A superação é uma ideia que se interpõe aos nossos objetivos, porque superar é reagir contra alguma posição indesejada. Constantemente superamos, ou lutamos contra, uma série de barreiras. Quando conseguimos driblar os infortúnios e sofrimentos – que sempre supomos serem causados por situações e pessoas – podemos dizer que alcançamos um estágio de superação, o que é muito subjetivo.E quando não conseguimos romper esta barreira “intransponível” – porque, além das situações e pessoas que provocaram as dores e sofrimentos, supomos que elas sempre serão mais fortes do que nós – prostramo-nos vegetativos. Eu simplesmente diria: supere ou reclame! São questões de autoestima.No artigo [012MH4] apresentei o caso do patinador filipino que não sabe o que é superação, e por quê? Porque para ele a palavra superação não é uma ação com um fim, um destino. Superar é acreditar em si, ademais, não ouvir as ideias de incapacidades e desistências que muitos se comprazem em acreditar e as usam como desculpas para não conseguir, não sonhar, não superar e não viver, já é uma superação dos estigmas do pensamento autodestrutivo. Superar não é ser ou tornar-se superior a; é antes de tudo ser ou tornar-se mais eficiente ou superior em relação a (outro ou a si mesmo). Estas potencialidades são ensinadas, porém quase todos as aprendem por experiência. Aprendem que podem superar quaisquer conceitos, mesmo os mais impossíveis.A sua superação está intimamente ligada ao aumento de sua autoestima e esta, com as metas sempre renovadas de superar-se.O conceito de superação é o conceito do que pensamos ser necessário alcançar. Alguns tentam superar as dores de uma doença, outros superam os diagnósticos de uma doença. Outros aprendem a se resignar diante da doença e promovem uma transformação de ideias. E outros, ainda, lutam contra a razão e descobrem que a superação é apenas um dos meios.O que nos impede que exercer a superação diariamente é o conformismo das regras já determinadas de que as coisas sempre foram assim, são e serão assim. Não existe espaço para a superação plena. Superar é sinônimo de ganhar, vencer, mas nem sempre vencer é superar. Podemos superar medos ou incapacidades e mesmo assim perder a batalha.Para ganhar a guerra devemos superar a nós mesmos, destruindo as divergências de caráter que chamamos de ego. [ver 016MH1 à 037MH1]Para aqueles que não gostam de superar, gostam de ser âncoras para os demais, resta a ação de fazer malograr, perder e fracassar. São pessoas que tentam impedir a superação porque temem aquilo que advém da ruptura do status quo. Tentam persuadir através de um estado de ânimo deturpado que é o estado de ânimo que nos é ensinado. Para não sofrermos, preferimos machucar ou impedir.A reclamação é o primeiro e mais difundido mecanismo de tolhimento, destrói sonhos e diminui a capacidade de superação. A reclamação tem o suporte das [in]verdades que, na boca daqueles que são autoridades sobre, criam bloqueios e ocultam a verdade.Quando reclamamos estamos dizendo que – por nossas experiências – ninguém deveria experimentar. Um dia desses vi uma frase “Insanidade é fazer a mesma coisa e esperar resultados diferentes”. Mas eu discordo: fazer sempre a mesma coisa, nem sempre é garantia de resultados iguais. Temos a propensão de achar que os resultados sempre serão os mesmos, desde que sigamos o prontuário.Reclamar é opor-se por meio de palavras; fazer reclamação; queixar-se; criticar. O que poderia ser também: apontar defeitos; dizer mal de (obra, alguém, costume etc.); depreciar, censurar. A reclamação tem como objetivo barrar quaisquer tentativas de superar aquilo que nos aflige, simplesmente porque não admitem ou não querem que derrubemos as suas convicções.Quando a reclamação é um desabafo, queremos prender a atenção daqueles que nos cercam como se quiséssemos realmente dizer: eu quero que você seja só meu, que me sustente, porque eu sou digno de piedade. O subconsciente percebe a manobra. Com o tempo e as constantes reclamações que parecem atrair a misericórdia, passamos a acreditar nas nossas lamúrias. Elas se tornam tão coerentes que o subconsciente armazena esta verdade como uma resposta apta para os momentos de desistências e sofrimentos com o objetivo de trazer a compaixão.Esta manobra funciona esporadicamente, mas se reclamarmos diariamente das nossas incapacidades, esperando um ato de compaixão, poderemos criar uma reação contrária, de aversão e repugnância. O modelo não funcionará mais, acumulando processos depressivos a uma autoestima esfacelada por uma convicção inexistente: de que não somos capazes de lidar com os problemas, transformando-os em monstros invencíveis.Assim, quando começar a reclamar, lembre-se que o seu preconceito pode ser um entrave para o seu progresso e seus sonhos jamais serão alcançados enquanto se preocupar em segurar a humanidade que anseia por superar-se.
domingo, 16 de fevereiro de 2014
127 - supere ou reclame!
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