domingo, 16 de fevereiro de 2014

127 - supere ou reclame!

A superação é uma ideia que se interpõe aos nossos objetivos, porque superar é reagir contra alguma posição indesejada. Constantemente superamos, ou lutamos contra, uma série de barreiras. Quando conseguimos driblar os infortúnios e sofrimentos – que sempre supomos serem causados por situações e pessoas – podemos dizer que alcançamos um estágio de superação, o que é muito subjetivo.

E quando não conseguimos romper esta barreira “intransponível” – porque, além das situações e pessoas que provocaram as dores e sofrimentos, supomos que elas sempre serão mais fortes do que nós – prostramo-nos vegetativos. Eu simplesmente diria: supere ou reclame! São questões de autoestima.

No artigo [012MH4] apresentei o caso do patinador filipino que não sabe o que é superação, e por quê? Porque para ele a palavra superação não é uma ação com um fim, um destino. Superar é acreditar em si, ademais, não ouvir as ideias de incapacidades e desistências que muitos se comprazem em acreditar e as usam como desculpas para não conseguir, não sonhar, não superar e não viver, já é uma superação dos estigmas do pensamento autodestrutivo. Superar não é ser ou tornar-se superior a; é antes de tudo ser ou tornar-se mais eficiente ou superior em relação a (outro ou a si mesmo). Estas potencialidades são ensinadas, porém quase todos as aprendem por experiência. Aprendem que podem superar quaisquer conceitos, mesmo os mais impossíveis.

A sua superação está intimamente ligada ao aumento de sua autoestima e esta, com as metas sempre renovadas de superar-se.

O conceito de superação é o conceito do que pensamos ser necessário alcançar. Alguns tentam superar as dores de uma doença, outros superam os diagnósticos de uma doença. Outros aprendem a se resignar diante da doença e promovem uma transformação de ideias. E outros, ainda, lutam contra a razão e descobrem que a superação é apenas um dos meios.

O que nos impede que exercer a superação diariamente é o conformismo das regras já determinadas de que as coisas sempre foram assim, são e serão assim. Não existe espaço para a superação plena. Superar é sinônimo de ganhar, vencer, mas nem sempre vencer é superar. Podemos superar medos ou incapacidades e mesmo assim perder a batalha.

Para ganhar a guerra devemos superar a nós mesmos, destruindo as divergências de caráter que chamamos de ego. [ver 016MH1 à 037MH1]

Para aqueles que não gostam de superar, gostam de ser âncoras para os demais, resta a ação de fazer malograr, perder e fracassar.  São pessoas que tentam impedir a superação porque temem aquilo que advém da ruptura do status quo. Tentam persuadir através de um estado de ânimo deturpado que é o estado de ânimo que nos é ensinado. Para não sofrermos, preferimos machucar ou impedir.

A reclamação é o primeiro e mais difundido mecanismo de tolhimento, destrói sonhos e diminui a capacidade de superação. A reclamação tem o suporte das [in]verdades que, na boca daqueles que são autoridades sobre, criam bloqueios e ocultam a verdade.

Quando reclamamos estamos dizendo que – por nossas experiências – ninguém deveria experimentar. Um dia desses vi uma frase “Insanidade é fazer a mesma coisa e esperar resultados diferentes”. Mas eu discordo: fazer sempre a mesma coisa, nem sempre é garantia de resultados iguais. Temos a propensão de achar que os resultados sempre serão os mesmos, desde que sigamos o prontuário.

Reclamar é opor-se por meio de palavras; fazer reclamação; queixar-se; criticar. O que poderia ser também: apontar defeitos; dizer mal de (obra, alguém, costume etc.); depreciar, censurar. A reclamação tem como objetivo barrar quaisquer tentativas de superar aquilo que nos aflige, simplesmente porque não admitem ou não querem que derrubemos as suas convicções.

Quando a reclamação é um desabafo, queremos prender a atenção daqueles que nos cercam como se quiséssemos realmente dizer: eu quero que você seja só meu, que me sustente, porque eu sou digno de piedade. O subconsciente percebe a manobra. Com o tempo e as constantes reclamações que parecem atrair a misericórdia, passamos a acreditar nas nossas lamúrias. Elas se tornam tão coerentes que o subconsciente armazena esta verdade como uma resposta apta para os momentos de desistências e sofrimentos com o objetivo de trazer a compaixão.

Esta manobra funciona esporadicamente, mas se reclamarmos diariamente das nossas incapacidades, esperando um ato de compaixão, poderemos criar uma reação contrária, de aversão e repugnância. O modelo não funcionará mais, acumulando processos depressivos a uma autoestima esfacelada por uma convicção inexistente: de que não somos capazes de lidar com os problemas, transformando-os em monstros invencíveis.

Assim, quando começar a reclamar, lembre-se que o seu preconceito pode ser um entrave para o seu progresso e seus sonhos jamais serão alcançados enquanto se preocupar em segurar a humanidade que anseia por superar-se.

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