sábado, 15 de junho de 2013

somos culpados pelas culpas dos outros

Por que desejamos, precisamos daquilo que nos causa sofrimento? Onde está em nós a certeza de que as nossas ideias, atos e julgamentos sempre serão justos? Quem somos nós para apontar falhas? Culpar os outros pelas nossas incapacidades é justificável?


Claramente ficamos no escuro quanto ao sentido do sofrimento. Tudo que é contrário aos nossos pensamentos, aos nossos hábitos, torna-se um inimigo. Um inimigo que é reflexo de nossos sentimentos internos. No budismo, Kannon Bosatsu é a transfiguração deste inimigo que se impõe no nosso caminho. Mas ele não deveria ser um inimigo. Na verdade, o inimigo só existe porque temos medo do que a ideia, o obstáculo, as pessoas e os fatos representam em nossas vidas.


Se há um problema, as ideias sempre serão: não sou o culpado, quem é o culpado, é injusto que aconteça comigo, etc. E se quebrássemos estas ideias preconcebidas pelo hábito cultural e indagássemos: sou o culpado, é justo o que está acontecendo. Então a pergunta certa seria: Por que eu preciso sofrer com...? Qual é o objetivo deste sofrimento? 


Simplesmente aceite que é o culpado por tudo que te faz sofrer. Como? A mente atrai aquilo que é desejado. Inconscientemente há um desejo pelos infortúnios que te acometem. É um mecanismo de preservação, de sobrevivência do ego que tem medo. Todos temos medos. O medo de ficar só, de não conseguir preencher expectativas, de não se capaz, geram as doenças, que são meios de dizer para os outros que você precisa ser amparado, que é e pertence à família, que é digno de compaixão, que quer ser notados.


Por exemplo, você é INJUSTAMENTE levado a aceitar uma compra casada de um serviço ou produto que precise de um seguro. Este seguro representa um obstáculo porque não fazia parte dos teus planos, porque a sua experiência anterior diz que é desnecessário esta imposição. Começa por culpar os outros, as instituições, as leis e por fim questiona o mundo que parece se esfacelar. E a pergunta?!


Por que eu preciso deste seguro?


Algo em ti não confia mais nas tuas próprias capacidades. Não se sente plenamente seguro de conseguir agir com confiança. No subconsciente existe uma ordem velada de proteção que exige um seguro. Porque os teus medos te controlam. São eles que dispersam e iludem os pensamentos com vontades estranhas, incompatíveis com a realidade de que o mal é uma consequência do seu estado mental. O seguro é uma tentativa de seu ego dizer o quanto esta frágil. Não que seja a verdade, de que esteja precisando estar à salvo, porém indica uma imprecisão do que a mente consciente crê e o inconsciente impõe. Fique algum tempo sem os noticiários, reduza as impressões, pois elas são imprecisas e parciais.


Estaria me enganando?


Não seria o contrário?! De que acreditamos nas imagens que são impressas em nós? De que facilmente somos levados a crer que este mundo se corrompe e a ninguém é dado a chance de ser bom?! Não vem ao caso saber a origem do problema de percepção da realidade, mas depende de você mudar este quadro. Quem pode afirmar que as estatísticas são absolutas quando todos sabem que são amostragens. Se acreditarmos que seremos mortos ao sair de casa, seremos. Mesmo que em São Paulo cerca de 1.200 assassinatos registrados no ano passado, nos 41.692.668 habitantes, isto representa 0,00003% da população. Contudo a mídia dá quase que total atenção a estes fatos, pois semelhante atrai semelhante. 


Pare de julgar os outros, não temos discernimento para tal.



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