terça-feira, 16 de agosto de 2016

A VIDA SE ESQUECE...


Em muitos aspectos nós nos esquecemos de quase tudo que é importante para dar margem ao que é fútil. É normal, você nem precisa se justificar, a questão não é sermos incomodados com esta afirmação, porque não gostamos de ser fúteis, mas temos que admitir que pouco sabemos sobre o que é importante ou não. Aliás, isto varia para cada um como torcer por um time ou escolher a roupa perfeita e afirmar que é feliz, mesmo que para os outros essa felicidade soe absurda.

O bom é que a vida se esquece de nos cobrar tais desvios em detrimento do que consideramos certo, mesmo que exista o caos, o mal e a dependência. Porque estas coisas são as ferramentas que nos possibilita superar certas ‘anomalias’ pessoais, sobretudo de caráter. Quero dizer, todos somos ‘complicados’ e emocionalmente volúveis e intelectualmente infantis.

Por isso que a vida se esquece de nos cobrar a razão em doses compassivas, ela sabe que é exatamente neste caos que conseguimos nos superar. Estava pensando o que anos de dor e sofrimento em treinamentos possibilitam para aqueles que superam suas frustrações e medos e sentem a emoção de serem ovacionadas por milhões, de serem campeãs. E a resposta não está no ‘objetivo final’, mas no trajeto que possibilita aprender, sobretudo com os erros. Porém todos os dias, pessoas que buscam superar seus medos, fugindo de guerras, lutando contra doenças e injustiças, preconceitos de todas as ordens, fome, sede... não são aclamadas por que não são evidenciadas como gostaríamos de ver.

Esquecemos conscientemente que elas existem, mas a vida não se esquece... somos nós que só nos importamos com os resultados ‘finais’.

terça-feira, 5 de julho de 2016

E O dIABO?



Acho que ficou claro que a minha opinião sobre não acreditar em deus define que também não posso acreditar no diabo. Evidentemente as pessoas podem até aceitar que não acredite em deus, mas quanto ao diabo, parece ser impossível. Parece que precisamos culpar alguém pelos ‘nossos’ erros.

Acho que acabei dizendo que não acredito em deus para poder mostrar o que é Deus, com d maiúsculo. Eu queria simplesmente defender a ideia de que Deus não exige e nem obriga ou atormenta e culpa. Sendo assim, estamos perdendo tempo, e foco, naquilo que realmente importa. No fim, acreditar em deus, com d minúsculo, exige que eu acredite no diabo, porque isto é uma demanda do nosso espírito. O problema é que usamo-los como desculpas para a nossa incapacidade de agir com... é difícil usar uma só palavra, pois o que parece um conflito entre a razão e a emoção ou deus e o diabo, na verdade é somente um equivoco humano em querer separar as coisas para compreende-las.

Podemos destrinchar uma máquina e entender o funcionamento de determinado mecanismo, como o motor de um carro. Mas isto não explica o que é um carro. Este exemplo não está ajudando...

Sempre analisamos uma situação determinando as características mais fortes, Se uma pessoa é corajosa ou covarde. Infelizmente priorizamos uma. Porém a pessoa corajosa ao extremo tende a ser confiante demais, arrogante e desobediente. E o covarde, omisso demais, conivente e submisso. Por isso Buda estava certo ao falar do ‘caminho do meio’, pois é o equilíbrio entre a coragem e a covardia que determina o ser integral e a porcentagem entre elas cria seres absolutamente diferentes e com a soma das outras emoções – outro dia eu li que são quase 350, Abalo, Abatimento, Aceitação, Adaptação, Adoração, Afeição. Afetividade, Afirmação. Agitação, Agonia, Agressividade, Ajustamento, Alegria, Alienação, Amargura, Ambição, Amor, Angústia, Ânimo, Ansiedade, Antipatia, Apatia, Apego, Apoio. Apreensão, Ardor, Arrependimento, Arrogância... etc. – podemos afirmar que jamais existirão duas pessoas parecidas, e isto não é fantástico?

Então este é o papel de deus e diabo, é a coragem e a covardia, e como ambos precisam coexistir, ambos são somente um. Portanto Deus jamais criaria o diabo com o propósito de ter um poder similar e contrário ao Dele, somos nós que o separamos e definimos o que é o mal removendo as características de Deus que não nos agrada. Por que se Deus não pode ser o Tudo, se Ele não é o Todo, como podemos afirmar que Ele criou tudo? Acho que acabamos confundindo tudo, separamos para tentar entender melhor, mas erramos ao não compreender que as coisas precisam ser observadas pelo todo. Com o tempo divergimos e denegrimos o todo em prol dos ‘nossos’ julgamentos e preferimos ignorar Deus ao escolhermos quais atributos Ele deve ter.

Para mim Deus é presente a ponto de descartar o mal como algo real... posso parecer conivente ou desobediente, mas e se eu estou certo? O Bem e o Mal são os dois lados de uma moeda... inseparáveis. Aff.

quinta-feira, 30 de junho de 2016

EU NÃO ACREDITO EM dEUS.



Seria hipocrisia se falasse que acredito se eu faço exatamente o contrário, simplesmente porque fizemos dele a nossa imagem e semelhança. Quando escolhemos adjetivos corremos o risco de limitar o seu alcance. Eu não sei você, mas se ele é, digamos, perfeito, por mais que eu tente imaginar o que realmente signifique, jamais conseguirei.

Portanto não consigo entender porque ele precisa ser temido se de todos os adjetivos o que mais é falado é que Deus é amor. E como eu posso denegrir a sua imagem se...

Deus não pode ser um velho barbudo porque não faz sentido. E nem o motivo porque sofremos, porque ele foi imperfeito demais para criar o homem e coloca-lo no jardim onde existia a única coisa que não poderia comer. Errou em criar um ser imperfeito que não consegue se conter, errou por instigá-lo com ideias obviamente cobiçáveis. Culpou porque não soube o que era certo ou errado. Enfim, este não pode ser deus.

Por outro lado, os poucos que entenderem o que é Deus, foram deturpados por seus seguidores e estes por milênios de profetas que se autoproclamavam donos da verdade. O pior é acreditar que deus permitiu a criação de várias religiões com o objetivo de crescermos e evoluirmos conforme as regras vigentes pela sociedade. Não acredito que Deus se importe com nossas intrigas neste nível infantiloide, pois no final elas acabam servindo para alguma coisa, senão eu tenho que acreditar que deus é imperfeito o suficiente para ser sarcástico e vingativo. Ou que ele precise criar um diabo tão poderoso quanto ele para gerar conflitos imemoriais. Nem as histórias gregas são tão estúpidas.

Ou pior, quando tentam nos depreciar oferecendo a fábula de que estamos presos por carmas negativos ou pecados que mais geram outros do que se extinguem. E se você pensa que só estou fugindo das minhas responsabilidades, pode ficar tranquilo que sem este deus eu consigo respeitar, amar, admirar e ajudar todos. É claro que não sou como um santo, a vida me obriga a ser menos.

Sempre levamos a sério as palavras, mas pouco usamos para sermos melhores. Jesus, por exemplo, disse; “façamos ao próximo o que gostaríamos que fizessem conosco” ou “Pai nosso que estais...”, o que implicaria que não nos importamos de fazer o bem ou porque não nos gostamos ou que só seremos melhores se o ruim desaparecer. Ou que só Jesus é filho de Deus, e ele mesmo afirma que poderíamos fazer coisas melhores e maiores do que ele fez. Depois ele disse que o pai é nosso, pense.

Mas se você prefere ser o dono da verdade que impõe pense a respeito do que foi escrito. Todas as religiões são iguais, mas falam línguas diferentes porque somos diferentes, precisamos ter escolhas que nos façam sentido.

Por isso que eu prefiro dizer que não acredito em deus. Hmmm?