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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

028 - o que é ego segundo cabala


O número 13 é muito positivo, de acordo com a Cabala. Para começar, é um acima de 12, que está ligado aos 12 meses do ano e aos 12 signos do zodíaco, e eles representam a fragmentação do mundo físico, onde a Luz do Criador está oculta. O 13 vai acima dessas forças materiais, e nos leva à unidade do mundo espiritual. A própria palavra um , em hebraico, tem o valor numérico 13.


A morte inevitável do ego

O amor à liberdade é o amor aos outros; o amor ao poder é o amor a nós mesmos.- William Hazlitt (1778 – 1830)

A única coisa que o Criador criou foi nosso desejo de receber, nosso egoísmo. Esta é nossa essência. Se aprendermos a “desativar” nosso egoísmo, restauraremos nossa conexão com o Criador, porque sem o nosso egoísmo, obteremos a equivalência de forma com Ele, assim como ela existe nos mundos espirituais. A desativação de nosso egoísmo é o começo de nossa ascensão pela escada espiritual, o começo do processo de correção.

É como que por humor irônico da Natureza, que as pessoas que se deleitam em prazeres egoístas não podem ser felizes. Há duas razões para isso: 1) O egoísmo é um beco sem saída: se você obtém aquilo que você quer, você já não o quer mais. e, 2) Um desejo egoísta tem prazer não apenas na satisfação de seus próprios caprichos, mas também na infelicidade dos outros.

Para entendermos melhor a segunda razão, precisamos lembrar os fundamentos. A Fase Um nas Quatro Fases Básicas deseja apenas receber prazer. A Fase Dois já é mais sofisticada, e quer receber prazer de doar porque o doar é o estado de existência do Criador. Se nosso desenvolvimento tivesse parado na Fase Um, nós seríamos satisfeitos no momento em que nossos desejos fossem preenchidos e não iríamos nos importar com que os outros têm.

No entanto, a Fase Dois – o desejo de doar – nos compele a notarmos os outros para que possamos doar a eles. Mas porque nosso desejo fundamental é por receber, tudo que vemos quando olhamos para as outras pessoas é “que elas têm diversas coisas que eu não tenho.” Graças à Fase Dois, iremos sempre nos comparar aos outros, e graças ao desejo de receber da Fase Um, nós sempre queremos estar acima delas. É por isso que obtemos prazer em suas carências. A propósito, é também por isso que a linha de pobreza muda de país para país. De acordo com o Dicionário Webster, a linha de pobreza é “um nível de renda pessoal ou familiar abaixo do qual alguém é classificado como pobre de acordo com padrões governamentais.”

Se todos a minha volta fossem tão pobres como eu sou, eu não me sentiria pobre. Mas se todos a minha volta são ricos, e eu apenas tenho uma renda mediana, eu me sinto como a pessoa mais pobre sobre a Terra. Em outras palavras, nossas normas são ditadas pela combinação da Fase Um (o que desejamos ter) com a Fase Dois (que é determinada pelo que os outros têm).

De fato, nosso desejo de doar, que deveria ter sido a garantia de que nosso mundo seria um bom lugar para se viver, é na realidade o motivo de todo mal neste mundo. Esta é a essência de nossa corrupção, e por esta razão, a substituição da intenção de receber por uma intenção de doar é tudo que precisamos corrigir.



A CURA

Nenhum desejo ou qualidade é naturalmente mau; é a maneira como os usamos que os fazem ficarem assim. Os antigos Cabalistas já diziam: “A inveja, a cobiça, e a (busca pela) honra tiram o homem deste mundo,” ou seja, deste mundo para o mundo espiritual.  Como assim? Nós já vimos que a inveja leva a competitividade, e a competitividade gera progresso. Mas a inveja nos leva a obter resultados bem maiores do que os benefícios tecnológicos ou os outros benefícios deste mundo. Na Introdução ao Livro do Zohar, Ashlag escreve que os humanos podem sentir os outros, e portanto podem carecer do que os outros têm. Como resultado, eles são preenchidos de inveja e querem tudo que os outros têm, e quanto mais eles têm, mais vazios eles se sentem. No final, eles querem devorar o mundo inteiro.

Finalmente, a inveja nos leva a buscarmos nada menos que o Próprio Criador. Mas é aqui que o senso de humor da Natureza nos prega uma peça novamente: O Criador é um desejo de doar, altruísmo. Por mais que inicialmente não estejamos cientes disso, ao querermos sentar no banco do motorista e sermos Criadores, nós estamos na verdade almejando por sermos altruístas. Assim, através da inveja – o traço mais nocivo e traiçoeiro do ego – nosso egoísmo se conduz à morte, assim como o câncer destrói seu organismo hospedeiro até que ele, também, morra com o corpo que ele arruinou. Novamente podemos ver a importância de formarmos o ambiente social adequado, porque se somos obrigados a sermos invejosos, devemos no mínimo ser construtivamente invejosos, ou seja, invejosos de algo que nos conduzirá à correção.

Os Cabalistas descrevem o egoísmo desse jeito: O egoísmo é como um homem com uma espada que tem uma dose de doçura sedutora, mas uma poção letal em sua ponta. O homem sabe que a poção é um veneno maligno, mas não pode se ajudar. Ele abre a sua boca, leva a ponta da espada à sua língua, e engole.

Uma sociedade justa e feliz não pode se apoiar no egoísmo monitorado ou “canalizado”. Nós podemos tentar restringir o egoísmo através do domínio da lei, mas isto funcionará somente até as circunstâncias se agravarem, assim como vimos na Alemanha – que foi uma democracia até eleger Adolf Hitler democraticamente. Nós também podemos tentar canalizar o egoísmo para beneficiar a sociedade, mas isto já foi experimentado no comunismo da Rússia, e falhou miseravelmente.  Até a América, a terra da liberdade, da oportunidade e do capitalismo, está falhando em fazer seus cidadãos felizes. De acordo com o New England Journal of Medicine.

“Anualmente, mais de 46 milhões de americanos, com idades entre 15 e 54 anos, sofrem de episódios depressivos.” E o Archives of General Psichiatry anunciou: “O uso de drogas antipsicóticas para tratar crianças e adolescentes... aumentou mais do que o quíntuplo entre 1993 e 2002,” como publicado na edição de 6 de Junho de 2006 do The New York Times.

Concluindo, enquanto o egoísmo tiver a supremacia, a sociedade será sempre injusta e desapontará seus próprios membros de uma maneira ou de outra. Finalmente, todas as sociedades fundamentadas no egoísmo irão se exaurir, juntas com o egoísmo que as criou. Nós apenas temos de fazer isso acontecer da forma mais rápida e fácil que pudermos, para o bem de todos.
A Cabalá Revelada - O Guia da Pessoa Comum para uma Vida Mais Tranqüila, Rav Michael Laitman, PhD, Cap. 6, págs 146 e 147 -   http://www.kabbalah.info/brazilkab/bibliotecaFrameset.htm


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

027 - o que é ego segundo cabala


O uso correto do ego.

http://www.kabbalah.info/brazilkab/ego_uso.htm

Ao longo da história, a humanidade tem tentado inúmeras maneiras de anular o ego ou reduzi-lo artificialmente, a fim de alcançar a igualdade, o amor e a justiça social. As revoluções e mudanças sociais vieram e se foram, mas todas falharam, porque o equilíbrio só pode ser adquirido combinando-se corretamente o pleno poder de recepção com o pleno poder de doação.
A lei comum para todos os organismos vivos é a conexão altruísta entre os elementos egoístas. Estes dois elementos contraditórios (altruísmo e egoísmo, dar e receber), existem em cada matéria, criatura, fenômeno ou processo.

No nível material, emocional, ou em qualquer outro nível, você sempre encontrará duas forças, não apenas uma. Elas se complementam e se equilibram, manifestando-se de diversas maneiras: como elétrons e prótons, cargas negativa e positiva, rejeição e atração, ácido e base, ódio e amor. Cada elemento na Natureza mantém uma relação de reciprocidade com o sistema que o apoia, e estas relações são compostas de um harmonioso dar e receber. 


A Natureza aspira nos levar à perfeição, à felicidade ilimitada. Assim, ela infundiu em nós o desejo de desfrutar. Não há necessidade de anular o ego; nós só precisamos corrigi-lo, ou, mais exatamente, mudar a maneira como usamos os nossos desejos de desfrutar, passando de uma abordagem egoísta para uma altruísta. 

A evolução correta usa todo o poder do desejo de desfrutar dentro de nós, porém na sua forma corrigida. Além disso, visto que o ego é a nossa Natureza, é simplesmente impossível combatê-lo ou restringi-lo indefinidamente, porque isso seria ir contra a Natureza. Se tentarmos fazer isso, descobriremos que somos incapazes de fazê-lo.



Embora o nosso estado atual não indique que a Natureza deseja que desfrutemos, é porque, ao contrário de todos os outros níveis na Natureza, os nossos egos não completaram o seu desenvolvimento.



É assim que o Baal HaSulam [Rabbi Yehuda Leib HaLevi Ashlag dedicou sua vida às interpretações e inovações da sabedoria da Cabala, disseminando-a por Israel e por todo o mundo. Desenvolveu um método especial para o estudo da Cabala, pelo qual, qualquer pessoa pode se aprofundar na amplitude da realidade e conhecer suas raízes e o propósito de sua existência] explica em seu ensaio, A Essência da Religião e Seu Propósito:
De todos os sistemas da Natureza dispostos diante de nós, entendemos que em qualquer um dos quatro tipos de seres – inanimado, vegetal, animado, e falante -, tanto de modo geral como em particular, encontramos uma orientação intencional, ou seja, um crescimento lento e gradual por meio de causa e efeito. Isso é como a fruta de uma árvore, guiada para um objetivo favorável de se tornar finalmente uma fruta doce e de boa aparência. Vá e pergunte a um botânico quantas fases a fruta sofre desde o momento em que se torna visível, até que esteja completamente madura. Não apenas as suas fases precedentes não mostram nenhuma evidência de sua doce e bela aparência final, mas como que para irritar, mostram o oposto da forma final: quanto mais doce a fruta está em seu final, mais amarga está nas fases iniciais do seu desenvolvimento. 



Para falar a verdade, a perfeição da Natureza não é aparente em nenhuma criatura antes que esta atinja sua forma definitiva. No caso dos seres humanos, o nosso estado atual não é o estado final e completo. É por isso que o nosso estado parece negativo. Entretanto, assim como o fruto da árvore, não há nada dentro de nós que precisemos arruinar, ou ele não teria sido colocado dentro de nós, para começar.


A força do ego é uma coisa maravilhosa. Ela nos trouxe até aqui, e graças a ela, nós também vamos atingir a nossa perfeição. É o ego que nos empurra para a frente e facilita o progresso ilimitado. Sem ele, não teríamos evoluído como uma sociedade humana, e não seríamos fundamentalmente diferentes dos animais. Finalmente, graças ao nosso ego, estamos agora chegando a uma situação em que não estamos mais dispostos a nos contentarmos com prazeres familiares e efêmeros, mas queremos ter o que está além deles.



O truque é encontrar a melhor e mais sábia maneira de usar o nosso ego para progredir em direção à união altruísta com os demais. E o método que nos permite fazer isso é a sabedoria Cabalística. Essa também é a origem do seu nome. "Cabala" significa "receber". Portanto, a sabedoria Cabalística é a sabedoria que ensina como receber o prazer perfeito, de forma perfeita.



A Cabala não exige que suprimamos nossos impulsos egoístas naturais. Pelo contrário, reconhece a existência deles, e explica como podemos usá-los de forma melhor e mais efetiva, para alcançar a perfeição.

Durante a nossa evolução, somos obrigados a reunir todas as tendências e elementos dentro de nós de forma harmoniosa, e aproveitá-los no processo. Por exemplo, nós normalmente pensamos sobre a inveja, a luxúria, e a honra, em termos negativos. Existe até um ditado bem conhecido que diz: "A inveja, a luxúria, e a honra tiram o homem do mundo" (Avot, 4:21). Para a espiritualidade, um nível mais elevado da Natureza. No entanto, há uma condição: ele só acontece se canalizarmos essas inclinações naturais para uma direção positiva e benéfica, permitindo que atinjamos equilíbrio com a força altruísta da Natureza.