Se eu não estava de acordo com os meus mais perfeitos desejos provavelmente estaria em sofrimento. Como nós nos enganamos acreditando que a felicidade é um jeito perceptível, ou pior, de que não fazemos ideia do que é felicidade e projetamos um personagem que todos estão acostumados a chamar de felicidade.
Por um tempo eu acreditei que era bem-aventurado, mas não passava de uma máscara muito bem difundida, de que a felicidade é um jeito de ser que mais se parece com a dissimulação. Se não me livrar do meu personagem doente, ele se livrará de mim.
Se alguém tentava que convencer de suas verdades, usando de péssimos argumentos, eu me sentia indignado por não conseguir me desvencilhar. Porém por que me incomodava? Porque eu também era assim e não me dava conta. Apesar de parecer diferente, porque as minhas verdades soavam melhores, não estava deixando de ser igual. Queria tanto que me ouvissem, que as minhas verdades pudessem ajudar, que não percebi que estava ‘pedindo dízimo’ ou obrigando a me seguirem.
No passado eu me via encurralado dentro de mim. Tinha que admitir a minha mais hermética e soberba ignorância. Fui levado pelas minhas fraquezas ocultas, aquelas que, desesperadas e perspicazes, me carregaram em louros de um passado indigno que é o fundamento daquilo que sou.
Pus-me em defesa dos meus sentimentos ardilosos e, antes que pudesse ser levado por uma onda de depressão e amargura, invoquei a máscara da soberba com toques de uma tolice travessa. Percebi que o que mais odiava era ser assim.
Recuei, admito que é estranho me importar usando a impassibilidade. Indiferença que é respeito. Admitir que as verdades não precisem ser apregoadas, todos as carregamos dentro de nós. Talvez seja hipocrisia me impor...
quinta-feira, 5 de maio de 2016
O 'LIVRO DE MATEUS' 25
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário