sexta-feira, 17 de maio de 2013

a realidade é imperceptível




O jogo do mundo institui que nós sejamos o quê todos são. Privilegiamos a individualidade, mas seguimos a maioria, mesmo em círculos mais restritos tendemos a seguir opiniões. Temos religiões diferentes, leis diferentes, costumes diferentes, culturas diferentes, contudo somos todos habitantes deste mundo. Estamos começando a estabelecer uma identidade global e para tanto, em casos de conflito, os embates tornam-se mais presentes.

As unanimidades, sejam elas religiosas, sociais, culturais, etc, tendem a conter os círculos restritos às suas ideias. Aqui não há liberdade, senão aquela em que acreditamos viver. E existe mal nisto? Evidente que não. Esta diversidade de conhecimentos se presta em reunir aqueles que pensam iguais, seja por imposição ou livre-arbítrio. E existe mal nisto? Existe diferença em aceitar algo por obrigação ou escolha? O que é obrigação ou escolha!

Por livre-arbítrio sigo as convicções de minha família. Por obrigação eu mato. E se fosse o oposto, representaria alguma diferença? O que é obrigação e desígnio? O fato de estar obrigado a fazer uma ação pode ser interpretado como um benefício, um favor, uma disposição de retribuir, há nisso uma grande diferença. E o desígnio é a vontade de realizar algo, em outras palavras também significa uma predileção, possibilidade de decidir, escolher em função da própria vontade, isenta de qualquer condicionamento, motivo ou causa determinante. Seja para ser obrigado ou para escolher, assim como para realizar uma vontade ou favor, a obrigação e o desígnio parecem ter os mesmos objetivos.

E existe mal nisto?


quinta-feira, 16 de maio de 2013

percepções constituem a realidade




Um ser é constituído de suas percepções, o mundo está ao alcance dos cinco sentidos – devemos até considerar um sexto. No sutra do coração Buda diz: 

Oh Shariputra, todos os dharmas [doutrinas] são vazios, nem surgem, nem findam; nem são impuros nem puros, destituídos de acréscimos ou perdas; assim, no vazio não há forma, nem sensação, conceituação, discriminação ou consciência; nem olhos, ouvidos, nariz, língua, corpo, mente; nem cor, nem som, nem cheiro, nem sabor, nem tato, nem fenômeno; nem campo da visão, nem campo da audição, nem campo do olfato, nem campo gustativo, nem campo táctil, nem campo da consciência;...”

Se não há forma, não há sensação, conceituação, discriminação ou consciência, no entanto ainda nos prendemos à forma, nem por isso as percepções são falhas. Há um erro em admitir que todas as conceituações sejam equânimes, que os significados sejam conclusivos e, sobretudo classificados. Um método, uma regra, uma lei que determina que as coisas sejam exatamente como são. As nossas percepções ou conceituações – definições, avaliações, julgamentos e formatações – são, com raras exceções, quase sempre estabelecidas por nossas sensações físicas. Significamos ou conceituamos estas sensações para discriminar, distinguir, discernir. Estas conclusões dão forma aos pensamentos, à nossa consciência que nada mais é que o sentimento ou conhecimento que permite ao ser humano vivenciar, experimentar ou compreender aspectos ou a totalidade de seu mundo interior. Mas se as informações captadas pelos nossos sensores forem falhas, todas as etapas seguintes serão errôneas. 

Há de se considerar que, entre as sensações do nosso corpo, existam aquelas sutis, subjetivas, inconclusivas. Que nos impedem de tomar decisões plenamente lógicas, uma intuição, uma impressão vaga, outras vezes são suplantadas por forças ilógicas que destacamos como diretrizes. Ou seja, somos guiados por sensações indeterminadas, inexplicáveis, ininteligíveis. Por amor defenderíamos um assassino, mesmo que a lógica ditasse que... Somos todos, seres de percepções, sejam invisíveis ou não, e estas percepções ditam o jogo.


terça-feira, 7 de maio de 2013

metas




Quando ouvimos alguém dizer que,



“Todos que não tem meta, que não visualizam o que tem adiante e não conseguem se ver realizando algo, ficam presos no aqui e agora”. Programa Linguagem do Corpo 28-03-07. Não é de se surpreender que esta é uma das minhas maiores preocupações, a de não conseguir me manter coeso. De traçar metas que não posso cumprir.


Para falar a verdade eu já fiz isto. Não considerei o quanto isto seria perigoso. Correndo o risco de julgar e não discernir. Ainda tive que ouvir do meu espírito: “Precisamos abrandar a ira que nasceu em um tempo imemorável. E adquirir o controle sobre as ações através da observação minuciosa da benevolência. Estas são as suas, quero dizer, nossas novas metas rumo à iluminação. E não devemos nos autolimitar, pois o homem vive eternamente. Aqueles que desejam atingir o pico seguem um caminho”.


Portanto eu fixei uma meta quanto ao que escrevo e registrarei; nunca me justificar, nunca assumir que sou a verdade, nunca presumir que existe uma exclusiva verdade. Porém tenho que admitir – como se não soubesse – que existem meios [hábeis] pelo qual Deus se comunica conosco, seja através de livros, experiências, sensações, intuições e, aquilo que considero mais extraordinário e que menos distingo, através de você. Comentários, críticas, sobretudo com lições. E mesmo assim, estas conquistas podem criar meios para que outras pessoas alcancem as suas metas. E todas elas levam, inexoravelmente, à iluminação, redenção, sublimação, nirvana...

O homem só consegue fazer aquilo que se julga capaz. Portanto, ele não consegue fazer o que pensa não conseguir. Ou seja, conseguir ou não conseguir fazer algo, afinal, é determinado pela própria mente de quem se considera capaz ou incapaz. 


Todos podem ter sucesso. Katsumi Tokuhisa.