terça-feira, 4 de junho de 2013

052 - até onde somos nós mesmos

Bem, até onde somos nós mesmos? Há um bom tempo tenho me perguntado quem sou eu. Não é destas perguntas transcendentais que tanto ouvimos, mas de uma questão de sobrevivência de nós mesmos. Um fator de autoconhecimento mais o ego ou personalidade que nos anima.

Ou seja, daquilo que conhecemos em nós e daquilo que não percebemos, mas está em nós. Somos criaturas complexas demais. Desenvolvemos “personalidades” que nos auxiliam a alcançar determinadas expectativas, nem sempre boas. Para aquele que tenta ser íntegro em suas atitudes, contra os erros da sociedade, contra os erros humanos, talvez tenha que desenvolver aspectos que o fortaleçam diante da impunidade, torna-se mais corajoso, procura saber para manter as suas convicções incorruptíveis e se tudo correr bem, se torna um herói. Avança além da coragem e demonstra a sua temeridade. Levanta bandeiras e muda o mundo.


Porém, para ser assim ele precisará se tornar mais arrogante, eliminar a paciência e cultivar a desconfiança. Em maior ou menor grau as qualidades necessárias para um herói nascer “pode” necessitar de defeitos. Assim como o medo impede que realizemos atos de bravura além da capacidade física, moral ou psicológica. É um mecanismo de proteção e se chama ego.


Mas, apesar de necessitarmos de alguns defeitos para que certas capacidades sejam alicerçadas, por que não nos sentimos plenamente satisfeitos? Porque criamos estas “qualidades” para enfrentar os obstáculos do mundo. Estamos nos condicionando aos obstáculos. Eles nos perseguem, quanto mais lutamos, mais eles nos tomam. Eliminar o obstáculo é o caminho para a felicidade.


Errado.


É a nossa ideia errônea de que somos envolvidos pelos problemas que nos ilude. Se por acaso a sua paciência é pouca, mais situações de impaciência surgirão diante de ti. Você as atrai, preste atenção. Você diz, subconscientemente, que precisa de situações onde a sua irritação se revele. Você se reconhece impaciente e para não se desmentir, obstáculos que gerem impaciência são oferecidos. Então você se reconhece assim. Então devemos passar a ser indiferentes aos obstáculos?


Não, simplesmente aceite que você não é assim e não quer mais ser assim e os obstáculos não serão atraídos. Mecanismos para mudar uma mente inflexível? Existem sim.


E o mundo passa a mostrar a sua melhor face. Os problemas não desaparecem, mas a sua nova atitude atrai ferramentas para que o mundo se torne melhor sem que use armas ou destrua a si com um ego deturpado e mesquinho.


domingo, 2 de junho de 2013

CARMA MARIO BROS

Não há propriedade em se advogar dono da verdade.

Aqueles que o fizeram se utilizaram de meios hábeis para tentar explicar o inexplicável. Quero dizer, eles não tinham como dizer o óbvio de modo tão óbvio. A mente humana se restringe a estratagemas incoerentes que precisam de complexidade e não de simplicidade. Portanto somos escravos das nossas mentes, ou melhor, das ilusões que elevamos ao mais alto degrau da nossa existência e a chamamos de realidade. Por isso o uso de parábolas e fábulas para dar vazão às mentes indiscriminadoras.

Mas falando em explicações, vamos nos por em uma atitude bastante infantil para ouvir mais. Isto quanto à ilusão que chamamos de leis cármicas. Pense em tua vida como o personagem de um videogame. Ele tem que enfrentar certos obstáculos para seguir o jogo, enfrentando poços de lava fumegante ou dragões cuspidores de fogo, em alguns casos até tartarugas trôpegas. E fazemos isto tantas vezes quantas forem necessárias, aprimorando os nossos reflexos a cada morte. O personagem morre, mas o usuário – ou jogador – continua se aprimorando. Talvez nem se importe em morrer, elas são tentativas de aprimoramento que o jogador adquire, mesmo que o personagem não ache justo. Pois nós também não achamos justo o que acontece em nossas vidas.

O personagem é o ego que nos representa durante esta vida e o jogador é o ser superior que, mesmo oculto pelas ilusões do ego, está nos observando. Não estou falando de Deus – até poderia. Estou falando de algo que denominamos de estado crístico, ser búdico, a nossa essência real e assim por diante.

Assim como o jogador se põe a conhecer o ambiente do jogo e o experimenta “n” vezes até adquirir experiência, nós, ou seja, o ser superior intrínseco em nós e que está acima do ego e do personagem que representamos nesta existência, está a par dos obstáculos que enfrentaremos. E nem sempre são maus, na verdade nunca são.

Assim como o jogador conhece o jogo, a parte superior de nós também conhece o jogo da vida. Se eu dissesse destino, logo apareceriam contrariedades filosóficas. Se eu afirmasse que o livre-arbítrio suplanta aquele destino inexorável, estaria mentindo. Talvez seja algo intermediário. Em linhas gerais estabelecemos o projeto, o ambiente do jogo, mas as jogadas e a perícia do personagem são “livres”. Mesmo que seja dentro de uma realidade imposta.

Precisamos seguir o cronograma. Os defensores do carma dizem que é uma adequação aos erros e acertos do passado que criam o jogo. Porém o jogo deve atender ás necessidades do jogador.

Se eu não quiser jogar sempre o mesmo jogo, preciso escolher novos. O jogador, assim como nosso eu superior, “conhece” o jogo. Este conhecimento é importante, mas sem a experiência de jogá-lo até se atingir a perfeição, não passa de uma ideia. A prática leva á perfeição, não é o que todos dizem? Quantas vezes veremos o personagem ser derrubado pela tartaruga antes que suplantemos este obstáculo? Digo mais, quantas vezes precisaremos jogar o mesmo jogo antes de percebemos que é inútil? O carma existe, mas basta uma resolução e ele se apagará. O jogo é jogado enquanto houver personagens...


terça-feira, 28 de maio de 2013

a cura de uma fratura magnetização





Sob o título “Cura de uma Fratura por Magnetização Espiritual”, Allan Kardec publicou em setembro de 1865, na Revista Espírita, uma matéria relatando um caso de cura espiritual de uma fratura sofrida no antebraço pela Sra. Maurel.
Vamos ao resumo do ocorrido, remetendo o leitor à Revista Espírita, a fim de que leia a história na íntegra.


No dia 26 de maio daquele ano a Sra. Maurel que era médium vidente e psicógrafa mecânica, caiu vindo a fraturar o antebraço direito com distenções no punho e cotovelo. É, a partir daí, alvo da ação dos Bons Espíritos, dentre eles o Dr. Demeure, que a curaram, através do magnetismo espiritual, de orientações, de fricções e manipulações do membro, em apenas nove dias, coisa verdadeiramente impressionante, mais ainda, pela completa soldadura do osso quebrado.

Desde o primeiro dia até o último que fora designado pelos Espíritos, a Sra. Maurel foi sendo atendida e cada vez que o médico espiritual mexia no seu braço, ela soltava gritos de dor como se estivesse sendo examinada por um médico encarnado.

Participou de todo o processo um grupo de amigos encarnados, solicitados pelos Espíritos, além de um magnetizador que colocava a médium em estado sonambúlico, através do qual ela percebia todos os movimentos dos Espíritos, relatando-os para os presentes.

No último dia do tratamento, estavam presentes trinta Espíritos que a felicitavam e lhe incentivavam ao bem. Ao término, a médium testou de todas as formas o seu membro, comprovando que realmente estava curada e em tempo recorde para a medicina humana.”

Destacamos do relato acima dois pontos dos quais iremos tratar: o modo de ação dos Espíritos e a rapidez da cura.
Um magnetizador agiria focando a sua atenção e dirigindo os seus fluidos para o ponto que quer atingir, atuando, através dos seus fluidos e das técnicas magnéticas, sobre o organismo que necessita de reparo. Segundo Kardec, o Espírito age da mesma forma que o magnetizador humano: “sua ação fluídica se transmite de perispírito a perispírito, e deste para o corpo material. O estado de sonambulismo facilita consideravelmente essa ação, em consequência do desligamento do perispírito, que se identifica melhor com a natureza fluídica do Espírito, e sofre então a influência espiritual elevada à sua maior força”.

No caso citado, os Espíritos não dispensaram o auxílio das energias humanas visto que eles mesmos solicitaram a presença de um grupo de encarnados que pudessem formar uma espécie de corrente magnética, a qual forneceria material fluídico para a ação curativa. Estes fluidos doados pelos presentes encarnados seriam utilizados pelos Espíritos que, manipulando-os ou misturando-os aos seus, lhes propiciariam as necessárias modificações sugeridas pelo caso do momento.
Os Espíritos utilizaram ainda os recursos de um magnetizador que, além de levar a paciente ao estado de sonambulismo, o qual facilitou a ação espiritual, como vimos acima, estando “sua mão direita, apoiada sobre a espádua da sonâmbula, contribuía com sua parte no fenômeno, pela emissão dos fluidos necessários à sua realização”.

Poderiam os Espíritos agir sozinhos, sem a participação magnética de um encarnado? Poderiam, sim. Mas isto é a exceção à regra, visto que os fluidos animalizados são mais compatíveis com as necessidades de um órgão físico.
Falta-nos analisar a questão da rapidez da cura. Se o tratamento fosse executado por um magnetizador, ele teria sido, provavelmente, mais lento. A capacidade de influenciar o campo vital de alguém, os fluidos vitais a possuem em escala muito menor que os fluidos dos Espíritos bons. A sutilidade dos fluidos destes últimos lhes dá um poder de transformação e de penetração capaz de operar curas de forma imediata ou em prazos bastante curtos, de acordo com a sua elevação.

Já os nossos fluidos densos operam com lentidão, necessitando de um verdadeiro tratamento, mais ou menos longo, metódico e continuado.
O fluido humano sendo menos ativo, exige uma magnetização prolongada e um verdadeiro tratamento, às vezes, muito longo... O fluido espiritual, mais poderoso em razão de sua pureza, produz efeitos mais rápidos e, frequentemente, quase instantâneos”, escreveu Kardec em outro artigo da mesma Revista.

Existe então, na realidade, esta gradação nos efeitos de acordo com o potencial fluídico, a origem do fluido e a sua maior ou menor qualidade. Esta última depende diretamente do nosso estado de saúde física e emocional, além do nosso padrão moral, colocando-se em primeira linha a humildade e o desinteresse.

Por: Adilson Mota Texto presente no 'Jornal Vórtice' – Novembro/2008.

http://magnetizador.blogspot.com.br/2010/06/magnetizacao-espiritual.html