo de intenção são só nomes que se referem ao caminho da felicidade. Observamos todas as coisas e as julgamos más. Temos tanta certeza que interferimos com a nossa sabedoria – de que sabemos tudo – e só pioramos o resultado final. [250713-059]

Pense em você como uma engrenagem de um relógio que, por conhecer os seus movimentos e direções e daquelas engrenagens – pessoas – que estão ligadas a você, supõe e começa a acreditar que poderiam ser melhoradas. Mesmo que a engrenagem – você – esteja agindo com conhecimento da causa e agindo em nome do relógio – Deus –, as suas ações desconhecem o que as demais engrenagens, mancais, eixos e molas do relógio devem fazer para que o relógio funcione muito bem. As nossas tentativas de imaginar o que nos parece ser a perfeição do relógio, são falhas, equívocas e no mínimo imperfeitas. Toda esta fricção que estaríamos causando às demais engrenagens do relógio, gerariam atritos, problemas cuja solução poderia ser indigesto para nós, a pequena engrenagem que acha que deve agir sem considerar o todo.

O relógio travaria. Mas o relógio – Deus – possui uma capacidade surpreendente de forçar as suas peças a fazerem o certo. Este desconhecimento das intenções do relógio em ser preciso e perfeito, esbarra nas nossas ideias do que o relógio deveria ser, ou pior, de que não somos partes do relógio, engrenagens egoístas.

Então as tentativas falhas de uma engrenagem que tenta seguir o seu caminho, decidindo o seu movimento por conta própria, é o que chamamos de problemas, erros e frustrações de alguém que quer decidir o próprio destino. E não podemos decidir o destino? A pergunta certa seria: o que devemos fazer para trabalhar em conjunto com o destino? Aceitá-lo cegamente? Só parece porque tememos o que nos é desconhecido.

O destino não é algo imutável como uma engrenagem criada para gerar um tempo e um movimento e nem flexível como supõe a nosso livre-arbítrio. A ideia de livre-arbítrio esbarra em uma contextualização tão errônea quanto a que fazemos sobre o carma. Não somos guiados por um destino e nem presos por provas de um carma cumulativo, entretanto estamos à mercê de nós mesmos, uma partícula lúcida de nosso espírito que se confunde com Deus. Somos guiados por nós mesmos.

Já pensou em experimentar uma mudança de pensamento? Se um dia uma situação que, aparentemente tende a ser desastrosa começar a se formar, e você começar a pensar que ela se desenvolverá conforme o seu modo de pensar negativo, experimente inverter. Pense em um resultado benéfico – para todos, não seja egoísta e não prejudique ninguém – ou emita pensamentos constantes como: “Coisas boas acontecem todos os dias” ou similar, repita-a mentalmente. Não é para acreditar, não existe um exercício para nos fazer acreditar naquilo que se constitui o certo. Este pensamento tem o poder de reescrever algumas diretrizes deturpadas do seu inconsciente. Faz-te perceber a realidade de que somos peças de Deus.

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