Bem, até onde somos nós mesmos?
Há um bom tempo tenho me perguntado quem sou eu. Não é destas perguntas
transcendentais que tanto ouvimos, mas de uma questão de sobrevivência de nós
mesmos. Um fator de autoconhecimento mais o ego ou personalidade que nos anima.
Ou seja, daquilo que conhecemos
em nós e daquilo que não percebemos, mas está em nós. Somos criaturas complexas
demais. Desenvolvemos “personalidades” que nos auxiliam a alcançar determinadas
expectativas, nem sempre boas. Para aquele que tenta ser íntegro em suas
atitudes, contra os erros da sociedade, contra os erros humanos, talvez tenha
que desenvolver aspectos que o fortaleçam diante da impunidade, torna-se mais
corajoso, procura saber para manter as suas convicções incorruptíveis e se tudo
correr bem, se torna um herói. Avança além da coragem e demonstra a sua
temeridade. Levanta bandeiras e muda o mundo.
Porém, para ser assim ele
precisará se tornar mais arrogante, eliminar a paciência e cultivar a
desconfiança. Em maior ou menor grau as qualidades necessárias para um herói
nascer “pode” necessitar de defeitos. Assim como o medo impede que realizemos
atos de bravura além da capacidade física, moral ou psicológica. É um mecanismo
de proteção e se chama ego.
Mas, apesar de necessitarmos de
alguns defeitos para que certas capacidades sejam alicerçadas, por que não nos
sentimos plenamente satisfeitos? Porque criamos estas “qualidades” para
enfrentar os obstáculos do mundo. Estamos nos condicionando aos obstáculos.
Eles nos perseguem, quanto mais lutamos, mais eles nos tomam. Eliminar o
obstáculo é o caminho para a felicidade.
Errado.
É a nossa ideia errônea de que
somos envolvidos pelos problemas que nos ilude. Se por acaso a sua paciência é
pouca, mais situações de impaciência surgirão diante de ti. Você as atrai,
preste atenção. Você diz, subconscientemente, que precisa de situações onde a
sua irritação se revele. Você se reconhece impaciente e para não se desmentir, obstáculos
que gerem impaciência são oferecidos. Então você se reconhece assim. Então
devemos passar a ser indiferentes aos obstáculos?
Não, simplesmente aceite que você
não é assim e não quer mais ser assim e os obstáculos não serão atraídos.
Mecanismos para mudar uma mente inflexível? Existem sim.
E o mundo passa a mostrar a sua
melhor face. Os problemas não desaparecem, mas a sua nova atitude atrai
ferramentas para que o mundo se torne melhor sem que use armas ou destrua a si
com um ego deturpado e mesquinho.
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