quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

008 - premissas

Todas as minhas ideias, ou sejam, experiências se pautam em algumas premissas. De que Deus é perfeição, e não precisaria de outras se não fosse a nossa incapacidade de definir o que é perfeição. Faz com que pensemos se somos nós que não queremos que Deus seja perfeito – criando regras e leis que tentam justificar o aparente mal que nos engole inescrupulosamente –, ou se não queremos acreditar que tudo já é perfeito. Assim como nós, no Gênesis fica claro o quanto Deus é perfeito:

“E criou Deus o homem à sua Imagem; criou-o à Imagem de Deus, e criou-o varão e fêmea. (...) E Deus viu todas as coisas que tinha feito, e eram muito boas”.

Segundo, que toda a ação do mal sempre passa pelo crivo da bondade de Deus, portanto Deus é conivente com o mal. Espere um momento, não estou dizendo que Ele é cúmplice com o mal, e sim que estejamos entendendo errado o significado de mal. Será que realmente tudo que está tortuoso se constitui de aberrações do caráter perfeito de Deus?  Eu, antes, pensava que o mal era um mecanismo de aprimoramento do espírito, um exercício de evolução moral. 

“São chegados os tempos em que as ideias morais devem desenvolver-se, para que se realizem os progressos que estão nos desígnios de Deus. Elas devem seguir o mesmo roteiro que as ideias de liberdade seguiram, como suas precursoras. Mas não se pense que esse desenvolvimento se fará sem lutas. Não, porque elas necessitam, para chegar ao amadurecimento, de agitações e discussões, a fim de atraírem a atenção das massas. Uma vez despertada a atenção, a beleza e a santidade da moral tocarão os Espíritos, e eles se dedicarão a uma ciência que lhes traz a chave da vida futura e lhes abre a porta da felicidade eterna”. FÉNELON. Poitiers, 1861 Evangelho segundo o Espiritismo, Capítulo 1, Não vim destruir a lei.


A minha opinião não mudou, apenas o enfoque. Os obstáculos que enfrentamos, sejam através do sofrimento, da ira, da cobiça ou da ignorância não passam de meios hábeis para se chegar a este refinamento, no entanto, alguém pode ver todo esse sofrimento como uma oportunidade para evoluir? O que seria de Thomas Edison se ele não tivesse fracassado noventa e nove vezes antes de conseguir criar a lâmpada? Será que a experiência de seus fracassos não é tão importante assim? O mal depende de como vemos o mundo, se queremos que ele seja uma oportunidade de crescimento, ele o será...

Por fim, o significado que damos às coisas, fatos e pessoas. Pois que cada indivíduo possui uma interpretação muito particular acerca do mundo e seus relacionamentos. Muitos destes criados por autolimitações que adquirimos pelo meio, pela educação, pelas religiões, pelas regras sociais e leis humanas, pelas interpretações e fascínios de outras pessoas, mas não podemos negar que qualquer julgamento – quase nunca discernimento – de nossa parte sempre será injusto. É impossível sermos iguais quando as experiências são tão absurdamente infinitas e diversificadas que ainda nos colocamos em atitude de julgar os outros. Somos constituídos de pontos de vista.

“Uma das importantes funções da mente consiste em dar significado a um objeto de reconhecimento e fazer avaliação. Na maioria das vezes, apreendemos esse significado através dos sentidos, pela forma que tem o objeto reconhecido, pelo sentimento que desperta em nós. Que tipo de avaliação que faz a nossa mente às informações que entram através dos sentidos certamente é influenciado pela situação em que nos encontramos no momento”.
 Princípio do Relógio do Sol. Masanobu Taniguchi.



3 comentários :

  1. E eu acrescento:

    “Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas, para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo…” (Filipenses 2.14-15)

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    1. Estou gostando muito disso.
      Tem vezes - a maioria - que eu acho que devia fechar a boca, ou melhor, fechar os dedos...

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    2. Este comentário foi removido pelo autor.

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