Então morremos e compartilhamos os “céus” de acordo com a religião que professamos. Gosto da ideia de poder presenciar lugares onde as pessoas se sintam confortáveis para dizer: agora eu posso amar a todas as pessoas. Posso esperar e aprender que as diferenças são imprescindíveis para a manifestação das experiências.
Não gostava da ideia de misturar religiões, fazer isto me parecia um meio de justificar pequenas anomalias do meu julgamento – provindas da religião professada – e que precisavam de ajustes. Aquela informação não condiz com o que eu acredito – não acreditamos totalmente naquilo que nos dizem a respeito de alguns tópicos, polêmicos – e, quem sabe seria melhor se fosse parecida com aquelas informações que dizem os...
Acabamos fazendo uma simbiose. Um enxerto para salvar as nossas convicções de uma iminente ruptura do reator craniano. Quando percebemos, acabamos criando uma aberração religiosa, tão drástica quanto os extremistas fazem ao interpretar grosseiramente as suas escrituras. É tudo uma questão de julgamentos e significados, que mudam de pessoa para pessoa. O problema é o medo, medo de contrariar a maioria, medo de não pertencer, medo de confrontar e de fugir. Medo que estabelece a lei, sobretudo se houver incongruências. Destas os enxertos se encarregam de manipular. Somos manipulados por ideias estapafúrdias e manipulamos através destas. Isto é o carma.
Onde está a justiça divina? Diante dos seus olhos. O conceito de que existe algo por trás de seus olhos é apenas uma suposição como qualquer outra. Este espaço que podemos chamar de Deus ou mundo da imagem verdadeira ou terra de Buda ou campo de intenção são só nomes que se referem ao caminho da felicidade. Observamos todas as coisas e as julgamos más. Temos tanta certeza que interferimos com a nossa sabedoria – de que sabemos tudo – e só pioramos o resultado final. [250713-059]
Pense em você como uma engrenagem de um relógio que, por conhecer os seus movimentos e direções e daquelas engrenagens – pessoas – que estão ligadas a você, supõe e começa a acreditar que poderiam ser melhoradas. Mesmo que a engrenagem – você – esteja agindo com conhecimento da causa e agindo em nome do relógio – Deus –, as suas ações desconhecem o que as demais engrenagens, mancais, eixos e molas do relógio devem fazer para que o relógio funcione muito bem. As nossas tentativas de imaginar o que nos parece ser a perfeição do relógio, são falhas, equívocas e no mínimo imperfeitas. Toda esta fricção que estaríamos causando às demais engrenagens do relógio, gerariam atritos, problemas cuja solução poderia ser indigesto para nós, a pequena engrenagem que acha que deve agir sem considerar o todo.
O relógio travaria. Mas o relógio – Deus – possui uma capacidade surpreendente de forçar as suas peças a fazerem o certo. Este desconhecimento das intenções do relógio em ser preciso e perfeito, esbarra nas nossas ideias do que o relógio deveria ser, ou pior, de que não somos partes do relógio, engrenagens egoístas.
Então as tentativas falhas de uma engrenagem que tenta seguir o seu caminho, decidindo o seu movimento por conta própria, é o que chamamos de problemas, erros e frustrações de alguém que quer decidir o próprio destino. E não podemos decidir o destino? A pergunta certa seria: o que devemos fazer para trabalhar em conjunto com o destino? Aceitá-lo cegamente? Só parece porque tememos o que nos é desconhecido.
O destino não é algo imutável como uma engrenagem criada para gerar um tempo e um movimento e nem flexível como supõe a nosso livre-arbítrio. A ideia de livre-arbítrio esbarra em uma contextualização tão errônea quanto a que fazemos sobre o carma. Não somos guiados por um destino e nem presos por provas de um carma cumulativo, entretanto estamos à mercê de nós mesmos, uma partícula lúcida de nosso espírito que se confunde com Deus. Somos guiados por nós mesmos.
Já pensou em experimentar uma mudança de pensamento? Se um dia uma situação que, aparentemente tende a ser desastrosa começar a se formar, e você começar a pensar que ela se desenvolverá conforme o seu modo de pensar negativo, experimente inverter. Pense em um resultado benéfico – para todos, não seja egoísta e não prejudique ninguém – ou emita pensamentos constantes como: “Coisas boas acontecem todos os dias” ou similar, repita-a mentalmente. Não é para acreditar, não existe um exercício para nos fazer acreditar naquilo que se constitui o certo. Este pensamento tem o poder de reescrever algumas diretrizes deturpadas do seu inconsciente. Faz-te perceber a realidade de que somos peças de Deus.
domingo, 13 de abril de 2014
O VAZIO
terça-feira, 8 de abril de 2014
POR QUE NÃO?
Em algum momento da vida nós somos obrigados a rever certas ideias. E neste eu me pus em busca de uma cura para o incurável. Por que as doenças incuráveis deveriam ser incuráveis? E elas são mesmo? O que podemos fazer para restaurar a saúde? Bem, é o que eu tenho me perguntado. Ainda mais que acreditava em milagres e não podia abrir mão de experimentar tudo que estivesse ao meu alcance. Sem desespero, controlando cada passo, era o que eu pensava. Nem sempre os milagres acontecem quando e como queremos, muito menos sem ganhos secundários, efeitos colaterais, todos morais.
Encarei a nona [9] cirurgia espiritual com duas metas bem definidas, de que eu poderia estar no fim desta incoerência que chamamos de doença e, de que o meu modo de ver o mundo iria se transformar. Quando pus em prática as ideias que ouvi de Wayne Dyer, Brahma Kumaris, Jesus Cristo, Buda, Napoleon Hill, Donald Walsch, Masaharu Taniguchi, Bruce Lipton e tantos outros, em áreas do conhecimento tão variadas, percebi que o meu modo de ver o mundo sempre esteve errado. Julgamos e discernimos parcialmente, conforme as nossas crenças e certezas e com isso criamos barreiras para ações que sequer imaginamos.
Abrir-se para o meio, aceitar que as diferenças são ferramentas que cada pessoa utiliza para o seu progresso, provoca-nos medo diante do desconhecido. Passamos tanto tempo acreditando que o mundo é como é por causa do que vemos e tememos que, jamais imaginaríamos que o mundo é o reflexo de nossos pensamentos. Quero dizer, sempre justificamos nossas ações apontando para fora de nós a causa de nosso sofrimento e dizemos: quem começou? Quando deveríamos dizer: quando nos sintonizamos? A culpa deste sofrimento não depende de quem inicia o processo, mas de quando nos conectamos com a ofensa. Não diz o ditado que quando não há quem possa receber o “presente”, este retorna para o dono. O mesmo vale para as ofensas.
Quando aceitei que confio no futuro que [Deus] a providência infinita me oferta, óbvia certeza de que a todos, o destino se mostra exatamente como os seus pensamentos criam este mundo, nada pode me ofender. Sou dono de potencialidades infinitas. Se você ainda não experimentou pensar assim, estas ideias parecerão uma ilusão fanática de um desejo abstrato de um apático, e se não? E se tudo for muito mais simples e por medo não quer experimentar romper com as suas barreiras do conformismo e ser levado pela corrente? De onde emanam as suas certezas, as suas verdades? Que medo é este de experimentar?
O meu mundo mudou.
segunda-feira, 17 de março de 2014
O QUE ESTÁ ESCONDIDO ATRÁS DOS OLHOS.
Era uma vez seis cegos à beira de uma estrada. Um dia, lá do fundo de sua escuridão, eles ouviram um alvoroço e perguntaram o que era. Era um elefante passando e a multidão tumultuada atrás dele Os cegos não sabiam o que era um elefante e quiseram conhecê-lo.
Então o guia parou o animal e os cegos começaram a examiná-lo:
Apalparam, apalparam...Terminado o exame, os cegos começaram a conversar: — Puxa! Que animal esquisito! Parece uma coluna coberta de pelos!
— Você está doido? Coluna que nada! Elefante é um enorme abano, isto sim!
— Qual abano, colega! Você parece cego! Elefante é uma espada que quase me feriu!
— Nada de espada e nem de abano, nem de coluna. Elefante é uma corda, eu até puxei.
— De jeito nenhum! Elefante é uma enorme serpente que se enrola.
— Mas quanta invencionice! Então eu não vi bem? Elefante é uma grande montanha que se mexe.
E lá ficaram os seis cegos, à beira da estrada, discutindo partes do elefante. O tom da discussão foi crescendo, até que começaram a brigar, com tanta eficiência quanto quem não enxerga pode brigar, cada um querendo convencer os outros que sua percepção era a correta. Bem, um não participou da briga, porque estava imaginando se podia registrar os direitos da descoberta e calculando quanto podia ganhar com aquilo.
A certa altura, um dos cegos levou uma pancada na cabeça, a lente dos seus óculos escuros se quebrou ferindo seu olho esquerdo e, por algum desses mistérios da vida, ele recuperou a visão daquele olho. E vendo, olhou, e olhando, viu o elefante, compreendendo imediatamente tudo.
Dirigiu-se então aos outros para explicar que estavam errados, ele estava vendo e sabia como era o elefante. Buscou as melhores palavras que pudessem descrever o que vira, mas eles não acreditaram, e acabaram unidos para debochar e rir dele.
Por enquanto falamos das coisas que podemos ver, mas e aquelas que se escondem além dos sentidos da visão, olfato, audição, tato e paladar? Se você estiver pensando em algo imponderável do campo divino e mediúnico, pois saiba que não. Mesmo porque, quando morremos – escolha uma opção post-mortem e não fará diferença alguma – não deixamos de ser quem somos e, portanto, iremos perscrutar o céu usando todas as nossas capacidades sensoriais.
Deste modo, os anjos também compartilham das mesmas características sensoriais que os encarnados, vivos. Os que me faz pensar, será que também os mortos vivem em ilusão? Será que quaisquer imagens que façamos de uma vida após a morte condiz com as nossas crenças? Múltiplas opções... O que torna as religiões não só uma ideia do caminho, mas também um molde para os “céus” criados. Um ser é constituído de suas percepções, o mundo está ao alcance dos cinco sentidos – devemos até considerar um sexto. No sutra do coração Buda diz:
“Oh Shariputra, todos os dharmas [doutrinas] são vazios, nem surgem, nem findam; nem são impuros nem puros, destituídos de acréscimos ou perdas; assim, no vazio não há forma, nem sensação, conceituação, discriminação ou consciência; nem olhos, ouvidos, nariz, língua, corpo, mente; nem cor, nem som, nem cheiro, nem sabor, nem tato, nem fenômeno; nem campo da visão, nem campo da audição, nem campo do olfato, nem campo gustativo, nem campo táctil, nem campo da consciência...”.
Este espaço vazio está mais além das ideias que modelamos de um mundo espiritual. Conforme a crença, podemos ter um inferno, purgatório ou céu; umbral e cidades espirituais de várias graduações; os reinos das transmigrações; etc. Elas servem de suporte para aquilo que realmente importa. No budismo tem uma história que explica bem esta ideia de duas mortes. [290313] Quando chegamos, depois de executar um infindável número de práticas espirituais, às portas da iluminação, estaremos prontos para entender que aquilo que chamamos de iluminação não passava de um chamariz. Porque sem estas práticas, não é possível compreender o que os mestres querem dizer sobre a iluminação, ou extinção do ego, ou a manifestação do não-eu, estado búdico. Buda se refere a dois nirvanas nesta parábola da cidade fantasma, sendo a própria cidade um recanto para o descanso dos peregrinos, portanto uma iluminação parcial?! Entendeu?
O processo diz que: Todas as coisas nos servem de caminho para se alcançar a iluminação. A sua vida é perfeita como é, o que você se nega a aceitar é que alcançar a iluminação não é um destino, não é uma finalidade de suas meditações e orações, é um estado permanente que extingue o sofrimento que materializamos em nossas vidas através da arrogância de nos intitularmos como a voz da razão, de que tudo que tinha que existir já existe e o quê ainda não existe deve ser inventado e controlado pelo raciocínio humano.
Não teria problema se o homem não acreditasse que é um ser cheio de pecado e culpado e iludido e sem estima tanto para si quanto para aqueles que ele tenta segurar o progresso. O medo impõe regras, e as regras se baseiam nos medos para defender a sua autonomia. Cria e defende grupos que aprendem a se confrontarem, porque as regras determinam contrariedades justas. As regras, as leis, se baseiam no conhecimento de que somos os únicos a controlarem o destino.
Deus está escondido atrás dos nossos olhos, num vazio pleno de infinitas oportunidades.
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