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sexta-feira, 6 de maio de 2016

APROVEITAR A 'FÉ LOUCA'



Em alguns dos aspectos da ‘fé louca’ o que mais mexe comigo é a possibilidade de fazermos tudo com o poder da mente. Temos muitas histórias e poucas certezas, infelizmente o mundo criou as ferramentas que impossibilitam termos certezas destas histórias. Felizmente nunca tivemos tanto acesso a estas histórias tão incomuns...

Neste trecho do livro ‘autobiografia de um iogue’ de Paramahansa Yogananda, percebemos o quanto estamos longe de exercer esta capacidade inerente, inata.



Pediu-nos para acompanhá-lo ao pátio, onde esmurrou a borda de um muro; um tijolo, ao cair, espatifou-se no chão: pela fenda, comparável ao espaço de um dente perdido pelo muro, o céu mirou atrevidamente.

Sentia-me aturdido de espanto; pensei: quem pode remover de um só golpe um tijolo cimentado em sólida parede, deve poder, com certeza, arrancar os dentes de um tigre!


- Homens existem com força física igual à minha; falta-lhes, entretanto, a fria confiança. Os que têm corpos robustos, mas débil a mente, podem desmaiar à simples visão de um animal selvagem saltando com liberdade na floresta. O tigre, em sua ferocidade e ambiente nativo, é muito diferente do animal de circo alimentado de ópio! Muitos homens, porém, de força hercúlea, têm se visto aterrorizados e em abjeto desamparo, ante a investida de um tigre de Bengala. Assim, o tigre converteu o homem, mentalmente, em gato medroso. É possível a um homem, possuidor de corpo vigoroso e imensa determinação, inverter a situação e forçar o tigre a convencer-se de que é um gatinho indefeso. Quantas vezes o consegui!
Eu estava bastante disposto a acreditar que o titã à minha frente era capaz de realizar a metamorfose do tigre em gato. Ele parecia estar com a veia didática; Chandi e eu o escutávamos com todo o respeito.

- É a mente que maneja os músculos. A força de uma martelada depende da energia que nela se aplica; o poder expresso pelo corpo, o instrumento físico do homem, depende de sua agressiva vontade e de sua coragem. O corpo é literalmente construído e sustentado pela mente. Sob a pressão de instintos de vidas anteriores, fraquezas e forças infiltram-se gradualmente na consciência humana e expressam-se como hábitos que, por sua vez, constroem um corpo desejável ou indesejável. A fragilidade física tem origem mental; em círculo vicioso, o corpo enfraquecido pelos hábitos constrange a mente, Se o amo permite ao servo que lhe dê ordens, este se torna autocrático; assim também, a mente vem a ser escrava quando se submete aos ditames do corpo.



Sermos o que acreditamos poder ser ou sermos o que dizem ser possível ou impossível. A beleza está em que, quaisquer que sejam as suas escolhas, elas sempre estarão certas.

quarta-feira, 27 de abril de 2016

'FÉ LOUCA' ADENDO [S]



Não dá para começar do início porque tudo contribuiu para que esta ‘fé louca’ surgisse quando alguns fatos se juntaram e se correlacionaram com as minhas ideias sobre ‘fé’. Se eu bem me lembro o maior impacto aconteceu há alguns meses. [BLASFEMAR, PODE?]

No entanto, hoje, eu percebi por onde começar: medos. O medo é que impossibilita que a ‘fé louca’ se manifeste, porque o medo – nem precisa ser um medo bem definido – constrói uma barreira imperceptível para que a fé se manifeste. Por isso que situações extremas – como doenças, terremotos, etc. – acabam ativando a fé. Se o caso for brando acontece apenas uma reformulação de ideias – crenças e hábitos. Porém se forem intragáveis, incuráveis ou insustentáveis – pelo medo, por exemplo –, exigem que nós rompamos com a barreira.

O medo não passa de uma apreensão decorrente do hábito de acreditarmos que as respostas correntes sempre serão as mesmas. E por antecipação sofremos com a possibilidade de elas se tornarem verdade. Ou seja, se tememos sofrer e/ou morrer por causa de uma doença, então nos preocupamos em duas frentes: por esperar o resultado descrito e falado e por cogitar e CRIAR os resultados que...

O medo impede de vermos que as respostas poderiam ser outras, nem imaginadas, como um ‘milagre’, por exemplo. É aí que reside a ‘fé louca’, em criar uma ideia positiva como resultado de um problema negativo. E é difícil acreditar que podemos mudar os resultados com uma mente positiva quando acostumamos em assumir uma posição ‘realista’ – eu diria negativa – já determinada. O erro está em admitir que tais previsões negativas sejam certezas reais e presentes. Elas não passam de suposições criadas por dados e observações e experiências passadas, porém genéricas.

Então deveríamos pensar no que queremos criar, porque temos este poder. ‘Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai’. João 14:12. Estamos tão acostumados em criar o ‘mal’ que o consideramos a realidade, mas somos nós que o criamos e recriamos, damos-lhe força. Supor que o ‘mal’ é criação de Deus é admitir que somos hipócritas, pois em Gênesis 1:31 ‘E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã, o dia sexto’.
Portanto a ‘fé louca’ não é tão louca assim, e sim nós, que somos loucos em criar o ‘mal’ para justificar nossos medos. O próximo passo é fixar os seus pensamentos no que deseja e sentir como se já tivesse recebido. O erro está em acreditar que só deveríamos agradecer bênçãos recebidas e se não a recebermos, sentiremos depressão, frustração e raiva. Impedindo que o processo termine como o planejado. Que as orações não são pedidos e sim, agradecimentos.

Preferimos ver para crer.


Ademais, não basta somente se despreocupar, é preciso sentir. Não temos o hábito de nos sentirmos felizes por algo que não existe no presente. No melhor dos casos esperamos a realização do desejo para podermos agradecer a Deus como se Ele estivesse ocupado demais em atender ou julgando o merecimento. Mas existem ocasiões em que agradecemos antecipadamente. Quando esperamos ganhar algo que tem data marcada para acontecer, não pensamos nas impossibilidades e barreiras que poderiam surgir. Ou pensávamos, porque esta realidade está se desconstruindo. Cada vez mais ensinamos aos nossos filhos a importância de julgar, de avaliar, de prever e de temer com o intuito de criar pessoas precavidas – conforme nossas realidades ou crenças. Dando-as pouca margem para criar futuros que não sejam aqueles que definimos. E ainda queremos acreditar que o livre-arbítrio é uma alternativa irrestrita?

Quem nunca se sentiu eufórico diante da ideia de viajar ou ganhar ou realizar um sonho? Este sentimento parece não funcionar quando criamos barreiras – medos. Demorei em aceitar que doenças ‘incuráveis’ era curáveis, passei um bom tempo tentando me resignar, mas não entendia como recriar esta realidade. Os medos impediam que eu desse vários passos nesta realidade pouco difundida de que os ‘milagres’ não dependem de Deus e sim de confiarmos em nós como afirmou Jesus. Existe uma barreira criada por medos infundados e repetidos como reais, de que somos culpados de pecados e, portanto, o usamos como justificativa contra as tentativas de cura. Nos culpamos porque somos dependentes dos outros, de que não somos capazes de criar e damos este poder para aqueles que nem sempre podem criar.

Somos parciais, medrosos e dependentes. Mas existem muitas pessoas que já conseguiram romper estas ilusões.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

É 'FÉ LOUCA' [3]



Passo 3.

Não é tão difícil compreender, em palavras, o que realmente significa ‘fé louca’. O problema está em querer perceber o que tais palavras querem dizer. E mesmo que existam pessoas crentes de que sabem, poucos conseguem por em prática.

Claro é dizer que, paradoxalmente, esta fé se baseia em ações não-lineares. Digo, a ação A que deveria seguir-se à B levaria a C. Contudo esta ‘fé louca’ não se baseia em uma imutabilidade temporal, mas em uma ‘regra’ que já se propagou aos quatro ventos.

Muito se diz da ‘força do pensamento’ e de suas potencialidades. E muito se diz do quanto o pensamento tem uma força visível. Por vezes chamamos de sorte ou azar, mas estas impressões tendem a ser a ponta do iceberg. As coincidências são os primeiros estágios em que algo impossível pode acontecer. Assim como a fé que pode gerar ‘milagres’.

Mas aí é que as coisas começam a se complicar, porque para que tais coincidências se tornem ‘meios hábeis’ é preciso colocar ‘a carroça diante dos bois’, ou seja, admitir o inacreditável e admitir que ‘toda a oração é só um reflexo da alma tentando revelar o desejo que se aproxima’.
Pois estamos acostumados a pensar que são as ‘orações’ que concretizam os desejos. Ou São Mateus estava errado ao dizer: porque Deus, o vosso Pai, sabe tudo de que tendes necessidade, antes mesmo que lho peçais.

Para me entender você teria que ler muitos livros e ver muitos milagres e, sobretudo, correlaciona-los. Mas eu percebi que tais tentativas de acionar a ‘fé louca’ existe com muitos nomes diferentes. E principalmente pelas combinações destes. É impossível precisar uma metodologia, por isso é tão difícil aceitar eventos não-científicos.

E surgiu uma ciência de transição chamada ‘física quântica’ que, apesar de ser complicada de explanar é o primeiro passo para se entender a ‘fé louca’. Por mais que eu tente estabelecer um gráfico linear que pudesse explicar a base das minhas experiências e compreensões sobre como acionar a ‘fé louca’ eu não consigo. Um bom exemplo seria criar um ‘mapa mental’, mas mesmo assim não conseguiria criar ou recriar a ‘fé louca’ pois ela dependerá das informações já estarem em si, como um sistema operacional. Tais dados se unirão às informações e gerarão reações.

O que posso adiantar é que é preciso ‘extinguir o ego’ para que este processo se inicie, ou seja, remover quaisquer crenças ou ideias preconceituosas que bloqueie a fé[s]. Sobretudo aquelas cimentadas em religiões firmemente imutáveis em suas ideias deturpadas pelas razões humanas em querer entender e propagar impressões ou, aquelas que querem moldar tudo aos olhos das descobertas – partidárias – reveladas pela ciência. Resumindo, acreditamos naquilo que querem que acreditemos, conforme a autoridade dita.

Existe um momento em que a fé é ‘desacreditada’. Devo admitir, por mais que eu afirmasse ter fé, bastou ouvir que a minha fé era pouca que eu desmoronei. [AMOR EXISTE?] E só resta reescrevê-la. Por um tempo tentamos rever outras ideias, mas acabamos voltando á estaca zero. Minto, novas ideias ficam armazenadas no subconsciente esperando o momento em que ‘fé’ e ‘amor’ passam a fazer sentido como eles são descritos pelos sábios e preferimos escolher os que pouco se preocuparam em compreender...

Então a ‘fé louca’ não é tão alucinada assim. É só uma questão de reaprender o que é ‘fé’ e para isto você só precisa prestar atenção no que as religiões dizem usando algumas verdades que ouvimos muito, mas pouco compreendemos.  “Quando criamos uma conexão viva e constante com Deus, automaticamente nos conectamos com toda a família global. E o resultado disso é que passamos a receber cooperação de todos, não apenas daqueles que foram beneficiados com a nossa ajuda. Assim funciona a maquinaria divina. Quando elevamos a consciência em direção ao Supremo, nos conectamos com toda a criação. Como resultado, tudo de melhor vem a nós. O método para isso é criar um relacionamento vivo com Ele baseado no amor, na honestidade e na confiança”. Brahma Kumaris.

Portanto a fé só é louca quando nos desvencilhamos das explicações ditadas pelos homens e pela história, parece ser cega, mas ela acredita em Deus, não pelas razões que pensamos acreditar, mas por algo aparentemente indefinível. Percebo que este terceiro passo precisa de mais ‘explicações’ porque somos movidos pela razão.

“É tolice e desnecessário a uma pessoa continuar sofrendo simplesmente porque não alcançou a iluminação, quando esperava alcançá-la. Não há insucesso na iluminação, portanto a falha reside nas pessoas que, durante muito tempo, procuraram a iluminação em suas mentes discriminadoras, não compreendendo que estas não são as verdadeiras mentes, e sim, falsas e corrompidas, causadas pelo acúmulo de avidez e ilusões toldando e ocultando as suas verdadeiras mentes. Se este acúmulo de falsas divagações for eliminado, a iluminação aparecerá. Mas, fato estranho, quando os homens atingirem a iluminação, verificarão que, sem as falsas divagações, não poderá haver iluminação”. Buda compreende que, mesmo que estejamos em ilusão, sem as ilusões – ou falsas divagações – não poderíamos entender a realidade.

Por isso é que é difícil de delinear ‘fé louca’, porém vou tentar exemplificar quando ela se torna incrivelmente simples.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

COMPREENDER 'FÉ LOUCA' [2]

Passo 2.

É um contrassenso se pensarmos que é algo oposto ao que nós estamos acostumados. São Mateus: 5 7-8. Pedi e se vos dará; buscai e achareis; batei e se vos abrirá, porquanto, quem pede recebe, quem procura acha e àquele que bate se abre.
A ‘Fé louca’ trata exatamente do ato de confiar: São Mateus 6 6-9. E, quando orardes, não useis de vãs repetições, como fazem os pagãos; pois imaginam que devido ao seu muito falar serão ouvidos. Portanto, não vos assemelheis a eles; porque Deus, o vosso Pai, sabe tudo de que tendes necessidade, antes mesmo que lho peçais.  Por essa razão, vós orareis: Pai nosso, que estás nos céus! Santificado seja o teu Nome.

Eis um artigo cristão sobre a fé louca. Escrito por Gary Wilkerson em Dezembro 17, 2012. Penso que ele está no caminho certo. Entretanto as ferramentas existem sim.

Você sente que Deus está prestes a desencadear algo tremendo em sua vida? Será que Ele diz ao seu coração, “Preparei algo especial para ti. Você está prestes a entrar em um caminhar comigo que você nunca conheceu antes”? Talvez a sua vida já tenha sido grandemente abençoada por Deus. Agora o Espírito Santo está dizendo que Sua promessa de longa data está prestes a chegar à plena realização – e que ela lhe surpreenderá.

Se isso descreve você nesse exato momento, posso lhe dizer com a autoridade das escrituras: prepare-se para examinar o seu coração.

Essa parte a seguir é o que chamo experimentar “fé louca”. Fé louca é acreditar que não importa o quão boas as coisas estejam, o melhor está por vir. É uma fé que diz, “Por mais que sonhemos e façamos coisas grandes pelo reino de Deus, a visão dEle é sempre maior”.

[...]

“Há algo em meu coração que está desagradando ao Senhor? Fui negligente em relação a algo que Ele me pediu? Não quero que nada na minha vida impeça o que Deus deseja fazer”.Deus sempre leva o Seu povo a este ponto. Por quê? Antes de Deus trazer o Seu melhor, Ele tem de operar algo profundo em nós. Ele quer nos dar a vitória.

[...]

O nosso Deus deseja fazer coisas poderosas entre nós. Ele quer expressar Seu amor ao mundo através de nós. Então, se nos apegamos a uma coisa que fica no caminho daquilo que Ele deseja realizar – alguma teimosia nossa, alguma recusa em confiar nEle para tudo – Ele nos mostra isso.

Porém algumas vezes Deus deseja que acrescentemos algo à nossas vidas antes de Ele trazer o Seu melhor. Isso pode envolver alguma coisa que deixamos de fazer. E Ele então quer que nos perguntemos, “Será que fui lento em responder a algo que Deus me pediu para fazer?”.

[...]

Como pastor, fico perturbado quando vejo pessoas em nossa igreja não enfrentando os problemas em suas vidas. Quando pergunto a alguns deles como estão indo, eles respondem, “Glória a Deus, Ele está me abençoando”. Mas sei que seu filho adolescente tinha acabado de ser preso. Ou há um problema com o cônjuge. Ou estão terrivelmente indiferentes a alguém da igreja.

Sim, Deus tem coisas maiores guardadas para nós. Mas não podemos entrar nelas enquanto não tratarmos das questões de nosso coração primeiro. A sua questão pode ser pequena, mas aos olhos de Deus, é coisa importante no momento. Sem abordá-la, não haverá o futuro de andar no melhor dEle. Deus sempre quer tudo em ordem antes de abrir a porta para o próximo surpreendente estágio de Sua obra


Percebeu? Apesar disso, conceituar ‘Fé Louca’ é tão imponderável e conflitante que nem os mais sábios conseguem estabelecer uma regra, sequer conseguem ser unânimes. E nem é porque se contradizem, é por causa da incapacidade de encontrarem palavras que a possam exprimir. Por isso Mateus se contradiz. Porém o processo começa aqui. CRER PARA VER.



Como? O passo 3.

domingo, 17 de abril de 2016

O QUE É PRECISO PARA SE TER A TAL 'FÉ LOUCA' [1]



PASSO 01.

Quando nós nos tornamos reféns das opiniões alheias? Quero dizer, em quais ocasiões podemos afirmar nossas verdades sem parecer que somos intransigentes, inflexíveis e intolerantes? Realmente quero dizer, quando eu posso afirmar que as minhas convicções são as melhores? Ou aceitar que posso estar errado? É indigesto porque existe um choque, um conflito, entre aqueles que acham saber o que é melhor para você e aqueles que teimam em manter suas decisões baseadas em suas experiências.

A diferença é que, mesmo havendo boas experiências, elas podem estar pautadas em suposições ‘inflexíveis’ sobre o que você entender por...

No meu caso, por mais que eu tente explicar o que é ser um ‘doente incurável’, a verdade recairá na ‘autoridade’ que estuda e ‘diz’ conhecer profundamente a enfermidade. Assim sendo, as minhas impressões parecem nada valer quando a maioria ‘saudável’ tenta imprimir suas convicções sem sequer analisar o que está sendo dito pelo ‘doente’. Admito que posso estar reagindo com insurreição às tentativas de me ajudarem, mas e se eu estiver certo das minhas próprias convicções, das minhas verdades e experiências.

Decerto estamos nos intrometendo onde não devíamos. Eu sei que, na maioria dos casos, as pessoas podem estar tão abatidas e fracas que precisam de um ombro amigo. Porém e quando aceitamos nos ‘curar’ e procuramos ‘entender’ novos paradigmas, quase sempre paradoxais, ou seja, pensamento, proposição ou argumento que contraria os princípios básicos e gerais que costumam orientar o pensamento humano, ou desafia a opinião consabida, a crença ordinária e compartilhada pela maioria. Então todos começam a agir como ‘obstáculos’, influindo e dificultando o que pode ser o ‘caminho’.

Um deles é agir com ‘fé em Deus’, confiando em ‘devaneios’ que são ditados por aqueles que superaram e suplantaram os medos decorrentes das dificuldades, como os casos de pessoas curadas de doenças incuráveis. Por outro lado é ter que agir com ‘fé em Deus’, confiando em hábitos e verdades pautadas nas fontes mais seguras afirmadas pela ciência.

Eu gosto da ciência, mas em algum momento ela restringe. Ela dita regras que estão sendo analisadas por métodos falhos. A premissa não é isenta de erros porque o homem comete erros de julgamento. Podem não ser propositais, contudo é de nossa natureza destrinchar e analisar coisas que só são compreensíveis no todo.

E se eu me submeto a ‘alguém ou algo’ superior a mim, ou seja, a Deus – ou o nome que você queira dar –, parece que estou cometendo blasfêmia, um insulto, contra todos aqueles que dizem acreditar em Deus e esperam que você se submeta à ciência inconclusiva dos homens.

Fico confuso quando não acho hilário. Passei anos tentando entender o que significa ‘ter fé em Deus’ porque para isso eu precisaria abrir mão das ‘verdades humanas’ e confiar em ações tão pouco expressas que soam como mágica ou tempo morto. Gosto de uma história que o Dalai Lama contou no livro A Arte da Felicidade e assim podemos entender melhor o que quero dizer:

— No esforço de determinar a origem dos problemas de cada um, parece que a abordagem ocidental difere sob muitos aspectos do enfoque budista. Subjacente a todas as variedades de análise ocidental, há suma tendência racionalista muito forte, um pressuposto de que tudo pode ser explicado. E ainda por cima existem restrições decorrentes de certas premissas tidas como líquidas e certas. Por exemplo, eu recentemente me reuni com alguns médicos numa faculdade de medicina. Estavam falando sobre o cérebro e afirmaram que os pensamentos e os sentimentos resultam de diferentes reações e alterações químicas no cérebro. Por isso, propus uma pergunta. É possível conceber a sequência inversa, na qual o pensamento de ensejo a sequência de ocorrências químicas no cérebro? Mas a parte que considerei mais interessante foi a resposta dada pelo cientista. “Partimos da premissa de que todos os pensamentos são produtos ou funções de reações químicas no cérebro.” Quer dizer que se trata simplesmente de uma espécie de rigidez, uma decisão de não questionar o próprio modo de pensar.

Gosto de ver que as minhas premissas ou prerrogativas jamais serão plenamente partilhadas pelos outros, por quê? Porque não existe a possibilidade de que as minhas experiências e o modo como eu as compreendo sejam idênticos ao dos outros e é exatamente isto que torna as nossas vidas mais interessantes, os conflitos.

Ademais, as dificuldades também podem fazer parte do processo. E foi assim que eu conheci outras peças do jogo.