Não entendo porque, entre o amor e a felicidade está o apego. Quanto mais coisas adquirimos para nos fazer feliz, mais a felicidade é dependente do apego. Quanto mais pessoas “adquirimos” para sermos amados, mais o amor é dependente do apego. Se há sofrimento quando cessa o que alimenta o amor e a felicidade, então buscamos nos sufocar e nos apegar ao que supomos precisar para sermos completos.
Este estado de medo ou sofrimento que nasce
como ansiedade, angústia e apego são o extremo de um estado de amor e
felicidade que nasce como euforia, egoísmo e apego. Este amor, que não passa de
apego, pois depende de condições e barganhas que não se sintonizam com as
qualidades do verdadeiro amor – que são respeito, compreensão, apoio,
discernimento, aceitação, independência, e mais algumas -, não possui bases
sólidas e se esfacela na primeira contradição. Assim acontece com os medos que,
por estarem mais enraizados no inconsciente, são as defesas mais utilizadas
pelo ego. Principalmente quando ele transforma o amor em apego e a felicidade
em apego. Tudo se transforma em sofrimento, e fazemos de tudo para acabar com o
sofrimento. Por isso compramos a felicidade e o amor que tem origem em
sentimentos confusos que se disfarçam. A felicidade depende das minhas
capacidades de dar conforto – em ter mais que os outros. Orgulho e arrogância
disfarçados de altruísmo ou falsas necessidades.
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